Villa Lobos escrita por Ale Brenny


Capítulo 2
Desenhos.


Notas iniciais do capítulo

só pra dar um gostiinho: o primeiro capítulo!



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Às vezes, parece que sou incapaz de viver como um ser humano normal. Eu trabalho em uma galeria de arte, pinto quadros. Só queria viver como alguém normal, talvez até ser ator, afinal eu fiz aula de teatro quando mais jovem. Infelizmente, quando fazia teatro as peças eram somente sobre lobos, parece até perseguição. Por este motivo o bando me obrigou a largar o que havia começado. E também por algum motivo gostava de desenhar lobos, mas não como obras para por em exposição. Também gostava de comparecer algumas vezes na igreja, onde encontrava alguns amigos do bando, ou vinha inspiração para obras de arte.

Os lobos do bando deviam comparecer a Villa Lobos todos os dias para caçar. E como eu sou da família dos líderes do bando, logo serei tal líder, terei que dar exemplo para os outros. Obedecer as regras é tudo. E jamais devemos contar sobre os lobos para os seres humanos, queremos somente ficar como lendas deles... Mitos.

Hoje a tarde fui à igreja, e novamente desenhei lobos no meu caderno de desenhos. Cada lobo que desenhava era diferente um do outro, pareciam ser reais, como eu era.

— O que está fazendo Diego? – meu nome não é Diego, é Cebola. Mas por um motivo que eu desconheço, no bando somente, me chamam de Diego. – Novamente desenhando o que somos na realidade? – essa que está falando é Denise, diria que ela é fofoqueira, o único segredo que guarda as sete chaves é que somos lobos. E eu agradecia pela igreja ser um lugar meio vazio na vizinhança. Ela arrancou o desenho de minha mão. – Você tem um dom Diego! Mas usá-los dessa maneira não é o jeito certo! – disse rasgando o papel.

— Eu já lhe disse que meu nome é Cebola. E você não tem o direito de pegar o que estar na minha mão e rasgar, ou contar aos outros, o que eu estava fazendo. – disse pegando em seu pescoço com uma das mãos. Soltei-a logo em seguida.

— Dessa vez eu não vou contar nada, mas aguarde Diego. – dizia ela me ameaçando, olhei enfrentando sua ameaça. – Eu sou o lobo, que vai entrar pra história!

— Eu não ligo para a história.

— Mas você estará nela, Diego.

— Provavelmente não com o nome que ele gostaria de estar – dizia Do Contra, ou Max. O braço direito do líder do bando.

— Exato. – afirmei. Do Contra era a única pessoa do bando que me respeitava e me chamava pelo meu verdadeiro nome. Porque assim como eu, ele tinha outro nome, Do Contra era seu nome, por ser um lobo bom, um lobo que não faz o mal, que resiste ao cheiro do sangue humano e ao invés de caçá-los, age como eles, come o que eles comem e faz o que eles fazem. Eu o admiro, gostaria de ter essa força de vontade, ser alguém realmente importante para a sociedade em que vivo. Ninguém o culpava por ser desse jeito, por ser o braço direito do líder, quem encostasse um dedo contra ele, teria que se enfrentar com o líder do bando. Ele parecia ter certo dom, de modo que analisa como as pessoas interagem, ele vê o sentimento da pessoa, isto é, foi o que me disseram, ninguém sabe ao certo que dom ele tem, há no bando várias teorias sobre isso, e ele mesmo nunca disse qual é o seu dom, só é certo que ele é a única pessoa do bando que tem um dom assim... Digamos mágico. Por exemplo, meu dom em desenhos, qualquer um pode ter, mas o dom que ele tem é único. A Denise tem o dom de fofocar, assim como muitos outros. Nada contra ela, mas eu não a suporto!

— Há algo que os incomoda crianças? – dizia com os olhos em mim e em Denise.

— Não tem com o que se preocupar Max, não há nada que nos atrapalhe neste dia tão lindo.

— Eu poderia dizer o mesmo – disse olhando nos olhos de Denise que em sua fala parecia ter sido irônica. Acredito que se DC não estivesse ali, Denise e eu poderíamos começar a brigar, mas enquanto falávamos, ele somente analisava como interagíamos.

— Vamos – disse ele sem preocupações – a Villa Lobos os espera!

A Villa Lobos, o lugar de encontro dos lobos de toda Londres. O lugar onde nos preparamos para caçar, o lugar em que se um ser humano aparecer... Será o fim dele.


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