Pov. Gabriella Saraivah
Graças a Deus chegou a quarta-feira. Não que seja um dia especial por algum acontecimento, mas é o dia que eu começo a me acordar nem com muito sono e nem com pouco. Além de que eu fico um pouco mais feliz por que não falta tanto pra minha tão linda, perfeita, maravilhosa e tão esperada sexta-feira. Mas, se bem que o tempo podia parar nesse sábado, por que semana que vem começa as provas e eu não to nem um pouco afim de encarar isso tudo. Me ajuda senhor. Vou me levantar por que não posso abusar muito né.
—Bom dia mãe. - falei sorrindo ao me sentar na mesa.
— bom dia minha filha, dormiu bem? - ela pergunta.
— sim mãe. - falei tomando o café. -aliás já vou indo. Tchau mãe. - falei me levantando da cadeira.
— tchau filha. -ela diz sorrindo.
Notícia boa, não precisei correr pra pegar o ônibus. Ótima maneira de começar o dia. Falei em meus pensamentos.
***
—Oi gente. - falei me sentando no banco.
— Gabi meu amorzinho. - falou a Giu me abraçando.
— Doritos. - falei retribuindo o abraço.
— ei Gabriella, eu que chamava ela assim. - falou o Gabriel.
— mas você não chama ela á muito tempo assim, meu amor. - falei ainda abraçando ela. Eu tinha um carinho muito grande pela Giu, um amor, afeto... Ela é minha irmã.
— isso é verdade, você tá esquecendo de mim aos poucos. - falou a Giu soltando do abraço porém pondo o braço por volta do meu pescoço.
— ai que dramática. - disse ele rindo.
— novela mexicana. - disse a Livia.
— começou a engraçadinha. - disse a Giu.
— eu até ia responder porém, falando em engraçadinhos, cadê a Raissa e o Filipe? - perguntou a Livia.
— é mesmo né, eu vi o Filipe chegando mas logo depois sumiu. - disse a Gi.
— ai tem. - falou o Gabriel.
— isso tá estranho, o Filipe não me disse nada. - disse o Thiago pensando.
— e ele tem obrigação de te dizer alguma coisa, meu amor? - perguntou a Livia.
— não mas, ele deve me contar, meu amor. - respondeu ele.
— quanto amor gente. - falou a Gi.
— cala a boca Giovanna. Mas, já tá minha hora e eu vou pra aula, e vocês tinham que fazer o mesmo. - disse a Livia se levantando.
— ai que mau humor Livia, credo. — respondeu ela.
— sai Livia. - falou a Giu.
— eu sei que você me ama, eu sei, não precisa negar. - respondeu ela.
— só não nego por que sou sincera.
– disse a Giu rindo.
— viram só? Mas alguém tem que ir estudar né, tchau gente. - disse ela caminhando.
— eu também já vou gente, tchau. - eu disse.
— tchau gabizinha. - disse a Giu.
— tchau meu amor. - falou o Gabriel zoando.
— você tá me confundindo com a Gi. - eu falei.
— começou. - disse a Gi e eu ri.
Pov. Filipe Bragança
Esse jardim é tão grande e minha sala de aula tão pequena, injusta isso. Eu era pra estar na aula, mas to aqui esperando a Raissa pra poder me desculpar pelo acontecido de ontem, e ela não chega e eu já to começando a me arrepender disso. Olha, é a primeira vez que eu me desculpo com alguma menina por algo que eu fiz, então acho melhor ela chegar logo. Se bem que eu nem sei por que to fazendo isso, eu não sou disso mesmo, mas de qualquer forma eu já to aqui né, melhor esperar. Minutos depois ela chega.
— oi Rai. - eu digo sorrindo ao me levantar do chão. - por que a demora? - pergunto.
— o que você quer? - ela pergunta cruzando os braços.
— oi pra você também Raissa. E ah, eu queria me desculpar com você. - eu digo.
— Oi Filipe. - ela diz sendo irônica. - desculpa pelo que?
— pelo que aconteceu ontem e tal... - falo.
— ah tá, tudo bem. Sem problemas. - ela diz sorrindo.
— sério? - eu digo chegando mais perto dela.
— sim. - ela diz se afastando.
— tá bom, já entendi. - digo me sentando novamente na grama.
— agora que perdemos a aula. - ela diz se sentando no chão. - o que vamos fazer? - ela olha pra mim perguntando.
— não faço a mínima. - digo deitando a cabeça sobre as mãos e ela faz o mesmo.
— aquela nuvem parece um coelho com um chocolate na mão. - ela diz rindo.
— Coelho Raissa? - eu digo a olhando. - parece um dinossauro.
— dinossauro? Não seu idiota. - ela diz.
— aquela parece um cachorro. Eu digo.
— não, um gato. - ela fala discordando. E lá vamos nós discutir sobre as possíveis formas das nuvens.
Pov. Gui Vieira
Hoje cheguei atrasadíssimo no colégio, não deu tempo nem de ficar olhando a Giulia. Mas, como eu tinha prometido que iria falar com ela, no intervalo eu faço isso. A aula já tinha começado a uns 15 minutos e eu ainda estava atordoado com tudo. Eu estava acordado, mas só fisicamente. Eu to preocupado com as provas semana que vem, sério, tenho que encarar isso tudo isso e não sei se vou conseguir.
Sai dos meus pensamentos com alguém me chamando.
— Guilherme, Guilherme. - falou alguém.
— o que? - falei virando o rosto assustado.
— nossa você está péssimo. E tá no mundo da lua, cara. - falou o João. Eu conheço ele a bastante tempo, tipo bastante... Digamos que, ele é meu melhor amigo.
– o que você quer, João? - falei pondo a cabeça entre os braços.
— quero saber que tanto você olha para aquela menina ruiva que fica numa mesa com mais algumas pessoas, você faz isso todo dia mas, nunca foi falar com ela. - ele falou a mesma coisa que a Giulia me disse ontem.
— até você? - falei o olhando.
— até eu o que? - ele disse sem entender.
— ela disse a mesma coisa, que eu ficava olhando ela e tal... - falei esfregando o olho.
— viu eu tenho razão, mas enfim, quem é ela? - ele perguntou.
— é a Giulia Garcia, conheci ela no começo do trimestre. - eu disse.
— ah sim, ela é bem bonitinha... - ele falou.
— não perguntei o que você acha dela. - falei involuntariamente.
— tá com ciúmes Guilherme? - ele disse rindo.
— ciúmes? Eu? - falei. - claro que não seu trouxa. - disse "voltando pra realidade."
— tá bom então. - ele disse ainda rindo.
Pov. Giulia Garcia
Faz horas que não vejo minha mãe, eu cheguei em casa ontem e ela ainda não tinha chegado, dormi e ela não chegou, acordei e ela não chegou também... Isso tá me deixando preocupada. Eu tinha que ter ligado, mas me distraí estudando e acabei dormindo, aí nem liguei. E como eu esqueci de por o celular pra despertar, perdi o horário do ônibus e não deu tempo de ligar. Pelo menos é quarta-feira e já estudei um pouco pra semana que vem. Eu cheguei aqui e não vi o Gui, coisa estranha... E ele disse que falaria comigo, tomara que ele fale comigo no intervalo então.
— Giu? - escutei alguém me chamando.
— que? Ah, oi Maria. - falei sorrindo ao perceber que era ela. Eu estudei com a Maria no colégio.
— você já estudou essa matéria? - ela perguntou apontando para um texto no caderno.
— essa? Sim já estudei.
— então você poderia me emprestar? Só por hoje, amanhã te entrego. - ela pediu.
— sim. - falei sorrindo ao entregar o caderno pra ela, bem na hora o sinal bate, maravilha.
— obrigada Giu. - falou ela guardando suas coisas e eu fiz o mesmo.
Comprei um suco e fui procurar o pessoal.
— oi gente. - falei enquanto abri a garrafa.
— menina, babado. - Livia sendo Livia.
— que foi? - disse rindo dela.
— vai ter baile no clube sábado. - disse ela dando pulinhos.
— serio? Socorro. - falei super animada.
— sim, você vai né? - ela perguntou.
— claro que sim.
— quem deixou, Giulia? - falou o Gabriel.
— era só o que me faltava. - disse rindo.
Avistei o Guilherme me chamando lá do outro lado, fiz uma cara de preguiça e fiz sinal pra ele vir até a mim. Eu não fiquei esperando ele sentada na mesa, fui mais um pouco à frente.
— Guilherme Vieira. - falei envergonhada pondo as mãos no bolso.
— Giulia Garcia. - ele disse rindo.
— qual é a graça?
— você tá da cor do seu cabelo. - ele falou rindo mais.
— idiota.
— cabelo de fogo.
— começou...- falei irritada.
— cabelo de fogo. - ele repetiu rindo.
— vai se foder Guilherme Vieira. - falei bufando. Ele riu.
— Giu? Quem é esse aí? - perguntou a Livia. - Eu não era pra ter chamado ele aqui.
— esse é o Guilherme. - falei.
— hum... Entendi... - ela disse irônica e eu a fuzilei com o olhar.
— não quer se sentar com a gente Guilherme? - perguntou o Gabriel tossindo.
— ah, pode ser... - ele me olhou esperando que eu fizesse algo a respeito. Eu puxei ele pelo braço e sentei do lado da Gi e ele do lado do Gabriel. Gabriella nos observava e ria, vou matar essa menina.
— então... Qual seu nome todo? Idade? - perguntou o Gabriel.
— nossa Gabriel, não quer pedir o CPF, RG e carteira de identidade dele não? - falou o Thiago irônico causando risos.
— eu me chamo Guilherme Vieira e tenho 23 anos. - ele disse meio constrangido.
— ah sim. - ele disse.
— então Gui, gostaria de ir a uma festa? - perguntou a Gi.
— festa? Claro. - ele respondeu sorridente.
— sábado, começa a 1:30 mas só começa a ficar bom as 2:00 e então é a hora que chegamos lá. Pode ser? - perguntou a Gi me surpreendendo com a sua eficiência.
— pode sim, baile do clube? -Gui perguntou.
— sim. - ela afirmou. To ferrada.