.Capítulo 4

***
—então, vamos? - eu disse a Gi.
— vamos... Mas eu queria te falar uma coisa antes. - ela se sentou novamente no sofá e eu fiz o mesmo me sentado ao seu lado.
— Gabriel... - ela disse baixando a cabeça.
— fala Gi. - eu disse segurando seu queixo e olhando nos seus olhos.
— eu... - ela falou ainda envergonhada.
— você...? - falei indicando pra ela continuar.
— eu ainda gosto de você. E me preocupo com você, e ver você assim tá me machucando mais ainda. - ela disse um pouco triste.
— eu também gosto de você, Gi. Você é muito especial pra mim e eu não quero te ver assim por minha causa. - eu falei e ela deu um sorriso.
— então quer dizer que você também gosta de mim? - ela disse limpando uma lágrima.
— gosto. - eu falei sorrindo.
— como antigamente? - ela perguntou olhando nos meus olhos.
— como antigamente. Eu disse e a beijei na testa.
Pov. Raissa Chaddad
Estudar ou não estudar? Eis a questão. Eu não to nem um pouco afim de estudar, eu queria dormir na verdade mas, se eu dormir agora eu vou dormir muito tarde e acordar péssima amanhã. Então a solução seria sair, talvez. Se bem que o lipe não tinha me falado o que queria comigo, e eu to curiosa. Ah sei lá... Será que chamo ele? Não chamo? Vou até a casa dele? Chamo ele aqui? Pergunto se ele não que sair pra dar uma volta? Não... Vou parecer muito atirada. Vou mandar um sms pra ele.
Lipe?– mandei
Oi Rai. - ele respondeu rapidamente.
O que você tinha pra falar comigo?
Nem era nada... Eu só queria te ver.
Isso? tem certeza?– eu perguntei esperando que ele disse que não.
Tenho, mas a gente podia se encontrar né? O que acha?
Pode ser... - eu mandei um pouco desanimada.
Te pego as 4:00? - ele perguntou.
Aham. - respondi.
Então tá, tchau rai.
Tchau lipe.
***
3:50 eu já estava pronta e esperava a campainha tocar. Quando deu exatamente 4:00 a campainha tocou. Que droga, por que estou tão nervosa?
— oi, lipe. - abri a porta - quer entrar?
— oi Rai, você tá linda. - ele sorriu. - precisa? - ele disse meio envergonhado.
— não. - eu ri.
— então vamos? - ele deu um sorriso.
— vamos. - eu virei pra trás e fechei a porta.
— então, Lipe... Onde vamos? - eu perguntei.
— eu pensei em te levar pra sorveteria ou pra praça mas, é meio comum... Que tal se irmos pra praia? - ele sugeriu.
— praia? Eu nem to de biquíni nem nada do tipo. - eu falei.
— não Rai, você alguma vez já caminhou na beira da praia? Não precisa estar de biquíni. - ele ligou o carro.
— ah sim, entendi. - eu disse rindo da minha burrice. - pode ser, eu gostaria de caminhar na beira da praia. - eu disse sorrindo.
— comigo? - ele falou olhando pra mim por segundos.
— com você. - eu disse olhando pra ele.
***
Pov. Giulia Garcia
Fico tão feliz pela Gi e pelo Biel, eles não estão namorando nem nada mas eles já estiveram quase nisso e alguma coisa me diz que tá bem próximo de acontecer de novo. Mas por outro lado fico preocupada com a Gabi, eu acho que ela gosta do Pedro mas, ele não merece ela, ele pega qualquer uma por diversão e isso machuca muito ela. E Guilherme Vieira hein? Fica me encarando todos os dias quando chego na escola, quando to no intervalo e quando estou indo embora. O que ele quer comigo? Ele não me chama pra conversar, não pede meu número nem nada e isso tá me deixando confusa. Essa casa silenciosa tá me deixando triste, vou sair antes que eu comece a chorar.
Andava normalmente até que, advinha, Guilherme.
— Giulia Garcia. - ele disse atravessando a rua e vindo até mim.
— Guilherme Vieira. - eu disse.
— tudo bem? - ele perguntou - posso te acompanhar?
— sim e com você? - eu disse. - claro.
— estou bem, tirando as provas semana que vem está tudo uma maravilha. - ele disse olhando pra mim enquanto caminhava.
— pois é... Posso te perguntar uma coisa? - eu falei o parando.
— pode. - ele disse me olhando.
— por que você fica me olhando quando vou pra aula e nunca vem falar comigo? - eu passei a andar.
— me faço a mesma pergunta. - ele disse acelerando o passo pra ficar ao meu lado.
— como assim? - eu perguntei confusa.
— talvez seja por vergonha, Giulia Garcia. Não tenho certeza. - ele disse olhando pro chão.
— Guilherme Vieira com vergonha? Você não parece desses. - eu disse soltando um riso fraco.
— mas sou... - ele falou.
— promete que a partir de agora você vai falar comigo todos os dias? Seja qual hora do dia, mas vai? E vai parar de ficar me olhando também. - eu pedi o parando de novo.
— bom, que eu passe a te procurar sempre eu consigo mas, parar de ficar te olhando é meio impossível, sabe? - ele disse voltando a andar. Eu sorri com vergonha.
***
— então rai, tem alguma coisa pra me contar? - perguntei enquanto caminhávamos.
— eu? Nada. - ela respondeu pensando.
— pois eu tenho. - falei e ela parou na minha frente.
— tem? Então conte.
— não gosto de você. - eu falei desviando dela e segurando o riso.
— não? Se não gosta de mim por que me chamou pra sair? - ela disse cruzando os braços.
— to brincando sua boba. - eu falei finalmente rindo.
— ah seu idiota. - ela pulou pra me bater mas eu a segurei. - agora quero ver você me pegar e comecei a correr.
— nem vou perder meu tempo com você, eu não gosto de você tanto quanto você não gosta de mim. - ela disse.
— aé? - eu perguntei. - eu não acho. - e comecei a correr atrás dela.
— sai Filipe. Ela gritou enquanto corria em direção ao carro.
— tá bom. E fiquei parado um pouco longe dela enquanto ela estava perto da porta do carro.
— não se aproxime. - ela esticou o braço. Eu corri tão rápido que não deu tempo de ela fugir e a peguei pela cintura.
— você não manda em mim. Falei colando nossos corpos e encostando na porta do carro.
— nem você em mim.
— quase isso... Eu disse pondo a mão por baixo da costura da blusa dela.
— Filipe... - ela disse.
— Raissa... - e eu ri.
— não força. - ela falou e eu a soltei. - com calma. Ela pediu.
— desculpa. - eu falei um tanto arrependido.
— não tem problema. Será que a gente já podia ir? - ela pediu meio sem jeito.
— aham. Eu disse entrando no carro.
***
Já tinha deixado a Raissa em casa e enquanto isso pensava sobre ela. Por que eu fui fazer aquilo? Se eu não tivesse feito ela não estaria bolada comigo, eu mais estraguei do que tentei ajeitar. Filipe seu idiota.

Pov. Giovanna Grigio

Oi dia, tá ok, parei por que não sou assim. Mas hoje eu acordei de bom humor, feliz... Isso é bom, sabe? já fazia um tempo que não acordava assim, mas nem posso deixa essa felicidade toda me distrair muito, até por que semana que vem já começa as provas e eu preciso estudar pelo menos um pouco pra não ir tão mal. Bom, vou me arrumar por que não posso me atrasar pra pegar o ônibus.

***

— oi mãe - falei sorridente ao me sentar na mesa

— que alegria toda é essa Giovanna? - ela perguntou me servindo o café.

— nada ué. - falei.

—hum, sei... é melhor você se apressar se não vai perder o ônibus. -ela disse olhando pro relógio.

— verdade mãe, to indo. Tchau. -eu falei pondo a bolsa no ombro.

—tchau minha filha.

Tive que correr pra pegar o ônibus, sempre atrasa. Cheguei lá e fui pro mesmo lugar como de costume.

— oi amigos. -falei ao me sentar na mesa.

—que felicidade hein Giovanna? - a Raissa disse.

— e essa felicidade tem nome, sabia Rai? - a Giu disse olhando pro gabriel, o mesmo riu fraco.

— ela já sabe? -sussurrei pra ele.

— ela é minha melhor amiga, saberia de um jeito ou de outro. - ele respondeu.

— se bem que nós nem estamos juntos não é mesmo? - falei.

— é. - ele disse.

o sinal tocou e eu fui pra sala e percebi o quão tonta eu sou. Por que eu disse aquilo pra ele? o pior foi que ele concordou, isso só tá servindo pra me deixar mais confusa do que já sou.