Pov. Raissa Chaddad

Acordei com o celular apitando e minha janela batendo. Será que já tá na hora da escola? Não, tá escuro demais ainda. Quem será o infeliz que me tirou do meu sagrado sono pra falar à comigo a essa hora?
são quatro da manhã. E por que essa janela tá batendo? Antes de dormir verifiquei várias vezes se estava realmente fechada. Fui ver e era uma mensagem do Filipe falando pra mim abrir a janela? Tá explicado. Abri a janela né, se não meus pais acabariam acordando e eu me ferraria.
— Que raios você quer comigo Filipe? Me tirou do sagrado sono pra que? - perguntei sendo um pouco "gentil."
— Raissa sendo Raissa... - ele disse.
— fala logo. - falei já impaciente.
— calma Raissa... Será que a gente pode conversar? – ele falou fazendo uma cara de "cachorro molhado."
— a essa hora Filipe? Tá de brincadeira né? –
— não to não - ele disse debochando.
— ah Lipe... Amanhã a gente conversa, pode ser? - falei sonolenta.
— pode ser então... - ele falou um pouco triste.
— boa noite, durma bem. - eu falei fechando a janela.
— boa noite Rai, dorme bem e se cuida. - ele disse com um pequeno sorriso.
— boa noite. - eu falei sorrindo.
Fiquei pensando no "se cuida" até acabar adormecendo.
Pov. Giulia Garcia
Acordei com os pulos da Gabi na minha cama, ela dormiu aqui essa noite e eu já estava começando a me arrepender disso. como essa menina consegue ter esse bom humor todo a essa hora da manhã.? Eu odeio com todas as forças acordar cedo, pelo amor, ninguém merece isso.
– meu Deus do céu Gabriella, como você consegue ter esse bom humor todo a essa hora da manhã? - perguntei finalmente me levantando da cama.
— e você que acorda com esse mal humor todo? Hein? - ela falou debochando.
— cala a boca. - eu disse rindo um pouco. Me levantei e fomos tomar café, minha mãe já tinha ido trabalhar.
— Giulia socorro, a gente tá atrasadíssima. - ela disse dando um pulo da cadeira.
— vamos logo, Gabi, vamos logo. - falei puxando porta a fora.
Pov. Gui Vieira
Eu já tinha chegado fazia um tempo e não tinha visto a Giulia naquela mesa onde ela fica com os amigos dela, é nem aquela outra amiga dela, por sinal... Já estava ficando preocupado mas, espera? Por que eu to assim? Guilherme Vieira, para, você não é assim, você não fica assim por uma menina. Ainda mais com uma que você conheceu a 24 horas. Ah, olha lá ela chegando com aquela outra amiga dela. Acenei pra ela e ela acenou de volta com um sorriso.
Pov. Gabriel Santana
Sinceramente, eu queria muito saber que tanto aquele moleque olha pra cá, desde que a gente chegou aqui ele fica olhando pra cá como se estivesse esperado por alguém. E... É claro que ele tá né? Já até acenou pra Giulia. Mas que isso é chato é. O pior é que quando ela chega ele continua olhando... Não chama ela, não vem até ela, nem nada do tipo. Será que... Não, a Giulia não seria capaz de fazer isso. Fui imediatamente falar com ela.
— Giulia? - perguntei um pouco seco.
— Oi? - ela disse não prestando muita atenção em mim, pois mexia no celular.
— você tem algo com aquele menino? - eu falei apontando pro menino disfarçadamente.
— que menino? - ela disse ainda prestando atenção no celular. –
— Giulia olha pra mim. - falei impaciente.
— fala Gabriel. - ela disse finalmente olhando pra mim.
— aquele menino ali que olha pra você, você tem algo com ele? - falei.
— Guilherme Vieira... - ela disse sussurrando e sorrindo. Mas deu pra ouvir... Só a parte do Guilherme.
— Guilherme o que? - falei sem entender.
— ele? Não tenho nada com ele não. - ela falou voltando a mexer no celular.
— Guilherme o que? - falei ainda esperando uma resposta.
— ah, sei lá. - ela disse concentrada no seu jogo.
— nossa como você é difícil, Giulia. - falei e sai bufando, ela deu de ombros.
Pov. Giovanna Grigio
Estava na aula com os pensamentos nas nuvens, pra variar. Pensando de tudo um pouco, mas meu pensamento acaba parando no Gabriel. Saudade dele sabe? Já fomos mais próximos, próximos até demais... Mas eu acabei "deixando" ele, por medo, confesso. Sempre tive muito medo de me relacionar com alguém, medo de me magoar, de magoar a pessoa e um certo medo até de ser feliz, de me entregar. Mas já tentei inúmeras vezes superar esses medos, e em todas falhei. Intervalo. Fui indo até a nossa mesa de todos os dias, e resolvi ir falar com o gabriel.
— gabriel. - O chamei sorrindo espontaneamente.
— grigiosinha. - ele disse sorrindo.
— tudo bem?
— tudo ótimo e com você?
— to bem. Falei. Giulia me chamou atenção por alguns gestos e percebi que ela estava fazendo um coração, acho que referindo-se à mim e o gabriel, óbvio. Comecei e rir
— criança. Falei pra ela, rindo. E ela fez uma carinha triste. — to brincando, haha. E ela sorriu. Giulia é um amorzinho.
— enfim, o que você vai fazer hoje gi? - gabriel me perguntou.
— hoje? Nada. - respondi
— não quer passar lá em casa depois da aula? Você já vai comigo. - ele sugeriu.
— seus pais estarão lá? - perguntei sendo um pouco (muito) idiota.
— desde a época que a gente fica... Era bem amigos você já tinha muita vergonha de ir lá em casa quando meus pais estavam, pra que isso Giovanna? - ele disse rindo.
— eu sou tímida cara, mas depois que você me conhece eu fico insuportável. - eu falei rindo mais.
— eu posso afirmar isso.
— idiota.
Pov. Gabriella Saraivah
A aula já tinha acabado e eu estava com a Giulia no portão. Aquele meu bom humor todo tinha passado, que saco. Maldito Pedro, por que esse tipo de menino existe? Por que não são todos iguais ao Gabriel? Ele é um exemplo. Tá bom nem tanto, na verdade nem um pouco, mas ele não é um cafajeste feito Pedro Henrique que beija qualquer uma que que passar pela rodinha de amigos toscos dele, dentro do lugar que ele estuda. Óbvio que isso não é mais o colegial e não tem aquelas regras tipo "não pode beijar no corredor", e você pode beijar quantas quiser que ninguém vai te dar advertência por isso, mas ele já tem mais de vinte anos e tem que amadurecer principalmente nessa questão. Por favor, a pessoa não se dá o respeito. Agindo dessa forma ele só tá perdendo o pouco de dignidade que ele tem. Mas espera Gabriella, por que você vai ficar triste por um menino insignificante na sua vida? Eu acho...
— nojo desse Pedro Henrique. - falei pra Giulia.
— nojo mesmo, ele é um idiota cara. Age feito uma criança. - ela disse.
— concordo plenamente.
Eu e a Giulia estávamos paradas ali, até que os infelizes resolvem vir na nossa direção.
— Que saúde hein Gabriella? - ele falou com um olhar estranho pra mim.
— cala a boca idiota. - falei revirando os olhos, peguei a mania da Giulia.
— e essa sua amiguinha aí? - ele disse.
— é mesmo hein? É outra que tá exalando saúde. - falou um amigo dele.
— vai pro inferno. - Giulia falou revoltada.
— quem te viu, quem te vê hein ruiva nervosinha? - pedro disse chegando mais perto dela e puxando uma mexa do seu cabelo.
— não encosta em mim. - Giulia disse o encarando.
— se não o que? - ele falou empurrando ela com o seu próprio corpo, a fazendo ficarem com os corpos colados na parede, deixando-a presa sem conseguir sair dali.
— GIULIA. - eu gritei apavorada, sem saber o que fazer.
— se não eu acabo com você, desencosta dela agora. - falou o Gabriel.
— Gabriel. - a Giulia gritou.
— veio bancar o herói santana? - o pedro falou finalmente saindo de perto da Giu, eu fui correndo a abraçar.
— eu acho melhor você ficar bem longe delas, tá ouvindo? - o Gabriel disse "ordenando."
— e se eu não quiser? - ele falou.
— elas não são essas meninas qualquer que você pega e joga fora, Pedro. Muito pelo contrário.
— quem é você pra me falar? Ordenar alguma coisa? - ele disse chegando mais perto do gabriel.
— tá querendo apanhar pedro? - ele falou já ficando com raiva.
— eu que te pergunto. Nessa hora o Gabriel deu um soco no pedro e rapidamente reagiu e empurrou o Gabriel no chão, e o chutou no braço. Ele se levantou com um pouco de dificuldade e começou a encher o pedro e socos e chutes, o fazendo cair no chão, ele continuava mas foi impedido de continuar pelos outros amigos do pedro, que começaram a bater nele. Eu, a Giu e a Gi corremos para ajudar o Gabriel e 15 minutos depois estávamos entrando no carro do Gabriel, com muito dificuldade conseguimos colocar ele um pouco esticado, com a cabeça deitada no colo da Gi.
— quem vai dirigir? - perguntei quando já estávamos dentro do carro.
— eu dirijo. - Disse a Giu. Vamos pra casa do Gabriel. Ela disse ligando o carro.
— não, pra minha casa não. Senão vou levar outra surra da minha mãe mas nessa não poderei bater. - ele disse com um pouco de dificuldade.
— então o lugar mais indicado é ir pra casa da Giu, até por que sua mãe é enfermeira e deve ter aquelas maletas brancas com uma cruz vermelha na frente, não? - disse a Gi e o Gabriel soltou um riso fraco.
— bom... Até a parte da maleta você disse uma coisa certa, o resto não é tão provável assim. - a Giu disse
— então tá. - ela falou com um pequeno sorriso.
— você tá bem Gabriel? - perguntei enquanto olhava-o pelo retrovisor.
— o que você acha Gabriella? - ele falou com um cara irônica.
— acho que você quebrou o braço. - ela disse num tom preocupante.
— eu também acho. - ele disse com uma cara de dor.
— bom, chegamos lá e dependendo das suas condições a gente te leva pro hospital ou não. - disse a Giu.
— isso, concordo. - concordou a Gi.
— não, vão ter que chamar meus pais. - falou o Gabriel
— Gabriel, de um jeito ou de outra eles vão saber. Então pare de frescura. - falou a Gi.
— nossa fiquei até com medo. - ele falou.
— é pra ficar mesmo.
— ai ai ai... - ele disse pondo a mão esquerda na cabeça.
— que foi? - perguntei.
— minha cabeça parece que vai explodir.
— chegamos. - falou a Giu saindo do carro e ajudando o Gabriel á sair. Nós entramos dentro da casa da Giu e o Gabriel deitou-se no sofá.
— Gabriel, mexa o braço. - falou a giu.
— eu não consigo, não consigo. - disse ele choramingando de dor.
— Gabriel não dá, vamos pro hospital. - falei.