O homem invisível escrita por Alfa Stark


Capítulo 1
O carregador de sonhos


Notas iniciais do capítulo

Nunca sei o que falar nessas "notas", então apenas espero do fundo do meu coração que vocês gostem, obrigada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/568171/chapter/1

Max Vandenburg era um judeu, isso era tão claro que tinha consciência que nem nascendo novamente ele seria capaz de esconder tal fato. Sim, ele era um judeu, um judeu em plena Alemanha nazista, sendo assim, a maior certeza até o momento era que havia uma nação inteira contra ele, mas as desgraças desse pobre rapaz não acabaram por ai.

Que ele se tratava de um fugitivo, isso já é óbvio, mas o que precisamos levar em conta são os sacrifício que esse ser humano teve que fazer para sobreviver. Primeiramente, teve que abandonar sua mãe, deixá-la para trás junto com todas as outras coisas que tanto amava, porém, havia a certeza de que a culpa o corroeria pelo resto de sua vida por ter se safado e deixado sua mãe a mercê de todo o exército do tão amado e aclamado Adolf Hitler, vulgo Führer, o maior inimigo, não só dos judeus, mas também dos negros, homossexuais ou qualquer um que fugisse a "superioridade da raça ariana".

Desde então, Max se tornou uma espécie de rato, daqueles que se espreitam pelos bueiros, lugares escuros, e mal respiram por medo de serem por fim descobertos e capturados. Ele não dizia em voz alta, mas todos os nervos de seu corpo gritavam de medo e pavor por tudo o que estava acontecendo, ele estava horrorizado por perceber o que havia acontecido com o mundo. Em um grande resumo, o judeu não era mais considerado uma criatura que vivia, e sim uma que apenas sobrevivia.

Em meio a tantos desafios, ele tinha a sorte de poder contar com um homem que tinha um coração de acordeão, um senhor simples, mas que era mais do que o suficiente para que Max pudesse se sentir no mínimo dignamente humano. Mas, apenas o que sabia era que o tal homem havia sido salvo por seu pai em uma guerra, e seu nome era Hans Hubermann.

Já na casa de Hans, o homem invisível se alojou no porão, longe de tudo, mal podia ver a luz do dia, a vida naquele momento não passava de um lugar escuro e úmido para o judeu sofredor. Porém, em meio a tantas tragédias vividas, Max se sentiu presenteado ao conhecer Liesel Meminger, uma pequena menina que havia sido adotada por Hans e Rosa, sua esposa, pois a mãe dessa garotinha era comunista e também estava sendo perseguida pela tropa heróica de Führer. Eles criaram vínculos, Max via naquela pequena menina loira um modo de fazer com que as coisas se tornassem menos insuportáveis, criaram um vínculo de irmandade, ela contava história a ele, onde o mesmo a incentivava pois as palavras são capazes de mudar o mundo, do mesmo modo que Hitler as usou para ocasionar tal crueldade mundial, nosso homem invisível acreditava que Liesel era capaz de mudar sua realidade com meras histórias, pequenas palavras.

Porém, como nada nesse mundo são apenas rosas, após um conflito de Hans com a tropa nazista, Max percebe que sua hora de partir havia chegado, mesmo sabendo dos riscos que corria, sabendo que sair daquele porão era como se entregar a todos aqueles que queriam sua cabeça, ele tinha que fazer aquilo, para não prejudicar aquela família que tanto o ajudou, para a proteção de Liesel.

Então, o pequeno homem invisível partiu, com dor em seu coração, lágrimas nos olhos, ele partiu sabendo que aquele podia ser a última noite estrelada que veria na sua vida. Beijou a testa de Liesel, lhe deixou um presente de gratidão e caminhou sem rumo. Não importa quem sou, ou porque estou contando essa história, apenas saiba que esse é apenas o começo do trajeto do carregador de sonhos, o nosso homem invisível, e se achar que tem coragem, me acompanhe...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, não seja um leitor fantasma, um homem invisível, deixe a escritora feliz, acompanhe, comente, favorite, se gostar, é claro. Afinal, espero muito que gostem. Agradeço desde já, próximo capítulo apenas com comentário, beijos!!!