I – Paz Interrompida

- Que se dane!

Nymphadora Tonks, mais conhecida como Tonks, acabara de deitar fora a carta que Severus Snape, o ex-espião da Ordem de Fénix, lhe enviara a dizer que as reuniões da Ordem iriam recomeçar na semana seguinte.

Afinal, para que são necessárias mais horas e horas de reuniões? Porque raio não me deixam em paz e sossego? Droga!

A guerra contra Voldemort tinha acabado há cerca de seis meses, logo, por que raio eles iriam retomar as reuniões?

Ao sair para o jardim da modesta casinha muggle, Tonks sente-se de novo envolvida pelas recentes e dolorosas memórias, fechando os olhos. Não me posso deixar ir abaixo! Já sofri que chegue!

Abrindo os olhos de novo, concentra-se em admirar a beleza da paisagem que se tem do jardim para o mundo silencioso em redor. Observam-se os picos das montanhas, vendo-se ainda o gelo e neve dos locais mais altos a reflectir a luz do sol poente. Devido à sua magia o jardim permanecia intacto, sem sofrer as consequências do frio intenso da região, mas não estava viçoso nem alegre; transmitia exactamente o estado de espírito da sua guardiã, triste e a precisar de ser cuidado.

Tinha recebido a casita de herança de uma muggle idosa que tinha salvo há uns anos atrás dos Dementors que vagueavam a apavorar muggles por todo o lado. A velha senhora desde aí que a tratava como uma filha que nunca tinha tido, sendo logicamente provável que a senhora lhe fizesse herdar tudo o que tinha, o que se veio a confirmar.

Tonks achava que esse sítio seria onde ela poderia descansar ou mesmo passar férias com Remus… agora tinha uma ideia completamente diferente. Agora essa casinha era seu refúgio do mundo bruxo, refúgio mesmo das más memórias, sítio de uma beleza incomparável e de uma paz única. Sítio onde poderia estar sem ser incomodada… ou talvez não…