Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 33
Capítulo 33




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/567859/chapter/33

Acordo com a luz do sol penetrando sob meus olhos, não tinha o sono leve desse jeito há muito tempo. Com os olhos entreabertos e a visão turva, estendo meu braço pela cama, e noto que estou sozinha. Abro-os de repente, e não encontro Peeta. “Ele deve ter ido para casa”

Me levanto, vou ao banheiro, lavando meu rosto e minha boca, prendo meu cabelo na costumeira trança e me dirijo ao andar de baixo. Ainda na escada posso sentir um cheiro quente e maravilhoso no ar: Pão.

Encontro-o na cozinha, de costas pra mim. E fico ali como uma boba observando seu cabelo ainda bagunçado, que cai sobre seus olhos enquanto ele prepara o chá, os braços de Peeta são fortes agora e seus ombros largos. Eu me sento à mesa, e então ele se vira, e assusta-se comigo.

– É assim que você faz? Quando caça? - ele coloca uma xícara na mesa – Chega assim, de mansinho e apanha a presa?

– Mais ou menos – sorrio – Bom dia.

– Bom dia. Você estava tão tranquila, que não tive coragem de te acordar – ele enrola um pano na mão, abre o forno e retira pães fresquinhos

– Que horas são?

– Por volta das 7 ainda.

– Greasy ligou e...

– Ligou? - nunca soube que ela também tinha um telefone

– Pois é, parece que telefones são comuns agora, todas as casas no Doze ganharam um. Cortesia da Paylor. Enfim – ele apanha outra xícara que fumaceia – ela disse que não viria hoje, porque vai ajudar Delly nos preparativos pra amanhã.

– Tudo bem, agora eu tenho quem cozinhe pra mim – brinco – o que é isso? - olho para os pães.

– Eu juro que fiz o melhor que pude – ele ergue as mãos – mas a sua despensa está praticamente vazia, você precisa fazer compra Katniss. É pão com tésceras.

– Hum – fecho os olhos, e apanho um cheirando-o – tem cheiro de casa. E eu vou ao mercado hoje, pode deixar – passo a comer, e Peeta também.

– Eu vou ir logo para a padaria, preciso terminar o bolo da Delly e terminar a pintura da faxada.

– Tudo bem.

– Você quer ir comigo? - ele beberica seu chá

– Ah … pode ser, aproveito e passo no Mercado.



Terminamos o café em silêncio. Enquanto troco-me, Peeta vai a sua casa fazer o mesmo. Encontramo-nos em frente meu jardim, e seguimos rumo ao centro do Distrito. As instalações da fábrica de medicamentos estão quase terminadas, há homens por toda parta realizando tarefas, o barulho de obra é ensurdecedor. Desde a última vez em que estive aqui, muita coisa já mudou. Outras lojas foram abertas e mais pessoas movimentam-se. Passamos pelo antigo Prego, e eu posso ver a padaria. Peeta a reconstruiu com a mesma estrutura e detalhes que era antes do bombardeio. A faxada ainda é rústica e precisa ser finalizada, alguns rapazes trabalham nela, nos aproximamos – alguns olham para nós curiosos – e eles nos cumprimentam. Ao entrar, a porta soa um pequeno sino. A bancada é toda de vidro, ainda está vazia, mas os detalhes nas paredes marrons, os apoios para bolos – como aqueles que Prim vinha admirar - , o piso e até a parte do caixa, são exatamente iguais. A cozinha é extremamente branca, e possui aparelhos novos, com uma despensa reservada apenas com farinha. Na mesa cetral está o bolo de Delly. Peeta o fez com 4 andares, branco, e já possui alguns detalhes verdes e dourados que eu acredito que vão virar flores.



– É lindo Peeta

– Eu ofereci como presente.

– Eu nem sei o que dar a ela – me preocupo

– Ah … podemos dar o bolo juntos.

– Mas eu não ajudei em nada!

– Não tem problema – ele põe a mão em meu ombro

– Vou pensar em algo.

– Vem cá, quero te mostrar algo.



Ele adentra mais à cozinha, nos deparamos com uma porta e entramos numa espécie de escritório. Há uma escrivaninha em cor tabaco cheia de papéis e canetas, com uma poltrona maior na parte traseira e menor à frente, um vaso de flores do lado direito e um cesto de lixo ao esquerdo. Uma pequena estante no canto com alguns livros, uma janela enorme que reluz a entrada do sol. Mas o que me chama a atenção, são as paredes, ou melhor o que há nelas. Quadros. No primeiro, há uma enorme mesa com todos os tipos de pães possíveis, baguetes, pães de queijo, croissants, bolos, de tudo. E uma família em volta, como se tomassem café juntos. Analiso melhor e reconheço os traços, é a família dele.

Peeta está ainda na porta do escritório, apoiado na lateral.



– Seu pai teria tanto orgulho de você – digo virando-me pra ele



Ele sorri tímido. Ao me virar, vejo outro quadro na parede oposta. Há um enorme campo aberto, com diversas flores – mas não qualquer espécie – são primroses espalhadas por toda a campina, enquanto a luz do pô-do-sol invade a tela E há duas garotas de mãos dadas, como se dançassem livremente, com os cabelos bagunçados pelo vento. A maior, possui uma trança na lateral e um pequeno detalhe dourado brilhante ao lado esquerdo preso em seu vestido azul – sou eu no dia da Colheita. A outra é loira, com os olhos intensamente azuis, ela usa os cabelos soltos, e uma roupa branca, como uma médica e transmite o sorriso mais lindo do mundo – é ela, minha irmãzinha, minha Prim. Toco na tela, e uma lágrima escorre dos meus olhos.

Peeta está atrás de mim, toca meus ombros:



– O que achou? - sua voz sussurra em meu ouvido.

– Perfeito – eu me viro e o abraço, não querendo mais soltar.



Ele pintou sua família. Ele me incluiu nela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!