Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 20
Capítulo 20




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As imagens dos nossos Jogos, estão claramente vivas em minha mente. Eu não preciso e não quero reprisa-las. Ver a morte de amigos como Mags e Wiress não faria bem pra minha mente. Após tomar meu remédio, digo a Peeta que ele pode ficar assistindo enquanto cuido do jardim. Passo bastante tempo me distraindo com as primroses, algumas já estavam secas e precisavam de podas. Quando entro em casa a fim de pegar mais água vejo a cena que passa e Peeta com os olhos vidrados na televisão.

Está de noite e a lua brilha com uma intensidade assustadora. Estamos sentados na areia, com os corpos se tocando. Eu olho para o mar e e olha para a floresta, até que apoio minha cabeça em seu ombro e sua mão acaricia meus cabelos. É impossível acreditar que éramos tão achegados assim, a cena parece ser protagonizada por pessoas diferentes.

Katniss, não adianta fingir que não sabemos o que o outro está tentando fazer. Eu não sei que tipo de acordo fez com Haymitch, mas você deve saber que ele me fez prometer também. Então eu acho que podemos assumir que ele estava mentindo para um de nós”

Porque você está dizendo isso agora?”

Porque eu não quero que você esqueça o quão diferentes são as nossas circunstância. Se você morrer, e eu viver, não há vida para mim na volta para o Distrito Doze. Eu nunca seria feliz novamente. É diferente para você. Eu não estou dizendo que não seria difícil. Mas existem outras pessoas que fariam sua vida valer a pena. Sua família precisa de você, Katniss. Ninguém precisa de mim”

Eu. Eu preciso de você”

E nosso beijo acontece. Tão puro, tão intenso, cheio de calor, vida, desespero e paixão. Eu sei que beijei Peeta inúmeras vezes, mas nenhum se comparava àquele beijo na praia. Senti uma corrente elétrica por todo o meu corpo, que me fazia deseja-lo cada vez mais. Parada ali, a saudade bate em mim me nocauteando. Foi nesse momento que Snow teve certeza de como poderia me torturar. Tirar o amor de Peeta seria a forma mais cruel de me matar. Amor. Amor. Eu amei Peeta, aquele Peeta da arena, não sei de que jeito, mas eu o amei.

Distraio-me e deixo o regador, assustando Peeta.

– Oh! Você está ai – ele se vira, e tenho a impressão de ter visto seus olhos marejados.

– Eu-eu, vim – meu cérebro para de funcionar, e depois de um tempo volta a vida – vim buscar mais água, para as plantas.

– Há quanto tempo você tá ai?

– O suficiente – suspiro

– Katniss – ele se levanta e caminha vindo em minha direção, deixando minhas pernas bambas – aquilo que aconteceu: Real ou não real?

– Você já me perguntou quase isso uma vez – evito olhar no tom azul perfeito de seus olhos – no trem de volta dos primeiros Jogos.

– E qual foi sua resposta?

– Não há resposta Peeta

– Como não há resposta?! Ou é real ou não, eu sei que nos primeiros Jogos sua atuação foi brilhante e...

– Não foi tudo atuação – interrompo

– Mas também não foi tudo verdade, estou certo? Como posso distinguir o que é ou não real?

– Você não pode fazer isso, nem eu sou capaz de distinguir.

Ele suspira visivelmente abalado, abaixando a cabeça.

– Olha Peeta, eu sei que – pauso até que olhe para mim – no Massacre, minha última preocupação era agir como amante desafortunada do Doze. Eu fiz o que tinha que ser feito.

– Fez o que tinha que ser feito? - ele fica bravo

– Não estou dizendo que eu fiz por obrigação Peeta, mas era o que eu estava...

– Katniss, eu vou pra minha casa ok?Preciso de um banho - ele me interrompe e se vai.

Eu quero gritar para que ele fique, quero dizer que os beijos, o da caverna e o da praia foram reais. Que nem tudo foi parte do show. Que se Snow, Finnick e até mesmo Gale viram que eu o amava era porque tinham razões para crer nisso. Quero dizer a ele o quanto me destruiu quando Haymitch salvou a mim na Arena, e que era nele que eu encontrava forças para fazer cada maldito ProntoPop, que eu beijava a pérola que ele havia me dado, e que sem ele as noites eram tenebrosas e sombrias. Mas espere. Esse não é o garoto do pão, não é o Peeta que se arriscou com os Carreiristas e lutou com Cato para me salvar, que pediu que eu o matasse no fim dos Jogos querendo que eu vivesse em seu lugar, que perguntou minha cor favorita e defendeu Gale junto comigo. Esse Peeta não existe mais. O garoto que me visita todos os dias tem um ótimo coração, mas a mente confusa entre duas personalidades, e nesse meio ele me diz que sou fraca como minha mãe e me acalenta em meus pesadelos. Se ele não sabe quem é, como pode exigir que eu não me confunda com meus sentimentos?

Como mais um pedaço do carneiro, e na sala encontro o livro de plantas. Fico algumas horas parada pensando e anotando na lista mais nomes de pessoas de quem eu devo ter saudade. O livro olha pra mim e finalmente tenho uma ideia.


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