Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19
Minutos depois, me levanto e tomo banho. Troco-me, e desço rápido as escadas quando ouço o telefone tocar.
– Alô?
– Filha? O que aconteceu? Estou tentando falar com você mas não me atende! – sua voz quase grita
– Calma mãe, eu estou bem é que..
– Katniss! Você me assustou – ela me interrompe, ainda zangada – onde estava? Fazendo o que?
– Se não me interromper posso explicar o que aconteceu – digo de maneira rude.
– Tudo bem, me diga.
– A Greasy viajou, foi para a casa de uns parentes, então precisei me virar e...
– Você foi caçar? Foi caçar não é Katniss?! Você ainda não está forte o bastante pra isso...
– Mãe! – eu berro – me deixa falar, ou desligo – me irrito – e não, não fui caçar, fui comer. Comi um frango que estava aqui, mas estava estragado, então passei muito mal. Vomitei, tive febre, e ouvi o telefone tocar, mas não deu tempo de atender. Então eu só conseguia dormir e vomitar praticamente, mas ontem o Peeta veio aqui e...
– Peeta?! – ela surpreende-se
– Sim mãe, ele veio me trazer os pães e me encontrou mal, então ele me dado sopas horríveis e cuidado de mim, desde ontem – explico
– Ele passou a noite aí?
Meu rosto fica quente com a pergunta sugestiva. Sim, ele passou a noite aqui. Mas não da forma como ela pensa, não ficamos abraçados evitando pesadelos ou fazendo qualquer outra coisa, ele passou a noite no sofá e eu no meu quarto. Mas explicar isso para minha mãe me incomoda, por que quem explica demais dá justificativas, e só se justifica alguém que tem culpa. Parece complicado demais para falar, então apenas permaneço calada.
– Tome bastante água, e continue com as sopas.
– Ok, Peeta pegou suas receitas de remédios e está fazendo pra mim, são horríveis.
Ela ri um pouco. Há quanto tempo não escuto ou vejo minha mãe sorrir!
– Não é para serem saborosos, mas saudáveis. Evite comida pesada, como carne vermelha ou frango.
– Acho que vou demorar um bom tempo pra comer frango de novo – pauso – vou seguir suas recomendações e... me desculpe tê-la preocupado.
– Oh, não tem problema. Você está em boas mãos. Vou desligar, se cuide.
Desligo o telefone. Em boas mãos? Minha mãe nunca gostou muito de Peeta, o que significava isso, afinal? A batida na porta me faz voltar atenção, quando abro encontro- o segurando uma cesta e entramos.
– O que tem na cesta? - pergunto curiosa pois o cheiro está maravilhoso.
– Croissant de queijo com tomate seco. Mas acho que você não vai poder comer - ele coloca uma caneca com água no micro-ondas
– Por que não?
– Não sei se seu estômago aguenta. Ultimamente tudo o que você come acaba vomitando.
– Isso é culpa da sua sopa horrível.
– Não mesmo! Minha sopa horrível – ele imita minha voz - Foi a única coisa que parou dentro de você!
– Eu sei, eu sei. É que parece torturante demais olhar e sentir o cheiro disso - abro a vasilha fechando os olhos para sentir o aroma dos croissants - e não poder comer.
Ele sorri.
– Talvez eu te deixe você comer um. Mas por favor, não vomite.
– Eu não vou.
Pego a água do micro-ondas e preparo um chá para Peeta – sem açúcar – e tomo leite. Tomamos café em silêncio. Logo Buttercup aparece na cozinha, e eu dou a ele leite e pedaços do croissant maravilhoso.
– Como é o nome dele?
– Buttercup.
Ele faz uma expressão, demonstrando ter estranhado o nome.
– Prim – respiro fundo – disse que ele parecia uma flor amarela, por conta da cor de sua pele amarela lamacenta.
– Criativa – ele toma um gole do chá
– Ela sempre foi.
– Então quer dizer que você alimentava cinco bocas, contando com a sua?
– Cinco?
– Sim, você, sua mãe, Prim, o gato feio e Lady.
– Ahh – a cabra com laço rosa me vem a memória – sim, a cabra. Prim a adorava, ás vezes passava o dia todo brincando com ela e Buttercup, se distraia com ele – suspiro – era feliz com eles.
– Katniss! - ele dá um tapa na mesa me assustando – é isso!
– O que? Do que você tá falando?
– Prim se distraia com a cabra e o gato!
– Sim, mas e daí?
– É disso que Haymitch precisa, uma distração, um bicho.
– Um animal de estimação? Para o Haymitch? - ele só pode estar brincando – Peeta, ele não é capaz de cuidar nem dele mesmo!
– Mas vai ser um incentivo – seus olhos brilham com a ideia.
– Eu não sei se isso daria certo...
– Qual é Katniss! Está dando certo pra você.
– Esse gato me odeia! - aponto para Buttercup.
– Mas... - seus argumentos somem – deixa pra lá então, eu só achei que, poderia ocupar o tempo dele, sei lá.
Eu permaneço calada.
– Bom, eu vou ao Prego pegar as coisas pro almoço, aproveito e passo na casa do Haymitch pra convidar ele – se levanta já indo em direção a porta
– Tudo bem
– Ah – ele se vira, com os olhos azuis brilhando como duas lindas joias – eu prefiro cozinhar na minha casa então, aparece lá, por volta do meio dia.
– Ok.
– Te vejo mais tarde – ele sai de casa, fechando a porta atrás de si.
E por um instante, apenas um segundo, eu me lembrei do nosso último beijo na arena do Massacre Quartenário. O de adeus, que nos separou por meses.
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