Like a Romance escrita por thysss


Capítulo 58
Quinquagésimo Sétimo.




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Eram tempos difíceis, como uma praga a doença se espalhou rapidamente atingindo a todos, crianças e idosos, homens e mulheres, ninguém era imune ao vírus que estava a solta.
Kansas e Nova York já haviam sido atacados pelo vírus que carregava a doença, que mais tarde ficou conhecida como Gripe Espanhola, e devastava populações. Outros países começaram a contraí-la e os movimentos dos portos só faziam com que o caso se agravasse.
Angelique tragou o cigarro novamente antes de soltar o ar e encarar todos lá embaixo, Illinois estava um caos, as pessoas davam, como podiam, um jeito de cobrir o rosto afim de evitar o contágio, mas era quase inevitável. O hospital da cidade estava cheio e mais pessoas morriam a cada dia.
- Meus pais morreram – Anthony declarou deixando-se cair sobre a cama de Angelique, até que ela se virasse dignando-se a ir olhá-lo. – Essa maldita gripe os levou! – ele declarou esmurrando um travesseiro até que as penas fossem libertadas, como se assim sua dor também estivesse livre.
Mas não funcionara, e continuava a doer.
E quando começou a tossir a dor pareceu se agravar, porque ele estivera ao lado dos pais desde os primeiros sintomas e sabia como isso seguiria. Mas Anthony não queria morrer.
- Eu não quero isso – ele disse a encarando, ela se mantinha de pé ao pé da cama para encará-lo, ainda deitado, coberto por penas.
- E eu não quero perder você – ela disse, declarando-se de vez, para poder, em seguida, ver o brilho nos olhos daquele homem a sua frente.
Mas não havia tempo, ele já começara a suar devido a febre e voltava a tossir constantemente.
- Você... – ele murmurou.
- Eu estou segura – ela disse decidida.
Havia fila no hospital, mas não para alguém como ela, entrou ajudando-o até que alcançassem uma maca limpa. Ele ficou ali deitado, por horas, enquanto ninguém passava para vê-lo, e ela estava ao seu lado.
Ele a havia aceitado como era, mesmo sendo o monstro que ela dizia ser, então nada mais justo que ajudá-lo a passar por isso.
- Como está o senhor... – o médico se aproximou lhe perguntando.
- Anthony – só então Angelique se deu conta de que não sabia nada sobre ele além de seu nome, não sabia sequer seu sobrenome. – Anthony Maxell.
De qualquer jeito, carregando o sobrenome Maxell lhe abriria muitas portas.
- Oh senhor Maxell – o médico, um senhor muito experiente, finalmente dignou-se a examiná-lo. – Porque não disse antes? Teriam sido muito bem atendidos e com muita antecedência...
- Nós tentamos sempre nos considerar iguais aos demais – ela disse estampando um sorriso falso, mas foi o suficiente para enganar o médico.
- O estado dele não é nada bom – ele disse.
- Alguma chance? – ela quis saber enquanto passava a pequena toalha sobre o rosto dele ensopado de suor.
- Eu sinto muito – ele disse abaixando a cabeça. – Não há nada que possamos fazer depois que a doença se espalha dessa maneira, o melhor para ele seria permanecer em casa, nós temos recomendado isso a todos... Depois que o suor começa a escorrer é difícil sobreviver, e acreditamos que todos morrem mais em paz se estiverem em seu ambiente familiar.
Mas ela sequer sabia onde Anthony morava.
Ela não sabia nada dele.
Eu não quero isso – as palavras ecoavam na mente dela, soando como um pedido desesperado de socorro, e só ela podia socorrê-lo.
Só que socorrê-lo significava transformá-lo em um igual, que, consequentemente, significaria que teriam a eternidade juntos, mas ela não estava pronta para isso, não, não pensava em largar os bailes e a diversão com diferentes homens. Não quando se pode dar ao luxo de saber que nada poderia lhe acontecer, não engravidaria nem contrairia uma doença, um homem não poderia ferir seu coração e não tinha que se preocupar com os “problemas femininos”. Era como se tivesse passe livre para diversão, e Angelique não estava disposta a abrir mão disso.
Mas também seria injusto deixá-lo morrer para que pudesse seguir com seu propósito de diversão eterna.


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Notas finais do capítulo

n/a: aiai está acabando... espero que vocês voltem a comentar, pelo menos agora na reta final!



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