- Eu não posso com isso – ele disse curvando-se para pegar o casaco que havia largado sobre a cama, era demais para sua cabeça. – Eu preciso ir!
- Não – ela disse pondo uma mão sobre seu peito. – Você não pode ir – ela lhe suplicava.
Num ato de desespero, Angelique agarrou o grande travesseiro que havia sob a cama e o acertou nas costas de Anthony, não forte o suficiente para machucá-lo, fazendo apenas com que algumas penas começassem a se soltar.
- Você não pode ir – ela disse voltando a acertá-lo até que só restou o tecido em suas mãos e as penas se espalhavam pelo chão do quarto.
As mãos de Angelique pousaram sobre seus ombros e Anthony respirou fundo, as penas cobrindo o chão encontravam-se também em seu sapato e havia uma ou outra sobre sua roupa, isso lhe dava vontade de rir.
- Não faça isso comigo – ela suplicou piscando os longos cílios.
- Então o que você espera que eu faça? – ele perguntou encarando-a diretamente nos olhos.
- Fique aqui – ela disse imediatamente.
- Não – ele disse segurando as mãos que haviam ido novamente para cima de seu peito. – Isso é insano, você não vê?
- Onde isso é insano? – ela perguntou tentando manter a compostura. – Eu praticamente me declarei a você, você não vê? – ela perguntou arqueando uma sobrancelha perfeitamente delineada. – Eu lhe contei tudo que jamais homem algum soube...
- Por quê? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha. – Por que justamente eu?
- Porque você não é como os outros – ela disse começando a acariciá-lo no rosto, para então tirar uma pena que caíra sobre o ombro dele. – Você não vê? – ele maneou a cabeça vendo-a sorrir. – Você, entre tantos, eu sabia que me ouviria... Você é diferente deles, e o que eu sinto por você é diferente de qualquer sentimento que eu nutra por qualquer um deles.
Anthony piscou longamente para então poder voltar a encará-la.
- Você não tem coração – ele disse. – Você não sabe o que está dizendo!
- Não – ela disse o segurando pelos ombros. – Meu coração pode não bater, mas isso não significa que ele não exista!
- Como eu posso ter certeza disso? – ele perguntou começando a duvidar.
- Você tem que acreditar em mim – ela disse unindo seus lábios aos dele para depois agarrá-lo em um abraço, e sua vontade era de nunca mais deixá-lo partir. – Você poderia fazer isso? – ela questionou.
Ele não se moveu, não sabia o que falar ou fazer.
- Diga Anthony – ela pediu sussurrando em seu ouvido. – Você poderia acreditar em mim?
Não era preciso muito, bastava juntar tudo que ela lhe dissera e por em uma balança, porque ele sabia que era real, ela não havia lhe mentido sobre ser uma vampira nem nada assim, então porque ele não haveria de continuar acreditando em suas palavras?
- Eu – ele gaguejou – Eu posso acreditar em você...
Isso era tudo que ela precisava ouvir.