The Boy On The Garden escrita por Zelda


Capítulo 2
Bolos, caixas e despedidas


Notas iniciais do capítulo

Emma relembra fantasmas do seu passado e lida com o impasse de viajar e deixar seus amigos



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BOM DIA aniversariante! - Acordei com a cara feliz da minha mãe em cima de mim – Alguém tá ficando velhinha.

– Mãe, por favor – falei dando um sorriso a abraçando – Certo, agora.. Meu presente!

– Que interesseira! Aqui está.

Peguei a caixinha, ela era rosa com umas bolinhas brancas e cheia de glitter por dentro (serio?). Quando eu abri fiquei surpresa: era um colar lindo, bem simples, porém lindo. O colar tinha a corrente dourada e um pingentezinho de coruja com os olhinhos brilhantes. Eu simplesmente amei.

– Ah mãe, obrigada. Obrigada mesmo, é lindo. Amei, amei.

– Que bom que gostou. Queria ter condições de lhe dar algo melhor, mas minhas condições no momento na ajudam, mas eu prometo que ano que vem vai ser diferente.

– Mãe, deixa disso! Eu amei, serio! É lindo – Eu falei e ela sorriu, podia ser impressão, mas pareci ter visto seus olhos lacrimejarem um pouco.

– Meu amor – Ela disse olhando para o relógio - agora tenho que ir, vou ver o comprador da casa.

– Ok.

Coloquei o colar e fui me arrumar para a escola. No banho eu tive tempo de pensar em como as coisas haviam mudado. Há três anos estava eu, minha mãe e meu pai comemorando o meu aniversário. Fizemos um jantar “a la Jason”, que era o meu pai. Foi um dia muito divertido, estávamos muito felizes, mas essa felicidade não durou muito mais. Três meses depois eu e meu pai começamos a brigar, mas não briguinhas bestas, brigas sérias... Não demorou muito depois disso. Eu sentia que nossa relação estava morrendo, se acabando lentamente. As brigas surgiam do nada, sem motivos. Notas, atrasos... GRITOS. Sentia muita raiva e queria o fim daquilo, eu queria fazer alguma coisa, euprecisava. Nós eramos completos estranho, não conversávamos, nem sequer trocávamos olhares.. Depois de 5 meses de briga, eu finalmente explodi. Sabe aquela frase cuidado com o que você deseja? Pois bem! Tivemos uma briga, uma ultima briga, a mais seria de todas. "Eu odeio você" "Por que você não morre?", saíram de minha boca antes de eu me dar conta, tapei-a imediatamente, tentando trazê-las de volta para minha boca, mas já era tarde de mais. Ele estava me olhando, olhos marejados, não teve coragem de responder. Seu semblante tornou-se dor, ele elevou as mãos até o seu coração... Ele sofria de pressão alta, o resto você já pode imaginar.

Corremos para o Hospital, fiquei ao lado de fora agonizando na minha culpa e então, o médico chegou e chamou-me para entrar no quarto. Logo a princípio avistei minha mãe, estava jogada no chão, não tinha mais forças nem para fechar os olhos.. E então, eu entendi, já era tarde de mais, não para minhas palavras estúpidas, sim para a vida dele, meu pai se fora e eu nem sequer tive a chance lhe dizer adeus, de me desculpar ou de lhe dizer que eu o amava mais que tudo e que eu sonhava que num futuro próximo pudéssemos olhar para nossas brigas e rir de tudo aquilo "Como fomos bobos" dizendo entre risadas. Minha mãe estava acabada, já eu não chorei, não descia uma lágrima sequer, eu não tinha reação.

Uma gota d'água me trouxe a realidade, saí de meu mar de pensamentos e foquei no banho. Desde o acontecido não consigo chorar, nunca tenho reações. Talvez não fosse tão ruim assim sair. Seria bom para minha mãe e eu poderia parar de pensar um pouco no meu pai, me afastar daquele local.

(...)

Cheguei na escola e, como sempre, não estava nem um pouco afim de ir para a aula. A Anne estava na entrada me esperando e quando me viu abriu o maior sorrido do mundo. Eu gosto quando estou com ela, a Anne consegue fazer eu me esquecer de tudo e ficar apenas feliz.

– Olha quem chegou! – A Anne veio correndo na minha direção com uma caixa e-n-o-r-m-e – Parabéns, muitos anos de vida, muito chocolate, meninos gatos...

– Meu Deus do céu – Falei rindo a abraçando a Anne, como eu amo essa garota – Obrigada, você é a melhor amiga do mundo.

– Eu sei. Vem cá. Abre o meu presente.

A Anne me arrastou pelo pátio da escola até chegarmos a uns bancos, lá sentamos e eu abri o presente dela. Ela um scrapbook com várias fotos nossas e vários textinhos. Lá tinha fotos de quando a gente era bebê, eu e a Anne nos conhecemos a muito tempo.

Eu ia passando as fotos e me lembrando de todas aquelas datas, tantas memórias... Como eu queria que aquilo tudo durasse para sempre.

– Anne, eu... Eu nem sei o que falar, o presente é maravilhoso eu, amei muito.

– Ah, eu sei – Ela falou com um sorriso bobo – Fiz para você se lembrar de mim lá em Londres

Eu sorri torto, então ela já sabia...

– Ah, então você sabe...Quem lhe disse?

– No dia da ligação eu sabia que tinha algo de errado, mas você não me contou. Então fui até sua mãe

– Golpe baixo

– Eu tenho meus meios – Ela sorriu.

– Eu nunca vou me esquecer de você, você sabe né? Eu te amo.

– Eu também amo você!

O Dan e a Lu chegaram, me deram os parabéns e ficamos juntos conversando até o começo da aula. O restante do dia foi bem normal como todos os dias, só que com alguns cumprimentos a mais.

Uma semana depois tudo já estava pronto para a viagem. Minha mãe já tinha me transferido, vendido a casa, empacotado tudo, mas o pior mesmo foi ter que me despedir dos meus amigos. Eu não sou boa com despedidas, geralmente elas acabam com muito choro, e eu não sou o tipo de pessoa que gosta de chorar. Estávamos todos no aeroporto. Me despedi de todos, menos da Anne,sabia que ela seria a mais difícil. Deixei-a por ultimo.

– Então.. Parece que é isso – Falei encarando o chão, sabia que se olhasse para ela não suportaria.

– Ei, não se preocupa.Você sempre foi minha melhor amiga e sempre vai ser, não importa o quão longe esteja. Vamos nos ver logo

– OK, obrigada por me fazer quebrar a promessa de que não ia chorar. - Eu a abracei, e chorei pensando no quando ia demorar para vê-la de novo. Somos amigas desde que eu era apenas um bebê, isso não é justo – Você também sempre foi minha melhor amiga, eu te amo.

– Eu também te amo, e acho bom você me escrever viu?

– Te mando um inbox e olhe lá. Nós duas rimos e então alguém falou "Ultima chamada para Londres, Inglaterra. Portão A". E essa foi a minha deixa, seguimos para o portão e entramos no avião com o destino para a minha infelicidade


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal, tudo bom?
Segundo cap da fic, espero que gostem!
Por favor, se lerem e gostarem recomendem e favoritem, ajuda muito para pessoas como eu que estão começando.
Comentem também, obrigada