The Boy On The Garden escrita por Zelda


Capítulo 1
O Começo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/567611/chapter/1

Não posso dizer que não estava com medo. Ir para uma nova cidade e um colégio onde não se conhece ninguém não é uma coisa que eu adicionaria a minha lista de atividades - se eu tivesse uma, obviamente - mas o fato em questão é que ninguém gosta de ser a novata, a caloura, seja lá como quiser chamar sempre vai ter o mesmo significado; sou uma intrusa.
Fui transferida, ou melhor, arrancada da minha antiga cidade Banff, no Canadá. Eu sei, parece alguém espirrando. Nada se comprara a tranquilidade de lá, isso sem falar na hospitalidade das pessoas. Apesar se estar no interior tem uns dos mais belos pontos turísticos do mundo - pelo menos para mim- . Seus lagos cristalinos, suas montanhas... Uma lista de perfeição que não acaba.
Estava tudo muito perfeito, um dia normal na minha escola com minha amiga Anne, até eu receber a ligação superanimada da minha mãe. Ela gritava igual a uma louca dizendo “Eu não acredito. Conseguimos mesmo” “Estou tão feliz”. A princípio eu fiquei confusa, mas afinal, quem consegue entender algo enquanto gritam ao seu ouvido? Depois de um século de gritos e comemorações eu finalmente entendi o que tinha deixado minha mãe tão histérica. Ela finalmente havia conseguido o tal emprego que ela tanto falara nos últimos meses. Eu deveria ter ficado feliz por ela ser inteligente o suficiente para ser chamada, mas, cá entre nós, quem fica feliz em saber que vai sair da sua cidade e abandonar todos os que conhece?
– Então, vai me contar porque essa cara? - Falou Anne, eu tinha até me esquecido que ela estava ali
– Ahn, nada de mais! Não se preocupe – Ela não pareceu convencida, mas resolveu não perguntar mais.
– Certo, se você diz... Vamos, vai começar a aula.
Juntas fomos até a sala de aula. Em toda minha vida eu nunca desejei que a aula durasse tanto - talvez no dia em que nosso professor de história ficou doente e foi substituído por um outro MUITO gato -. Eu só não queria ter que voltar pra casa ouvir minha mãe e os planos dela para o futuro. Isso sem contar com a bagunça, ter que arrumar todas as coisas, as malas e, é claro, a lembrança que eu não voltaria por tão cedo.
O tempo pareceu não dar muita importância ao meu querer, ele andou mais rápido do que nunca. No caminho para casa me despedi de Anne, eu ainda não criei coragem de contar a ela. Não sou boa em despedidas.
– Por que as coisas não podiam continuar como estão? – Falei com a pedra que estava na calçada, ela não respondeu - Por que minha mãe não pode conseguir uma oportunidade de trabalho aqui? Mas é claro que não, temos que nos mudar, sair daqui “você faz amizades novas” é o que ela diz, “se a amizade for verdadeira continua”. Não importa quantos argumentos eu usasse, ela sempre tinha uma resposta.
Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, eu só não queria ter que conversar, mas o mundo parecia não estar me dando ouvidos hoje.
– Querida? – Falou minha mãe entrando no quarto e sentando-se na minha cama – Hoje mais cedo não tivemos a oportunidade de conversar direito – Até porque ela só ficava gritando – Queria que você entendesse que isso vai ser bom para..
– Para nós – cortei-a – Que vamos ter novas oportunidades, fazer novas amizades, lá tem muitas escolas boas e muito lugares que eu sei que você vai amar e tal. Eu sei mãe, você já falou isso. – e foi mais de uma vez – Só queria que você entendesse que isso é difícil para mim. Ninguém gosta de abandonar sua vida, seus amigos, sua escola. Eu nunca saí daqui de Banff, estou aqui desde que nasci, eu meio que criei raízes.
– Mas nós podemos voltar, amor. É só temporário, desde que seu pai morreu as coisas tem ficado difíceis. Foi muita sorte eu ter conseguido essa vaga. Filha, o Royal Hospital é uns dos melhores hospitais da Inglaterra, conseguir uma vaga como médica lá é muito difícil. Sem falar que vão me pagar muito bem.
Eu não queria conversar mais, não tinha mais o que argumentar. Talvez eu estivesse sendo egoísta e só olhando o meu lado, talvez fosse ser bom para a gente sair mesmo da cidade, ir para um outro lugar, começar de novo. E então eu pensava nos meus amigos e em tudo que eu ia perder, a cidade e tal. Sem falar que a Inglaterra não é um dos lugares que eu colocaria como principal em minha lista de lugares para visitar. Sempre ache esse país muito sem graça.
– Olha – retomou a minha mãe – , descansa um pouco. Vou resolver a papelada, semana que vem a gente já pode ir. Só tenho quer ver a casa, como empacotar tudo, as malas, sua transferência... Meu Deus, muita coisa mesmo. – Ela sorriu e eu dei um sorriso que saiu mais forçado do que eu queria. Ela me abraçou e saiu do quarto. Fiz o que ela pediu, afinal, estava mesmo cansada. Tomei um banho e dormi um pouco. Acordei já eram umas duas da tarde, minha mãe estava na cozinha lavando uns pratos, quando ela me viu disse para eu ir almoçar e foi o que fiz, do jeito que eu estava podia comer um elefante inteiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá, pessoal! Essa é a minha primeira fanfiction e estou um tanto apreensiva em relação á reação de vocês.Espero que tenham gostado do primeiro capítulo, e em breve estarei postando o segunda.Beijão



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Boy On The Garden" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.