Paixão Sem Limites escrita por Tekilaz


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo como presente de natal.
Um beijo especial para Nina pela recomendação! Muack

Boa leitura!!



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[ por Estevão ]

Fiquei horrorizado ao ver Maria desmaiar nos braços de Heitor. A princípio, estava surpreso por ver Alba parada me olhando com perplexidade como se eu fosse um fantasma. Talvez tenha sido o choque de ter me visto ali com minha família ao invés de estar apodrecendo numa cela suja. Mas Alba era o que menos me importava; corri para junto de Maria, ajudei Heitor a depositá-la no sofá. Ela estava pálida e fria. Não podia perdê-la! Na noite anterior, ela estava bem inclusive na mesa de café. Não! Ela não podia estar doente. Tinha que haver uma explicação.

– Maria, Maria – chamei desesperado enquanto tocava seu rosto–, meu amor, desperta!

– Mamãe – Estrella estava ao lado da mãe, chorando. – Por favor, maezinha, volte.

Imediatamente, levantei com ela nos braços e avancei em direção à porta.

– Vamos ao hospital – disse virando-me para fitar Estrella. – Pegue sua bolsa, filha. Vamos.

– Eu também vou – Heitor passou por mim e abriu a porta.

Ignorei Alba totalmente! Passei por ela sem lhe dirigir a palavra. Ela continuava estática, sem reação. Não dei muita importância. Heitor conduzia o carro com Estrella ao lado; Maria estava em meus braços no banco detrás. Lentamente, ela abriu os olhos. Parecia confusa, fitou-me intensamente.

– Estevão, meu amor – chamou por mim com voz trêmula –, não está com raiva de mim?

A pergunta de Maria era sem lógica, não entendi o porquê. Com raiva dela? Jamais! Estava aliviado por ela ter voltado do desmaio.

– Que pergunta tola, meu amor – tranquilizei apertando-a contra meu peito, ela também me abraçou com força. – É claro que não. Estava muito preocupado, não volte a me assustar assim novamente. Te proíbo, sra San Roman.

– Oh, Estevão, eu sinto muito – ela me fitou e me deu um selinho. – Já passou, eu estou bem...

– Nada disso, mamãe – Estrella interveio. – A senhora vai se consultar com um médico.

– A maninha tem razão, mãe – Heitor reforçou sem desviar a atenção do trânsito. – Temos que averiguar porque desmaiou...

– E aproveitando que vamos ao hospital, não custa nada marcar uma consulta...

– Os três querem parar? – Maria me interrompeu, parecia um pouco irritada. – Não sou mais nenhuma criança! Já disse que estou bem. Eu sei que tive...

– Sabe? E o que é, então? – quis saber.

– Nada demais! Apenas tive um desmaio. É normal!

– Maria!!! Como pode dizer isso com tanta naturalidade? É claro que não é normal. Irá ao médico, nem que eu tenha que te levar nas costas.

– Você não se atreveria?

– Pode apostar que sim. Pelo seu bem-estar faria qualquer coisa...

– Está bem – cedeu finalmente. – Irei ao médico na próxima semana.

– Hoje, Maria.

– Na próxima ou nada feito!

Era difícil lidar com minha esposa, mas pelo menos aceitou ver um médico ainda que fosse em outro dia. Chegamos ao hospital e ao invés de socorrer a Maria como havia sido a intenção, acabamos levando Estrella na área de oncologia. O médico pareceu surpreso ao me ver do lado de minha princesa que já estava deitada no leito.

– Eu não sabia que seu pai estava vivo, Estrella – disse o doutor depois que fomos apresentados.

Fiquei surpreso! Eu nunca estive morto!

– Estive longe por um tempo por alguns problemas pessoais mas voltei para junto da minha família e não vou abandonar minha filha. Agora mais que nunca, ela precisa de mim.

– Muito bem, sr San Roman. Será muito mais fácil para Estrella ter o apoio de toda a família. Agora só nos resta encontrar um doador compatível. O senhor deveria fazer o teste de compatibilidade. As chances de um pai ser compatível são míninas, mas todas as possibilidades devem ser levadas em consideração.

Fiquei com o coração na boca. Havia uma chance! Eu! Eu poderia ser o doador de minha filha! Eu poderia tirá-la daquela agonia muito mais cedo. E não havia pensado nisso. Tantas coisas aconteceram que não me dei conta desse pequeno detalhe que poderia ser a solução de tudo. Fitei Maria, ela estava com os olhos marejados e com as mãos em forma de prece em frente à boca. Desviei o olhar para Estrella, ela me encarava com um misto de esperança e súplica. E então voltei minha atenção para o doutor que aguardava minha resposta.

– Façamos esse teste o mais rápido possível. Não quero esperar nenhum minuto mais.

.

[ Por Maria ]

Confesso que nunca havia pensado na possibilidade de Estevão ser o doador. Era raríssimo o pai ser compatível mas sempre pode haver uma surpresa. Por isso, estava de joelhos na capela do hospital rogando à Virgem de Guadalupe para que o teste fosse favorável a nós. Não queria mais ver minha pequena triste, confinada num leito de hospital ou em seu quarto em casa sem poder sair com os amigos, sem poder curtir sua juventude, sem poder viver. Com Estrella curada, minha família poderia ser feliz, poderia contar a Estevão as mentiras do passado. Lembrei-me do incidente em casa pela manhã. Tanto foi minha angústia que terminei desmaiando e assim com o susto que dei, evitei o pior. Tinha que falar com ele o quanto antes. Não podia contar com a solidariedade de minha tia. Alba não teria compaixão de mim, faria de tudo para tentar nos atrapalhar. Resvolvi que depois do resultado do teste, sairia com Estevão e diria tudo de uma vez.

Sim, era o correto!

Só esperava ser compreendida, não queria que meu marido ficasse com raiva de mim. Mas seria um risco que iria correr.

Depois de minhas orações, voltei para junto de Estrella. Heitor apenas nos deixou no hospital e dirigiu-se para a empresa. Então só estava eu e Estevão com Estrella.

Já no quarto, Estevão retornou dos testes. Teríamos que esperar um pouco para saber o resultado.

– Já se consultou com algum médico, Maria? – ele se dirigiu a mim ao entrar.

– Ainda não – eu já sabia que não estava doente; desmaiei de medo por isso não tinha vontade de fazer exames. – Já disse que na próxima semana...

– Humm – ele murmurou fitando-me intensamente, então eu soube que ele desconfiava de mim, não consegui controlar um sorrissinho. – Maria, Maria... eu mesmo vou te levar...

– Não, não. Prometo que vou, não estou mentindo.

– Acho bom! – ele então virou-se para Estrella. – E você, meu amor, como está?

– Enjoada – respondeu com voz chorosa – e ansiosa também.

– Não fique assim. Não é bom. Fique tranquila e aguarde os resultados.

– Está bem. Vocês não iam de compras?

– Não queríamos te deixar sozinha, meu amor – aproximei-me e ajeitei algumas mechas de cabelos de Estrella que caíam-lhe pelo rosto.

– Mas vou ficar bem e creio que vou dormir – ela tentou nos tranquilizar. – Então podem ir sem receio.

– Tem certeza? – perguntou Estevão. – Eu não queria te deixar aqui sozinha.

Ela riu e estendeu os braços para o pai, ele chegou mais perto e a abraçou beijando seu rostinho pálido.

– Podem ir – repetiu. – Eu quero dormir e vcs estão atrapalhando – brincou piscando para mim. Estrella queria que os pais tivessem um tempo a sós.

E assim deixamos Estrella dormindo antes de sairmos de compras. Fomos a uma loja de roupas masculinas. Enquanto Estevao experimentava vários pares de roupas, eu estava sentada num sofá admirando como meu marido desfilava para mim vários modelos. Alguns aprovava, outros não. Até que ele me chamou para ajudá-lo com uma peça. Eu, inocentemente, entrei e tal qual foi minha surpresa quando Estevão me empurrou contra a parede do pequeno cubículo. Ele abafou meu grito com a mão.

– Shhh – retirou a mão devagar como se tivesse medo que eu gritasse novamente. – Não faça barulho!!

– Você está louco? Alguém pode entrar. Solte-me – ordenei sem muita convicção pois ao sentir aquele corpo enorme me pressionando, minhas pernas ficaram trêmulas e uma corrente elétrica percorreu meu corpo, incendiando-me.

– Não – negou com a boca em meu ouvido, senti seu hálito quente me provocando. – Te desejo, não posso esperar.

– Aqui não – mal conseguia sussurar uma negativa pois seus lábios percorreram o lóbulo de minha orelha, abri a boca num gemido, agarrei-me às suas costas para me sustentar em pé; apesar de estar sendo esmagada contra a parede, estava sem equilíbrio.

Abri as pernas involuntariamente quando senti sua ereção, então ele levantou minha coxa para que tivéssemos uma posição mais cômoda. Suspirei, arqueando meu corpo. Estava com um fogo em minhas entranhas que tudo que queria era Estevão me penetrando, acalmando essa necessidade que tinha dele. Já não importava o lugar proibido, tudo o que queria era estar com ele. Levei minha boca de encontro à sua para um beijo devastador, e se ainda existia alguma resistência de minha parte caiu no momento que a língua de Estevão tocou a minha. Ele era tão doce, tão viciante e tão gostoso que não existia mais nada além de mim e ele e nosso momento de paixao desenfreada. Logo senti seus lábios descendo pelo meu pescoço e aterrissou no decote do meu terninho. Abriu alguns botões, mas antes que meus seios fossem libertos, ouvimos a voz da vendedora nos chamando.

– Estamos aqui – Estevão respondeu com voz calma enquanto aboatava meu terninho com maestria. – Maria está me ajudando com uma camisa, já estamos saindo.

Mal conseguia articular uma palavra, ainda estava alterada com a boca aberta. Se não fosse a interrupção da moça, teríamos feito amor ali mesmo porque eu não tinha forças para negar esse desejo que me consumia. Respirei fundo e saí. A moça se deu conta mas dissimulou. Ainda estava excitada quando minutos mais tarde, saíamos da loja. Estevão colocou todas as bolsas no carro e em silêncio nos dirigimos ao hospital onde os resultados dos testes de Estevão nos aguardava.


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Notas finais do capítulo

Com os compromissos de fim de ano fica meio complicado.
Minha mulher vai me querer todinho para ela, então vou demorar um pouco a postar
Um beijo!
Comentem!
Feliz Natal!! hohoho



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