P.O.V. Arthur

Depois de a Julia e eu resolvemos ficar juntos fomos pro teatro, la o pessoal ficou animados e querendo saber o que aconteceu entre a gente pra aquilo ter acontecido, a professora por sorte nossa deixou nos irmos pra casa pra passar a noite com nossos pais, mas como minha mama não estava na cidade e os pais da Julia estavam mortos fomos fazer meio que um tour pela cidade com meu carro.

–amor?

–sim

–podemos passar na minha ex casa?

–claro, onde fica

A Julia me deu o endereço e eu fui ate la, quando chegamos no bairro ela virou pro lado pra ver as casas pela janela parecendo que estava reconhecendo aquilo como se não voltasse pra aquele bairro a muito tempo, muito mais tempo do que o que ela ficou fora. Eu parei em frente a casa que ela disse que era a sua e descemos, a casa estava toda destruída pelo fogo, tudo em cinzas, com partes da casa faltando, tudo estava realmente destruído, nada sobrara daquele incêndio.

–eu me lembro como se fosse ontem eu colocando fogo nessa casa e depois sendo levada dela, eu sendo esfaqueada nela, eu sorrindo e chorando também –Julia me disse olhando atentamente pra casa

Eu a abracei por trás e ela encostou a cabeça no meu peito, senti que ela começou a chorar então a virei para que ficasse de frente a mim, limpei sua lagrima e depois selei nossos lábios com um beijo, nos afastamos e eu disse a ela com nossas mãos dadas

–eu quero te mostrar uma coisa que é muito importante pra mim

El assentiu com a cabeça e em seguida entramos no carro, comecei a dirigir em direção a costa que é onde fica meu lugar preferido no mundo, na casa de praia dos meus pai que passaram pro meu irmão antes dele morrer que agora é meu. Chegando eu sai do carro como a Julia, ela olhava pra todos os lugares, observando tudo a sua volta, eu peguei sua mão e fomos em direção a varanda de trás da casa que é em frente a praia, subimos na varanda de teto de vidro e sentamos na cadeira de balanço que estava la.

–esse é meu lugar favorito em todo o mundo

–é lindo esse lugar, é do seus pais?

–era, depois passaram pro meu irmão e depois que ele morreu ficou pra mim

–é incrível, eu iria adorar morar aqui

–eu ainda vou um dia, e espero que nesse dia estejamos juntos

Nos beijamos outra vez, um beijo lento e calmo, doce e por mais que eu quisesse um beijo mais feroz com ela esse era um momento que o melhor a se fazer é ter um beijo calma ainda mais pela pessoa que você esta apaixonado. Quando nos separamos olhamos pra cima pra ver as estrelas pelo teto de vidro, naquele momento eu senti que precisava contar a ela o que ouve com meu irmão mais o medo invadiu o meu coração, eu não sabia o que iria acontecer depois que eu contasse pra ela sobre o que aconteceu, eu não sabia se ela ia me julgar me chamando de maluco e nunca mais falando comigo, mas eu sabia que tinha que contar e por mais que me machucasse saber que talvez ela nunca mais olhe pra mim eu te correr esse risco.

–estávamos num parque de diversões fechado quando tudo aconteceu... –eu comecei a contar olhando pra praia, ela se virou pra mim e pude sentir seu olhar querendo saber mais sobre mim

–eu e o Nick resolvemos invadir o parque de madrugada pra descobrir se tinha algum segredo naquele parque, estava escuro so tínhamos uma lanterna e um ao outro, vimos tudo que tinha la mas não achamos nada ate chegarmos na barraca do dono de tudo la, nunca devíamos ter entrado ou sequer visto o que vimos. O dono do parque... ele estava... eu não sei direito o que era so sei que era uma criatura muito feia, eu acho que era um demônio... eu sei que parece loucura mas essa era minha única explicação, quando o dono viu nos dois ele deixou um livro grosso e antigo cair no chão, quando li o que tinha na capa eu simplesmente não acreditei no que via... era um livro de magia negra...pra invocar demônios. Eu e meu irmão saímos correndo mas o demônio foi mais rápido, ele chegou na nossa frente e falou alguma coisa em latim eu acho, depois abriu o sorriso demoníaco dele e fez meu irmão queimar, ele gritava de dor e eu não podia fazer nada, ele me pediu pra nunca contar nada a ninguém ainda gritando de dor e quando ele já estava morto eu tentei matar o demônio mas ele acabou escapando, eu chorei e chorei e quando a policia chegou colocaram a culpa em mim por ter matado meu irmão. Eu nunca faria isso eu o amava mas ninguém acreditava, depois disso me mandaram pro reformatório mas eu sempre brigava com alguém então saia de la, todo ano era a mesma coisa ate conhecer você, eu nunca contei essa historia a ninguém mais eu sinto que eu posso confiar em você por estar apaixonado por você, eu quebrei a promessa que fiz ao meu irmão por que eu te amo muito e nunca vou desistir de você.

Ela ficou me olhando e depois me abraçou, eu achei estranho no começo mais depois retribui, ela me deu um selinho demorado e depois levantou estendendo a mão.

–vem vamos dormir, eu estou cansada

Entramos na casa de praia com a chave reserva que eu tinha e fomos para o quarto, ela deitou na cama e eu deitei ao seu lado a abraçando, depois de 10 minutos pensando no que acabou de acontecer eu dormi.