Victorie escrita por Tom


Capítulo 1
Um poema em prosa, uma prosa em versos


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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Essa história não é sobre nenhuma heroína. Também não contará sobre um grande amor ou um grande erro. Pelo contrário, essa história é sobre uma garota como todas as outras, talvez - e apenas -, com um único problema: sonhar demais.

Torie havia sido diagnosticada com autismo no início de sua vida. Sua mãe, inconformada com o jeito de ser da filha, ia atrás de médicos e médicos para que eles pudessem sanar esse problema. Mas não era possível.

Não é como se houvesse alguma cura.

O último médico com quem a jovem teve contato foi o Dr. Paulinson. Este, tão novo e tão inexperiente, ficou encantado com a garota. Enquanto todos insistiam em chamá-la de "Torie", ele via prazer em lhe proferir o nome todo: Victorie. Gostava do som, do gesto que sua boca fazia ao dizê-lo.

Ele se tornou um curioso diante aquela garota. Sabia que sua baixa estatura, seus cabelos loiros e seus olhos castanhos (que viviam em completa harmonia) não eram nada, simplesmente nada, comparados ao tamanho de sua mente. Porque o doutor sabia, e tinha certeza, que quando o olhar da menina se perdia é porque algo grandioso estava acontecendo dentro dela.

E ele anotava em seu diário:

"Para ela o mundo era grande demais, perigoso demais. Mas mesmo sendo tão pequena, desvendava cada canto possível dessa imensidão.

Ela também era uma imensidão."

–--x---

A primeira sessão não tardou a acontecer. Era uma terça-feira chuvosa, onde pessoas corriam para se proteger das gotículas de água que caiam do céu. Enquanto Paulinson tentava conversar com Victorie, retirar alguma informação da mesma, a menina só tinha olhos para a porta de vidro enorme que se abria para a sacada do consultório. O doutor seguiu o olhar da garota e notou que a chuva batia com força, como se pedisse passagem para entrar e se deitar no divã querendo uma consulta também.

– Ela quer entrar. - Victorie disse em voz baixa. Levantou-se calmamente de sua poltrona e foi até lá com um sorriso nos lábios. O doutor se encantou ao ouvi-la falar, tanto que se perdeu antes de evitar o que Torie estava prestes a fazer. Ela abriu as portas duplas e a chuva chicoteou contra o seu rosto.

Mas ela não se importou.

Ela não se importou.

Abriu os braços e adiantou alguns passos. Ria como uma criança que tomava um gostoso banho de chuva. Sem medos, sem receios. E o doutor apenas observou a pureza daquela imagem e em como Victorie parecia ter o mundo só para ela naquele momento.

E ele anotava em seu diário:

"Uma imensidão de pensamentos, de vontades, de curiosidades, de sonhos."

–-x--

Não é preciso dizer que a menina pegou uma gripe depois disso. Dr. Paulinson ficou pelo menos duas horas para explicar o ocorrido para a Sra. Ferwall que simplesmente não entendia como ele havia deixado uma coisa dessas acontecer. Mas ele também não conseguia entender como pudera ter deixado aquilo.

– Victorie precisa de mais contato com as coisas, com as pessoas, senhora. - ele disse pela milésima vez naqueles últimos minutos. Enquanto tentava dialogar de forma calma com a mãe, ela apenas se importava em gritar.

– Eu não quero saber! - berrou e bateu a mão sobre o tampo da mesa de madeira. Um pouco mais atrás, Torie parecia se perder em um mundo paralelo, sem se importar com a gritaria da discussão. Por segundos a atenção do doutor ficou toda focada nela, mas então se lembrou da mulher a sua frente. - Ela está mais doente que o normal. Olhe só! - apontou para a menina, que havia tirado um caderninho e uma caneta azul de algum lugar. Paulinson olhou e tentou suprimir um sorriso.

– Não se preocupe, senhora Ferwall. Ela ficará boa logo. - disse com convicção. A mulher o olhou desconfiada, mas a ideia de ficar longe da filha parecia ser uma oferta melhor. Levantou-se da cadeira, bufando, e seguiu para fora do cômodo.

Aquele era o terceiro dia de consulta.

Foi só a mãe se retirar que Torie pareceu sair de seu torpor, pelo menos em partes. Ela foi até o local na onde a mais velha havia sentado e lá se instalou. Lançou um sorriso gentil pro médico, que lhe lançou um olhar curioso. Não se conteve e então apontou com o queixo para o caderninho na mão da garota.

– O que é isso? - perguntou em voz baixa. A menina franziu as sobrancelhas e olhou para o doutor, confusa.

– Isso o quê?

– O... Ahn... Caderninho.

– Que caderninho?

Dr. Paulinson não conseguiu entender. Tinha certeza de que não estava louco e que havia mesmo um caderno nas mãos da menina. Mas bom, ele resolveu deixar aquilo de lado. Estava mais interessado em sua reação enquanto na presença da mãe. Torie parecia ter se “ausentado”. Ele entrelaçou os próprios dedos e se escorou na cadeira.

– Pois bem. O que você tem a me contar? - aquela foi a deixa depois de três dias de tentativas. Paulinson havia tentado retirar da garota qualquer informação, mas ela ficava calada ou simplesmente fazia coisas esquisitas. Dessa vez não. Algo nela pareceu mudar, como se agora a garota confiasse no doutor para dizer algumas das coisas que se passavam na sua mente confusa. Victorie começou a falar sobre outras pessoas, e outros lugares. Uma tal de "Amerie" que frequentemente estava em seus pensamentos. Dizia que sempre se encontrava com ela em noites silenciosas para tomar um chá. Victorie contava sobre o seu dia sem graça, Amerie lhe falava sobre como estava atarefada.

Mas mesmo assim, Paulinson teria que ser um multitarefas. Ao mesmo tempo que queria ouvir o que a garota tinha a contar, ele deveria pensar também em sua casa e na sua família, no fato de que teria que ganhar mais para suprir os luxos de sua mulher e de seus filhos. Muito mais dinheiro, era disso que ele precisava. Resmungou alguma coisa sobre como a vida estava difícil e perdeu parte da atenção que tinha na jovem.

Quando ele ia pegar uma caneta para fazer anotações clínicas sobre ela, coisa de rotina e que fazia desde o início das sessões, Torie calou bruscamente.

– O que foi, Victorie? - o homem perguntou em voz baixa. A jovem o olhou com seus olhos escuros de maneira intensa, mas logo o brilho sumiu deles. Ela baixou o olhar para o próprio caderninho. Fungou, porque seu nariz escorria.

– Pessoas adultas não me agradam. - falou simplesmente. E no resto da consulta ela se concentrou em pintar dois pares de olhos azuis elétricos. O doutor, arrependido, tentou mover a garota para uma conversa novamente, mas Torie havia se perdido em seu mundo paralelo. Ele sacodiu a cabeça para limpar as ideias, mas as palavras da menina ainda estavam ali.

"Pessoas adultas não me agradam".

O homem olhou para os escritos clínicos que havia anotado sobre ela no decorrer daquele dia e dos outros e os rasgou. Depois tentou livrar a sua mente de seus problemas familiares e de suas ambições ridículas. Uma coisa era certa: se ele quisesse se aproximar da jovem, se tornar seu amigo, não era como um médico preocupado com o dinheiro que receberia depois da consulta que conseguiria isso.

E ele anotava em seu diário:

"Eu já ouvi falar de pessoas de todos os tipos, de todas as nacionalidades, de todas as cores. Mas existia essa, em especial, que chamava minha atenção.

Seu nome era Victorie."

–--x---

No quinto dia de consulta as coisas já estavam melhores. O sorriso de Victorie estava ali novamente, mesmo que mais tímido e reprimido do que o de dois dias atrás. Paulinson chamou a garota para que fossem até um canto do cômodo, local onde ele instalara uma mesa com o intuito de criar um clima mais amigável. A menina pareceu gostar, porque se acomodou na cadeira sem nenhuma hesitação.

– Você estava me falando sobre Amerie no outro dia. - o doutor começou, como quem não quer nada. Mas pelo contrário, ele queria tudo! - Pode falar mais dela, se quiser. - ele esperava uma reação como a da última vez, onde Torie começaria a falar pelos cotovelos.

– Não, muito obrigada. - a garota disse, contrariando as expectativas do homem. Ele ergueu as sobrancelhas e abriu a boca para dizer algo, mas pensou melhor e se ocupou em servir um pouco de suco. - Ela está aqui, aliás. Disse que me acompanharia hoje.

– Está, é? Onde? - o médico perguntou mais por educação do que curiosidade. Sabia que o autismo é quem falava mais alto agora. Torie olhou para o lado esquerdo do homem, como se indicasse que a outra estaria ali.

– Do seu lado, bobo! Não vê? - a jovem perguntou, sorrindo para o doutor como se ele fosse uma criança desentendida das coisas. O médico olhou o local ao redor, a menina e o espaço vago ao seu lado. Um mundo invisível? Um amigo invisível?

Uma mente grande. Uma criatividade ainda maior.

– Ah, sim. Um prazer conhecê-la, Amerie. - educadamente ele fez um aceno com a cabeça, em cumprimento. - Por que ela resolveu te acompanhar hoje?

– Amerie é curiosa. Eu disse que o senhor era bonitão e ela quis ver com os próprios olhos. - Torie soltou uma risada e tomou um pouco de seu suco. Paulinson olhou para a menina sem acreditar e riu com ela.

Conversaram um pouco mais, mas era difícil para que o homem mantivesse uma linha de raciocínio quando se tratava de Victorie. Ela sempre o surpreendia, em todas as hipóteses. Quando não era com uma ação, eram com palavras.

– Ame quer te dar um presente. – falou em voz baixa. Ela pegou algo sobre a mesa, algo imaterial, e pôs na mão do médico. Ele franziu as sobrancelhas totalmente confuso sobre a forma que deveria reagir diante o nada que existia na palma de sua mão. Ele gaguejou um “obrigado”, mas Torie sequer entendeu as implicações que haviam naquela palavra. Ela lhe sorriu. – Coloque na água, para não murchar.

Uma flor invisível?

E ele anotava em seu diário:

"Em seu próprio mundo, com suas próprias pessoas e seus próprios desejos, Victorie se tornava um enigma para mim.

Mas era exatamente isso o que me encantava.

Ela era um mistério que nunca seria desvendado."

–--x---

Na décima consulta, os dois já estavam bem próximos, se é que se pode dizer assim. Ele ainda não entendia nada do que se passava na cabeça daquela garota, mas a cada dia se sentia impelido a ir cada vez mais fundo. Mesmo que ainda existisse uma barreira extensa entre os dois. De qualquer forma...

Victorie conseguiu ensinar a ele uma nova forma de ver o mundo. Paulinson conseguiu ensinar a ela que um bom suco se faz com poucas colheradas de açúcar.

Victorie conseguiu mostrar a ele que nunca seria tarde para ser criança novamente. Paulinson conseguiu mostrar a ela qual era a forma certa de se amarrar um cadarço de tênis.

E assim eles seguiram, trocando experiências. Ele percebeu algumas coisas, até, como o fato de a garota se distanciar todas as vezes em que o clima ficava "adulto" demais. E não no sentido “maior para dezoito anos”, caso tenha pensado nisso, mas no sentido de algumas vezes uma pessoa não possuir mais a sua infância, seu lado de criança.

– É quando os reais sonhos não existem mais. Os sonhos bons, entende? Aqueles que valem a pena. Então por que eu ficaria num lugar sem sonhos? Não tem graça. - disse ela um dia, de repente. O médico não entendeu de primeira, mas depois sua mente foi relacionando os fatos. Ele concordou com ela depois de um momento de reflexão. E por fim, se perguntou em seguida:

“Onde é que meus sonhos haviam ido parar?”

E nessa busca por conseguir compreendê-la acabou descobrindo mais de si mesmo. O doutor, que sempre tivera problemas com isso, ficou maravilhado com o que uma menina diagnosticada com autismo poderia fazer.

E ele anotava em seu diário:

"Se você quiser se embrenhar em sua mente para tentar compreendê-la, o que não recomendo, se perderá com a facilidade de um piscar de olhos. Eu me perdi e me perco até hoje, mesmo que ela não esteja mais aqui, mas sou persistente o suficiente para continuar tentando.

E tento.

Tento.

Tento novamente.

Mas compreendê-la não é algo que se consiga com tentativas. Ou você consegue, ou não"

–--x---

Na décima terceira consulta, Dr. Paulinson descobriu o quanto Victorie conseguia se interessar pelas coisas, mas só se tais coisas tivessem algo a acrescentar em sua vida.

Neste dia ele lia um dos livros de Freud que fazia parte de sua coleção, "Personalidade e Psicanálise", antes da chegada da menina. Assim que ela bateu os olhos na capa, iniciou uma série de perguntas. O doutor decidiu por fim deixar que a menina lesse, porque assim ela própria sanava a sua curiosidade.

E essa foi a consulta. Paulinson de um lado, observando a garota ao longe, e Victorie deitada no divã correndo os olhos agitados pelas páginas do livro. E hora ou outra ela erguia as sobrancelhas, fascinada ou estupefata.

Era engraçado de se ver.

Nas outras horas ela conversava baixinho com alguém, como se estivesse discutindo sobre o livro ou, pelo menos, extravasando o excesso de informações que havia adquirido.

E ele anotava em seu diário:

"Era um espírito com sede insaciável de conhecimento."

–-x--

Na décima quinta consulta o médico se estressou. Ele já estava acostumado com as constantes conversas dos dois, mas ela nunca dizia algo sobre si mesma. Neste dia, em especial, ela estava irredutível.

– As vezes a melhor fórmula é conversar, Victorie. - disse, quase sem paciência. A menina sequer olhou para ele. Arrastou sua poltrona para longe e lá se embolou, olhando para o nada. Seria necessário dizer o quanto ele estava curioso para saber no que ela estaria pensando?

– Como você está chato. Hoje eu só quero ficar sozinha. - ela informou e suspirou, cruzando os braços. As próximas horas foram silenciosas, quietas, estranhas. E duraram até que a mãe da garota viesse buscá-la, sempre de cara feia.

Quando o homem se aproximou da poltrona para trazê-la novamente para o lugar, havia escrito num pedaço pequeno de papel: "as vezes a melhor fórmula é ficar apenas consigo mesmo".

E o doutor sorriu, não por conta do que estava escrito e sim pela forma que estava escrito. Além de as palavras estarem montadas de trás para frente, parecia ser exatamente a mesma frase que ele havia dito mais cedo enquanto se estressava com o silencia da garota. Quando é que ela iria parar?

O homem se sentiu feliz, porque viu que pelo menos parte do que ele dizia ficava na mente dela.

E ele anotava em seu diário:

" Victorie era solitária por escolha própria. Eu invejei isso, essa habilidade.

Apenas ela e seus pensamentos.

Apenas ela em seu mundo gigantesco.

E eu faço parte desse mundo?"

–--x---

Dr. Paulinson sabia que aquela era a penúltima consulta e Victorie também. Mesmo assim, ela não esboçou reação nenhuma, como se não se importasse. Mas havia algo ali em seus olhos. Um algo que poderia fazer com que o médico pensasse que ela estaria tão triste quanto ele por estarem terminando essa jornada.

Mas a Sra. Ferwall já havia dado o veredicto. Não havia notado melhora na filha e consequentemente isso levou à rejeição de mais um médico. Ele quis contra argumentar, mas acabou por piorar a situação.

– Talvez o problema seja a senhora e não ela. - disse, irritado. Estava cansado de uma mãe falar da filha daquela forma, principalmente quando essa filha era Victorie. A mulher simplesmente disse algumas palavras feias e foi embora.

Nada de diferente aconteceu. Conversaram coisas do cotidiano, coisas sem importância. Ela teve um novo momento em silêncio, porque disse que queria pensar, e o doutor simplesmente se propôs a observá-la. Se sentia cada vez mais perdido enquanto tentava participar da vida mental daquela garota e ele não conseguia fazer nada para reverter tal situação. Parecia que o paciente era Paulinson e não Victorie.

– Você já leu Harry Potter? - ela perguntou de forma inesperada. O médico demorou a raciocinar aquelas palavras. Ele franziu as sobrancelhas, confuso, mas viu que seria perda de tempo tentar saber o motivo da pergunta.

– Sim. - respondeu depois de alguns minutos. - Fez parte da minha infância.

E depois disso Victorie não disse mais nada. Apenas deixou plantado em seus lábios um sorriso calmo, leve. Na hora de ir embora, ela se levantou o mais lentamente que pode.

– Sabe, doutor, você me lembra um pouco a Amerie. - ela comentou enquanto olhava as horas em seu relógio de pulso. Dr. Paulinson se perguntou desde quando ela usava um relógio daqueles, mas agora que trazia as imagens das últimas consultas em sua mente, percebera que ele sempre esteve presente.

– Vou considerar como um elogio. - respondeu, abobalhado. Não sabia se era realmente um elogio, mas o fato de ela compará-lo a alguém que lhe parecia tão importante o fez se sentir bem.

E ele anotava em seu diário:

"Victorie pode ser tudo, menos uma pessoa normal. E com o seu jeito todo estranho de ser, com sua sinceridade extrema, com suas meias - e inteiras - palavras, ela conseguia deixar o meu dia melhor.

Onde já se viu um médico passar a depender de um paciente para sorrir?"

–--x---

Dr. Paulinson mal pôde falar com Torie na última consulta. A mãe estava com pressa, precisava levar a filha para uma escola interna. Segundo ela, aquilo sim iria "resolver os problemas dessa menina". O médico, resoluto, acenou com a cabeça e fechou as mãos em punho.

Levantou-se lentamente e foi até a garota, estendendo-lhe a mão em um último cumprimento. A garota, desligada, aceitou tal gesto e correspondeu. O contato pareceu durar horas, mas no fim a menina já estava sendo arrastada pela mãe para longe dali.

Nas mãos finas e suadas da menina um pedaço de papel havia sido plantado. Durante o aperto de mãos, provavelmente. Ela o apertava com força, como se sua vida dependesse disso. O médico esperava que ela tivesse um momento de solidão para poder lê-lo, mas sabia que nas próximas horas isso seria dificultado pela mãe.

Victorie deu as costas pela última vez para a porta de carvalho que dava acesso ao consultório. Tom Paulinson era mais um psiquiatra que se perdia nas alucinações da garota e não obtinha resultado algum, apenas para variar.

E ele escreveu em seu diário:

"Talvez esse fosse o destino dela, afinal. Nunca ser compreendida. Um perfeito quebra-cabeças que você não conseguiria montar."

–--x---

Victorie nunca chegou a ler o conteúdo do papel. Enquanto se encantava com pássaros que voavam ao longe, e acenava para eles, o vento soou forte e carregou o bilhete.

Ela não percebeu.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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