O Que Era Para Ser escrita por CherryCoke


Capítulo 5
É um jogo mental, e só o mais forte vence.


Notas iniciais do capítulo

Ai. Meu. Deus. x.x EU NÃO ACREDITO!!!! COMO EU PUDE FICAR TANTO TEMPO SEM POSTAR??? Me perdoem!!!!! T-T Aconteceu tanta coisa nas férias que eu acabei esquecendo da fic ;--; Isso não vai acontecer nunca mais! Eu juro! (E dessa vez é verdade!) :) Espero que gostem do capítulo, fiz com amor e carinho, e dessa vez bem longo, para compensar a demora :D



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Querido amigo,

Em praticamente todas as cartas que lhe mando, digo que minha vida está um inferno e que não tem como piorar (vide a última que te enviei). Porém, de uma vez por todas, digo: Esta será a carta mais insana, tediosa e indescritivelmente sem sentido que você lerá em toda a sua vida medíocre. Lhe prometo respostas.

Tudo começou, como dito em minha carta interior, quando dois guardas babacas, por ordem dadas por meu psicólogo babaca, invadiram meu quarto (bateram na porta antes, mas não conseguiram ser educados o suficiente para deixar o quarto mesmo depois de eu ter mandado saírem) e me sequestraram. De alguma forma, acho que não viram uma garota de 15 anos vestindo pijamas, e sim, um animal selvagem, pois não ligaram para o meu bem-estar e, simplesmente, colocaram um pano com clorofórmio em meu rosto.

Imagino o que devia estar passando naqueles cérebros sem neurônios deles, naquele momento: "Claro! Vamos dopar a menina! Foda-se o fato que ela poderá ter algum problema na pele, olhos, vias respiratórias dela ou até ter câncer após o usarmos isso nela! Quem liga?"

Creio que "ser humano" não é um título muito apropriado para eles.

De qualquer forma, a situação piorou gradativamente quando, no momento em que eu acordei, percebi que estava em uma sala de metal, sem janelas, com uma mesa e duas cadeiras velhas no centro, e apenas uma lâmpada de luz anêmica, que, no caso, servia para iluminar o pequeno cômodo.

Nunca havia estado lá, mas já havia ouvido falar: A saleta é conhecida como "Câmara dos Distúrbios". O nome em si já nos dá uma bela ideia sobre ela.

Certa vez, uma enfermeira na clínica, quando estava me passando a lista dos meus novos medicamentos, parou para perguntar como eu estava indo e se havia tido algum progresso. Obviamente, fiquei um tanto aturdida pelo comentário, já que nunca havia dirigido uma palavra sequer a ela desde quando havia chegado no lugar, mas, ignorei a falta de intimidade com a moça e a respondi com educação. Por fim, conversamos por apenas uma hora, pois ela tinha que atender outros pacientes. Não me dei o trabalho de perguntar o seu nome, mas, não tem importância. Ela foi demitida um dia após aquilo e também presa, pois descobriram que ela também era louca e que trocava as "drogas" dos enfermos por simples demência. Aliás, por sorte, não cheguei a tomar os medicamentos. Eu nunca tomei nenhum que me resignaram, na verdade.

Enfim, naquela conversa, ela me falou um pouco sobre aquele compartimento remoto da REHAB, e, bom, pelo que ela me disse, ele não é nada agradável: Geralmente mandam para lá pessoas que têm casos extremos de delírios e alucinações, as quais, na maioria das vezes, precisam usar aquelas camisas de força em que seus braços e pernas ficam presos, para que você não cometa nada insano. E agora, eu, infelizmente, posso acreditar em cada palavra que aquela mulher disse.

Despertar daquela maneira já foi ruim, mas, acordar e perceber que você não é a única pessoa naquele quarto foi totalmente inconveniente. No entanto, notei que meu companheiro de cela não era, de certo, uma companhia agradável, e nem colega de aposento também.

Era meu irmão.

O nome dele é Phillip, e ele é o mais velho entre nós. Foi ele que me condenou a passar minha vida inteira na clínica. Ele me visita regularmente, sempre trazendo a namorada, Moira (nome horrível, não? A mãe tem 9 meses para escolher um nome decente e, no fim, nomeia a filha de Moira... Coitada.), consigo. O diálogo é sempre o mesmo:

– Bom dia Charlie, tudo bem? - Esta é Moira falando.

– Não me chame de Charlie. - Esta sou eu.

– Charlotte, seja mais educada! - Este é o meu irmão.

– Eu já disse umas mil vezes, ninguém me chama de Charlie.

– Então trate com respeito quem te chama assim! Custa dizer que não gosta do apelido e pronto? - E assim vai, por horas e horas, às vezes com meus irmãos mais novos no meio, e, como resultado, sempre termina com alguém de mau-humor (eu).

Mas, desta vez, ele estava sozinho, e sua expressão tampouco era amena.

– O que você quer? - Perguntei.

– Uma conversa, civilizada.

– Perdoe-me, mas, nem nos confins do universo eu teria uma conversa cortês com você.

– Apenas me escute. - Sua feição era severa. Phillip não costuma se comportar desta maneira, apenas quando ocorre algo preocupante.

– Tudo bem.

Me sentei com cuidado na cadeira surrada. Aquelas roupas me apertavam, e não deixavam eu fazer um único movimento direito. Bom, este era o objetivo não é?

– Vou repetir: O que você quer comigo?

– Charlotte, como você veio parar aqui?

– Não, não, eu faço as perguntas primeiro, agora, responda: O que você faz aqui?

– Charlotte, só irei lhe responder quando você for sensata e resolver fazer o mesmo, e primeiro. - Percebi que ele não iria ceder. Havia esquecido por um momento que este era Phillip. Conhecido como o garoto mais teimoso da família até a morte de meus pais.

– Você é um asno mesmo... O.K., irei lhe explicar o motivo de eu estar aqui. Contudo, você irá me dizer, sem esconder nada, o que você está fazendo aqui também.

– Não vejo problemas com isso.

– Tá. De qualquer forma, doutor Paul é um filho da puta e me botou neste cubículo porque eu fui uma menininha má com a doutora Natalie. Uau, aquela gostosa... Não estou mexendo as pernas direito até hoje! - É claro que eu iria combater fogo com fogo. Ele não queria me dizer o que estava acontecendo, então ele também não poderia saber a verdade.

– Charlotte! Seriedade! Você já tem 15 anos! Há algum juízo na sua cabeça?

– Se você quer saber, lembre-se que eu sou uma garota de 15 anos problemática e que, adivinha, por algum motivo foi parar na sala para perturbados mentais em níveis extremos de psicose. Esperava o que?

– Bom senso. Prudência. Não percebe que isto é para o seu próprio bem? Eu sou sua família! Eu me importo com você!

"Por que tenho a sensação de que tive a mesma conversa com outro imbecil há pouco tempo atrás? Ah! É porque eu tive mesmo." - Pensei. Eu não queria ter um papo muito parecido com o último que eu tive. Ele não havia tido um desfecho muito "prazeroso".

– Caralho! Dá para calar a boca? Ninguém me ama! Não importa quantas vezes você tente me dizer o contrário, eu sei que não é real!

– Eu estou sendo sincero!

– NÃO! Não está! Se a sua "sinceridade" fosse verdadeira, você não teria me colocado aqui!

– EU FIZ ISSO PARA O SEU BEM!

– INTERNAR A PRÓPRIA IRMÃ EM UM MANICÔMIO NÃO É AMOR! É DOENÇA!

Fez-se silêncio, e aquele momento foi como a calmaria depois da tempestade... E eu comecei a chorar.

– Mágoas não mudam só porque você pede desculpas, ou diz eu te amo. São só palavras, não é? - Sua expressão mudou a partir daquele ponto. Só demonstrava dor.

Eu já estava o encarando, mas ele quis ir adiante: Se sentou na cadeira, e olhou no fundo dos meus olhos. Ele tem uma boa característica para se gabar: Olhos verdes e vibrantes. Se você sustentar por um instante, não consegue desviar o olhar nunca mais.

– Você tem uma irmã. – Desembuchou.

– O quê?

– Você ouviu bem.

– Não, não, espere, o quê?

– Você tem uma irmã, Charlotte.

– Eu entendi isso Phillip, estou me perguntando como diabos isso é possível?

– Creio que você só terá respostas se perguntar para a pessoa de que estamos falando, mas isso não será possível agora...

– Como é?

– Ela está... Ocupada. Bom, agora que eu te disse o que está acontecendo, por favor...

– Não, - Interrompi – essa vadia não está ocupada. Cadê ela? QUEM é ela?

– Charlotte, termine sua explicação agora.

– Onde ela está?

– Charlotte...

Ele não terminou a frase, porque eu saí correndo para fora do quarto.

“Trouxa. Quem mandou deixar a porta aberta?” – Pensei.

Não é fácil, nem um pouco mesmo, correr quando se está usando uma camisa de força, mas isto não me impediu de chegar ao saguão. Não era um cenário muito “delicado”, e com isso eu quero dizer: Havia uma moça, igualzinha a mim, só que uma versão mais velha, batendo em três guardas de uma vez. Um deles caiu duro no chão, mas os outros dois continuaram na disputa. Percebi que o mais novo (acredito eu) estava com o lábio ensanguentado.

“Quem é essa louca?” – Primeiras impressões são sempre erradas, mas, neste caso, eu estava totalmente certa.

Depois daquela pancadaria toda, ela finalmente conseguiu deixar três guardas desacordados. Eu ainda não sabia quem era, até ela virar em minha direção.

– Por que tanta surpresa, docinho? Nosso irmão não te falou sobre mim? – Perguntou, como se fosse uma coisa óbvia (e era).

– Não, você não pode ser...

– Ah, eu sou sim. – Ela andou até mim e estendeu a mão para um cumprimento. – Meu nome é Emma, Emma Campbell, sua irmã.

Ela me dá náuseas.

Estou cansada de escrever, irei lhe dizer tudo depois. É uma promessa.

Com amor,

Charlotte.


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Notas finais do capítulo

Vocês, sei lá, devem estar CHO-CA-DOS (ney) u.u Gostaram? *u* Ficou muito sem sentido? Comentários, please! Eu amo muitooooo vocês! Ah, e se não entenderam direito, não se preocupem, irei explicar tudo no próximo capítulo, é uma promessa, não é? ;)



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