Logo chegou o dia em que Lisbon tanto temia, outro dia em que ela ia jantar com Nicole e Marcus. Ela já previa que seria um fracasso.
Desde que tinha conhecido a mãe de Marcus, Lisbon sentiu que a mulher não havia gostado dela e fazia de tudo para acabar com sua auto estima. Mas ela já sabia o porquê disso, afinal Marcus era filho único e ela era muito sozinha, talvez ela precisasse de um namorado. Mas deixando esses pensamentos de lado, Lisbon respirou fundo e entrou na casa dela ao lado de Marcus.
Os três se cumprimentaram educadamente e seguiram para a sala de estar, onde Nicole encheu Lisbon de perguntas.
– Então Teresa, você gosta de cozinhar? -
– Na verdade, não tenho muito tempo pra isso, devido meu trabalho. - responde Lisbon envergonhada
– Eu entendo... Quando Marcus deu a louca de morar sozinho uns anos atrás, emagreceu 14kg de tanta besteira que comia e refeições que pulava. Até que ele ficou doente e voltou a morar comigo. - Nicole conta simpaticamente
– Sério? Mas qual o motivo dele ter deixado de morar com a senhora? - Lisbon questiona
– Senhora não, por favor! E eu não sei, vai saber o que se passa dentro dessa cabeça, ele é igualzinho ao pai dele. - Nicole termina triste.
– Mãe vamos mudar de assunto. - Marcus odiava ver sua mãe naquele estado - E o seu amigo? Quando vai nos apresentar? -
– Ah, eu não sei. Podemos marcar alguma coisa qualquer dia desses. Coitado... Ele anda tão deprimido, tenho pena da mulher que perdeu ele, pois ele é uma gracinha. - Nicole diz divertida
– Hum... - Marcus lança um olhar sugestivo
– Não filho! Não é nada disso que você está pensando, somos amigos e mais nada. Então Teresa, temos que marcar um dia para nós duas passarmos um tempo, assim, eu posso contar mais sobre o Marcus, do que ele gosta, mostrar as fotos de quando ele era pequeno... -
– Mãe! Você não vai fazer isso. - diz Marcus envergonhado
– Por que não filho? - indagou Nicole - Você era um bebê tão fofo!
– Ah, mãe... - resmungou Pike e Teresa riu
"Até que a noite está sendo agradável" Lisbon pensou "Nicole está sendo bem gentil comigo".
Eles comeram pizza e logo depois Marcus sugeriu que eles jogassem banco imobiliário.
– Eu sou o banco! - exclamou Teresa
– Tudo bem, eu odeio ser o banco. Sempre sinto que não estou aproveitando o jogo direito - disse Marcus
– Hum... Bem que meu amigo me falou - começou Nicole
– Falou o que? - Teresa se atreveu a perguntar
– Que você tem problemas de controle e confiança... Que adora estar no comando.
– Mãe, o que é isso? - indignou-se Marcus - É só um jogo, e como que esse seu amigo poderia sequer imaginar isso? Por acaso ele conhece a Teresa?
– Não é nada disso, filho... Acho que foi um palpite de sorte - respondeu calmamente Nicole
Nesse momento o telefone de Lisbon tocou e ela agradeceu internamente quem quer que fosse que estivesse ligando.
– Chefe, temos um caso - disse Cho
– Ah, sim... Me passe o endereço, estou a caminho
Logo após Marcus deixar Teresa em sua casa para ela seguir a CBI, ele volta para casa e se surpreende com sua mãe o esperando acordada.
– Sem sono? - Marcus pergunta
– Sim, eu... Quero conversar com você. - ela responde.
– Pode falar. - diz ele se sentando na poltrona a sua frente.
– É sobre a Teresa e o jeito dela. - Marcus revira os olhos - Não faz isso pra mim! Eu estou falando sério, ela quer mandar em tudo, ela não confia em ninguém...-
– Mãe...- Marcus tentar fazer ela parar de reclamar.
– Como você se sentiria se ela tomasse conta do controle remoto da televisão? Ou se ela dirigisse o carro maior? Ou quando seus filhos precisarem de algo, apenas ela pudesse atendê- los? -
– Você está sendo meio machista. - Marcus ri.
– Filho, eu estou falando sério! Vocês não tem confiança alguma, e eu gostaria que você terminasse essa brincadeira antes que ela te peça em casamento ou algo aconteça, assim como aconteceu com você nos seus últimos relacionamentos. Eu apenas disfarço não saber, mas eu sei como você sofreu quando sua namorada te traiu. Você não está pronto para outro relacionamento que dê certo... -
– MÃE CHEGA! - Marcus grita irritado, pegando sua carteira e a chave do carro e saindo pela porta.
– Filho, eu só quero o seu bem! - Nicole diz para ele saindo.
– Isso tudo é mentira. Eu amo a Teresa e não me importo com seus defeitos, porque eu valorizo suas qualidades. E você querendo ou não, vou pedir ela em casamento. -
– Ótimo... Me mande a um asilo também. - diz Nicole chorando, observando seu filho saindo com o carro em alta velocidade.
Mesmo com o horário avançado, Nicole ligou para Jane para contar tudo o que acontecera e pedir um conselho.
– Bem, eu avisei que não seria muito bom você falar meu comentário sobre sua nora... - disse Jane - a reação dele, apesar de exagerada, foi compreensiva.
– De que lado você está, afinal? - perguntou Nicole, irritada
– Do seu, é claro! Eu tenho uma ideia... Porque você não pede desculpas para seu filho, diz que quer se desculpar com a moça e marca um jantar em algum lugar bacana?
– Ficou maluco? Qual é o objetivo disso tudo?
– Bem, ai você diz para o seu filho que você quer levar seu amigo, e me leva. Ai, até lá eu vou formular um plano pra fazer a moça desistir do seu filho. O que acha?
– Perfeito!
Enquanto isso, Marcus dirigiu rapidamente até a sede da CBI. Precisava conversar com Teresa. Sua mãe havia deixado-o muito irritado.
Assim que chegou, subiu até o andar dela mas não a encontrou.
– Ela foi para campo - explicou Van Pelt - Não deve demorar. Você pode esperar na sala dela - a ruiva indicou o caminho e ele foi até lá e deitou-se no sofá, tentando acalmar-se.
Teresa chega ao escritório e deixa alguns arquivos com Cho, logo Jane fica seguindo ela para irritá-la. Quando na verdade sua intenção, era apenas passar mais tempo com ela. Mas os dois tiveram uma surpresa ao entrar no escritório de Teresa, para Jane, desagradável. Para Lisbon, uma surpresa confusa.
– Meh. Já estou saindo. - diz Jane triste quando percebeu que Marcus estava deitado no sofá de Lisbon.
Teresa puxa uma cadeira perto do sofá.
– O que aconteceu? - ela questiona preocupada
– Discuti com minha mãe, e dessa vez foi feio... - ele responde preocupado
– Sinto muito... Espero que o motivo não tenha sido eu. - ela diz chateada
– Foi. - Marcus diz rapidamente
– Marcus! Volte agora e peça desculpas a sua mãe, eu em comparação a ela não sou nada a você. Você é a melhor coisa que ela tem em sua vida e é melhor ir logo antes que fique sem mãe e sem namorada. - Teresa responde brava.
O telefone de Marcus começa a tocar.
– É a minha mãe. - ele diz assustado olhando para Teresa