Depois de um longo dia no escritório da CBI Teresa Lisbon e seu namorado, Walter Mashburn, passeiam pelos corredores do mercado. Lisbon odiava fazer compras com ele, afinal sempre se encontravam com algum paparazzi no caminho.

Lisbon não era aquele tipo de mulher que adoram câmeras, holofotes e flashes, mas tinha um preço a pagar por namorar Walter.

Pela mídia eles já estavam casados e tinham adotado uma criança de cada continente, ela odiava sites e revistas de fofocas. Se distraiu e não percebeu que o caixa estava livre.

- Moça? Tudo bem? Pode passar aqui- diz o jovem sorridente

- Ah desculpe- respondeu Lisbon

- Não precisa se desculpar, eu gostaria que você ficasse o dia inteiro ai parada - Lisbon fica vermelha de vergonha e percebe a cara de assustado do caixa.

- Algum problema amor? - pergunta Walter chegando por trás dela com uma bandeja de morango nas mãos

- Não, estava esperando você - responde Teresa abrindo espaço para Walter passar com o resto das compras. O caixa mal olhou nos olhos dele, porque estava com medo.

Ninguém mandou ele elogiar uma mulher compromissada, ainda mais compromissada com Walter Mashburn. Ele pegou as poucas sacolas de compras e entrelaçou sua mão com a de Teresa e caminharam até o carro.

Assim que saíram de dentro do mercado, Teresa soltou sua mão das de Mashburn, e disse irritada:

- Será que dá para você parar com esse ciúme? Já disse que não gosto!

- Eu até pararia de ser ciumento, desde que VOCÊ parasse de dar em cima de qualquer um na minha frente!

- Eu não estava dando em cima de ninguém, Walter!

- Ah, não... Lógico.

- Eu não fico reclamando daquelas suas "amiguinhas" - Teresa gesticulou as aspas com as mãos

- São apenas amigas, Teresa. Você sabe muito bem que eu amo só você.

- Ai, droga! Esquecemos de pegar o leite.

- Eu vou lá - Walter se prontificou

- Não, pode deixar que eu vou.

- Ir lá sozinha? Não mesmo!

Teresa não respondeu. Cruzou os braços e olhava-o com incredulidade.

- Amor... - ele começou docemente – Você sabe que eu faço isso porque eu te amo, não é? - ele se aproximou dela e sussurrou as últimas palavras

- Sim, eu sei. É que você me irrita as vezes. Vai lá pegar o leite antes que o mercado feche.

Ele beijou rapidamente os lábios e saiu correndo de volta ao mercado.

Enquanto isso, Jane caminhava em direção a uma biblioteca perto do CBI, quando Teresa começou a namorar um tal de Walter Mashburn que ele nunca tinha visto, mas já havia ouvido falar, ele ficou ocioso sem sua melhor amiga.

Decidiu voltar a ler como lia antes. Chegou e perguntou a bibliotecária onde ficavam os romances policiais.

Quem via Jane, mal imaginava que ele gostava desse tipo de coisas. Assim que pegou um livro que se interessou, uma voz feminina chamou a atenção dele.

Uma senhora elegante, em seus 60 anos se aproximou sorrindo.

- Ah! Não acredito que um homem leia esse gênero.-

- Acredite. Sou homem e leio - Patrick respondeu sorrindo - Desculpe meus modos, sou Patrick Jane e a senhora é?

- É um prazer, senhor Jane. Eu me chamo Nicole Pike - apresentou-se a senhora

- Oh, por favor, me chame de Patrick, senhora Pike

- Então retribua o favor e me chame de Nicole - ela sorriu gentilmente - Mas então... O que leva você a ler esse tipo de livro?

- Bem, eu... Acho que estou precisando de uma dose de romance, mas como não gosto daquela coisa muito melosa, então... Romance Policial

- Precisa de uma dose de romance? - ela repetiu a frase dele - Está passando por uma decepção amorosa?

Patrick sorriu envergonhado

- A senhora é muito perspicaz.

- Já vivi muito, querido... Sei identificar um coração partido quando vejo um. Mas quem é essa mulher para recusar um homem tão belo como você?

- Minha chefe - ela disse apenas - É um longa história...

- Bem, eu adoraria ouvir. Tem um café do outro lado da rua, se você não estiver ocupado.

- Não, não estou ocupado. E também adoraria aproveitar uma xícara de chá com a senhora.

- Então vamos!

Patrick se pôs na frente dela para guiar o caminho, mas ela o impediu.

- Acho que vai preferir ler algum livro da Agatha Cristie - disse ela - Já que gosta de mistérios. Podia começar com este - ela retirou um livro da estante.

Na capa, o título lhe chamara a atenção "Morte na Mesopotâmia".

- Parece interessante.

- Não parece, querido. É.

- Bem então, vou levar esse.

- Excelente escolha - disse Nicole sorridente - Agora vamos. Estou ansiosa para ouvir sua história.

Patrick sorriu para Nicole e para si mesmo.

Quem sabe Nicole suprisse parte do vazio que Lisbon deixara?

..........

Walter demorou, pois não era novidade ele não saber onde ficavam os produtos, tinha mudado de ideia em relação de ter que voltar sozinho. Se arrependeu de voltar quando os curiosos e paparazzis cercaram ele no caixa.

Finalmente quando se viu livre e saiu em direção ao estacionamento, viu que Teresa não estava dentro do carro, uma Range Rover preta que dirigia por Teresa, para não chamar atenção.

Se aproximou e encontrou uma nota em cima do capô.

Quando viu o que tinha na nota, Walter desesperou-se.

De onde surgiu aquele símbolo? E por que ele estava ali no capô do carro de Lisbon? E de todas as perguntas, a mais aterradoras que passava na cabeça dele era: Onde estava Lisbon?

Sem saber o que fazer, e sentindo um medo a ponto de suas pernas tremerem, Mashburn saiu correndo pelo estacionamento e gritando o nome de Teresa.

Sem obter nenhuma resposta, ele entra no mercado e sai perguntando para todas as pessoas se elas haviam visto Teresa, mas ninguém a tinha visto.

Pegou seu celular, segurando o ar em seu coração e discou o número do agente Cho.

- Agente Cho - ele atendeu

- Cho. Aqui é o Mashburn... Eu... Preciso da sua ajuda - ele manejou falar antes de cair no chão, inconsciente.