Mr. and Mrs. Malfoy escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 4
Capítulo 4 - Enemies can turn friends


Notas iniciais do capítulo

Hey gente >
Boa leitura.



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Hermione olhava Luna se aproximar e via como a loira havia mudado. Seu cabelo estava curto, cortado de um jeito Chanel que acabou ficando muito bom com seu formato de rosto e os olhos brilhavam ao lado do namorado Neville.

– Saudades, Mione. – ela disse abraçando a morena com força.

O cheiro dela continua o mesmo. Hermione pensou.

Assim que Luna a soltou Neville já veio para um abraço – e como medica dele Hermione havia reparado que seu braço estava bem melhor do que no dia anterior. Olhando entre o ombro do Grifinório viu Luna parada na frente de Malfoy sorrindo. Hermione vira nos olhos do marido como ele estava se sentindo culpado por estar perto de Luna depois de tudo que aconteceu.

Mas ele agora veria como a loira não era de guardar rancor já que ela foi e o puxou para um abraço apertando. Hermione vira a perplexidade passar pelos olhos do Sonserino e riu internamente por isso.

– Não acredito que você acabou virando parte da minha família. – Luna falou quando soltou ele.

– Vamos sentar? – Neville sugeriu.

Começaram a andar até a mesa onde o casal estava sentando há algum tempo. Hermione absorvia cada detalhe do lugar. Não era um espaço que iria por contra própria, muito barulho. Uma parte do estabelecimento era reservado para dançar e musica alta e onde estavam ficavam as mesas e o bar que servia as bebidas.

– Realmente nunca imaginei que veria a Hermione num lugar desses. – Neville disse sorrindo.

Pegaram uma mesa de quatro lugares sentando Luna e Neville a sua frente e Draco ao seu lado. A morena pegou o cardápio e começou a analisar para ver o que iria pedir.

– É mesmo. – Luna concordou. – Na época da escola era tão difícil fazer com que ela saísse um pouco com a gente. Ginny pirava tentando convencê-la.

O namorado dela riu.

– Qual é gente, eu não era assim tão ruim. – Hermione tentou se defender.

Três pares de olhos a encararam mostrando que era sim.

Uma conversa animada começou na mesa e Hermione não conseguia parar de rir com os dois amigos a sua frente mas tinha algo que a incomodava. Ela não deveria esperar mais do que isso masDraco ficava ali quieto observando o seu copo de whisky de fogo.

– Mas você casada com Draco, Mi. – Luna disse depois que terminou seu segundo copo. – Eu deveria ter imaginado isso. Lembra quando a gente pegou ele e a Parkinson se agarrando no corredor leste...

A memória desse dia veio rapidamente para Hermione fazendo com que ela começasse a corar.

– Quando vocês o que, Lovegood? – Draco se interessou na conversa.

Hermione mordeu o lábio pedindo para a amiga com os olhos não dizer nada mais.

– Uma vez, no nosso ultimo ano Hermione e eu estávamos andando pelo castelo e vimos você e a Parkinson se agarrando em um corredor da área leste... – Luna falava olhando para o nada como se estivesse tentando lembrar do ocorrido. – Hermione na hora ficara muito nervosa e começou a xingá-lo dizendo que era dois depravados e que deveriam arranjar um lugar para fazer isso... Eu deveria ter percebido que era ciúmes.

Draco levantou a sobrancelha e olhou com um sorriso cínico no rosto. Hermione apenas queria abrir um buraco no chão e se esconder. Aquilo acontecera bem na época que ela descobrira que só havia um jeito de salvar a memória dos pais... E que precisaria de Draco.

– Estava com ciúmes já naquela época, querida? – Draco sussurrou em seu ouvido.

Ela revirou os olhos tentando mostrar indiferença.

– Eu estou muito surpreso com você Hermione. – Neville disse. – Nos surpreendeu muito desde sempre. Realmente acho que você daria uma boa ministra.

– Nem pensar, Neville. – Hermione respondeu rapidamente. – Imagina eu presa numa sala praticamente só condenando pessoas? Gosto do que eu faço, cuidar de pessoas. Passei tempo demais com Ron e Harry para aprender a amar o que eu faço.

Luna riu.

– Eu vi Gina há duas semanas. Ela me chamou para ir no próximo jogo que vai ter. Você vai Mione?

– Se eu conseguir fugir do plantão sim. – Hermione respondeu olhando para o seu marido.

Ele já tentou mostrar com o olhar que estava fora de cogitação ir em um jogo de Quadribol de GinevraPotter. Nem em um milhão de anos alguém iria forçá-lo a fazer algo desse maneira.

– Mas me contem. – Luna pediu. – Como ele te pediu em casamento, Hermione?

A morena virou o rosto e olhou para o marido pedindo socorro. Eles haviam planejado com muitos detalhes boa parte do casamento mas o pedido... Eles nunca pensaram que alguém iria perguntar isso.

– Você sabia que a Hermione iria dizer sim Malfoy? – Neville perguntou entrando no assunto.

Draco começou a raciocinar rápido.

– Bem, eu esperava que sim. – ele disse tentando parecer descontraído. – Mas Hermione gosta mais de contar essa história, fale para eles querida.

Ela jogou-lhe um olhar que daria medo até no Lorde das Trevas e virou-se para seus amigos sorrindo tentando parecer o mais calma possível. Se Malfoy não queria ajudá-la então iria se arrepender.

– Você tinha que ver Luna, Draco estava tão nervoso quando me pediu em casamento que eu quase pensei que o pedido não sairia. – ela disse com a voz melosa.

Neville olhou surpreso para Malfoy já todos sabiam como o loiro tinha atitude.

– Serio? – Luna perguntou. – Nunca pensei que ele ficaria com medo.

Draco olhara para a esposa como se ela fosse louca.

– Eu estava nervoso por que Hermione estava muito estranha nos últimos tempos. – ele tentou mudar a imagem que fizera dele. – Pensei que iria dizer não ao meu pedido.

Hermione colocou amão seu braço.

– Fora apenas por que eu queria casar e não sabia como ele estava se sentindo. – ela disse com o sorriso mais apaixonado que conseguira arranjar. – Imagine só eu estava namorando Draco Malfoy! Harry enlouqueceria se soubesse mas mesmo assim tudo que eu queria era tê-lo ao meu lado.

Draco tinha que admitir como Granger era uma boa atriz. Falava com tanta confiança que se não soubesse de toda a história dos dois realmente acreditaria que aquele casal ali era o mais apaixonado do mundo.

– O que mais? – Luna perguntou com os olhos brilhando.

– Ele me levou até o topo de uma de suas empresas e o chão estava coberto de rosas. O céu estrelado e no final uma mesa com um jantar para nós dois. – Hermione falava os detalhes de um pedido de casamento de um filme trouxa que vira.

Neville pigarreou.

– Ironia também você ser medica, Hermione, e se casar com um dos maiores fabricantes de poções e remédios bruxos.

Ela assentiu.

A Malfoy’sCompany era uma empresa mundialmente conhecida devido a fabricação de poções para o mundo bruxo, eles que distribuíam a maioria dos remédios que usavam no hospital de Hermione. E no mundo trouxa alguns analgésicos.

– Mas continue,Mione, o que Draco disse?

Hermione deu um sorriso e Malfoy rezava para não se passar por bicha depois dessa conversa.

– Ele falou que me amava e sua vida não seria nada sem mim. – Malfoy que estava tomando sua bebida começou a se engasgar um pouco e logo se recompôs com os olhos de sua esposa nele. – Então perguntou se lhe daria a honra de ser sua esposa.

Luna suspirou encantada.

– Nunca imaginei Draco fazendo isso.

– Nem eu. – o loiro sussurou.

– Como? – Neville perguntou.

– awn, Nev, olha que lindo. – Luna disse sorrindo. – Ele nunca se imaginou fazendo isso mas fez pela mulher que ele ama.

Draco e Hermione estavam realmente com vontade de rir. Os dois haviam caído direitinhos e pareciam encantados com a linda história de amor do casal Malfoy.

Acabaram por mudar de assunto e cada vez mais eles iam ingerindo bebidasao ponto de Luna já estar vendo mais zonzobulos do que o normal.

– Lunaacho melhor eu te levar embora. – o namorado falou vendo como estava a loira. – Acho que já bebeu demais essa noite.

Ela ria.

– Mas Nev, temos que festejar o casamento desses dois. – ela falou e balançava aos mãos apontando para Draco e Hermione. – Olha que casal lindo eles formam, os filhos vão ser tão lindinhos. Já estão pensando em ter filhos.

Hermione se assustou com a pergunta.

– Mal nos casamos,Luna.

A loira deu de ombros.

– Idaí? – falou rindo. – O filho de vocês iria para Sonserina ou pra Grifinória?

– Grifinória. – Hermione respondeu ao mesmo tempo que Malfoy dizia:

– Sonserina.

Trocaram olhares contrariados.

– Um Malfoy não vão ser da Grifinória!

Hermione estreitou os olhos.

– Um filho meu não vai pro covil de cobras nem pensar.

– O filho também é meu! – Draco protestou. – E filho meu é ambicioso, não suicida.

Neville vendo aonde aquela briga ia dar levantou-se puxando a namorada junto. Era muito bom para ele ver que mesmo Hermione tendo se casado com Malfoy ela não havia mudado nada, e pelo jeito suas brigas continuavam as mesmas.

– Acho melhor levá-la para casa. – ele disse.

Hermione assentiu e levantou-se para se despedir dos amigos enquanto Malfoy só dava um aceno com a cabeça. Logo Malfoy e Granger foram deixados sozinhos na mesa e ela se sentou na frente do marido e continuou tomando seu drink.

– Nem pensar que um filho meu vai parar na Grifinória. – Draco bufou.

– E você espera mesmo que vá para a Sonserina? – ela irritou-o. – O deserdo na hora.

– E posso saber por que Grifinória é tão melhor que a Sonserina? – Draco perguntou.

Ela levantou sua mão para contar os motivos.

– Primeiro por que somos corajosos, e não abandonamos nenhum amigo.

– E são mortos por tamanha estupidez. – Draco completou.

Hermione fingiu não ouvir.

– Olhe o histórico de Grifinórios? Sempre ótimos bruxos que queriam a paz. Preciso mencionar os bruxos da Sonserina? – ela falou com a sobrancelha levantada.

Draco deu de ombros.

– Bruxos que quiseram ser alguém na vida, só extrapolaram um pouco.

– Um pouco? – ela ironizou

Draco sabia que ela tinha razão nessa hora mas não se deixaria ser vencido por aquela mulher.

– A questão é que filho meu não vai ser Grifinório.

– Nem Sonserino.

– Mas... – Draco ia protestar mas a esposa levantou da mesa.

– Vamos embora. – ela pediu. – Não vamos brigar por um filho que nunca nem vamos ter.

E a bolha de recente “amizade” que os dois se encontraram sumiu. Draco assentiu e foi pagar a conta deixando Hermione esperando por ele ali. A noite fora agradável, Draco tinha que admitir. E tinha conhecido um lado da Granger que nunca havia reparado antes e esperava vê-lo mais vezes.

E depois de prontos aparataram para a sua casa.

Os dias foram se passando lentamente na casa da família Malfoy. A cada momento uma briga nova estourava entre o casal fazendo horas de discussoes, ate os elfos estavam preocupados com a sanidade mental de seus mestres. Desde uma roupa que um estava vestindo até uma frase dita pela metade os faziam brigar.

– Malfoy! Quantas vezes eu vou ter que pedir para não fumar dentro de casa ? - Hermione grita quando chega na sala e vê seu marido fumando.

O dia tinha sido estressante no hospital e a morena tratara um homem que estava sofrendo muito por causa de problemas no pulmão devido há anos fumando. Voltar para casa e encontrar Draco fazendo a mesma coisa que seu paciente a deixava preocupada.

– Ate onde eu lembro, Granger, continuo na minha casa. - o loiro responde tragando novamente.

– Estar na sua casa não e desculpa pra se matar! - ela fala tentando controlar a voz - Se você não se importa em morrer eu sim! Você ta me transformando em fumante passiva.

Draco revira os olhos e não presta atenção no que sua esposa falava.

– Não me importo de ficar na sala sozinho. - ele resmungou - Nem entendo por que você esta aqui e não trancada em seu quarto.

Hermione bufou. Ela sentia necessidade de conversar sobre tudo que estava acontecendo mas com quem ela poderia contar tudo? Ninguém sem ter que contar que seu casamento era de fachada. Ela tentou aguentar ficar em silencio por um tempo mas a morena simplesmente não conseguia, por isso as vezes acabava rodeando Malfoy em dúvida se falava as coisas pra ele ou não.

– Malfoy, não tenho ninguém para conversar. - ela reclamou- vai ter que ser você.

Ele levantou o rosto e olhou para os olhos castanhos dela.

– E quem disse que eu quero ouvir, Granger?

– Você não precisa prestar atenção. Só fique ai enquanto eu falo. -ela pediu.

Draco a olhava divertido. Nesse tempo de convivência ele aprendera a admirar esses momentos que ela parecia brava mais não estava realmente.

– Então conte-meGranger, o que a deixa tão impaciente? - ele fala ironicamente.

Hermione ignora a ironia em sua voz e começa a andar de um lado para o outro impaciente.

– Aquela Roberta idiota. - a mulher disse. - Quem ela pensa que é? Ah, Hermione eu espero que você não se importe de eu ser tão adorada aqui. - ela imitou num sotaque que Malfoy não pode identificar.

Draco olhava para uma Hermione nervosa que andava de um lado para outro em sua frente. Aquilo estava sendo muito divertido para o loiro.

– Ela pensa que é melhor do que eu! - a voz de Hermione se alterava - Quem foi a bruxa mais brilhante pra sua idade? Eu!Quem ajudou Harry Potter a derrotar o maior bruxo das trevas? Eu! Não me lembro de ver nenhuma americana com sotaque italiano falso.

Draco tentava não rir.

– E quem é essa Roberta?

– Uma americana idiota que foi transferida para oSt.Mungus. Chegou há o que? Uma semana? E já acha que é a dona daquele lugar.

Draco riu.

– Coitada dela, Granger. - ele falou isso sabendo que iria irrita-la. - Deve ser apenas uma estrangeira tentando se adaptar a sua nova vida.

Hermione parou e encarou o homem.

– Esta defendendo ela? - apontou o dedo para o rosto dele.- Quem é a sua esposa? Eu ou ela?

– Você pelo jeito. - ele respondeu tentando não mostrar sua diversão. - Mas se quiser me apresentar ela posso pensar em mudar.

– Vai se fuder Draco Malfoy.

E o loiro viu sua mulher virar-se para subir as escadas indo em direção ao quarto.

– Olha a boca, Granger.

Depois daquele dia Hermione começara a contar mais sobre seu dia para Draco mesmo sabendo que ele não se importava muito. Os jantares estavam sendo mais agradáveis enquanto a morena falava sem parar e Malfoy tentava se mostrar indiferente, mas nem sempre era possível.

– Eu já comentei que o medico chefe do hospital, o Raul, é um completo idiota, né? - a morena falava durante o jantar - Tem boatos que ele tava traindo a esposa e pelo que eu ouvi a esposa descobriu.

Draco não respondeu nada só deixou a mulher falar.

– Eu sempre soube que ele era um cafajeste! Desde aquele dia q ele passou a mão na Roberta. - a voz de Hermione mudou ao falar aquele nome.

Malfoy levantou o rosto com seus pensamentos a mil. Já ouvira falar sobre o medico chefe só hospital St.Mungus e como qualificado era, mas também já ouvira boatos que ele tinha suas atividades extra curriculares.

– Ele já fez alguma coisa com você ? - Draco perguntou ansioso.

– Claro que não! - ela respondeu. - Quando ele veio de gracinhas eu cortei na hora. Não sou uma vadia.

Draco assentiu sentindo um pouco de orgulho pela personalidade da esposa. Hermione era a pessoa mais forte que conhecia e estava cada vez mais surpreendido pelas suas atitudes.

– Ele é tão ridículo. – Hermione passara o jantar todo resmungando. – Um brilhante medico tenho que admitir, mas não tem um neurônio funcionando na cabeça.

Draco acabara ficando curioso para conhecer o tal medico chefe do hospital, já que pelo que sua esposa estava contando parecia mesmo ser bom apenas como doutor mas no resto...

– Esta reclamando muito dele hoje, Granger. – ele falou para irritá-la. – Vou até pensar que esta apaixonada por ele.

A morena bufou.

– Apaixonada por aquele energúmeno? É muito mais fácil eu começar a gostar de você.

Malfoy levantou o rosto surpreso pela afirmação e Hermione notara o que tinha acabado de falar e sentiu seu rosto queimar.

– Eu sei que sou irresistível, Granger. – ele falou e ela tinha que admitir que seu olhar era realmente sexy.

Mas, claro, que Hermione nunca admitiria isso em voz alta.

– Eu... Não foi isso que eu quis dizer.

– Eu sei como sou perfeito, Hermione. – ele falou terminando sua refeição. – Ninguém resiste ao meu charme.

Ela levantou a sobrancelha.

– Charme? Aonde Draco Malfoy tem charme?

Ele a olhou e deu um sorriso que já fizera tantas garotas se derreterem.

– Ah, querida, eu sei que você concorda que tenho muito charme.

Hermione piscava olhando confusa para o seu marido tentando não demonstrar que ela concordava com o que ele dizia. Esses últimos tempos ela andava procurando mais no loiro o que tantas garotas em Hogwarts diziam que amava nele e por incrível que pareça, agora ela conseguia ver.

– Por favor, né Malfoy. Pare de se achar.

Ele riu e levantou indo em direção as escadas.

– Pelo jeito já esta completamente apaixonada por mim.

Hermione se levantou e seguiu Malfoy.

– Apaixonada por você? Nem em um milhão de anos.

Ele começou a subir as escadas e Hermione parou apenas observando seu loiro subir. Antes que ele ficasse longe demais para que ela pudesse ouvi-lo, Draco respondeu:

– Não precisa reprimir seu amor, querida. E claro, não se esqueça da coletiva de imprensa que teremos amanhã à noite.

***

Hermione passara o dia todo uma pilha de nervos. Flávia estava até preocupada com a amiga que nunca ficara tão distraída como nesse dia. Hoje a noite era a coletiva de imprensa que falaria sobre a fusão das empresas e claro que Hermione teria que participar.

– Fique bem bonita essa noite, Granger. – Draco falou no café da manhã. – Tenho que mostrar que minha esposa esta a minha altura.

Hermione riu ironicamente na hora.

– Eu estou num patamar muito mais alto, Malfoy. – apenas respondeu isso.

Naquela hora ela não havia se preocupada com isso mas quanto mais rápido o tempo passava mais preocupada ela ficava. Tinha que se arrumar mas não fazia idéia do que faria com seu cabelo ou qual vestido usaria. Nunca fora de se preocupar com isso, Ginny sempre fazia isso para ela.

E sua mente brilhou.

– Ginny. – ela falou em voz alta.

Correu os olhos pela mesa e encontrou um telefone que estava sempre consigo. Graças aos céus Harry concordava que ter um telefone em casa era indispensável então Hermione pegou e discou o numero que dava para a residência dos Potter. Depois de tocar três vezes Gina atendeu.

– Alô?

– Já aprendeu a usar direito. – a morena brincou. – Nem esta colocando do lado errado, esta?

Ouviu Gina rir.

– A época de colocar o fone do lado errado acabou, Mione. – Gina respondeu. – Mas, aconteceu alguma coisa?

Hermione suspirou.

– Preciso de sua ajuda. – disse direta.

Ginny riu.

– Você sempre irá precisar de mim. – a ruiva falou. – Quando vai perceber isso.

– Esses Weasley tem um ego muito alto.

– Mas para o que você precisa da minha pessoa? – Gina perguntou já curiosa.

– Hoje tenho uma coletiva de imprensa...

– Já entendi. – Gina interrompeu-a. – Precisa de ajuda para se arrumar, certo?

A morena assentiu mas quando notou que Ginny não veria apenas sussurrou um sim baixinho.

– Seis e meia estou na sua casa. – e sem dizer mais nada a ruiva desligou.

Hermione sorriu para o telefone agora mudo.

Ginny sempre seria Ginny.

***

Já chegara em casa há algum tempo depois de um longo dia de trabalho. Tomara um banho longo e no momento Hermione estava sentada na sala de estar esperando Gina aparecer para ajudá-la a se arrumar. A coletiva começava as oito e não queria se atrasar.

– Realmente é um abuso aumentarem as taxas. – Draco falou olhando para o jornal.

Quando chegara na sala viu o marido sentado em uma das cadeiras lendo o profeta diário concentradamente.

– Você viu isso, Granger? – ele falava sem ao menos desviar o olhar do papel. – Quem o ministro pensa que é? Assim vai falir um monte de lojas independentes.

Hermione apenas assentia sem ao menos prestar atenção no que Malfoy falava estava ansiosa demais. Então quando ouviu a campainha tocar nem esperou um elfo vir atender a porta, pôs-se em pé e correu para se deparar com uma ruiva sorridente na porta.

– Vamos logo, Gina. – Hermione puxou a ruiva para as escadas indo para o quarto.

Mas o que a morena simplesmente ignorara nessa pressa toda fora Harry parado na porta com uma expressão confusa no rosto vendo as duas mulheres correndo escadaria a cima. Draco levantou o rosto e viu Potter parado na porta sem saber se entrava ou não então se levantou e foi até a porta determinado em ser um pouco mais simpático com o cicatriz.

– O que esta fazendo aqui, Potter?

– Malfoy. – Harry cumprimentou. – Hermione ligou para Gina vir, fazer não sei o que, e eu resolvi vir junto para ver como minha amiga esta... Mas acho que ela nem notou minha presença.

Draco deu um sorriso irônico.

– Mulheres. – ele começou a voltar para o sofá quando viu que Potter ainda estava parado na porta. – Não vai entrar?

Harry interpretou isso como o jeito de Malfoy convidá-lo a entrar então meio hesitante colocou o pé direito para dentro da casa. Já estivera nesse lugar duas vezes antes e as duas vezes não fora em bom momento. A primeira quando fora raptado enquanto procuravam as horcruxes que Hermione fora até torturada por Bellatrix – Harry se perguntava como as péssimas lembranças não vinham até sua amiga – e depois quando descobriu sobre aquele casamento dos dois.

– Harry. – Hermione apareceu no topo da escada. – Se sinta em casa. – E dizendo apenas isso ela se foi deixando—o novamente sozinho com Malfoy.

Se sentou no sofá ao lado de Malfoy meio nervoso pelo clima tenso que estava entre os dois. Pensara em subir mas ficar vendo as duas se arrumarem era um pesadelo, preferiria ficar aqui em baixo com o clima tenso entre os dois que em cima com as meninas.

– Como vai seu casamento? – Draco perguntou ainda com o jornal em frente ao rosto, tentando melhorar o clima estranho entre os dois. O que Hermione o fazia passar, Malfoy pensou.

Estar em sua própria casa com Potter sentado ao seu lado e uma ruiva Weasley ajudando Hermione Granger no andar de cima. Draco tinha que admitir que riria da cara do idiota que um dia dissesse que isso aconteceria.

– Bem. – Harry respondeu.

O clima estava estranho. Nenhum tinha o que dizer sem que parecesse estar ofendendo ao outro. Mas mesmo que silenciosamente tinha um acordo de paz entre eles, pelo bem de Hermione eles fariam esse sacrifício.

– E o seu? – Harry perguntou.

Draco mudava toda hora de posição.

– Bem, também.

Os dois ficaram em silencio constrangedor sem nenhum saber o que dizer. Draco tentando melhorar o clima pegou o controle da televisão e a ligou. Harry levantou o rosto e viu que passava um jogo de quadribol, logo se animou quando notou que quem estava jogando era Caerphilly Catapults.

– Como assim o Caerphilly Catapults esta perdendo? – Draco perguntou.

Era um jogo contra Chudley Cannons e o uniforme laranja deles era bem visível nos jogadores que estavam em cima das vassouras. Draco odiava o time de Chudley por que era um dos maiores times rivais de Carphilly Catapults.

– Você torce pro Carphilly Catapults? – Harry perguntou surpreso.

Draco assentiu.

– Eu também torço. – Harry respondeu. – Finalmente eu conheço alguém que torce para o mesmo time que eu, Ron é fanático pelo Chudley então os jogos nunca foram amistosos.

Malfoy não gostara que havia mencionado o ruivo mas deixou isso passar. Era impressionante que pelo menos alguma coisa eles tinha em comum.

– O Carphilly é mil vezes melhor. – Draco falou sem tirar os olhos da televisão.

Todo clima tenso que estava antes havia se dissipado e os meninos ficavam olhando para a televisão completamente alienados ao resto do mundo. Gritavam quando o artilheiro não arremessava a bola direito e só xingavam o apanhador por não ver o pomo bem debaixo desse nariz.

– Esse juiz ta roubando. – Draco resmungou.

– Com certeza. – Harry respondeu. – Como não vê que Chudley esta roubando? Todo mundo já reparou.

– O juiz deve ter sido comprado. – Malfoy falou. – Lembro que ouvi em algum lugar que estão tendo problemas com vários juízes.

Era um milagre na história. Harry Potter e Draco Malfoy num mesmo cômodo sem se agredir verbalmente. Eles olhavam para o jogo completamente absorvidos e não repararam como estavam sendo amigáveis um com o outro. Riam com o erro do adversário e gritavam quando o batedor fazia algo errado.

Enquanto os meninos estavam no primeiro andar vendo o jogo Hermione e Ginny estavam no quarto da morena arrumando as coisas para a morena.

– Por que você tem um quarto aqui? – Gina perguntou assim que entraram lá. – Não dorme com Malfoy?

Granger começou a pensar em uma resposta.

– Claro que sim. – respondeu rapidamente. – Mas sabe... Brigamos demais, então Draco me fez prometer que caso brigarmos não sair de casa com raiva, ai deixou esse quarto para que eu o utilizasse quando estivesse com raiva.

Ginny suspirou apaixonadamente.

– Isso é tão romântico.

Hermione deu um sorriso amarelo e continuaram a arrumar as coisas. A morena estava sentada na cadeira enquanto a ruiva alisava seus cabelos com o maior cuidado para não queimar a amiga. Quando chegou na parte da maquiagem Gina estava um pouco nervosa.

Lembrara de que viu algo estranho passar pelos olhos da amiga quando Harry mencionara Ron e queria saber. Gina sempre achara estranho o termino dos dois mas como Hermione sempre dissera que tudo estava bem resolvera na época não ficar perguntando.

– Recebi uma carta de Ron esses dias. – Ginny falou como se não quisesse nada. – Ele disse que não vai conseguir voltar para o aniversário de Teddy, mas logo esta de volta.

Hermione que estava com os olhos fechados por causa da maquiagem tentou parecer normal. Ron parara de escrever para ela quando a própria parara de responder. Ele havia resolvido há quase três meses atrás que queria conhecer o mundo e como agora tinha dinheiro fizera suas malas e fora depois de se despedir.

– Serio? – Hermione tentou parecer casual. – E ele disse algo a mais?

– Só perguntou por que você parou de responder as cartas dele. – a ruiva respondeu. – Harry e eu resolvemos que era melhor você contar sobre o Malfoy, então não dissemos nada.

Hermione engoliu em seco. Sabia que a conversa com Ron seria a pior de todas.

– Sim, é melhor.

Ginny resolveu não falar mais nada. Apenas continuou maquiado-a e algum tempo depois viu sua obra prima ir vestir o vestido que tinha escolhido. A ruiva estava orgulhosa de si mesma tinha certeza que tinha deixado Hermione a mulher mais linda de todas, não exagerou na maquiagem para não fazer a amiga parecer mais velha.

– Como estou? – Hermione perguntou depois que saiu do banheiro.

– Olhe e verá.

A morena foi até o espelho e se surpreendeu com o que viu. Com certeza Gina fazia milagres. Estava em um vestido vermelho que sabia que Draco não gostaria por causa da cor, com um decote até que comportado e uma maquiagem fraca. Seus olhos estavam brilhando e todos tinham que admitir como ela estava linda naquela noite.

– Gina, obrigada.

A ruiva sorriu.

– Amigas servem para te deixar uma deusa, certo? Eu sei, ficou demais.

As duas riram e resolveram que era melhor descer e ver se seus maridos não haviam se matado. Hermione pegou sua bolsa por que já estava quase na hora da entrevista e com todo o cuidado já que estava de salto desceu as escadas até a sala onde Harry e Draco estavam.

Hermione e Gina trocaram um olhar chocados quando chegaram e viram seus maridos sentados no sofá com cervejas amanteigadas na mesa de centro. Eles pareciam entretidos com o jogo de quadribol e quem visse a cena nunca imaginariam que eram inimigos de infância.

– Isso foi roubo. – Draco gritou levantando-se do sofá.

– O ponto era do Caerphilly. – Harry falou.

– O que esta acontecendo aqui? – Hermione perguntou surpresa.

Harry e o loiro levaram um susto com a aparição das mulheres e viraram-se com tudo. Malfoy começou a notar como aquela cena estava sendo bem estranha então logo tentou se justificar.

– Potter torce para o mesmo time que eu.

Gina riu.

– Ironia isso, né Mi?

Hermione assentiu feliz.

O casamento entre ela e Malfoy não era verdadeiro mas mesmo assim ficava feliz em ver que os dois estavam fazendo um esforço para conviverem.

– Acho melhor irmos Harry. – a ruiva fala. – Eles tem uma coletiva para fazer.

Harry assentiu e foi até Hermione.

– Você esta linda, Mione.

Ela sorri para o amigo e os levam até a porta. Gina e Harry se despedem e vão para fora da casa aparatando logo em seguida. Assim que chegaram em sua casa Ginny ri da situação e vira-se para o marido falando.

– Inimigos? Pelo que eu vi essa tarde uma nova amizade esta para surgir.

Harry bufou.

– Amizade? Entre Malfoy e eu? – o moreno ironizou. – Só estamos coexistindo pela Mione, nada mais.

E com isso o moreno seguiu para o quarto do casal deixando a esposa rindo no andar debaixo.

Voltando para a mansão Malfoy asism que Hermione viu seus amigos aparatarem voltou para a sala e Draco não estava mais. Gritou seu nome e ouviu ele do andar de cima dizer que já estava descendo. Minutos depois o loiro aparece descendo as escadas muito atrapalhado terminando de colocar o terno.

– Droga de gravata. – ele responde tentando dar o nó mas não conseguindo. – Pode me explicar por que alguém criou algo assim?

Hermione riu e se aproximou.

– Há muitos anos na China os soldados do imperador davam nó no cachecol para demonstrar status.... – Hermione começou.

Draco deu um sorriso de canto.

– Eu não estava realmente esperando uma resposta.

A morena revirou os olhos e se aproximou do marido para ajudá-lo a fazer o nó se não demorariam anos. Com a maior graciosidade do mundo ela pegou o tecido de ceda e arrumou ao redor do pescoço do marido. Com toda essa proximidade Draco reparou como Hermione estava bonito. Claro que não gostara do vestido – nenhum Sonserino iria gostar – Mas tinha que admitir que aquela cor ficava bem na esposa.

Ela terminou e se afastou enquanto Malfoy ainda a observava.

– O que tanto olha, Malfoy? – ela perguntou.

– Até que esta digna de ser esposa de um Malfoy.

Ela sorriu percebendo que esse seria o maior elogio que ganharia dele e pegou o braço quando o próprio estendeu. Logo aparataram prontos para uma coletiva de imprensa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Review?
Recomendação?
Até o proximo cap.



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