Qual é o seu nome? escrita por LiaAzeiDeTona


Capítulo 1
Qual é o seu nome?


Notas iniciais do capítulo

Tirei essa ideia lendo o livro Hora do Amor, espero que gostem por que foi mesmo algo espontâneo! Caso você queira por algum motivo minha ideia emprestada para alguma fanfic que você escreve, me mande uma MP, ok?!



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Num dia qualquer que não tem importância, uma garota de cabelos castanhos e sem nada de muito especial brincava com suas bonecas num belo jardim colorido.

A paz do jardim era impressionante, as árvores esverdeadas de musgo balançavam junto às folhas que se divertiam ao vento. A garota morava numa casa bonita de madeira, em um bairro dividindo casas por cerca. Nesse dia, algo de diferente aconteceu. Um barulho estranho saía da cerca ao lado, o barulho de um choro. A garota, curiosa, se levantou ás pressas e se pôs em cima de um banquinho, o que ela viu, foi um garoto ruivo, cabelos cumpridos da sua mesma idade, chorando á um berreiro estrondoso.

A garota se pôs a conversar com ele, mesmo parecendo muito mal-humorado.

-Olá... Meu nome é...

-Não me interessa. -Ele respondeu manhoso, se virando para outro lado.

A garota correu para dentro de casa, esvoaçando seu vestido azul e seus babadinhos, só voltando com um caderninho rosa e uma caneta esferográfica azul.

Ela se jogou no chão, próxima a cerca nem se importando de se sujar na lama. Como um bilhetinho, ela escreveu:

“Qual é o seu nome? E... Por que se chateia?”

Do outro lado da cerca, o garoto se vira, para verificar se a garota ainda continua a observá-lo, mesmo com todo mau humor do mundo, ele ainda queria atenção. Ao avistar o bilhete, o garoto interessado em responder, subiu pela escada pendurada na janela de seu quarto, e poderia ter pegado uma caneta qualquer, mas como gostaria de impressionar a garota pegou a mesma caneta esferográfica de uma cor avermelhada.

“ Digory. Você quer mesmo saber?” Perguntou ele pelo bilhete, já ao lado da cerca, pensando se a garota continuava do outro lado, e de fato, muito ansiosa pela resposta, ela estava do outro lado.

“Claro que quero!”

O garoto, com o coração na boca, pegou o bilhete fingindo não ligar- mas para si mesmo – e respondeu:

“Meus pais estão brigando de novo, e meu irmão me bateu por estar xeretando a conversa...”

“Que triste!”

“É, mas eu já se o que eu vou fazer.”

“Você poderia me falar?”

“Você é muito curiosa!”

“Ou não tenho mais nada para fazer.”

O garoto riu, e ela, ouvindo, riu também.

“Eu pretendo fugir.”

“Fugir?”

“É... Qual é o problema?”

“Bom, fugir é sinal de medo, se você quer ser mesmo corajoso, você deveria conversar com seus pais.”

“Mas eles não ouviriam!”

“Você já tentou?”

“Não” O garoto respondeu até se esquecendo de colocar o ponto final.

“Então tente! Você não pode adivinhar!” Respondeu ela animada.

O garoto, com um pequeno sorriso no rosto - que só um menino muito teimoso teria- Respondeu:

“Além de curiosa é intrometida!” E os dois, trocando muitos bilhetes a noite inteira, só pararam quando os papéis acabaram.

“Então... tchau.” A garoto respondeu.

O menino já deitado na grama, respondeu:

“Então é isso... Qual é o seu nome?”.

A garota sorriu, com a vontade de responder, mas não havia mais folhas, e se contendo para não subir a cerca e dizer o seu nome, ela se controlou, afinal, não seria a mesma coisa. O garoto, também compreendeu, e olhando uma última vez para a cerca, ele subiu para o seu quarto.

À noite, Digory, imaginava como seria o nome da garota curiosa. Seria Marry? Lucy? Beatriz? Não daria para saber... Será que a garota voltaria no dia seguinte?

Ele dormiu com essa dúvida.

Do outro lado da cerca, a garota imaginava como seria quando ela respondesse seu nome... o que ela diria? Será que ele estaria no dia seguinte, e abraçando seu ursinho, ela dormiu, tendo sonhos com essas questões.

No outro dia, bem cedo, a garota correu com um caderno que havia roubado de sua tia, e Digory muito apressado, veio correndo com folhas sulfites verdes que encontrou pela casa.

Os dois se perguntavam se era cedo demais, ou se estavam sendo muito desesperados, e ficavam esperando o bilhete um do outro, querendo não parecer loucos para conversar, no fim, a menina de vestido amarelo sem babados deixou a curiosidade vencer e mandou o primeiro...

“Olá”

Digory se animando, correu com sua caneta vermelha no papel e respondeu:

“Oi.”

Até agora, não tinham muito que conversar, mas dentro deles eles borbulhavam de perguntas.

“Como são seus pais?” Perguntou ele, deixando a menina impressionada, já que era sempre ela a curiosa.

“Temos mais alguém curioso aqui!”

Digory corou.

“Se não quiser responder não responda.”

Ela riu, e ele escutou.

“Minha mãe é gentil, mas bem severa, seus cabelos caem como lindas fontes de chocolate, meu pai é muito elegante, e sabe bem como contar uma piada!”

Digory contemplou aquele bilhete, com a caligrafia perfeita, e, imaginava a partir a descrição dos pais como seria a garota.

A menina, também interessada em saber mais, perguntou:

“E o seus?”

“Meus pais são bem orgulhosos, meu pai é ruivo, ele sempre estão com a cara amarrada e minha mãe dorme o dia inteiro, mas se me lembro bem, seus olhos são cinzas como aquela que resta quando você queima alguma coisa.”

A menina, pegando o bilhete, e sem querer, esbarrando no dedo dele, respondeu corada:

“Eles parecem um amor de pessoa!”

“Você está falando sério ou zoando com a minha cara?” Respondeu ele desconfiado.

“Sério, garanto que eles se reconciliam todos os dias, ou se não, estariam divorciados!”

Digory pensou um pouco... na verdade, eles sempre estavam se defendendo, talvez ela estaria com a razão. É lógico que ele não deu esse gostinho á garota.

“É... talvez.”

Ela riu mais uma vez.

“O que é tão engraçado?” Ele respondeu sem paciência.

“Você fica... fofo,quando fica teimoso.” Responde ela se arrependendo mas ainda sim colocando o bilhete por baixo da cerca.

Ele, coradíssimo agora, e um pouco receoso de mandar alguma coisa, respondeu:

“Garotas são tão idiotas!” E talvez ele fizesse isso só para agradar a menina do outro lado.

E ela e ele começaram a se revidar, se divertindo, se envergonhando e se apaixonando.

Quando cada um só tinha uma folhinha, eles pensavam com cautela o que diriam, um simples tchau? Não isso não seria especial.

O garoto se lembrando de perguntar o nome, gastou sua última folhinha mandando a pergunta:

“Qual é o seu nome?”

A garota, animada com o seu interesse respondeu:

“Você quer mesmo saber?”

E o garoto entendeu a brincadeira, sabia que isso só daria certo se houvesse um interesse entre eles.

E assim aconteceu.

Todos os dias, eles trocavam bilhetes todos os dias, chovendo, fazendo calor, nevando ou ventando, e antes de finalizar todas as conversas, Digory perguntava: “Qual é o seu nome?”

E toda vez que ele perguntava isso, a menina dava uma resposta diferente, e numa noite ousada, ela passou um batom cheiroso nos lábios e mandou um marca de beijo para ele, e ele guardava aquele cheiro, mesmo não admitindo.

Num certo dia, passando um pouquinho do décimo terceiro aniversário de Digory, com uma brisa suave, a menina se sentou ao lado da cerca, e mandando o primeiro bom dia, ela esperou a resposta.

O problema, era que e a resposta não veio. A garota um pouquinho desconfortável, mas esperando firmemente a resposta dele ao lado da cerca, pensava se estaria gripado. A garota o dia inteiro ficou ao lado da cerca. O que ele estaria fazendo? Sua mãe foi busca-la a partir do sexto dia da filha esperando pela resposta, no momento em que começou à chover e ela estava dormindo no chão.

A garota perguntou à mãe, se a família de Digory estava viajando.

A mãe, com muito receio, sabendo da paixão de sua filha, respondeu:

-Filha, ele anda saindo com a menina Katherine, eu os vi ontem na feira se...

-Não continue.-Respondeu ela se arrastando pela escada com lágrimas “em forma” de dor saindo dos olhos.

Ela sabia quem era a garota, era uma amiga de escola. Como ela poderia ter pensado que algo poderia dar certo através de bilhetinhos? Que coisa infantil. Dois anos trocando cartas para nada. A mãe entrou no quarto, percebendo que sua filha não passava bem, tossindo, espirrando e vomitando, a levou para hospital no mesmo instante, pensando como fora uma péssima mãe. Você também deve estar pensando “como uma mãe pode deixar sua filha conversando na chuva? No vento?”,a reposta é única. Por amor. Como uma mãe tiraria de uma filha os melhores momentos do amor? O momento da descoberta.

Do outro lado da cerca, Digory em recolhia as cartas da menina cuja não sabia o nome. Após de ler as cartas se torturava ao não responder as perguntas da menina desesperada. Mas nenhum romance através de cartas daria certo, ele já estava velho para isso, para essas coisas infantis, e estava ainda namorando uma garota muito... muito... ele não tinha nada para descrevê-la, ela não tinha nada de especial na verdade, mas ele poderia vencer isso, melhor do trocar cartinhas – pelo menos era isso que ele queria pensar-.

Ele avistou o carro da mãe da menina saindo da garagem e se perguntou o por que ela teria saído. E não dormiu até ver o carro voltando para a garagem. A noite do garoto durou pouco, logo ouviu uma ambulância chegando – e resou para não estacionar aonde ele achava que ía-.

A ambulância havia parado na frente da casa da garota.

O coração dele ficou em sua mão quando viu uma garota de cabelos castanhos sendo levada para dentro.

Durante muitos dias ele esperava por ela, ele acumulava perguntas dentro de si, e já havia até ido perguntar a mãe, que apesar de tudo fora muito simpática, e lhe disse que ela estava no hospital sofrendo de uma forte pneu munia.-E devo lhe dizer que ele pediu à mãe que não pronuncia-se o nome de sua filha, ele não queria perder o encanto, e mesmo a mãe confusa pelo garoto ter pedido aquilo, ela o fez.- após isso ele não comia mais, ficava no quarto, vigiando pela janela se a garota voltava, mas infelizmente isso não aconteceu. O garoto sentava ao lado da cerca, com o vento forte e a neve espessa fazendo com que o inverno viesse a vida, e em um dia desses, eles desmaiou de febre no quintal. O que mais ele queria mesmo, era só mais um minuto com a garota curiosa.

No hospital ele acordou tonto, aquelas luzes em seu rosto não eram confortáveis. Coma vista embaçada ele viu algo do seu lado, algo que ele não contava.

A garota de cabelos negros estava deitada na maca ao lado. Os dois estavam muito mal, muito fracos. A garota estendeu a mão esquerda, bem vagarosamente com os braços cansados, ele também estendeu o braço direito, apesar de ter uma agulha lhe pondo soro.

Após as mão se encostarem, a garota abriu um frágil sorriso e Digory se espantou. Havia um papel em sua mão. A garota recolheu o braço devagar com os olhos quase se fechando. Ele leu o bilhete.

“O meu nome é Lisse”.

E esticando os braços de mãos dadas, o barulho “piii” das máquinas cardíacas ecoaram pela sala e os dois partiram juntos em sua jornada.


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Notas finais do capítulo

Eu achei o final muito legal, é como um final fofo para A Cupa é Das estrelas!
Que eu tenha amolecido o seu coração com a história...



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