O Esboço dos Anjos escrita por Arquivo


Capítulo 4
Anjos Com Asas de Cuco




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Um cheiro peculiar, a essência de um perfume caro estava no ar. Abri meus olhos e Joyce estava bem na minha frente, com suas pernas bem abertas, sentada em meu colo. Eu estava sentado e amarrado em uma das cadeiras da sala e bem ao lado da mesa, ela me olhava com um fogo que eu poderia reconhecer em qualquer lugar.

–Por favor... não...

Ela colocou sua mão em minha calça e eu a senti segurar meu pênis, eu não podia reagir muito, ela tinha me sedado um pouco. Ela sempre fazia isso. Ela o colocou para fora da calça e do bolso de seu blazer retirou sua atividade favorita em relação as minhas torturas. Uma caixinha com tantas agulhas... tantas agulhas...

–Seja um bom menino. – Ela colocou a caixa encima da mesa. Sua voz tremia e seus cabelos estavam um pouco soutos do coque.

–... Não! – Fechei meus olhos e virei meu rosto, mas ela o puxou novamente.

–Olhe para mim, me deixe ver seus olhos. Olhos tão lindos, não me faça furar suas pálpebras.

Eu cedi ao seu comando.

Olhava para ela e ela olhava para mim, eu podia estar um pouco sedado, mas a dor... Era como se ela estivesse tentando arrancar minha carne com as agulhas...

Já não podia mais me mover, apenas olhava para ela adquirindo prazer e desfrutando do sangue que escorria pelas minhas pernas e que pingava no chão.

Dizem que depois de sofrerem muito, as pessoas passam a não acreditar mais em um ser superior que as protege – Um “Deus” – mas depois que cheguei ao HPF, quando tive a chance de conhecer Joyce de uma maneira mais... pessoal, bem, posso dizer que vi um demônio de carne e osso na minha frente. Não como uma ilustração da bíblia. No dia em que a conheci acreditei que realmente poderia existir um ser superior, eu precisava acreditar, porque eu tinha a esperança de que se eu acreditasse... talvez um dia, ele me libertasse daquele inferno.

–Louis!

As cenas e dor passaram, eu estava deitado no chão e Katzea estava sobre mim, segurando meus ombros e me sacodindo. Foi só um pesadelo.

–Que horas são... ? – Minhas pálpebras estavam parcialmente coladas, eu esperei ela sair de cima de mim e então me levantei e olhei para a janela aberta, o céu estava escuro ainda.

–3:00 da manhã, te acordei mais cedo pra me ajudar a acordar o Flinn, pra gente se arrumar, visitar sua mãe e ir para o aeroporto.

Flinn estava dormindo no colchonete do outro lado da cama onde Katzea dormiu, ele estava em uma posição que eu acreditava ser impossível um ser humano se submeter... até então. Eu me aproximei dele e cutuquei suas costas com meu pé, ele mal notou. Abaixei-me e comecei a sacudi-lo como Katzea fizera comigo antes.

–Você acha que se fosse preciso só isso, eu teria te acordado pra me ajudar? – Ela riu de mim. – O Flinn, eu, você, Nile e Ophelia, todos têm problemas bem distintos causados pela ativação dos chips, como por exemplo: Flinn. Ele já entrou em coma duas vezes sem “motivos aparentes”, simplesmente dormia e não acordava por até um mês. – Ela se abaixou também e começou a acariciar os cabelos loiros de seu irmão. – O mais sinistro é que isso só ocorreu durante os 15 e 16 anos dele, quando ele estava sempre fazendo esportes, clube de física, praticando violino... sempre que suas férias chegavam, ele entrava em coma. O Flinn de hoje em dia é uma benção.

–Quando durmo, tenho pesadelos horríveis... geralmente alguns não fazem sentido, mas outros gostam de me ouvir gritar... bem alto. – Katzea olhou para mim e seu rosto se tornou suave, doce, ela tinha um sorriso bem consolador. – Eu desenhava contas matemáticas nas paredes, era engraçado de se ver depois, mas não fazia bem pros meus dedos.

–Sinto muito, Louis.

–Kattie... não pare, isso é muito bom... – Flinn estava acordado.

Katzea bateu em suas costelas e eu escutei o estrondo do impacto, ele se impulsionou para frente e começou a tossir. Eu me levantei e me afastei um pouco deles dois, enquanto brigavam.

–Estupido! Estava dormindo tão profundamente que me fez ficar angustiada! – Ela bateu nele novamente, mas desta vez em suas costas. – Só me atrasa!

–Por um cafuné seu? A maior raridade do mundo?! Eu atrasaria até mesmo James Bond.

Eu queria poder rir das piadas de Flinn naquele momento, mas eu estava muito intrigado com a metamorfose que ele sofreu algumas horas atrás, antes de irmos dormir. O quão frio ele parecia e o quão nervosa Kazea ficou ao lado dele, “múltiplas personalidades” ela disse...

–Se vocês não se incomodam, posso ao banheiro?

–Por que está perguntando? – Katzea tinha um meio sorriso em seu rosto. É verdade, eu não precisava mais pedir para ir ao banheiro. Eu não estava mais no HPF.

–Nada de mais...

Eu fiz meu caminho para fora do quarto, havia apenas dois banheiros naquele andar, para os 4 quartos. A nossa sorte é que aquela pousada era quase deserta. Havia uma pia de ferro, sem espelho, dois urinóis, uma parte separada com outra porta para o vaso sanitário e um cano que parecia ser de mangueira saindo de um buraco na parede - Acho que o dono daquele lugar queria que as pessoas chamassem aquilo de chuveiro - eu já vi coisa muito pior, se chama banho coletivo no HPF. Tentar tomar banho e não levar um soco de outro paciente ao mesmo tempo é necessária prática.

Notei uma pequena tesoura dentro da pia, parecia completamente livre de ferrugem ou de sangue, então eu a peguei. Lavei meu rosto e me livrei da sensação estranha de minhas pálpebras estarem querendo se unir para sempre. Eu mal podia enxergar com tanto cabelo nos meus olhos, os enfermeiro e seguranças geralmente deixavam os cabelos dos pacientes crescerem até tamanhos exagerados, então os cortavam e vendiam. Nunca gostei muito do meu cabelo, mas na escola o que não me faltavam eram elogios das meninas, elas ficavam pegando nele e em mim o tempo todo, me abraçando sem a minha permissão... eu odiava quando elas faziam isso. Katzea foi diferente, aquele momento quando eu me senti mergulhando na origem da minha história, a dor que eu senti quando li aquela carta. Quando ela me abraçou, eu senti como quando eu me machucava e minha mãe colocava sua mão no meu ombro e sorrindo me pedia para não chorar.

–Antes uma tesoura da pia de um banheiro, do que uma faca que matou um coelho e não sei o que mais. – Eu comecei a tentar corta-lo, não me importava se ficaria bonito, só queria voltar a enxergar.

Eu via as mexas caindo no chão, eu tenho os mesmos cabelos da minha mãe, mas ela sempre dizia que meus olhos eram um presente que meus avós tinham me dado. Ela gostava de me explicar as coisas quando eu era criança, de certa forma, como se estivesse contando historias. Quando terminei de cortar o cabelo notei Flinn atrás de mim com uma toalha na mão.

–Mas que...! Flinn! Quase me matou do coração, cara.

Ele olhava fixamente para a tesoura, eu estava um tanto preocupado por ele estar fazendo isto de maneira tão imóvel. Eu acenei para ele e então me deu um de seus largos sorrisos.

–Ah... foi mal, não gosto de tesouras.

–Trazem lembranças ruins? – As palavras simplesmente saíram de minha boca, eu queria uma janela para escapar da possível raiva que ele teria de mim. Eu apenas me lembrava da reação que ele teve com Katzea quando ela disse que ele enfiou uma tesoura na própria perna.

–... –Ele tinha uma sombra em seu rosto. – Ela contou pra você alguma coisa minha, sobre “a tesoura”?

–Não. – Eu não podia escapar do medo que senti dele.

–Louis... você já se esforçou tanto, tanto, tanto por uma coisa que quando você não consegue, as pessoas a sua volta te olham como se você nunca tivesse feito nada? – Ele se se encostou à parede do banheiro e se pôs a enrolar alguns cachos na frente de sua testa.

Eu não sabia muito bem o que dizer ao certo, no que resultaria se eu respondesse.

–O que aconteceu, Flinn?

–Minha mãe antes de me ter era muito pobre... quando eu nasci e ela recebeu a parte do dinheiro dela, comprou uma casa e foi morar comigo na Alemanha. Ela se formou em pedagogia e com o tempo se tornou a coordenadora da minha escola, ela me dizia para ser o melhor em tudo, que ela não gastaria nada comigo na faculdade, que eu teria de dar um jeito de conseguir uma bolsa. – Ele se aproximou de mim e pegou a tesoura da minha mão, era completamente diferente do Flinn do sítio. – Eu me esforçava o tempo todo, ia para o hospital o tempo todo, mas nunca perdi uma aula, eu passei minha adolescência toda vendo enfermeiras e médicos nas férias, sem curtir ou viajar com os meus amigos. Eu só tinha os meus irmãos e nós mal podíamos nos encontrar, sempre nos falávamos pelo computador, principalmente com Nile e Katzea...

–Eu sinto muito.

–Nós todos temos momentos, o meu foi a tesoura, depois de perder as maratonas de corrida da minha escola e ver a minha mãe virar as costas pra mim... bem, eu enfiei a tesoura na minha perna pra nunca mais correr de novo, mas parece que eu ainda posso correr muito.

–Eu...

–Nada de “eu sinto muito”, chega dessa coisa! Vamos tirar no Jo Ken Pô quem toma banho primeiro!

–Tá...certo.

Flinn era como um desenho que eu vi quando era mais novo, numa loja de coisas budistas. Um círculo que era metade sol e metade lua, ele não mexeria com você se você não mexesse com ele. Só que no fim, acredito que ele é um amigo como nenhum outro, eu poderia chama-lo de irmão um dia, só não quero ser para ele o que eu fui para Caio. Eu não os abandonarei, nem ele nem os outros. Se for meu dever ser muito maior do que eu já sou, eu devo esquecer o que o passado fez comigo e crescer, como o Flinn fez.

–Jo Ken...

–Estúpidos! Têm dois banheiros! – Gritou Katzea entrando no banheiro.

–Mas o outro é das meninas...

–Você não vai ser preso por isso, só têm nós três aqui! E eu já tomei banho, sintam-se a vontade.

Flinn correu até o “chuveiro” e puxou a cortina florida que lhe servia como box.

–Cheguei primeiro. – Disse ele espiando por uma brecha.

Saí do banheiro com um sorriso no rosto, Katzea estava do lado de fora segurando algo enrolado em seus braços. Ela o jogou em mim e logo vi que era uma toalha.

–Esperava tomar banho como?

–Obrigado.

Ela manteve sua cabeça um pouco baixa ao voltar para o quarto, parecia chateada com algo, sempre, toda vez que uma pequena discussão surgia ela demostrava estar bastante chateada com sua “missão”. Vir parar aqui no Brasil, acordar em um lugar estranho e sem quase nenhuma informação sobre este.

Fiz meu caminho para o outro banheiro e tomei meu banho. Eu não tomava um banho tranquilo havia muito tempo, não importava a situação daquele banheiro, eu sentia como se fosse impossível sair de baixo daquele chuveiro. Ninguém nunca pensa no fato de: Se você quer estar perto do céu, vá tomar banho. Obviamente você não precisa de suas roupas, ninguém tem o direito de te cobrar nada enquanto você estiver no banho, você pode fazer o que você quiser sem que ninguém te veja; em outras palavras, o mundo não existe para você, ou você não existe para o mundo. Era isso que me fazia acreditar que a hora de tomar banho, de certa forma, era perfeita.

Quando sai de lá, o ar estava diferente e mais quente. Aquele calor me fazia bem, diferente do HPF que era sempre tão frio. Seu chão, seu ar, as pessoas. Eu entrei no quarto e vi que as malas já estavam todas prontas e o quarto estava arrumado, Katzea estava falando aos sussurros com Flinn, aquilo não era português.

–Was ist passiert ? > O que aconteceu?

Eles pararam de conversar e me olharam pasmos.

–Sie spricht deutsch... > Você está falando alemão... – Disse Flinn.

–Nein. > Não. – Eu me sentia como se estivesse falando normalmente.

–Parece que o papai já baixou as línguas na sua cabeça. – Katzea estava falando em português mas por um segundo eu jurava que estava entendendo o que ela falava em alemão.

–Por um segundo eu...

–Você falou em alemão, cara. Só não percebeu, mais foi muito bem, muito bem mesmo. Vai ficar mais fácil de trocar o dialeto depois de conhecer o Nile, ele vai te ensinar melhor.

Eles sempre mencionavam esse tal de Nile como o mais inteligente dos 5 irmãos, que era ele o primeiro a ser avisado das atuais situações do “pai”. Organizava as viagens e hackeava muito bem.

–Como ele faz isso... “baixar línguas”?

–Do mesmo jeito que você baixa uma legenda para um filme, mas a única diferença é que você não percebe que o filme está em outra língua. – Katzea se levantou e pegou uma das malas, Flinn fez o mesmo. Só havia duas, uma para ele e outra para ela.

–Eu posso levar a sua mala, Katzea.

Ela me olhou com seus olhos de lobo.

–Não precisa. – Ela passou por mim e saiu do quarto. Senti sua pele ferver de longe.

Flinn me olhou tentando conter o riso, eu me fui até ele antes que ele começasse a gargalhar. Sua mão cobria sua boca, provavelmente escondendo seus dentes de tubarão, o que foi tão engraçado? Minha mãe me ensinou que ser cavalheiro é bom, mas nunca se deve ignorar a chance de se defender de uma esquisita. Katzea era uma boa pessoa, mas eu sentia como se ela estivesse sempre pronta para bater em você.

–O que eu fiz dessa vez... ?

–Ela tá de mau humor. Não é exatamente culpa sua, mas ela foi, meio que pega de surpresa pela sua recente aparição. – Ele colocou a mão em meu ombro e deu uma risadinha. – Cara, se eu fosse você pediria desculpas, mesmo não estando errado... ou certo.

–O que?!

–Mulheres, cara. Mulheres. Só peça desculpas.

Ele saiu do quarto e fez um sinal coma cabeça para eu vir junto. Trancamos o quarto perfeitamente arrumado e fomos para a recepção, onde estava Katzea pagando a hospedagem para uma garota que devia ser um pouco mais velha que nós. Assim que chegamos, ela examinou Flinn dos pés à cabeça como se estivesse olhando para um sorvete gigante. Ela lhe deu uma piscadinha e eu tive vontade de rir. Cutuquei-o com o cotovelo bem de leve, ele me empurrou para o lado.

–Ladykiller.

–Idiota...

Katzea se pôs na frente dos olhos dela, como uma muralha, parecia bastante incomodada com ela. Eu queria poder ter uma câmera.

–Se já não acabou de “checar” se estamos todaos bem, poderia chamar um táxi?

–Claro... – Seu rosto perdeu a cor, mas ela manteve seus olhos em Flinn.

O tempo foi passando e já eram 3:30 quando o táxi chegou. É muito raro eles chegarem rápido em uma área da cidade como esta e em um horário como esse. O motorista saiu do carro e foi abrir o porta-malas, depois de guardarmos as malas finalmente entramos. O radio tocava uma música em espanhol com uma letra bem antiga, mas muito bonita. Katzea fechou os olhos e sorriu, ela provavelmente conhecia aquela música.

–Para onde essas crianças vão? – Perguntou o taxista.

–Já somos de maior. – Disse Flinn, indignado.

–Isso é o que geralmente crianças que eu pego em bares para deixar em casa me dizem... – Disse o taxista, com um sorriso no rosto. Ele era o que muitas pessoas podem chamar de... “tio”.

–Pode seguir em frente, na direção do centro da cidade. Quando estiver perto eu aviso para o senhor.

–Senhor? Gostei, você é um menino bem educado.

–Mas é só uma parada, depois do centro nós vamos para o aeroporto. Será rápido, eu prometo.

–Bem... vai ser um caminho longo, meninos. Certeza de que possuem dinheiro para uma viagem dessas?

Olhei para Katzea e a vi tirando do bolço de sua calça varias notas de 50 reais.

–Sim... temos sim.

–Então está tudo bem, vamos lá.

Ele começou a dirigir enquanto sussurrava a letra da musica que estava tocando. Katzea estava com seu rosto encostado no vidro e Flinn estava com as duas mãos coladas na janela e olhando a imagem dos prédios passando rapidamente pela janela. Ele parecia muito feliz de estar aqui. Já Katzea era diferente... eu então decidi fazer o que Flinn me pediu.

–Me desculpe. – Sussurrei em seu ouvido.

–O que... ? – Ela me olhou surpresa.

–Não sei o que eu fiz exatamente, mas eu não estou me sentindo bem ao ver você tão chateada. Se não fossem vocês eu ainda estaria preso naquele hospital, então...

–Obrigado, Louis. Por se importar, mas eu estava chateada comigo mesma, não com você.

–Compreendo.

–Sabe... no dia que eu entrei em transe e fui parar num voo para o Brasil, eu estava na Disney, realizando o meu sonho. Eu sempre quis ir... mas o meu padrasto me disse que não pagaria a minha passagem, cheguei a juntar dinheiro dois anos inteiros para ir. Então isso aconteceu... Aquele homem já me achava louca, tentou me mandar para um internato de meninas duas vezes, mas a minha mãe não se deixou ser influenciada... tanto. Imagine agora que eu fugi de casa. Não importa se eu fui a líder de sala por anos consecutivos e a melhor da turma no ensino médio, ele nunca me aceitou por completa. – Ela encostou sua cabeça em meu ombro. – Mas agora eu penso melhor, eu prefiro não voltar, já sou adulta e logo os planos do meu pai se realizarão e nós seremos poderosos e unidos como nunca.

Depois de escutar a historia do “mau humor” de Katzea, eu percebi que nenhum de nós três – Não sei em relação aos outros – possuiu um relacionamento ou um envolvimento perfeito com seus lares. Sempre diferentes, de certa forma superiores. Pelo menos era nisso que acreditávamos. Como anjos no meio dos humanos, cucos que se livravam daquilo que estava em seu caminho ou o que poderia ser desvantajoso para eles. Para Flinn era correr, para Katzea era seu padrasto e para mim seria Caio e Joyce. Eu me via ascendendo a um novo nível a cada dia, mas me sinto angustiado no que a de vir a minha frente. Uma sensação de adrenalina percorreu meu corpo, como se eu estivesse em queda livre.


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