Tudo posso naquEle que me fortalece escrita por MorgsValdez


Capítulo 6
Capítulo 6 - A janta - Isabelle


Notas iniciais do capítulo

Uff, demorei né? Maaaas calma que ta aqui! Aproveitem!



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Eu deixei minha casa impecável. Leila sempre estava arrumando a casa dela ou limpando, organizando e cuidando de tudo, e bem, eu não era assim tão dona de casa, no entanto eu deixei tudo limpo, no lugar, e até coloquei as capas novas que estavam guardadas no guarda roupa nos sofás e na cama. Mas o pior estava por vir. O que eu ia cozinhar? Eu era fascinada pelas comidas da Leila, tudo que as mãos dela faziam era ótimo, uma verdadeira mulher virtuosa. “A mulher virtuosa é coroa de honra para seu marido” Provérbios 12:4

Mas eu sabia sobre uma paixão dos Wenceslosh, panquecas, e logo depois eu faria o cheesecake de morango que eu aprendi a fazer com a mulher do pastor! Pus meu avental e fui para a cozinha, eu podia não ser tão boa com a frigideira, mas meus problemas acabaram quando comprei uma panquequeira, agora as minhas ficariam tão boas quanto as da Leila. A massa ficou muito leve, porém consistente, e o recheio de dar água na boca, quando terminei de montar no prato, pus molho madeira em cima com duas folhas de hortelã em cima para enfeitar, e parti para a sobremesa. Quando pus na geladeira ouvi a campainha tocar. Eu corei intensamente, meu coração foi parar na garganta e sentia a minha pulsação estourando nos meus ouvidos. Senhor me dê sabedoria para agir hoje, e não me permita te desagradar de alguma forma, pois o inimigo é ardiloso e eu quero unicamente te alegrar Pai.

Fechei a porta da cozinha, pois a bagunça estava grande, tirei o avental e fui atender. Ao dobrar a maçaneta me concentrei em não desmaiar quando visse Johnny de novo, mas não eram eles.

– Marcelo? – perguntei ao meu colega de trabalho que apareceu do nada.

– Belle, eu preciso conversar com alguém, você poderia me ajudar? – pediu ele com os olhos lacrimejando.

– Ham... Claro, entra. – falei, mas por dentro meu coração estava alarmado, será que Johnny havia mudado em relação há algumas coisas?

Marcelo entrou e sentou no sofá com as mãos nos cabelos, ele parecia mesmo apavorado.

– Então o que houve? – perguntei.

– A minha mulher saiu de casa e levou a minha filha junto, eu estou totalmente sem rumo! – ele disse agora chorando muito.

– Ah Marcelo. Vai ficar tudo bem, mas, eu disse para vocês voltarem para a igreja. Se desviar nunca é bom.

– É, mas não adianta agora, Deus nos esqueceu!

– Ta amarrado! – gritei – Não murmure contra teu Senhor. Busque a Ele, peça para Ele trazer tua família de volta.

– Eu estou tão... – campainha – Belle você estava esperando visitas?

– Sim Marcelo, mas está tudo bem, jante conosco.

Levantei e fui abrir a porta, lá estavam eles.

– Paz do Senhor! Entrem. – falei dando espaço para passarem.

Quando se depararam com Marcelo chorando no sofá ficaram muito pasmos, então corri explicar o que acontecia.

– Pessoal, esse aqui é o Marcelo, é o meu colega no jornal. A esposa dele foi embora com a filhinha e ele chegou aqui um pouco antes de vocês. – expliquei nervosa e tremendo.

– A Belle me disse que me desviar era errado, mas eu queria sair com meus amigos e beber, queria que minha mulher usasse maquiagem e joias... Mas isso me afastou não só dela, mas muito de Deus. – disse e voltou a chorar.

– Está tudo bem Marcelo, eu vou procurar ela e conversar, ela deve ter ido para a casa da nonna. – falei pegando meu casaco.

– Não, você tem visitas e não tem que se prejudicar pelo meu erro, e nem tente protestar, eu vou buscar minha esposa, mas primeiro, vou pedir perdão a Deus.

Marcelo sorriu para mim e para a família que acompanhava tudo, então saiu andando, ele ainda estava com a roupa de trabalho, porém a gravata parecia ter sido esmagada por uma planta carnívora ou algo assim. Meu coração se apertou tanto. Queria ajuda-lo, mas eu havia feito um compromisso com os Wenceslosh e não poderia deixa-los ali na mão.

– Bem, me desculpem por isso, sentem por favor. – falei indicando o sofá.

– Este seu colega costuma vir aqui? – perguntou Johnny.

Podia ser coisa do passado, mas meu sangue ferveu, era quase como uma acusação de adultério, mas eu tinha o Espírito Santo dentro de mim, não ia me deixar abalar.

– O tempo todo, com a esposa e a filha, Paola e Giovana. Contudo, eu vi que quando ele se afastou da igreja, aquilo desagradou muito a esposa, mas ela devia orar para ele voltar para a igreja, não sair de casa. – falei cruzando os braços e suspirando.

– Ao menos ele viu a verdade. – falou meu sogro, digo, Fabricio.

– “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” João 14.6 Quem pertence a Ele sempre volta para o caminho, pois conhece a verdade, e é a única vida que agrada seu coração quanto o de Deus ter. – falei sorrindo.

O rosto de Leila que não estava muito bom antes acredito que por causa da presença de Marcelo ali mudou de feição, parecia que mesmo com aquilo causando certa desconfiança nela e Johnny, viram que era realmente verdade o que eu disse, e que eu estava mais do que nunca dedicada a Igreja. Eu estava muito parecida com ela na verdade. Ambas usávamos saias pretas, contudo o suéter que eu usava era azul escuro, e o dela azul claro, e o nosso cabelo preto estava trançado da mesma forma.

– Bom, vamos comer então? – falei os convidando para a mesa – podem sentar que eu vou trazer as coisas.

– Eu te ajudo. – ofereceu-se Leila.

Ela foi comigo até a cozinha e abri o forno para pegar as panquecas, ela pegou a panela de arroz que estava em cima do fogão, mas parou de andar quando viu as panquecas em minhas mãos, seus olhos lacrimejaram e ela respirou fundo.

– Você lembra então. – ela disse olhando para as panquecas.

– E tem como não lembrar? “putequinha” – falei rindo como Johnny chamava panquecas quando era pequeno.

– Você o ama muito não é mesmo? E eu sempre tentei te tirar ele. – ela disse vermelha.

– Está tudo bem, você só queria o melhor para ele. Mas se eu bem conheço os quatro homens naquela mesa, eles já estão achando falta da comida ein.

Leila deu risada e, após limpar as lágrimas que derramou, seguiu comigo para a mesa, colocamos a comida ali em cima e os olhos de todos ali brilharam, mas os de Johnny brilharam diferentes, marejados, eu sabia que ele estava pensando o mesmo que a mãe me dissera poucos segundos antes “Você lembra então...”.

– Senta do meu lado? – pediu Johnny.

Corei, porém sentei ao seu lado, sua mãe e seu pai de frente para nós e os meninos na ponta da mesa. Eu sempre havia sonhado com aquilo, porém nos meus sonhos seria minha casa e do Johnny, e já teríamos um filho.

– Eu queria trazer o Pietro para jantar conosco, mas as irmãs falaram que não era bom trazer ele de noite para cá, pois ia voltar muito tarde. – falei enquanto levantava para pegar a coca na geladeira.

Entrei na cozinha pegar a o refrigerante e já peguei guardanapos, mas fui surpreendida quando Johnny chegou por trás e me abraçou. Era uma coisa que ele fazia muito quando estávamos juntos, mas agora eu não ia me permitir desagradar o coração de Deus.

– Johnny para! Isso não é coisa de pastor não! – falei sussurrando para os outros não ouvirem.

– Desculpa amor eu só queria sentir o cheiro dos teus cabelos.

– Amor? – repeti o que ele disse. Duas lágrimas escorreram dos meus olhos.

– Você nunca deixou de ser o meu amor. – ele disse segurando meu rosto entre as mãos.

Nos beijamos de novo, e foram os mesmos sentimentos de antes, meu coração pulsou tanto que acho que ele podia sentir no peito dele, porque eu sentia o coração dele. Se tivéssemos um infarto ali, ia ser por uma boa causa.

– Johnny, se vamos ficar juntos de novo, vai ser completamente diferente. – falei.

– É claro meu amor, é claro! Dentro das regras da Igreja, e vamos casar o mais breve possível! – ele disse beijando minhas mãos.

– Johnny, conversamos sobre isso depois, não quero que pensem mal de mim por ficar tanto tempo sozinha com você aqui. – falei, mas não conseguia parar de sorrir.

– Eu acho que já deu tempo de pegar a coca né. – disse Danilo de braços cruzados na porta.

– Claro que sim, só estávamos conversando. – falei levantando as sobrancelhas.

Voltamos a mesa e jantamos até dizer chega, mas ficou tudo limpo, nem um grão sobrou para contar a história, eu servi um café para a digestão e mais tarde o cheesecake.

– Você comprou ou fez? – perguntou Fabricio.

– Eu fiz, a mulher do pastor daqui que me ensinou, muito bom né?

– Muito bom mesmo, passa a receita pra Leila fazer lá em casa.

Nós rimos e terminamos de comer, contudo o mais gostoso foi a conversa, eu não tinha televisão por motivos óbvios, a qualquer momento aparecem pessoas seminuas e coisas que desagradam a Deus, então não fazia falta, mas depois de tantos anos sem noticias, colocamos tudo em dia.

– Bom, já roubamos muito o seu tempo, você deve precisar dormir para trabalhar amanhã. – disse Fabricio.

– Que isso, está tudo bem, amanhã só trabalho de tarde. Foi muito bom conversarmos de novo, colocar os assuntos em dia! – falei levantando já que eles já estavam de pé.

– Realmente, eu tenho a impressão de que agora voltaremos a nos comunicar com mais frequência. – disse levantando as sobrancelhas Fabrício.

– Isso mesmo. – falou Johnny vindo segurar as minhas mãos.

– Bem...

Muitas batidas na porta me cortaram o que ia falar, fui atender e Marcelo estava ali caído no chão, Johnny veio ajudá-lo e ele estava com a expressão muito apavorada, Johnny pos Marcelo no sofá e ele estava atordoado.

– Você precisa me ajudar Belle, a Paola, ela saiu do país com a Giovana, com a minha filha! – gritou ele.

Fiquei pálida, não fazia a mínima ideia que Paola seria capaz de algo assim, mas eu precisava ajudar Marcelo.

– Johnny, eu vou ir procura-la nos aeroportos, vocês podem orar? – pedi olhando para todos ali – Eu conheço a fé sobrenatural que há em vocês.

– Por favor, orem, mas eu vou contigo, meu amor. – disse Johnny.

– Está bem, vamos. – falei pegando o casaco e a mão de Johnny para sairmos dali procurar por Paola.


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Notas finais do capítulo

Gostaraaam? Me falem tudo o que acharam, se tenho que melhorar ou arrumar algo ein! Beijocas, Deus abençoe!



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