Lição Número Oito escrita por sgculture


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!Boa leitura (:



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Uma das coisas mais fofas e totalmente 'out' de Henry era achar que eu realmente me importava com os que os outros sentiam. Não que eu fosse aquele tipo de garota garota insensível meio darck, mas era que eu era ocupada demais pensando em quais das minhas roupas combinavam e quantas curtidas novas eu tinha. Ou seja, eu era ocupada, não tinha tempo para os sentimentos dos outros.

– Eliza, Eliza estou falando com você.

– O quê? - Desviei meus olhos do celular e fitei Henry

– Você ouviu alguma palavra do que eu disse?

Para ser sincera eu não fazia a mínima ideia do que ele estava falando, então foquei meus olhos nos dele, dei o meu olhar de determinação e disse:

– Era alguma coisa sobre a Jennifer Lawrence ter terminado com o Chris Martin? Se quer saber a minha opinião...

– Não Eliza! - Ele me olhou aborrecido – Estou aqui abrindo o meu coração para você e você nem presta atenção.

– Aaahh – Exclamei – Foi mal, vamos começar de novo. Henry o que está acontecendo com você?

O encarei profundamente e mantive meus olhos os seus, geralmente ele desiste de me contar, mas dessa vez parecia importante, pois ele suspirou e disse:

– Sabe eu e a Julia estamos tendo alguns problemas, sobre...

Julia quem é Julia? Ah sim a namorada machinho dele. Não me admira que estão tento problemas, uma garota que se veste daquele jeito e ainda é adoradora de urina, não deve ser normal. Se bem que Henry também não é tão normal assim, só que a diferença é que comigo ele é legal. Quer dizer, eu brilho tanto que irradio para ele, sem mim Henry não é lá muita coisa divertida.

– E então o que você acha? - Ele me olhou em expectativa.

A minha vontade foi dizer “o que eu acho sobre o quê?”, mas não tive coragem. Ele me olhava como um cachorrinho coreano esperando algum doce coreano, então apenas dei o meu melhor sorriso e disse:

– Claro, sem dúvidas eu concordo! - Eu nunca enganava ele, mas dessa vez eu consegui. Ou ele estava realmente distraído, ou eu estava ficando boa em engana-lo. Sorri vitoriosa, é estou aprendendo a enrolar ele.

– Ótimo Eliza. E a lição dessa semana, a sua oitava lição é se conectar com as pessoas. Tente ouvir o que elas têm a dizer, se sensibilizar com as suas situações e tentar ajudá-las a resolver os seus problemas.

– Nossa, você não acha que eu já faço muito isso? Eu chorei lendo o diário da Demi Lovato, com todas..

– Eliza, estou falando de pessoas comuns.

– Ah.

Ele disse e foi embora, sem me deixar contestá-lo ou perguntar sobre o que exatamente eu concordei. Levantei-me e corri até a recepção:

– Charmonique! Tenho uma pergunta, você acha que eu sou insensível o que as pessoas sentem?

– Garota, você viu o meu estado? Não estou afim de conversa furada hoje.

Fitei a mulher na minha frente e vi que tirando as suas roupas bregas e o seu cabelo que não estava tão penteado assim. Ela parecia a mesma Charmonique de sempre. A não ser? Aquilo ali é rímel escorrendo?

– Ou, desculpe Charmonique. O que você está sentindo? Posso ajudá-la?

– Garota, nem vem. Não é problema seu. Você tem problemas maiores.

O bom de Chamornique, era que ao contrário de Henry ela gostava do jeito que eu era. Quer dizer, ela gostava... Certo?

– E então o que vai vestir? - Ela disse

– Anh... o que?

– Para o jantar que Henry está preparando para você conhecer formalmente a Julia. As más línguas dizem que estão tendo problemas por sua causa.

– O que? - Fitei em choque ela – E porque Henry não me disse nada disso?

– Acho que ele disse, querida, você que não prestou atenção!

Ah então era sobre isso que Henry estava falando. E agora o que será que eu visto? Se eu vestir uma roupa normal para mim, ela vai me achar tipo muito sexy demais para andar com ele, então tenho que me vestir como uma vovó?

– Oh My God! O que será que eu visto?

– Só sei de uma coisa garota, você tem que fazer ela gostar de você e fazê-la não se sentir ameaçada.

– Mas o que eu vou vestir? Eu sou linda Charmonique, não posso fazer nada se os caras adoram olhar para mim – A olhei com uma preocupação genuína.

– Bem, você tem até amanhã, às 19:00hrs para decidir.

– Então é melhor eu começar agora.

Corri desembestada pela empresa e peguei o primeiro táxi. Entrei em meu prédio e apertei no elevador e esperei chegar. Enquanto eu esperava, vários pares de roupas que haviam no meu closed passavam pela minha cabeça.

– Oh god! Ela não vai gostar de mim.

– Provavelmente não, mas estamos falando de quem dessa vez? - Bryn disse ao meu lado e eu pulei de susto. Quando ela tinha chegado aqui?

– É a Julia, namorada do Henry. Ele vai fazer um jantar para nos conhecermos formalmente e eu não sei que roupa vestir. Quer dizer não posso ir toda linda, porque ela não vai deixar eu sair a sós com ele, mas também não quero ir feia. - Disse convicta.

– Bom, você vai ter que escolher. Ou o visual 'eu sou safada', ou 'eu sou crente'.

Bryn tinha razão, eu não podia arriscar. Era da amizade de Henry que estava em jogo. O elevador chegou e nós entramos.

– Oh droga, vou ter que ir vestida de vovó!

Estava na oitava loja e tudo que eu escolhia e experimentava Bryn rejeitava, e o que ela escolhia era um... horror! Como eu ia consegui vestir aquelas coisas? Voltei para casa derrotada, comprei um pote de sorvete no caminho e foi o que eu jantei. A única saída era eu inventar uma gripe e não aparecer de noite. Oh droga ia ter que faltar o trabalho também.. Ah mais sem problema, eu era a vendedora número um!

Peguei meu celular e disquei o número dele.

– Alô?

– Olha Henry eu acho que... - Espere, essa não era a voz dele? - Henry você está gripado ou algo assim?

– Não, aqui quem fala é a Julia. - Okay ele não me disse que estava tão sério ao ponto de ela estar atendendo o telefone dele.

– Ah... oi Julia, será que eu podia falar com o Henry?

– Acho que é a Eliza, certo? Vou passar para ele.

– Alô Eliza? - Agora sim era o Henry – Está tudo bem?

– Sim... argh... quer dizer não... cof cof – Comecei a tossir o telefone – Eu estou gripada, estou com muita dor de cabeça, ai meu Deus acho que estou zonza, não vou poder ir amanhã no seu jantar.

Comecei a gemer no telefone e a tossir loucamente, aparentemente eu era uma boa atriz, pois o que ele disse depois me pegou de surpresa:

– Tudo bem, não se preocupe. Estou indo até ai.

– Não Henry, eu estou bem eu estou... - E ele desligou. - OH DROGA!

Henry estava vindo para cá, e a melhor forma de evitar que isso piore era eu continuar com a farsa. Então fui na Internet e pesquisei todos os métodos caseiros para aparentar gripe. Descobri que esfregando alho nas axilas simulava febre, então foi o que eu fiz. Depois fervi um pano bem quente e passei a testa. Peguei o bom ar, que sempre me dava alergia, e espirrei na minha cara. Em poucos segundos estava espirrando feito louca e catarro escorria de minha narinas... Eca! E a última coisa que faltava era a garganta vermelha, então peguei um vibrador antigo, da minha época de noites de pijamas que eu fazia para mim mesma, e enfiei o máximo a minha goela. E a campainha tocou. Rapidamente larguei o objeto e chutei para debaixo da cama. Peguei vários lenços na caixinha e um cobertor e corri para a sala:

– Já vai! - Eu gritei. Então lembrei que deveria me sentir doente, então tossi. Corri para a porta e a abri. - Oi Henry – Diz com uma voz mufina.

– Eliza, você está realmente horrível! - Isso me pegou de surpresa

– Eu estou? - Corri pro espelho e vi que meu nariz estava muito vermelho e o meu cabelo um ninho de pássaros.

– Está tudo bem Eliza, é normal ficar assim quando se está com gripe. Venha é melhor deitar-se.

– Henry, eu não queria que você deixasse a Julia e viesse correndo. - Eu disse sincera.

– Você é minha amiga, está comigo desde que eu era um homem não divertido. Merece prioridade.

– Você ainda é um homem não divertido, só tem uns lapsos as vezes – Rimos.

Henry ficou comigo a noite toda. Ficou verificando a minha temperatura (sim, os alhos funcionaram), me encheu de remédios, e foi muito atencioso. Assistimos America's Next Top Model , apesar dos protestos dele e ele fez sopa para mim. Sério eu fiquei feliz, apesar de uma parte de mim está se sentindo culpada por ter mentindo para ele. Mas se não fosse por isso, ele estaria passando a noite com a tal da Julia e eu sozinha comendo sorvete.

Eu acho que acabei dormindo e quando acordei ele já estava saindo.

– Henry? - Eu chamei.

– Oi Eliza, você dormiu e eu não quis acordar. Você já está melhor, pode ir trabalhar amanhã. - Ele sorriu parecendo satisfeito e eu contive meu gemido de frustração. Tanto trabalho, por nada!

– Obrigada Henry – Bem não por nada, pelo menos passei a noite com ele. - Nos vemos amanhã.

– Tchau Eliza – Ele veio até mim e me deu um beijo na testa – Eliza, você trocou o seu perfume?

– Não, porque?

– Você está cheirando a cedro de pinheiro – Eu sorri nervosa.

– Acho que foi o bom ar.

– Você tem alergia a bom ar.

– O bom ar da vizinha – Ele me encarou cético, mas resolveu não discutir e foi embora.

Não sei se é loucura minha, mas ele prestava atenção em mim. Sabia todas aquelas coisas sem eu nunca ter dito a ele. Se eu perguntasse ele diria que era apenas observador, e na minha opinião, ninguém observa o que não nos importa, e sim aquilo que é de nosso interesse.

No dia seguinte eu tive que ir trabalhar quando o elevador abriu corri até Charmonique:

– Charmonique você nem acredita, eu não achei nenhuma roupa para ir pro jantar do Henry, e então eu disse que estava com gripe e acredita que ele ficou comigo até eu 'melhorar'. Sério eu devia ganhar o Oscar de melhor atriz.

– Ou...ou garota, espere ai. Está me dizendo que você fingiu uma gripe para não ir ao jantar e que Henry foi cuidar de você? Ai têm...

– Têm o que? Olha ele ainda estava com a tal da Julia... acredita que ela atendeu o telefone dele?

– Ele deixou ela para ficar com você? Isso não é meio suspeito.

– Ele disse que eu era prioridade, enfim...

– Prioridade, ram homens não dizem muito isso.

– Charmonique foque o problema, agora eu tenho que inventar outra desculpa para não ir aquele jantar. A gripe não funcionou, será que se eu disser que estou com ébola, funciona?

– Er... olá Henry! - Charmonique exclamou e eu me virei apressadamente.

Henry me fitava com uma expressão indecifrável. Droga, eu estava muito encrecada.

– Você mentiu para mim Eliza?

– Olha Henry, desculpe eu não queria mas...

– Mas você fez! - Ele caminhou a passos duros até a sua sala e eu o segui.

– Henry sinto muito – Eu disse assim que nós entramos em seu escritório – Mas não sabia o que vesti para esse jantar e...

– Você mentiu porque não tinha roupas? Eliza sabe o problema que você me trouxe? Eu briguei com a Julia por sua causa e ela disse para darmos um tempo. Eu não sei o que isso significa em um relacionamento moderno.

– Significa que ela quer...

– Não quero saber – Ele me cortou – O importante aqui é que você mentiu para mim, me manipulou exatamente como ela disse que você fazia.

Aquelas palavras tão duras vindo dele, me magoaram demais, então eu explodi.

– Eu não queria ir ao jantar não pelas roupas, mas o que elas representariam. Queria que Julia gostasse de mim para que ela não me afastasse de você. Você é o meu único amigo, sabe o que aconteceria se você se afastasse? Eu iria desmoronar. Não iria aguentar Henry e você prometeu não desistir de mim.

Meus olhos começaram a ficar vermelhos e eu comecei a chorar, nem eu sabia o porque disse. Só sabia que Henry era importante para mim, e que ele devia estar sempre comigo.

– Eliza isso não iria acontecer.

– Você não pode ter certeza. As mulheres são ciumentas Henry, ela iria querer afastar você de mim, e não posso ficar de escanteio.

– Eliza, olhe para mim – Ele pediu e eu relutante levantei meu olhar – Lembra sobre o que eu disse para você se sensibilizar com que as pessoas sentem e interpretar o que querem dizer? Pense em cada momento que passamos, quero que diga o que você acha que eu sinto por você.

Eu parei para pensar e eu vi que Henry sempre estava ali para me ajudar, que se preocupava comigo, que se importava com o que eu sentia e mesmo com o seu jeito duro e frio de agir, ele gostava de mim. Ele não apenas se importava por eu ser sua amiga, era algo a mais.

– Você me ama... ama, não ama? Tipo é o que eu acho que você sente porque...

– Shii Eliza. Sim eu amo você.

Então seguindo o próprio conselho dele de eu me sensibilizar com os que os outros sentem e amenizar a sua dor ou sofrimento e achar a cura para eles, eu o beijei. Henry demorou segundos para entender o que estava acontecendo, mas ele retribuiu. Suas mãos foram gentis para a minha nuca, e sua língua acariciou a minha suavemente. Sua boca tinha gosto de café e hortelã e seus lábios era ótimos de se morder e sugar.

– Você aprendeu a entender os outros Eliza – Ele disse entre os meus lábios.

– Eu tive um excelente professor – Eu sussurrei antes de agarrar a sua nuca e puxá-lo para mais um delicioso beijo.

FIM.


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço algum review? Bjos ♥