Eles andavam cautelosos pela floresta já que estava escurecendo, Octavia andava apressada na frente com Bellamy e Clarke atrás com Murphy e Finn, que ela fazia questão de não olhar nos olhos, ela ainda estava muito zangada com ele.
–Bellamy está escurecendo, deveríamos parar para descansar um pouco. disse Clarke
–Clarke tem razão O, vamos parar para descansar
–Só mais um pouco Bell por favor.
–Ok, mais uma hora então, aí paramos.
Clarke olhou para Bellamy fazendo as vontades de Octavia e apesar de estar cansada, ela o entendia, Octavia tinha perdido Lincon e queria desesperadamente encontrá-lo, ela estava mal, e por consequência Bellamy também estava, era doloroso para ele ver sua irmã sofrendo , e ela se sentiu solidária a eles, não gostava de ver nenhum dos dois sofrendo.
De repente Clarke teve uma sensação estranha, sentiu que eles não estavam sozinhos, já estava escuro e ela não podia ver muito bem, quando uma lança parou em uma árvore ao lado dela, e ela gritou.
–Grounders, CORRAM!!!
Todos saíram correndo e ela não viu nínguém os perseguindo mas não queria arriscar, quando ela enfiou o pé em um buraco entre as raízes de uma árvore, todos já estavam longe, ela chamou pelo primeiro nome que veio a sua cabeça.
–BELLAMY, SOCORRO!!!
Ela não sabia se ele tinha ouvido mais resolveu não gritar mais, porque ela poderia chamar atenção de mais alguém caso eles tivessem sido seguidos, ela segurou a arma com uma mão e tentava se soltar com a outra, mas estava sendo inútil porque aparentemente ela tinha torcido o tornozelo e sentia uma dor horrível quando puxava , e aí começou a chover
–Ah que beleza!
Ela disse, quando ela ouviu passos, ela ficou imóvel e segurou a arma com as duas mãos, apontando na direção do barulho, quando ela ouviu alguém chamando baixinho
–Clarke, Clarke você está ai? Mais que droga, onde você se meteu.
Era a voz de Bellamy, ela se sentiu aliviada, ele tinha voltado por ela
–Bellamy eu estou aqui
Ela pegou uma pedra e começou a bater na outra para que ele seguisse o barulho, quando ele a encontrou
–Clarke! você está bem? se machucou?
Ele se ajoelhou e segurou seu rosto com as duas mãos examinando-a
–Eu prendi meu pé nesse buraco, ele está dolorido, provavelmente torcido, eu estou bem, mas não consigo soltar, onde estão os outros?
–Eles seguiram em frente, eu mandei que eles ficassem na trilha, vamos encontrá-los.
Ele a tranquilizou enquanto tentava soltar o pé dela do buraco
–Está tudo bem, quem quer que estivesse atrás de nós já deve ter ido embora, pronto você consegue ficar de pé?
Ele a ajudou a ficar de pé, e ela testou o pé
–Você consegue andar? Ele perguntou
–Consigo, não está torcido, só um pouco dolorido
Eles foram caminhando devagar, quando ouviram alguém correndo atrás deles, eles correram no início, mas Clarke tropeçou e não conseguia mais correr, então Bellamy a encostou em um tronco e ficou de frente para ela com seu corpo completamente grudado ao dela, eles precisavam fazer silêncio, Bellamy olhou para o lado e viu um vulto, droga de chuva, estava difícil de andar sem escorregar, ainda mais com a Clarke com o pé machucado e a chuva ainda dificultava a visão, que aquela hora da noite já não era das melhores.
Então ele notou a respiração dela no seu pescoço, ela estava cansada e encontou a cabeça no seu ombro, sua mochila estava nas costas e em uma das mãos ele segurava sua arma e ela segurava a dela na mão oposta á dele.
–Você está bem? Ele perguntou preocupado
–Estou sim não se preocupe, precisamos sair daqui.
–Eu sei mas teremos que esperar até termos certeza de que ninguém esta nos seguindo, você está tremendo.
Ele envolveu a mão livre em sua cintura e a puxou para mais perto, ela hesitou um pouco.
–Está tudo bem Clarke, você precisa se manter aquecida, ou vai ficar doente, e nós não temos tempo para isso.
Ela foi convencida, não que ele precisasse de muitos argumentos para que ela o abraçasse, ela envolveu a mão em torno da cintura dele e encostou novamente a cabeça em seu ombro.
–Você , me ouviu chamar por você?
Ele franziu a testa
–Não. você chamou por mim?
–Sim eu chamei uma vez, mas aí pensei que se eu continuasse gritando quem quer que estivesse nos seguindo me encontraria, e eu não estava em condições de me defender.
–Eu apenas olhei para trás e você não estava lá, então eu mandei Octavia seguir em frente com os outros e voltei para te procurar, fiquei com medo que você tivesse sido pega.
–Obrigada por voltar, eu não conseguiria sair de lá sozinha, pelo menos não sem ter que arrancar meu pé, ela brincou.
–Você precisava de mim.
Ela tremeu, mas dessa vez não foi de frio, ela sentiu um arrepio com as palavras dele e a proximidade que eles estavam, não estava ajudando. Mas ele pensou que fosse frio e se aproximou mais ainda
–Bellamy, acho que não é uma boa ídeia nós ficarmos tão próximos assim
Ele ergueu ums sombrancelha divertido com a observação dela
–Porque princess, você tem medo de não resistir ao meu charme?
Ela não respondeu, nem podia porque ele estava absolutamente certo, essa proximidade dos dois mexia com ela, e com toda essa coisa com o Finn, ela estava vulnerável, não podia arriscar. Mas nada saiu da sua boca ela só ficou ali olhando para ele de baixo de toda aquela chuva que estava caindo sobre eles, droga eles precisavam de um abrigo, mas ainda havia alguém rondando a região.
Ele cansou do silêncio dela, era óbvio que a situação estava mexendo com ela também, ele estava perdendo a cabeça, precisava se controlar, mas era difícil com ela ali, com o seu corpo colado ao dele, eles estavam tão próximos como nunca estiveram antes, e talvez nunca mais estivessem, tanto faz, ele pensou.
–Clarke, eu vou te beijar
Ela devia estar louca provavelmente, ela ouviu isso mesmo? Ele queria beijar ela? Porque ela estava tão surpresa, se era exatamente isso que ela estava pensando? Ela queria também, porque não? Eles eram livres e estavam indo em busca dos seus amigos no Mounth Weather, tudo podia acontecer, então pela primeira vez na vida ela foi egoísta e pensou apenas no que ela queria , e ela queria beijar Bellamy Blake.
–Beije-me
Ele a puxou pela cintura com força, mas aproximou seu rosto lentamente do dela, ele beijou seu nariz, depois passou o nariz pela curva do seu pescoço, o que a fez suspirar então ele chegou na boca dela, ele começou o beijo lentamente e foi aos poucos acelerando o ritmo, ela envolveu sua mão livre nos cabelos dele e aprofundou o beijo, arrepios subiam e desciam pela sua espinha. E de repente a chuva não era mais um problema.