Heart memory escrita por Tia Lety


Capítulo 6
Capítulo 6- Calor de suas mãos


Notas iniciais do capítulo

gnt! esse capítulo quase não sai! essa bagaça! mas espero que gostem e desculpem a demora!

TIA LETY



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Minha cabeça tem estado muito lotada essas últimas horas, todas são derivadas do assunto "Leo", que não me deixava dormir. Minha mãe notou meu estado desanimado, ou pequena fase de depressão. Eu não queria sair da minha cama, só isso, ou talvez algo mais. Ele podia ter se esquecido de tudo, tudo que vivemos juntos. Isso não é justo! Eu nunca iria me esquecer dele, e nenhum acidente faria isso comigo... Eu acho. Faltava três dias para a eleição da presidência do grêmio estudantil, e eu precisava fazer a porcaria de um discurso para os alunos votarem em mim. Sinceramente? Nem sei por quê eu entrei nas eleições.

No dia seguinte, acordei meio indisposta para ir ao colégio. Cheguei lá e passei pelo corredor cheio de confeites, cartolinas e serpentinas, o que era desconfortável, eu não estava em clima de festa, e acima de tudo, os faxineiros gente... tadinhos.

Entrei na sala e vi Lúcia feito uma louca fazendo cartazes, e mais cartazes. Eu nunca pedi para ela fazer nada, mas quem sou eu para reclamar não é? Ela estava dominada pelo espírito competitivo, e sua rival nada mais, nada menos era Catarina. As duas estavam loucas para que seus representantes (eu e Leo) vencessem. Leo não estava ligando, estava distraído com alguma coisa, não estava no presente talvez, parecia tão longe...

—Monalisa! O que você está fazendo aí parada? Me ajuda a vencer aquela barata cascuda!

Era muito engraçado vê-la assim. Ela via Catarina como "Barata Cascuda", "Tubarão de Calça Jeans" e "Verme de Batom". Era pelo menos algo para descontrair.

Já era o sinal do intervalo, Lúcia estava agitada, queria aqueles energéticos que ela era viciada, bombom de café, enfim... A garota era uma pilha infinita. Eu estava copiando e ela estava me apressando, que coisa! Pedi para Lúcia ir logo e me deixar copiar, logo logo nos veremos. Ela saiu mais rápido que uma bala. Dei de ombros e voltei a copiar a maldita tarefa de Geometria.

Já ia sair quando alguém segurou meu braço e tapou minha boca. Isso é tão filme de ação, adorei. Era Leo. Os olhos azuis dele estavam sérios, o que me assustava. Tirei a mão da minha boca.

—Desculpe... Devo estar lhe assustando.— disse Leo— Eu apenas preciso falar com você.

—Comece.— pedi

Ele se sentou e pediu para eu sentar ao lado dele. Eu não estava entendendo nada, mas sentei, desconfiada. Leo tirou a "aliança" de cadarço do bolso e me mostrou. Ele apertou os lábios e fez um gesto para eu mostrar a minha "aliança" também. Retirei o cordão de debaixo da minha camisa escolar, um pouco assustada.

—Eu... Sonho com esses objetos. Eu vejo duas crianças colocando esses nós, no dedo de uma e da outra. O rosto está borrado... Isso é muito estranho?— perguntou Leo

—Não— ri, descontraindo a tensão no ar— O que você mais vê?

—Eu vejo... Uma cachoeira... Um rio— ele apertou os olhos

Talvez eu não deva pressioná-lo a lembrar de seu passado, eu apenas espero que ele se lembre de tudo no final, de sua infância. Pousei minha mão na dele e disse:

—Você está bem?— olhei para minha mão e tirei rapidamente

—Ei... Não tira por favor.— pediu Leo— Sua mão quente me agrada, me acalma.

Fiquei vermelha. Ele colocou uma mecha do meu cabelo por trás da orelha. Estudei seu rosto, Leo possuía uma cicatriz no canto da boca, olhos azuis e um cabelo encaracolado, um jeito largado, mas charmoso, gentil e rude ao mesmo tempo, uma combinação perfeita. Aqueles olhos...Eles estavam voltando ao brilho que conheci.

—Seu cabelo é tão bonito...— disse Leo

Não estava acreditando no que ouvi. Não evitei um sorriso. A ultima vez que eu escutei isso vindo dele, foi à seis anos atrás. A mão dele estava sobre a minha, sentia o calor gostoso de seu corpo, um pouco nervoso, um pouco voraz, um calor difícil de explicar.

Eu podia admitir com todas as letras: Eu sou completamente apaixonada por Leo. Sempre fui. Nunca mudei dês que fui embora. Ele se aproximou tanto que eu sentia a respiração dele no meu rosto.

Lúcia entrou na sala com duas latas de energético Red Bull. Ela olhou para nos dois, Leo se distanciou, vermelho. Lúcia deu um sorriso travesso. Levantou a mão em sinal de desculpas.

—Atrapalhei alguma coisa?riu

—N-não.— falei

—Tudo bem Leo?— cumprimentou Lúcia. Ele levantou a mão e deu um sorriso torto

Levantei-me da cadeira e olhei para Leo. Ele deu um sorriso sem mostrar os dentes, deixando as covinhas fundas à mostra. Leo se levantou da cadeira, segurou na minha nuca, me fazendo gelar e cochichou:

—Ainda não terminamos...

Ele enfiou as mãos no bolso e saiu da sala, sem me olhar mais. Lúcia soltou um: "Hmmmmmmm..." Eu senti minhas bochechas esquentarem. Aquele momento foi tão... diferente, tão mágico. Eu acho que um dos melhores momentos da adolescência. Os dedos dele ainda estão marcados na minha nuca, o calor das mãos dele ainda estavam sobre as minhas...

No fim da aula, a diretora me chamou para falar minhas "propostas" na candidatura do grêmio. Eu falei que iria colocar mais uma cantina, porque as filas são terríveis. Falei que teríamos aula de teatro, que muita gente queria. Enfim, eu sei que eu nunca iria conseguir isso, a escola nunca iria fazer isso. Mas eu queria, na boa. Minhas palavras podiam estar aqui, mas minha cabeça estava longe, querendo olhar nos olhos de Leo...

Fui para casa e já era sexta feira, graças á Deus final de semana. Iria para a casa da minha avó. Dês do ano que conheci Leo (quando crianças), minha avó se mudou para a capital e morava com a imã mais nova da minha mãe, que tinha acabado de adotar um filho da minha idade. Minha mãe me disse que ele se mudaria para o meu colégio, então o que ele seria...Meu meio primo?

Chegamos na casa da minha tia. A família inteira estava lá, querendo conhecer o novo membro da família, que estava quieto no canto da mesa. Minha tia veio até mim e me abraçou.

—A quanto tempo lindinha!— disse ela, com um bafo podre à álcool

—Oi tia Agnes...

—Venha aqui querido.— chamou tia Agnes o novo filho, que chegou ao lado dela, numa expressão que eu não conseguia decifrar— esse é Kaio, nosso novo membro da família.

—Olá.— cumprimentei

—Oi...

O garoto era alto, tinha um cabelo negro que ia até os ombros e olhos verde piscina. Era bonito, mas não fazia o meu tipo, e mesmo se fizesse, ele é meu novo primo. Kaio foi para a varanda e minha tia Agnes me teu umas cotoveladas, fazendo eu derramar meu refrigerante.

—Tente falar com ele. Kaio é um menino difícil e precisa de alguém da idade para conversar.— disse

—Hm... Está certo tia...

Fui para a varanda. Não me sentia confortável perto dele, Kaio parecia sei lá... um marginal. Mas quem é esse garoto afinal?


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Notas finais do capítulo

*u* 140 visualizações *u* (eu sou carente assim msm viu u-u)

TIA LETY



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