Rebel Heirs - Interativa escrita por Carol Chase Lovegood, Bia Valdez


Capítulo 3
The Beginning


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeee! Como vão??? Esse é o primeiro cap que eu posto dessa fic então estou super empolgada! Esse cap eu e a Carol fizemos juntas, por isso realmente espero que vocês gostem!
Beijooos!
Bia Valdez



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/567023/chapter/3

Fabrinny Hatter conseguiu sair de casa bem cedo naquela manhã. Ela deixou um bilhete sobre a mesa de chá, onde sabia que seu pai encontraria, com os dizeres:

"SAÍ PARA COMPRAR TECIDOS PARA MEU NOVO CHAPÉU. NÃO VOLTO PARA O ALMOÇO. PARABÉNS PARA TODOS.

~FANNY"

A ruiva já havia comprado os tecidos para sua nova cartola, mas estava enrolando para voltar para casa. A verdade é que Fabrinny não queria estar presente na hora do almoço – que também era conhecida como a hora do chá. Por quê? Era seu vigésimo sétimo desaniversário naquele mês, ou seja, já era a vigésima sétima vez que ela comemorava seu não–aniversário. E, coincidência ou não, também era desaniversário de seu pai. E do perdiz de animação da família... E das Lebres de Março... Enfim, de muita gente. E isto significava mais uma rodada de chá com biscoitos enjoativos.

Andando saltitante pelas ruas coloridas e maravilhosas, Fanny decidiu ir ao bosque florido se encontrar com lírios e rosas. Essas flores eram as menos conversativas e também as mais simpáticas de todas. Só podiam ser colhidas nos campos mais distantes, mas pelas falantes Fanny faria qualquer coisa.

Chegando no campo, a chapeleira teve que apartar a briga entre duas orquídeas possessivas que disputavam uma bolsa de grife. Então, seguiu para as roseiras. Lá, uma segunda ruiva conversava com as rosas brancas.

­– Não fique desse jeito. – dizia a jovem – Você é linda!

– M–mas a rainha pr–prefere as rosas v–vermelhas. – a flor choramingava.

– Não, não! A futura rainha acha que você é linda! – a garota acariciou as pétalas da chorosa rosa.

E então Fanny entrou na conversa.

– Também acho você muito linda, Dona Branca! – a ruiva ao lado dela saltou com o susto – Oi, como você está? Futura rainha, você disse? Você é a filha da Rainha de Copas?

– Eu... Eu... – a garota com os cabelos vermelho vivo – Sim. Sou a filha da Rainha de Copas.

No mesmo instante todas as flores num raio de quinze metros se fecharam com um grito agudo, arrancando um suspiro da jovem princesa.

– Pelo visto você não é nem um pouco má, não é? – Fanny comentou arrancando uns lírios – Flores más! Está constrangendo essa pobre menina. – então fez uma pausa e se virou para a outra – Acha que essas flores vão ficar bem numa cartola?

– Você não... Está com medo?

– Não, claro que não! Tenho experiência com vilões legais. E lobos que na verdade são carneiros. – ela puxou os tecidos que havia comprado para ver o contraste das cores – Sim, vai ficar ótimo! Mas ainda falta algo...

– Você conhece outro vilão? – a princesa ficou curiosa – Alguém que... Não quer ser mau? Como eu?

– Sim, sim. Minha melhor amiga, Jamie, é exatamente assim. – Fanny puxou o chapéu com abas longas que usava e enfiou metade do braço dentro dele, tirando um pedaço de carvão. Com ele, pôs–se a desenhar numa pedra.

– Jamie... Não me lembro de ninguém do País das Maravilhas com esse nome.

– Ah, é porque ela é da superfície. Bingo! Uma pena de flamingo! – ela jogou o carvão longe e recolheu os tecidos do chão rindo – Aposto que minha cartola vai ficar linda! Sabe onde eu arranjo uma pena de flamingo?

– Você pode me levar até ela?

– Claro! – a louca largou tudo que estava em seus braços e começou a saltar, batendo palmas animadas – Coincidentemente, vou visita-la hoje. Você pode vir comigo!

– Maravilhoso! A propósito, me chamo Alexia Vallete.

– Prazer, Fabrinny Hatter.

***

Ser filha do Peter Pan tinha suas vantagens, mas liberdade não era uma delas. Depois que seu pai lhe dissera para não sair da Terra do Nunca após seu aniversário de dezesseis anos, Luminne Pan realmente se sentiu enjaulada. Para que voar se você nem pode ir pra onde quiser?

Mas, é claro, o tempo confinada não durou muito e logo ela já estava saindo quebrando regras e ignorando os avisos do pai sobre envelhecer como os outros personagens. Afinal, ela já estava farta de viver sozinha naquela ilha.

E foi exatamente numa dessas escapadas clandestinas que Luminne finalmente encontrou algo para fazer. Importunar Jamie Hook.

Realmente foi uma surpresa para Lumi ver Jamie remando em direção à encosta da Baía da Sereias, mas a garota não se abalou e decidiu seguir a filha do Capitão Gancho a fim de tirar algum proveito disso. Quem sabe o que Jamie poderia estar querendo fazer?

***

Depois de um longo tempo seguindo a Hook, Luminne começou a realmente ficar preocupada. Já haviam passado pela Aldeia das Fadas, pelos Campos Literários e Jamie parecia que nunca ia chegar a onde quer que estivesse indo. Aquilo já estava lhe dando nos nervos.

E foi aí que sua missão “Seguir a Hook” foi por água abaixo.

– Lumi! O que está fazendo aí em cima?

A última pessoa que Luminne esperava encontrar naquele momento estava parada a encarando.

Nina Golddeal devia ter algum dom para encontrar pessoas, só pode.

Com um sorriso, Lumi pousou na frente da velha amiga e espanou um pouco das folhas que haviam ficado presas em seu cabelo castanho durante e o voo. A garota se perguntou como estaria sua aparência naquele momento, pois, como sempre, Nina estava impecável.

Não que a garota fosse muito vaidosa ou algo do tipo, mas ter como pai o feiticeiro mais rico de toda a Floresta Encantada devia valer de alguma coisa. Claro, Nina não morava com o pai fazia tempo, mas estava arriscado que ele tivesse dado algum tipo de aura anti–sujeira de presente de aniversário pra garota. Depois falam que o cara não está desesperado.

–Eu estava... Ahn...

– Seguindo a doida que passou por aqui a dois segundos atrás? – para a surpresa de Lumi, não foi Nina que falou e sim uma garota parada atrás dela que tinha os olhos azuis brilhando de desconfiança.

– Ah! Lumi! Esta aqui é a Piper, Piper, esta é Luminne Pan. Aquela garota da Terra do Nunca que eu te falei semana passada. – Nina abriu um sorriso, alternando o olhar entre nós duas.

– Nina, se eu lembrasse tudo o que você me falou na semana passada minha cabeça já teria explodido. – Piper revirou os olhos e cruzou os braços de modo divertido – De qualquer maneira eu reconheceria seu sobrenome. Sou Piper Harmony.

Lumi teve de sorrir um pouco por estar se apresentando pela segunda vez para a mesma pessoa.

– Luminne Pan. – as duas apertaram as mãos e Luminne ergueu uma sobrancelha – Você é a filha do Flautista, né?

Aquela pergunta definitivamente surtiu um efeito inesperado e Piper respirou fundo.

– Sou.

Um silêncio um tanto incômodo se instalou entre as três garotas, mas Nina, como sempre, decidiu quebra–lo.

– Era a Jamie, não era? – como a pergunta veio de surpresa, Lumi demorou um tempo para notar que Nina estava falando com ela.

– Ahn?

– Era a Jamie. A garota doida que passou por aqui xingando por causa das folhas. – a filha do Rumpelstilskin riu da expressão confusa da amiga.

– Ata. É. Era ela sim.

– E por que você tava seguindo ela?

Luminne suspirou enquanto as duas garotas a encaravam esperando a resposta.

– Estava com tédio. Decidi fazer algo pra me distrair. Vi a Jamie vindo pra cá e segui ela. Ponto. – Lumi cruzou os braços e revirou os olhos, copiando a expressão que Piper fizera minutos atrás.

– Lumi, quando é que você não está com tédio? – Nina gargalhou – Parece a Piper quando tá de mal humor

– Nina! – Piper repreendeu a amiga, mas com um leve sorriso no rosto.

– Calma aí, Pipes. Eu tô brincando. – Nina cutucou as costelas da Harmony com o cotovelo – Você fica muito pior que a Lumi quando tá de mal humor.

Piper revirou os olhos e Lumi riu da situação. Era impossível ficar dois segundos na companhia de Nina sem acabar por cair na gargalhada.

***

– Fica calma, Lexi. – disse Fanny ao prender o último arranjo rosado à sua cartola verde folha – Daqui a pouco ela chega.

– Como você quer que eu fique calma?! – Lexi jogou os braços para cima – Estamos aqui a quase meia hora e você disse que ela deveria aparecer em uns cinco minutos!

– Bem, foi o horário que nós marcamos, mas ela quase sempre se atrasa.

– Mas que falta de educação da parte dela! Ela não sabe olhar as horas num relógio qualquer e pensar: "Nossa, tenho que ir ou vou me atrasar!".

– Acredite em mim, você nunca vai ver a Jamie parada de forma racional ao lado de um relógio. – então ela avaliou seu último trabalho e colocou–o na cabeça. Instantaneamente o chapéu de abas largas foi sugado para dentro da cartola – O que acha? Ficou bom mesmo sem a pena de flamingo?

– Como você consegue pensar em chapeis numa hora dessas? – Lexi se levantou nervosa – A qualquer momento os guardas de minha mãe podem aparecer e você fica pensando em penas de pavão?!

– De flamingo. – corrigiu a louca puxando os braços da nova amiga até esta se sentar aos pés da árvore do País das Maravilhas – Você está muito tensa. Vou lhe preparar um chá calmante.

Então ela meteu a mão na cartola e tirou um jogo de chá e um bule fervendo. Lexi não sabia se voltava correndo para os subsolos ou ria da companheira, então apenas se serviu de chá.

– Vai querer um pouco? – Lexi se ofereceu para encher a xícara de Fanny.

– Ah, não. Tomo chá seis vezes por dia, trezentos e sessenta e quatro dias por ano desde que eu nasci. Comecei a achar essa bebida meio enjoativa.

– Mas você...

– É a próxima Chapeleira Maluca, eu sei. Mas... Não sei. Ia ser incrível se pudéssemos simplesmente esquecer essa loucura toda, virar a página. Jamie sempre quis achar um jeito de fugir daqui.

– Daqui? Fugir do Mundo dos Contos? – a princesa de copas derrubou a xícara no chão – Mas para onde ela fugiria?

– Não faço ideia. – disse Fanny equilibrando o bule sobre os pés, pensativa – Talvez você devesse perguntar para ela e...

O som abafado de metal caindo no chão fez com que as duas ruivas se virassem para ver uma pirata pálida como cera. Deixando de lado o clima tenso que Alexia havia instalado no local e o bule equilibrado sobre os pés, Fabrinny se levantou correndo e deu um abraço de panda na amiga.

– Jamie–quanto–tempo–que–saudade–de–você! – então fez uma pausa rápida antes de prosseguir – Essa–daqui–é–a–Alexia–Scarlett–Vallete–Dell–Copas–também–conhecida–como–Lexi–a–princesa–de–copas–e–eu–trouxe–ela–para–te–conhecer. Viu que legal! – e começou a pular batendo palmas. Mas estas cessaram rapidamente, pois ao ver a expressão da amiga seu sorriso sumiu – Você está bem?

– Fanny... – a voz da pirata saiu trêmula – O que foi que você fez...?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Assinatura lindaaaaa que a Miss Day fez da Nina