Aquela casa era cheia de amor, crianças, alegrias e dor, ah aquela dor, por mais tempo que passasse estaria ali, mas todos tinham se acostumado a ela.

George a levava como uma doce inimiga, ele que achou que fosse espelho no final era só reflexo, refletia aquela dor de murchar sorrisos quando chegava, de fazer Molly ter lagrimas nos olhos a maioria das vezes e a pior era o martírio de se olhar, passou anos sem querer ver a sombra de si, porque era simplesmente doloroso e masoquista fazer aquilo.

Falar que os outros sofriam igualmente era serem muito frios ou cegos, os pais podiam ter perdido um filho, os outros cinco poderiam ter perdido um irmão, mas ele perdeu sua metade, sua essência e ganhou de bônus a solidão de nunca mais compartilhar seus pensamentos através daquele olhar maroto que tinham.

Aquilo seria sempre seu demônio, sua culpa e sua tristeza, quantas vezes havia sorrido sinceramente em todos aquele anos? Somente duas quando teve seus pequenos filhos, Fred II e Roxanne, com Angelina, e aquilo parecia que havia roubado o direito de seu próprio gêmeo, vivendo algo que ele nunca pode com sua antiga namorada, porque a morte deu seu golpe mais duro de guerra. Guerra aquela que não se contentava em amedrontar, tinha que levar os membros que estavam nela.

Fingir era preciso, porque a realidade lhe batia como mil cruciatus, cruel e incessante, não, ele jamais superaria seu irmão e era essa sua homenagem, continuaria seus negócios e suas piadas, mas no fundo, ele aguardava a morte como um escape, o que o deixava seguir era pensar em morrer, porque a morte não seria um abismo, seria sua outra metade, aonde seu gêmeo estava, afinal, não deveria existir Fred sem George, a vida era injusta, a guerra ainda mais.

Quem precisava de Ojesed, quando qualquer espelho refletia seu maior desejo?