A Blue Box, An Time Lord and a Broke Heart Human. escrita por Srta Who


Capítulo 6
Planeta dos Sonhos? Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi como vai você? Não eu não morri, ainda estou aqui, ah obrigada a quem comentou os capítulos estou postando por vocês seus lindos e lindas, bem mas chega de enrolação e vamos ao capitulo. Continuem comentando.



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Não posso parar a chuva

Mas posso parar as lágrimas

Oh, eu não posso lutar contra o fogo

Mas posso lutar contra o medo

[...]

Chega, eu não posso viver aqui

Chega, eu não aguento isso.

No More – Three Days Grace.

P.O.V Doutor.

Abri os olhos vagarosamente, estava deitado numa cama branca num quarto azul, havia uma janela enorme por onde entrava luz através uma fresta deixada pelas cortinas amarelas, que cruzava seu caminho pelos criados mudos até bater em meus olhos, a claridade ainda me incomodava, cerrei minhas pálpebras até me acostumar com a luz, porém a mesma luminosidade de nossa estrela mãe não clareava minhas memórias sobre sonho que tivera noite passada, a única coisa de que consigo me lembrar é de ouvir e ver uma mulher loira, ela estava gritando desesperadamente, e seu rosto... Por que não consigo me lembrar de seu rosto? Ela estava sendo consumida por um flash de luz amarelo brilhante e gritou uma palavra. Mas a cada momento com a claridade sobre mim, minha memória apenas escurecia. Ela gritou, o que ela gritou? Ouvi os pássaros lá fora cantarem uma doce melodia até que por fim havia me esqueci completamente qualquer detalhe que pudesse ser salvo.

Olhei o relógio ao lado da cama, ''24/03/2013 7:45 Sábado'', estava sozinho na cama, ''Já deve estar de pé. Ela tem hábitos tão matinais que me assustam'' pensei enquanto me levantava da cama, espreguicei-me e cocei meus olhos, bocejei ainda com um pouco de sono, fui em direção ao banheiro tomei banho, enrolei uma toalha na cintura escovei os dentes, fiz a barba e fui em direção ao closet para me vestir.

Peguei uma camisa branca com um desenho do sinal de ''Vida longa e Próspera'' do Star Trek, uma calça jeans preta e um par de converses vermelhos. Deixei a toalha cair no chão e vesti a cueca.

–Ei! Você não arrumou a cama ainda preguiçoso?

–Rose! Eu estou me vestindo aqui! – Eu disse puxando a toalha para me cobrir o mais rápido que pude.

–Estamos juntos desde que eu tinha 19 e você 24 John, acredite, não tem nada nesse corpo magrela e pálido que eu já não tenha visto.

–Mas eu estou me vestindo. Poderia sair por favor?

–Nop. – Ela disse estalando o ''p'' como eu sempre fazia. Rose me tomou em um beijo possessivo e me empurrou contra a parede.

–As crianças? – Perguntei ofegante quando ela desceu seus beijos para meu pescoço.

–É sábado, eles não acordam antes das nove.

–Ótimo. –Peguei-a em meu colo, a deitei na cama ficando por cima dela, mas dessa vez eu a beijei e não parei.

...

–O que diabos foi isso? Eu estava banhado em suor, deitado num banco de madeira num lugar que não reconhecia.

–Ah você acordou Doutor.

–Rose? Onde estamos? – Minha cabeça latejava tamanha a dor.

–Signus.

–O que? Porque estamos presos?

–Você não lembra?

...

–Allons-y Rose Tyler.

–Chegamos?

–Sim, atrás dessas portas, está Signus.

–Eu primeiro! – Rose correu e abriu as portas, era um lugar realmente lindo, uma floresta aparentemente estávamos no outono, as folhas todas tinham um tom espetacular de amarelo e vermelho, elas caiam vagarosamente no chão que já estava coberto por várias delas, o sol estava começando a se por deixando todo o céu num tom alaranjado e purpura o que dava a impressão de estarmos numa pintura.

–O que pode ter de errado num lugar como esse? – Perguntou docemente.

–É perfeito demais. Lugares assim sempre são suspeitos.

–Olha Doutor, tem fumaça ali, deve haver alguém.

–Vamos ver.

Andamos na direção da fumaça, ela estava um pouco longe, mas isso dava a oportunidade de aproveitarmos o doce brisa de fim de tarde que batia em nossos rostos, inconscientemente ou talvez nem tanto demos as mãos, eu não queria pensar no que estava acontecendo, só queria sentir a mão dela na minha em meio aquele cenário maravilhoso, era fantástico, brilhante, sua mão era quente, e um pouco molhada, fez uma faísca elétrica percorrer todo o meu corpo, não sei se algum dia vou me acostumar com a sensação de nossos dedos entrelaçados, de toca-la, de abraça-la ou mesmo de olha-la, e também não sei se quero, a sensação que cada uma dessas coisas me provoca é simplesmente extasiante.

Não consigo me lembrar de uma época em que fui mais feliz do que o tempo em que estou vivendo com Rose, mas apesar de tudo algo me preocupa, ela vai envelhecer amadurecer, talvez algum dia ela queira tudo que não posso dá-la, como uma casa para se fixar, uma vida normal, uma família, e.... Ser um marido que possa passar o resto da vida envelhecendo ao lado dela, que possa lhe dar filhos.

Nunca poderia lhe dar nenhuma dessas coisas e mesmo não admitindo isso para Rose, no fundo, sei que humanos não podem correr comigo para sempre, por mais que eles queiram, são apenas humanos. Balancei minha cabeça procurando ao máximo afastar de mim esses pensamentos, isso chamou sua atenção.

–Doutor? O que há de errado?

–Ah.... Nada, estou apenas pensando um pouco.

–No que?

–Coisas.

–Que tipo de coisas?

–Bananas, chá e Harry Potter. – Menti.

–E porque balançou a cabeça?

–Eu estava lembrando o final do último livro quando...

–Shhh! Spoilers. Ainda estou no quarto livro!

–Você lê devagar.

–Nem vem. Eu leio o mais rápido que consigo, mas nem todos são Senhores do Tempo.- Dei uma risadinha.

–Ainda bem.

–Por quê?

–Beeem...

–Ei, vocês! O que fazem aqui? – Fui interrompido por um homem extremamente pálido, parecia que não via a luz há meses, ele tinha cabelos extremamente negros, o que causava um imenso contraste com a pele pálida, olhos azuis muito claros, era da minha altura e tinha um olhar sério, vestia um macacão de soldado preto, botas pretas muito polidas e carregava uma imensa arma de plasma nas mãos.

–Oh, bem.... –Tateei meus bolsos em busca do papel psíquico. –Nós temos autorização para estar aqui.- Quando encontrei mostrei a ele.

–Vocês têm uma autorização do rei de Abath para pesquisar a caverna?

–Temos? –Virei o papel para meu rosto e encarei. –É parece que temos. Eu sou o Doutor e essa é Rose Tyler.

–Doutor? Doutor quem? – Como amo a cara de confusão das pessoas ao me perguntarem isso.

–Só o Doutor.

–Então tudo bem Doutor e Rose, meu nome é Eros. – Ele disse batendo continência.

–Não, não, não, não precisa disso. Agora o que está acontecendo aqui?

–Me sigam. – Nós começamos a caminhar atrás dele entrando numa caverna estranha cheia de luzes que os soldados colocaram lá. –Tudo começou seis meses atrás, nós estávamos explorando esse planeta, ele tinha boas reservas naturais e parecia ótimo para uma colônia de férias, basicamente perfeito, mas então no mês passado quando os primeiros civis vieram até aqui eles encontraram essa caverna estranha, e decidiram explora-la, alguns fugiram, outros ficaram loucos, mas ninguém sabe ao certo o que aconteceu aqui, mandaram alguns capitães para entender o que estava havendo nesse lugar, e bem essa foi à última vez que os viram com a mínima sanidade mental.

–Não tem medo do que está acontecendo aqui Eros? – Questionei.

–Não.

–O que lhe dá confiança?

–A capitã Artêmis é a maior estrategista do exército do Rei Orfeu, nunca ficaria louca, e desde quando o 57° esquadrão precisa de ajuda? Somos o último recurso do rei, somos os melhores.

–Desde que temos ordens do próprio.

–Há quanto tempo estão juntos?

–Juntos? Como assim?

–Você e sua namorada, diria esposa, mas não vejo aliança no dedo de nenhum dos dois. – Nesse momento percebi que ainda estávamos de mãos dadas, coramos violentamente nossas e separamos mãos por reflexo.

–E- Ele não é meu namorado. – Rose estava quase roxa de tão vermelha.

–Hummm... Então a garota está solteira? –Vi um olhar malicioso dele direcionado a Rose, uma onda de raiva subiu pelo meu corpo, cerrei os punhos.

–E onde está essa mulher maravilhosa que dirige o esquadrão? – Mudei de assunto, antes que a loira respondesse sua pergunta

–A capitã está um pouco mais à frente.... Você é muito bonita sabia Rose?

–Ah.... Obrigada, mas o planeta é bem mais bonito.

–Nunca.

–Você também é bem.... Interessante.

–Tá! Tá! Somos todos lindos agora podemos focar na missão? – Disse com mais raiva do que deveria deixar transparecer.

–A Capitã Ártemis está logo ali. – Ele disse. Eu peguei o papel psíquico erguendo-o para ela.

–Olá, eu sou o Doutor e essa é Rose Tyler, fomos mandados aqui pelo rei Orfeu para ajudar na investigação do.... – Fui interrompida por um tapa extremamente forte no meu rosto.

–O que?

–Você...

–Eu sou o Doutor.

–Eu sei quem você é. E não é enviado do rei.

–Ele é inimigo capitã? – Eros levantou sua arma de plasma para mim.

–É pior, ele é a razão de eu estar aqui.

–O que?

–Orelhudo, jaqueta, planeta em chamas, não te lembra nada? – Agora olhando bem....

–NÃO! SIM! NÃO! NÃO PODE SER. – Olhos lilases, cabelo loiro quase prateado, pele pálida, corajosa, mandona, e com capacidade de se tornar a melhor num império que se estende por centenas de estrelas.... Eu só conheci uma pessoa assim. –A- Ashley White?

–Agora é Ártemis. Você me deixou aqui!

–Isso.... Bem.... – Não pude responder, ela me deu outro tapa.

–Por mil anos! Mil anos! Tem ideia de quantos anos fiquei esperando ouvir aquele maldito barulho de novo?!

–Ah desculpe, mas... Mil anos? – Rose pronunciou-se pela primeira vez.

–E já tem uma nova companheira.- Sua ironia podia ser sentida há quilômetros de distância.

–Você acaba de dizer que foram mil anos.

–Mil anos para mim seu idiota, para você poderiam muito bem ser alguns minutos.

–Mas como você pode estar viva por mil anos?

–Spartans, eles têm vidas extremamente longas, são os extremos em tudo, na cor dos olhos, do cabelo, da pele, na beleza, como pode ver, são fortes e ágeis, os romanos tentaram ataca-los para tomar seu planeta e perderam, como punição foram exilados na terra e suas memórias apagadas e a única coisa de que se lembravam daqui era que havia pessoas extremamente belas e fortes, que eles passaram a adorar como seus deuses.

–Então sua amiga é basicamente uma deusa?

–Ah, você adora brincar com as garotas da Terra não é querido?

–Querido? – Rose parecia irritada com a colocação.

–Não se meta garota. Isso é entre mim e o senhor do tempo aqui, então, alguma explicação depois de mil anos!?

–Eu estava ocupado. – Ela mais uma vez me deu um tapa, sinceramente eu tenho que parar de deixar as mulheres fazerem isso. Doí muito!

–Da para parar?

Mil anos! Minha raiva é totalmente compreensível.

–Compreensível, porém inoportuna, está em missão, agora, o que está acontecendo aqui? – Ela bufou.

–Pessoas vem para cá. A maioria enlouquece.

–Defina enlouquecer.

–Me sigam. – Caminhamos para o interior da caverna onde eles tinham improvisado uma prisão, lá havia um homem, ele estava encolhido num canto, não era possível ver o que ele fazia.

–O que ele faz aí?

–Ele era o meu.... Meu.... Meu noivo, Apolo.

–Está noiva?

–Não é da sua conta.

–O que houve com ele?

–Ele veio investigar a caverna, mas então ele desmaiou, e mesmo desmaiado ele falava.

–O que ele falava?

–''Preciso conserta-la, precisa de reparos, preciso conserta-la'' começou a atacar pessoas dizendo que eles à estavam escondendo dele.

–Ela o que?

–Eu não sei.

–Bem.... Está na hora de fazer o que viemos fazer, investigar. Vou com Rose e você com seu parceiro.

–Nem pensar.

–O que?

–Nem pensar, eu não vou deixar vocês dois xeretando por aí sem supervisão.

–Mas...

–Mas nada, eu estou no comando.

–Tudo bem, Rose você vai com ela e eu vou com o Orfeu.

–O que? – Ela perguntou. Eu puxei a loira de canto longe de Ártemis e de Orfeu, e sussurrei em seu ouvido:

–Você viu aquela mulher? Não me viu nem a cinco minutos e já me deu três tapas no rosto, ela é maluca, mandona, e me odeia, péssima combinação, não vou ficar sozinha com ela, meu rosto está doendo, e você não vai ficar sozinha com o tarado ali.

–Mas...

–Rose, por favor. – Ela suspirou derrotada.

–Tudo bem.

–Obrigada, te devo uma.

–Ah com certeza você vai ter de me recompensar depois.

–Não se preocupe com isso, eu vou dar um jeito. – Nós voltamos até onde os dois estavam. Dei um beijo no topo da cabeça de Rose, depois baixei minha própria cabeça, encostei nossas testas, e fechei meus olhos.

–Boa sorte, e cuidado.

–Você também, e nem pense em ficar preso num buraco imenso novamente. – Ela me deu abraço.

–Se o casal já terminou eu gostaria de começar a investigação ainda hoje, e se não terminou lembro muito bem que há quartos na Tardis. – Nos separamos, limpei a garganta tentando livrar minha cabeça dos milhões de pensamentos sobre Rose que haviam nela.

–Bem, Allons-y para vocês.

...

–Lembro-me que me despedir de vocês.

–Bem depois disso aconteceu com você o que aconteceu com o noivo dela e eles te trancaram aqui.

–E porque você está aqui comigo? Eu poderia ter te machucado.

–Eu pedi para ficar aqui com você, parecia estar tendo convulsões, e eu fiquei...

–O que?

–Preocupada. – Dei um imenso sorriso, ela, Rose Tyler, preocupada comigo?

–Calado. – Continuei sorrindo.

–Obrigada.

–Por quê?

–Por não me deixar sozinho. – Ela virou o rosto e deu o mais tímido dos sorrisos.

–De nada.

–Bem, vamos, não posso ficar aqui parado o dia inteiro. – Estava me levantando, mas ela forçou-me para sentar de novamente.

–O que?

–Você não pode sair por aí, a fase acordada só dura 20 minutos segundo a capitã.

–Como?

–O noivo dela só passou 20 minutos acordado antes de desmaiar de novo, e....

–E?

–Nada, este tudo bem.

–Não ouse esconder nada de mim.

–Eu não estou.

–Vamos investigar.

–Mas...

–Há um certo tipo de animal no universo que só vive por quinze minutos, e eles não copulam, então considere vinte minutos até dormir de novo uma benção. – Levantei-me. Remexi meus bolsos em busca de minha chave de fenda sônica

–Rose cadê minha chave de fenda?

–Beeem... – Estiquei o braço e fiz com a mão um gesto indicando que eu a queria de volta.

–Chato, só estava guardando, era eu ou Ártemis.

–Ainda bem que foi você. – Dei um beijo em sua testa e usei o objeto para abrir a cela, andamos apenas alguns metros antes de sermos abordados por um dos soldados.

–Ei! O que fazem do lado de fora? Apenas o ignorei, encostei meu ouvido numa parede e escanceei com minha chave de fenda por alguns minutos, não importava o que eu fizesse o resultado dava uma rocha comum, mas algo fazia as pessoas dormirem, aparentemente terem a vida perfeita nos sonhos enquanto tentam...

–Mas é claro.

–O que Doutor?

–É obvio, é mais que isso. É brilhante.

–O que?

–Lembra da fumaça que vimos?

–Claro.

–Você viu alguma fogueira por aqui?

–Não.

–E as pessoas falam sobre reconstruir algo, enquanto dormem e sonham com a vida perfeita, não entendeu?

–Entendi o que?

–Cada nave tem seu próprio protocolo de segurança em caso de queda, algumas curam, outras matam, e outras...

–Tentam se reconstruir, mas para isso precisam de trabalhadores.

–Eles não iriam de graça, então de algum jeito eles induzem seus sonhos e controla seu subconsciente para trabalharem. Mas como?

–A música.

–É CLARO! Mas que música?

–Quando chegamos próximas a você estava tocando uma música, era estranha, então você apagou.

–Aonde vocês me acharam?

–Uns 60 metros para a esquerda.

–Vamos rápido, eu só tenho mais cinco minutos. – Peguei a mão dela e saímos correndo, levou um minuto ou dois, mas finalmente chegamos onde elas me encontraram, lá havia uma melodia estranha, sinistra, mas eu não tinha tempo para isso agora, só tenho mais dois minutos.

–Tudo bem, tudo bem, temos o que, o porquê, e o motivo, mas não sabemos quem nem onde, vamos, vamos, estou tão perto.

–Doutor...

–Agora não Rose, eles caíram e precisavam de reparos, mas quem? Quem?

–Doutor...

–Rose estou ocupado.

Doutor!! – Ela deu um soco em meu braço.

–O que!?

–O que diabos você está fazendo ali?

–O que?!

–C- Como você pode estar ali?

–O que? Eu não estou... Oh, Rose, acho melhor você correr.

–E você?

–Só tenho mais um minuto, eu não vou muito longe, então corra!

–Não.

–Poderia me obedecer pelo menos uma vez?

–Você não me deixou, eu também não vou deixar você. O que quer que você vá fazer, nós vamos fazer juntos. Ela entrelaçou seus dedos nos meus.

–Você precisa.... Precisa...

–Doutor.

–Precisa...

–Doutor! – Ela me balançava de um lado para o outro desesperadamente, mas não adiantou, eu dormi.

...

Eu acordei ofegante novamente no quarto azul.

–John? Está tudo bem? – Rose estava sobre mim, acariciando meu peito, me causando uma sensação engraçada, gostosa, mas engraçada.

–Está, eu acho. – Sentei na cama, e olhei ao redor.

–O que houve? – Ela me abraçou por trás pelo pescoço e começou a beijar e massagear meus ombros. Oh, ela é tão boa nisso. – Me diga John. – Gemi um pouco quando ela me mordeu.

–N – Não é nada. – Menti.

Doutor!

–O – O que você disse?

–Eu disse que você está estranho hoje, deve ser a idade. – Rose me arranhou.

–Me chamou de velho?

–Você já tem 34 anos... –Uma mordida.

–E você 29.

–Sou cinco anos mais nova.

–Cinco anos mais chata. – Ela cravou as unhas em minhas costas. Gemi de dor.

–Diz de novo que eu sou chata.

Nós ouvimos batidas na porta.

–Papai, papai!

–Vai se vestir, seria um mau exemplo nossos filhos nos verem nus nessa idade.

–Então vai você primeiro.

Corri até o closet e me vesti em um minuto no máximo, quando voltei Rose também já estava vestida, eu abri a porta do quarto e vi minha filha, ela pulou nos meus braços, tinha um enorme cabelo castanho e grandes olhos de cor idêntica aos meus, levamos ela no oftalmologista semana passada a médica disse que quando ela completar 7 anos mais ou menos provavelmente iria precisar de óculos para ler como o pai, mas ainda temos muito tempo, ela só tem 4 anos agora, muito inteligente, e adora estalar o ‘’p’’ no final das palavras como eu, também sempre diz que quer ser uma médica pediatra para ser igualzinha a mim, acho que se procurar a definição ‘’garotinha do papai’’ no dicionário vai achar uma foto dela, e na legenda ‘’Ana Smith’’.

Minha garotinha ainda estava com o pijama que era uma camisola branca que ia quase até seus pés com rendas no final, e estava com seu coelho de pelúcia, eles eram quase do mesmo tamanho, se bem que ela não era muito grande para a idade era até bem pequena, acho que essa era uma das poucas semelhanças dela com Rose, já que em comparação a mim minha esposa não é muito alta.

–Ana, meu amor, acordou cedo hoje.

Doutor! Estamos em perigo, por favor acorda!

–O que?

–Eu disse que a mamãe fez torta de banana.

–A- Ah, sim, claro, estou tão distraído hoje.

–Sabe por que a mamãe fez torta de banana hoje papai?

–Por que querida?

–É seu aniversário, bobo.

–Eu bobo?

–É.

–O bobo aqui acabou de roubar seu nariz.

–Papai! Me devolve.

–Vem pegar. – Saí correndo e desci as escadas até chegar na sala de estar, sentei no sofá e esperei-a me alcançar. Ela chegou até mim e ficou levantando os bracinhos tentando alcançar minhas mãos.

–Pai. Me devolve por favor.

–Sabe o que dizer se quiser seu nariz de volta. – Virei o rosto e ela bufou.

–Você é o melhor pai do mundo, o mais bonito e com o cabelo mais legal.

–Exatamente. Aqui está seu nariz. – Fingi que o colocava de volta no rosto dela, peguei ela e a sentei sobre minha perna esquerda.

–Cadê o seu irmão?

–Está dormindo.

–Ana... Não minta, sabe que detesto mentiras.

–Eu não estou mentindo.

–Ele está comendo doce antes do café da manhã não está?

–Está, papai.

–Sabe que é feio mentir não sabe?

–Sei. – Ela abaixou a cabeça, parecendo triste, a garota tinha 4 anos mas sabia como me manipular, sabia que quando fazia aquela carinha eu me derretia por dentro.

–Se mentir de novo fica de castigo. E quanto a seu irmão... Daniel! Venha aqui na sala por favor.

–O que foi papa? – Perguntou descendo as escadas.

Ao contrário de Ana ele não era muito parecido comigo, é igual a mãe, loiro de olhos avelã, mas um tanto alto para a idade, ao menos isso puxou ao pai. Daniel é um ano mais velho que Ana, e conseguia quase tudo que queria de mim e da Rose com a persistência dele, isso com certeza ele puxou da mãe, meu rapazinho também é muito inteligente, o primeiro da classe dele, os professores sempre o elogiavam. Os dois são bem magros como eu.

Ele estava vestindo um pijama de calça azul e blusa branca que ia até os punhos, mas os braços da camisa eram azul claros da cor da calça e na parte branca da camisa tinha o desenho de uma nave espacial que também estava estampado por toda a calça só que bem menor do que na blusa.

–Quantas vezes eu já disse para não comer doce antes do café da manhã?

–Mas eu não estava comendo doces.

–Ah não? E porque sua boca está toda suja de chocolate?

–É...

–Quantas vezes eu vou ter de repetir? Não mintam!

–Desculpa papai. Ana me deu um beijo na bochecha e um abraço.

–Tudo bem dessa vez.

–Desculpa papa. – Daniel me deu apenas um abraço.

–Tudo bem garotão, mas não coma doces de barriga vazia, isso faz muito mal. Confie em mim, eu sou o Doutor da família.

–Eu não vou mais fazer isso.

–Agora vão se trocar para tomar café da manhã.

–Está bem. – Os dois responderam em uníssono e saíram correndo pela escada.

Não corram! – Eu gritei.

–Muito bem pai do ano. – Era Rose descendo a escada, ela se jogou no sofá ao meu lado, e logo deitou a cabeça em meu peito e me abraçou.

–Porque foi que eu topei ser pai mesmo? – Murmurei apoiando minha cabeça na dela

–Papai! Papai! – Eles voltaram ainda com as mesmas roupas.

–O que houve? Eu não mandei vocês se trocarem?

–Eu e o Daniel esquecemos e dizer.

–Dizer o que?

–Feliz aniversário papai.

–Nós te amamos. – Ah, foi por isso que eu topei ser pai.

...

Pare com isso! Pare de entrar em minha cabeça! – Eu estava no chão ofegante, olhando para uma cópia de mim mesmo rindo descaradamente do meu estado, ainda na caverna, mas em outra parte que eu não sabia ao certo onde era.

–Mas é tão divertido

–O que vocês querem?!

–Só queremos ir embora daqui.

–Vocês não precisam disso, eles te ajudariam se pedissem! – Levantei-me do chão ficando frente a frente comigo mesmo.

–Nós precisamos de algo que eles não nos dariam.

–Do que?

–Da nave deles.

–E a de vocês? Não podem concertar?

–Somos inimigos jurados do rei, ele nos mataria na primeira chance, capturaram um dos nossos, estão o torturando nesse momento.

–Eu posso ajuda-los, eu posso tirar seu amigo de lá só parem de brincar com a minha mente e com a dos outros!

–Isso é tentador Doutor, mas estamos aqui para tomar o império deles, você não nos ajudaria nessa missão, por tanto você é bem mais útil dormindo. – Olhei ao redor e vi que estava sozinho.

–Rose... Onde está Rose?

–Sua namorada? Ela não adormece com nossa canção, então é dispensável.

–Se vocês encostarem um dedo que seja nela...!

–O que Doutor? Você não tem arma alguma, temos uma nave cheia delas, como espera nos derrotar com as mãos vazias?

–Me diga aonde ela está!

–Shhh... Volte a dormir. – A música.

Eu tentei, se existe um Deus ele sabe que eu tentei me manter acordado o máximo que pude, mas depois de cinco minutos me arrastando apoiado nas paredes da caverna não pude mais resistir, caí de joelhos no chão, depois o resto de meu corpo, meu corpo estava pesado, ‘’vou dar um jeito, eu tenho que sair daqui com Rose e evitar a guerra, eu vou dar um jeito. Mas primeiro, eu tenho que sair desse sonho. ’’. Fechei os olhos e mais uma vez dormi.


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Notas finais do capítulo

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Allons-y