O bolo é uma mentira. escrita por Heaneha


Capítulo 1
O mausoléu dos segredos.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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Ás vezes a ganancia pode ser a mais traiçoeira dos pecados capitais e isso pode causar desavenças e mergulhar o coração de um mortal em puras trevas. E como nós bem sabemos… Não há nenhum coração de pureza absoluta, porque os próprios seres vivos não querem que seja assim. São criados para matar, enriquecer, humilhar, desprezar, procriar e no fim, inevitavelmente morrer. Suas almas, no entanto, vem para mim, onde eu as conforto e… As devoro os sonhos e a felicidade, pois imortalidade é só mais um dos nomes para tristeza pois não existirá nenhum objetivo final, você terá todo o tempo do mundo para ser completado. Até porque, a morte é necessária para todos. Até mesmo para mim.

Olho para essas pobres infortunadas almas, em dor, em necessidade. Já separadas de suas esperanças de salvação, desamparadas, quebradas. Passar a eternidade em uma caixa junto com os maiores monstros que as raças vivas poderiam imaginar. A Caixa de Pandora, a fonte de todo o mal, nunca havia me deixado na mão. Pandora foi a mulher mais gananciosa que eu conheci, pedira para eu abrir a caixa que ela tinha achado em um calabouço, de fato eu concedi a ela o poder de abrir a caixa... Mas ela pagou caro. Toda magia tem um preço, minha querida. Naquela caixa continha os maiores males do mundo e ela morreu não pela caixa, mas sim pelas criaturas que saíram do objeto e a partiram em pedaços. Desde então eu me sinto comovida em usar essa caixa para colher almas e outros monstros.

Gemma é uma garota que, infelizmente, tem o coração envolvido em um fino véu de trevas. Mas é claro, nada disso foi culpa dela e sim o destino que a tornou assim. Quando criança era miserável, orfã e sem objetivos, passando temporadas dolorosas e sofridas de seca e fome. Com o tempo, ela presenciou homens enormes carregando espadas e escudos reluzentes, de diversos tamanhos. Foi aí que seus pequenos olhinhos brilharam, havia sonhado pela primeira em toda sua medíocre vida! Pela primeira vez, ela tinha um objetivo e não desistiria dele não importa o que custasse. Primeiro de tudo, roubou uma arma de um homem descuidado, mas não tinha forças suficientes para carregar aquele pesado brinquedo de matar e caiu a duzentos metros depois. Os homens que a acharam a levaram para um convento onde ela poderia finalmente ser útil para sociedade, viver de preces e fé, como uma freira. Gemma não concordava que apenas os homens lutassem para proteger o reino e então fugiu para nunca mais ser vista. Após a fuga, a vida tinha lhe tratado com certo tom de ironia: havia encontrado uma velha senhora que lhe ensinou tudo o que precisava para matar impiedosamente, além de lhe fornecer suprimentos e equipamento. Se hoje Gemma é alguma coisa, a culpa é dessa idosa senhora.



Atualmente…

Gemma andava com seu grupo fazia dias no sol escaldante da parte desértica do território humano, estariam a procura de um mausoléu perdido onde tinha duas das maiores riquezas de todo o deserto: dois artefatos feitos por magos de milênios atrás, diziam que eles trazem sorte no amor tão quanto na riqueza, dois vasos ornamentados e claro, haveria muito, mas muito ouro por lá. Gemma é sabiamente descrita sempre como uma mulher caucasiana com compridos cabelos ruivos e brilhantes olhos azuis. Enfeitada sempre com seu batom de cor cereja e uma roupa a lá exploradora de tumbas.

Do grupo, com excessão dela, haviam apenas homens. Eles a haviam pagado para que ela explorasse o local junto a eles por causa de seu treinamento profissional e sua sabedoria no assunto, afinal, onde tem dinheiro… Tem Gemma. Entre seus companheiros, ela havia prestado atenção especial em dois deles. Loras era um alquimista renomado em todo o mundo, pela sua capacidade de encontrar uma cura para qualquer doença que lhe apresentassem. Ele era loiro, com uma barba por fazer, usando um jaleco branco e calças largas na maior parte do tempo em que Gemma o vira. Ele era um tanto cordial, com traços de cavalheirismo, sendo encantador e bastante inteligente, mas é muito tímido e quase nunca falava. O que ele estava fazendo naquele grupo cheio de pessoas ignorantes? Simples, ele precisava muito de dinheiro, dinheiro qual a imperatriz parou de financiá-lo e lhe informou sobre este lugar cheio de tesouros no deserto, ele é quase o manda-chuva do grupo e é quem está pagando Gemma.

Marcus, por outro lado, era um guerreiro que dominava a arte da espada. Esnobe, arrogante, desprovido de inteligência, extremamente machista, mas bastante atraente. Com olhos e cabelos tingidos de um negro tão profundo e reflexível, ele tinha uma pele bronzeada pelo sol escaldante do deserto e era exibidamente musculoso. Apesar disso, ele inutilmente sempre tentava dar em cima de Gemma, prometendo-lhe coisas que ela não sabia se ele seria capaz de cumprir, então parou de se importar com as cantadas. Para os outros dez homens no grupo, Gemma pouco se importava em saber seus nomes: quanto mais morressem, mais ouro sobraria para ela. Depois de árduas batalhas contra insetos gigantes e tempestades de areia, eles conseguiram encontrar uma estrutura grande, tingida pela luz do Sol. Se Gemma não tivesse bons olhos, aquilo possivelmente teria passado despercebido. Se aproximaram da porta dourada gigante, camuflada pelas areias do deserto. Como nenhum homem daquela expedição teve coragem, Gemma se dirigiu até a porta procurando pela abertura. A porta lentamente abriu fazendo um rangido assustador e por fim se revelou uma sala com diversas portas que levavam para diferentes caminhos. Antes que pudesse entrar, uma mensagem transcrita em runas brilhou acima do grande portão, chamando a atenção de Gemma:

“A tumba é protegida por uma maldição inquebrável. Entrará apenas aquele que oferecer um coração manchado pela escuridão e pelo pecado. Caso contrário, a morte lhe acompanhará caro amigo.”

Gemma se virou e implacavelmente encarou aqueles homens, protegendo seu rosto do sol com sua mão esquerda.

— Vocês leram bem! Precisamos oferecer um coração! Alguma sugestão? — Ela gritou com um tom de autoritariedade, esboçando um sorriso ao final.

Todos os homens fitaram leste e oeste a procura de algum animal, sem sucesso. Estavam sozinhos ali, e não seria um coração que impediria Gemma de conseguir dinheiro.

— Isso é bobagem! Deixe-me passar por essa maldita entrada. — Exclamou Marcus.

A cada passo que dava, sua armadura pesada produzia um barulho irritante. Ele estava confiante e encostou sua mão na porta. Inicialmente, ele sentiu apenas um pequeno formigamento, mas quando observou sua mão, agora em carna viva, ele gritou… E gritou muito. Tanto que Gemma teve de se segurar para não começar a rir do acontecimento. Todos observaram o homem gemendo e esperneando de dor.

— Isso deixa bem claro a veracidade da ordem das runas, não? — Loras argumentou, incrédulo.

— Matem aquele ali… — Gemma apontou friamente para o homem que considerava ser o mais feio do grupo — Só assim poderemos conquistar nosso objetivo.

Marcus tinha se recuperado da dor rapidamente graças a ajuda de alguns dos experimentos de Loras. Ao levantar, obedeceu a ordem de Gemma e avançou feito um touro para cima do pobre homem, cortando-lhe a cabeça. Voltou com o coração do feio nas mãos e com sangue em seu rosto; sorte do grupo que aquele orgão estava um pouquinho manchado. Ao aproximar o reagente da porta, ela brilhou com uma luz tão intensa que cegou temporária e rapidamente a todos ali. Quando recobraram a visão, já estavam dentro da sala, com o gigante portão se fechando em um som estrodonso atrás deles.

“A partir de agora, não há mais volta. Completem os desafios propostos ou morram tentando. Ao final, todo o ouro e todos os artefatos serão concedidos aos que ainda permanecerem de pé.”

De repente e inesperadamente, as trevas tomaram conta de seus olhos e eles se viram nocauteados. Acordaram, não na mesma sala de antes, no entanto. Estavam agora em uma sala totalmente branca, bem pequena, por sinal, pois o grupo inteiro não cabia ali, o que fazia com que todos se pressionassem e se tocassem. A cada segundo, o espaço na sala aumentava e todos podiam ver o caminho reto que liderava à um horizonte branco, sem fim.

Gemma então percebeu que estava sem seu guarda-chuva, ou seja, estava sem armas e completamente indefesa. Aparentemente a magia naquele local não transportou junto suas coisas mais preciosas. Mesmo assim, não se preocupou tanto porque havia muitos homens que podiam servir de isca neste grupo, mesmo que ela começasse a sentir faltar de sua arma.

— Agora isso sim foi inesperado... O que devemos fazer agora? — Gemma estava limpado sua roupa cheia de areia e retirou algumas vestimentas, a deixando apenas com um top e uma calça porque estava muito suada e isso a estava agoniando — Tudo ao nosso redor é branco, mas ainda assim alguma coisa me deixa inquieta. É como se estivéssemos todos em uma... Grande armadilha.

— Para vencermos esse desafio, é melhor que tomemos decisões juntos ou, no melhor dos casos, morreremos um por um. — Todos encararam Loras com uma expressão duvidosa ao mesmo tempo.

Um som ensurdecedor pairou sobre os ouvidos de Gemma, lhe causando uma agonia incessante. Quando o som parou, ela observou as letras douradas que pairavam no ar em frente a todos.

“Talvez o mais fácil de todos os seus problemas nesta tumba. Para avançar, sigam com o corpo encostado na parede à sua direita. Saiam dela, e sofram as consequências. Boa sorte.”

Gemma engoliu seco e começou a suar de preocupação. Obviamente não por seus “companheiros”, mas sim por ela mesma, uma vez que ela não se dava muito bem nessas situações de pressão e não queria ir primeiro pelo simples fato de não estar concordando com nada daquele local. Passou a mão pela testa para limpar o suor, avançando até o seu cabelo cheio de areia. É. Não estava nada confortável.

— E-eu… Vou primeiro. — Exclamou um homem que ela nem conhecia. O estranho avançou de trás dela: magrelo, baixinho e sem nenhum atrativo — Me desejem sorte. — Disse animadamente, animação qual desvaneceu ao perceber que ninguém havia falado nada.

O silêncio reinava naquele grupo. Mas, no fundo, estava tudo subentendido, eles estavam todos suprimidos por um fino e tênue véu de pavor e terror. Ninguém conversava ou sequer ousava fazer qualquer barulho e isso estava lentamente deixando Gemma irritada. Os dias foram se passando e eles apenas continuavam seguindo a parede branca, com seus corpos fortemente colados nela. Com o tempo Gemma aprendeu a se acostumar e até mesmo a praticar o silêncio também. Aqueles homens, exceto Loras, são todos mercenários e não devem se envolver com ninguém, pois isso poderia prejudicar em um trabalho futuro e esta era a razão pela qual Gemma não confiava em ninguém: todos possuíam máscaras, pequenas mentiras bem contadas, que podem cair a qualquer momento, inclusive a dela. Mesmo que Marcus tivesse conversado e prestado bastante atenção à ela, ela “sabia” — pois era apenas o que pensava — que ele só estava interessado em seus... Dotes.

Gemma parou para observar um dos homens com atenção. Ele estava encostado na parede direita, assim como todos e, do nada, sua mão esquerda enegreceu e apodreceu, entrando em um estado de decomposição ligeiramente. Desesperado, o homem tentou correr gritando por socorro, mas suas pernas também já estavam se decompondo encostou na parede direita e sua mão esquerda começou a ficar negra e a apodrecer ligeiramente, desesperado e com o rosto todo suado ele tentou correr para os colegas e suas pernas já estavam apodrecendo também, até que seu corpo ficou completamente negro, quase como se tivesse virado carvão. Do homem com aparência de carvão, apareceram pequenos fragmentos de vidro. Gemma, aterrorizada, apenas observou aquelas velhas letras douradas aparecerem novamente no centro de todo o acontecimento.

“Eu disse direita? Desculpem eu não sei muito bom com direções, afinal sou apenas uma mensagem animada! Era a esquerda, mas para um caminho mais seguro sugiro que vocês peguem os cacos de vidro de seu amigo que, inacreditavelmente, ainda está vivo, esmaguem até virar pó e passem na cabeça.”



Loras se ajoelhou e começou a rir em desespero. E ela sabia do porquê: deveriam mesmo confiar naquelas mensagens infortunas? Sem pensar muito se aproximou do “corpo” daquele homem pegou três cacos e jogou no chão.

— Minha vida antes da sua. — Disse antes de começar a pisar sem parar no vidro até que aqueles cacos virarem pó. Quando pó, ela pegou um pouco e os espalhou em sua cabeça. Tossiu um pouco porque permitiu que alguma quantidade do pó descesse sua garganta à baixo.

Todos fizeram isso sem hesitar, afinal, ninguém queria morrer naquele lugar. Gemma, em um surto de bravura, andou para frente até perceber que nada acontecia. Parece que a mensagem não havia enganado eles, ainda. Após algumas horas adicionais de caminhada, começou a enxergar uma porta que apareceu um pouco longe de onde eles estavam: a única coisa que precisavam para chegar lá era simplesmente correr e, selvagemente, foi isso que fizeram. Porém a cada passo que davam, os pisos atrás caiam num abismo sem fundo e as paredes que ali ficavam se tornaram pretas como piche. Grandes olhos vermelhos surgiam lá do fundo do abismo e uma risada maléfica foi ouvida assustando a todos, uma ventania começou do nada dentro daquela sala isolada do mundo afora: se a morte fosse um lugar, eles estavam à sua porta. Todos entraram em choque enquanto observavam aqueles misteriosos olhos lá embaixo, até que um membro do grupo tropeçou e caiu no abismo, mal foi possível escutar os gritos dele.

O pânico apenas cresceu quando eles perceberam não estavam sozinhos: as sombras do lugar se moviam, pairavam, os observavam atravessarem o corredor repletos de pavor. Antes que conseguissem até mesmo ter uma reação, as sombras assumiram formas humanóides e ameaçaram ataque. Mesmo que o grupo tenha tentado correr, elas eram muito rápidas, conseguindo capturar todos os integrantes de armadura pesada do grupo, ou seja, quatro deles. Agora só restavam seis. Tamanha sorte a de Gemma que tivera, mais cedo, tirado algumas de suas vestimentas. Todos que sobreviveram as sombras conseguiram chegar a porta com dificuldades, mas infelizmente um outro homem foi pego pelas sombras pelas pernas, sombras quais tentavam puxar ele para o abismo e o cara segurava na madeira da porta com toda a força possível e seus parceiros pegaram os braços e tentaram salvá-lo. Gemma estava chocada com tudo o que havia acontecido e inesperadamente, se viu tentando ajudar o pobre homem que estava desesperado pela vida. Aquele maldito vento forte que vinha do abismo parecia querer puxar todos para lá e se continuassem poderiam ir junto com aquele homem morto: ela podia sentir seu cabelo ruivo dançando freneticamente e sua pele se tornando vermelha por causa da força que estava fazendo. Marcus pegou seu grande machado atrás de suas costas e em um movimento cortou um dos braços do cara que estavam tentando salvar. Seus parceiros ainda não o soltaram até que o corpo dele foi rasgado pela metade, a outra metade — a do tronco — entrou junto com eles.

A porta se fechou rapidamente, todos estavam deitados no chão esgotados e a maioria dos que estavam deitados fitaram a porta recém fechada, com pavor, as memórias frescas daquele verdadeiro inferno lhes voltando à mente. Marcus se levantou sacudindo seu machado pingando de sangue, segurou Gemma pelos ombros, a ergueu, prensou-a na parede e se aproximou do seu rosto deixando seus lábios bem perto dos dela, ela podia sentir a respiração ofegante dele, assim como o péssimo hálito.

— Você iria morrer junto com aquele homem? Junto com aqueles idiotas? Em?! Realmente valia a pena morrer por aquilo?! Você iria com todos para aquele abismo! — Gritou a sacudindo, ela não sentia seus pés tocarem o chão e isso ainda lhe assustava. Gemma olhou a metade do homem que estava no centro da sala e queria vomitar, segurou para não sujar Marcus. — Nunca mais me preocupe assim de novo…

Ele está certo, ela pensou, mas permaneceu calada pois não devia explicações à ele. Marcus se aproximou dos lábios dela, seus olhos negros estavam tão provocantes, seu rosto suado estava tão seduzente e quase a beijou, mas uma mensagem apareceu provocando uma espécime de susto coletivo ao grupo e ele a soltou no chão com cuidado.

“Prontos para a próxima etapa? Espero que sim, vocês não tem escolha. Parabéns! Atravessaram a dimensão dos mortos e chegaram até aqui, algo que nenhum ser vivo alguma vez já fez. Mas vamos ao que interessa: na próxima sala há o “bolo”, aquilo que vocês cobiçaram desde o primeiro momento que entraram aqui. No entanto… Apenas três podem entrar na sala do “aniversário”. Como uma mensagem falante, lhes desejo as minhas mais sinceras boa sorte!”.

Todos se separaram uns dos outros ficando um em cada canto na sala até que formaram pentágono. Gemma lembrou que seu guarda-chuva estava do lado de fora da tumba quando insanamente buscou por ele, sem sucesso. Clara e visivelmente, ela está totalmente indefesa e ficou desesperada, passando a mão pelo chão, procurando alguma coisa que pudesse servir de arma, questionou até se valia a pena usar a cabeça o tórax morto do homem como arma, mas descartou a ideia. Um homem desconhecido jogou uma adaga em direção à cabeça dela com uma velocidade impressionante, ela sentiu a morte se aproximando, aquele era seu fim. Um barulho peças metálicas se chocando a despertou de seu transe “pré-morte”. Marcus a havia protegido com o machado dele destruindo o projétil lançado.

Pegue a minha espada. — Gemma observou a bainha na cintura dele, contendo uma espada feita de prata e foi só aí que ela percebeu que ele era um Caçador de Lobisomens, onde apenas guerreiros que utilizam prata em suas armas podem ser representados nessa carreira — Rápido!

Retirou a espada da bainha e apontou em direção ao homem que jogou a adaga. A espada era incrivelmente pesada e isso, mesmo que na hora errada, a lembrou de memórias de quando ainda era uma criança inocente: “a arma que era tão pesada que a fez cair no chão”. Marcus preparou seu machado e pulou alto mirando a cabeça do homem que ameaçou a mulher que ele amava, quando seus pés atingiram o chão, ela olhou para frente e lá estava o machado separando o corpo do coitado quase ao meio. Marcus chutou o corpo para desprender o osso que estava preso na lâmina e todo o sangue jorrado foi parar nas roupas dele, olhou para o outro com uma fúria nos olhos e, inesperadamente, o rival começou a urinar todo o líquido contido em seus rins, fazendo Marcus rir um pouco antes de matá-lo.

Loras estava encostado na parede com medo, afinal, ele estava tão desarmado quanto Gemma e nenhum homem musculoso o havia oferecido uma espada. Mesmo que oferecesse, ele não queria participar da batalha e muito menos era um alvo precioso. Com um pouco de sorte, ficaria vivo junto à Marcus e a Gemma.

— Nós… Superamos isso. — Marcus falou, olhando para Gemma e sorrindo — Uma pena que você não tenha tido a chance de lutar;

— Oh, não faz falta, eu vou ter tempo o suficiente para me aquecer assim que sairmos deste lugar. — Disse ela, ajeitando sua postura e segurando seus braços contra seu busto.

— Por favor… Vamos ir logo embora daqui! — Loras estava, claramente, em pânico e desespero. — Quanto mais cedo, menos perigo…

Um apito foi ouvido e a parede que dava lugar para a porta do abismo se abriu, revelando uma sala marrom farta de tesouros, com verdadeiras piscinas nadáveis de ouro, que preenchiam toda a sala, exceto o centro: ali, haviam duas colunas gregas médias que guardavam, no topo de cada uma, dois vasos feitos de ouro. Em cada um, escrito, respectivamente: Sorte e Fortuna.

— No final, tudo isso valeu a pena! Eu terei dinheiro o suficiente para completar minha pesquisa! Não precisarei mais da ajuda da imprestável da imperatriz, que me despejou ao descobrir que eu havia encontrado uma espécime de cura para os cristais corrompidos. — Gemma e Marcus se entreolharam, com olhos arregalados, pois ambos sabiam que isso significava que os outros continentes mundo afora poderiam ser recuperados.

Loras correu animadamente para a sala repleta de ouro, saltitando de alegria. Na hora que ele deu o primeiro passo, mesmo que Gemma tivesse gritado tentando avisá-lo, era tarde demais: uma flecha com ponta roxa o atingiu no pescoço, instantâneamente o matando. Seu corpo morto caiu de bruços no ouro , pintando ele de vermelho-sangue.

A visão dos dois sobreviventes escureceu e claramente haviam desmaiado. Ao que eles acharam ser apenas um pequeno intervalo de tempo, haviam acordado ao lado do corpo morto do alquimista. Mesmo com a morte de Loras, eles ainda assim haviam conquistado o direito de ter de toda aquela riqueza. Havia, no entanto, uma mensagem escondida entre as colunas, mas eles ignoraram.

“Parabéns, levem tudo o que desejarem! O “bolo” é de vocês!”

Alegremente pegaram tudo que conseguiam segurar ou que seus bolsos e a mochila poderiam aguentar. Gemma pediu para que Marcus pegasse os dois vasos no centro da sala. O homem, com as duas mãos, pegou de uma vez só as duas relíquias que estavam nas colunas. Os dois sentiam tantas emoções, mas o que mais prevalecia era a glória, mas antes que pudessem comemorar, eles ouviram um apito… E a felicidade rapidamente se esvaiu.

“Menos os vasos, aproveitem a morte… Com carinho, a mensagem animada!”

O corpo de Loras começou a se levantar sozinho, a pele dele se tornou vermelha e os olhos se tornaram negros. O homem começou a rir com várias vozes ao mesmo tempo e apontou para Gemma e depois para Marcus, os dois estavam apavorados.

— Irão morrer por sua ganância, mortais! — O demônio moveu os braços, que estralaram com o movimentoSofram!

— Gemma, se proteja! — Gritou Marcus largando tudo no chão, procurando seu marchado, sem sucesso, depois tentou a espada, mas lembrou-se que havia entregado para a mulher a quem tentava proteger. A ruiva, desesperada, notou a mensagem que eles haviam ignorando entre as colunas: “Não toquem nos vasos, a não ser que seja um demônio ancestral com o poder de devastar o mundo”.

Levantou o olhar e viu Marcus sendo arremessado na parede ao lado por um soco incrivelmente forte dado por Loras. O impacto certamente o deixou desacordado. Loras olhou para os olhos cheios de medo de Gemma e riu avançando nela.


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Notas finais do capítulo

Oh well... O bolo não era nada o que eles esperavam não? *risos*
Comentem, mas sejam gentis!!!



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