O ultimo recurso. escrita por Ursula Gomes


Capítulo 1
Capítulo 1 - Hey Brother, Hey, sister


Notas iniciais do capítulo

Essa historia é para o Concurso Apocalipse 2012, espero que gostem dela :3 é a primeira vez que escrevo sobre esses seres, então vamos ver se preto XD
Atenção, alguns reclamaram que não entenderam algumas coisas da historia, então aqui vai uma aulinha básica do google : "Memoria seletiva = Associar somente fatos marcantes, bons ou não., quem decide é seu inconsciente. O bloqueio acontece na maioria dos casos quando vc se expõe em cenas, atos, palavras vexatórias ou traumáticas."



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Fomos atacados... Não, espera. Isso não se encaixa. Dizimados, isso sim se encaixa, fomos completamente dizimados eles vieram no dia do meu aniversario, não me lembro mais do mês, mas sei que foi há dois anos, e hoje, novamente no meu aniversario é o dia, em que vamos mudar o jogo.

Particularmente eu acho que será mais um suicídio em massa, mas prefiro morrer lutando a ser escrava daquelas coisas para sempre. Sempre fugindo, sempre com medo, escrava da sobrevivência.

Não, eu não sou assim, não farei mais isso.

– Jane, esta pronta?

– Claro Jace, só preciso de camuflagem.

Trigêmeos, 1 caso entre 90, e fomos os premiados, um par de gêmeas idênticas e um garoto. Apesar da falta de imaginação de nossos pais com nossos nomes, Jane, Jhenifer e Jace, fomos uma família perfeita, eu e meus irmãos sempre fomos muito ligados, e apesar de Jhenifer ser minha gêmea idêntica eu e Jace sempre fomos mais ligados. Mas nossa relação ficou 10 vezes mais forte depois do fim.

Foi tudo muito rápido, em um instante estávamos em um casarão abandonado as margens da cidade, comemorando nosso aniversario de 18 anos, e no segundo seguinte anarquia completa. Todos estavam na festa, absolutamente a escola toda, ao menos os com mais de 15 anos.

Jhenifer sempre foi a garota bonita, meiga e popular, eu a classifico como “Projeto de Barbie” , Jace era o garoto legal, o atleta, eu o chamo de playboy e eu sempre fui a inteligente, viciada em livros, e eles me classificam como Nerd, mas essa diversidade entre nós fez com que a escola toda se unisse, por que mesmo sendo como éramos nunca deixamos de nos amar, e fizemos pessoas que antes tinham preconceitos umas com as outras se unirem. E essa união nos salvou, infelizmente não foi o mesmo com nossas famílias.

Muitos estavam embriagados na festa, já passava da meia noite e apesar de ser longe da cidade o som estava relativamente baixo, não queríamos encrenca com à policia nem nada, e foi por isso que escutamos os tiros, gritos e explosões.

Não sei por que nossa cidade foi escolhida como alvo. Varias teorias já surgiram, por ser uma cidade pequena e basicamente rural eles talvez tenham achado que ficariam melhor abastecidos aqui, mas a verdade é que ninguém sabe.

Alguém desligou a musica exatamente quando a primeira explosão aconteceu, e ficamos todos escutando pra ver se era algo importante ou um simples trovão, mas logo outra, e mais uma, e mais cinco explosões quase consecutivas aconteceram. Amontoamos-nos nas janelas do casarão e ficamos vendo o brilho alaranjado das chamas em nossa cidade, muitos quiseram voltar pra cidade para ver o que acontecia, mas Michel, um garoto meigo com óculos fundo de garrafa e cabelo bagunçado que fazia teatro junto comigo disse.

– E o que a gente faria? Apagaria o fogo? Não somos bombeiros, acho melhor cada um ligar para sua própria família e perguntar.

Todos concordamos e começamos a ligar, eu liguei pra casa mas qual não foi o choque ao ver que absolutamente todos os celulares estavam sem área, o que era estranho pois devido a uma antena no centro celulares sempre tiveram boa recepção na cidade.

E foi aí que Mari, a melhor amiga de minha irmã, gritou.

Eles não eram feios como sempre se imaginou alienígenas, nem de longe, pareciam uma espécie de junção entre animais e humanos, mas isso não os deixava menos mortais.

Não eram muitos, mas eram fortes, o pessoal correu para trancar a casa da melhor maneira possível e bloquear janelas e portas. Resistimos por horas ate o exercito chegar, eles não mataram as coisas, mas as espantaram o suficiente para que pudéssemos sair.

Graças à união resistimos sem baixas, mas não podemos dizer o mesmo sobre a cidade, que foi como disse antes... Dizimada.

Mas não tivemos tempo para lamentar, ou chorar, o general que nos resgatou não era um homem amigável. Ele logo pôs em pratos limpos, se quiséssemos abrigo, tínhamos que ajudar, e assim começamos nossos anos de treinamento, tudo para esse dia. O dia que decidirá se viveremos ou se nos renderemos.

Depois da camuflagem pronta, uniforme no lugar e armas, muitas armas, distribuídas pelo meu corpo. Sai do quarto. Nos últimos anos havia ficado, alem do treino, encarregada dos órfãos da batalha, ajudando-os a superar e preparando-os para o futuro incerto. E eles me esperavam na porta, com meus irmãos atrás, todos sorrindo.

– Parece ate uma guerreira de verdade baixinha.

Disse Jace, que vestia uma roupa como a minha, já Jhenifer ainda estava com o avental, logo que o treino começou ficou claro que ela não seria nada útil em batalha, então ficou encarregada de cuidar do quartel general e do “hospital”.

Eu sorri pra eles e me abaixei para abraçar meus pequenos alunos. Nunca me imaginei como professora, mas depois de todo esse tempo, se o mundo voltar a se como ante e eu estiver nele, será exatamente essa a minha profissão.

Luci, minha aluna mais fofa, diga-se de passagem, veio à frente e aninhada em meu colo pediu com seus grandes olhos castanhos e cabelinho loiro palha.

– Tia, pode cantar a musiquinha da hora da soneca de novo?

– Claro mau bem, canto sim. Hey, brother/ There’s an endless road to re-discover/Hey, sister/Know the water's sweet but blood is thicker/Oh, if the sky comes falling down, for you/ There’s nothing in this world I wouldn’t do. (Ei, irmão/Há uma estrada sem fim para redescobrir/Ei, irmã/Saiba que a água/é doce mas o sangue é mais grosso/Oh, se o céu estiver caindo, por você/Não há nada neste mundo que eu não faria )

Essa era a única musica que me lembrava da época do mundo normal, dizem que foi o choque que me fez esquecer muitas coisas, mas acho que me lembro dessa por que é exatamente o que quero dizer aos meus irmãos todos os dias.

– Hey, brother/Do you still believe in one another?/Hey, sister/Do you still believe in love? I wonder/Oh, if the sky comes falling down, for you/There’s nothing in this world I wouldn’t do (Ei, irmão/Você ainda acredita no outro?/Ei, irmã/Você ainda acredita no amor? Eu me pergunto/Oh, se o céu vier caindo, por você/Não há nada neste mundo que eu não faria)

Jace, sempre corajoso e forte, sempre despreocupado. Jhenifer, sempre meiga e delicada, não teria coragem de matar nem mesmo uma mosca, sempre sonhando com príncipes encantados, será que eles ainda tinham esses sonhos? Acreditavam nisso? Eu acreditava? Não posso nem responder por mim mesma essas perguntas.

– Oh, oh, oh / What if I'm far from home?/Oh, brother, I will hear you call/What if I lose it all?/Oh, sister, I will help you out/Oh, if the sky comes falling down, for you/There’s nothing in this world I wouldn’t do (Oh, oh, oh/E se eu estiver longe de casa?/Oh, irmão, vou ouvir você chamar/E se eu perder tudo?/Oh, irmã, eu vou ajudá-la/Oh, se o céu vier caindo, por você/Não há nada neste mundo que eu não faria )

Pergunto-me se eles se lembrariam de mim se morresse hoje, lembrariam de quando roubamos uma torta da vizinha? Jhenifer se lembraria quando seu vestido de 15 anos se rasgou e eu corri cinco quadras para pegar um kit de costura em casa? Jace se lembraria quando bati no nosso vizinho 4 anos mais velho que tinha batido nele? Eu quero gritar, gritar para nunca me esquecerem, para fugirmos juntos, mas não existe lugar para onde ir, ou lutamos e vencemos, ou morremos todos juntos.

Cantei mais um pouco, a musica é bem simples, mas sempre me trouxe alivio, como se eu tivesse coragem de dizer tudo aquilo de verdade, mas era hora de ir, hora de lutar.

Despedi-me dos meus pequenos mais uma vez, abracei minha irmã e de mãos dadas com Jace fomos de encontro a nosso destino.

Não dissemos uma palavra ate chegar ao local apelidado de ninho, que era onde a “nave mãe” estava, Jace e eu não trocamos uma palavra, mas continuamos de mãos dadas.

Quando chegamos o general nos olhou, nos mediu, e nos avaliou, depois disse.

– Vocês não são soldados, são crianças assustadas em busca de vingança, e se forem para lá assim vão morrer com certeza. Vocês tem que admitir que são a ultima esperança, o que restou para se usar, vocês não vão lá se vingar vão tentar fazer com que sua raça sobrevivam, agora peguem suas armas crianças, por que a festa vai começar.

Soltamos nossas mãos, olhamos cada um nos olhos do outro, sem uma palavra, mas muitas coisas ditas, fomos em direção ao fim.

Logo fomos recebidos por eles, pareciam estar em todos os lugares, sua pele mais grossa que a nossa exigia muito esforço, e balas, para perfurar, o sistema era, enfraquecer com o tiro e quando estivesse perto acabar o serviço com uma adaga.

Eu e jace éramos como uma pessoa apenas, ambos nos cobríamos, mas ao chegar as portas da nave mãe ele apareceu.

Era o maior que já tinha visto, com presas gigantescas e garras ainda maiores, uma mistura bizarra de homem, javali e tigre dentes de sabre, meu irmão foi em sua direção e eu fiquei para evitar que outros monstros se juntassem a briga para ajudar.

Mas por um instante eu me descuidei, olhei para trás e vi meu irmão ser golpeado, corri em sua direção me jogando na frente dele, mas algo me acertou por trás e cai semi consciente na grama.

A ultima coisa que tenho na cabeça é ver meu irmão acima de mim, e então ele é puxado de mim e lançado para os céus, e dois olhos verdes brilhantes como os de um gato tomam seu lugar, então tudo ficou escuro, mas nos últimos instantes de consciência, parecia que nossa musica estava tocando.


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Notas finais do capítulo

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