A Vida de Uma quase Cinderella escrita por Pri Reis


Capítulo 8
Do meio para o fim




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– Não vai me dar oi? – Aquela voz rouca implorou pela minha ignorância aquele dia.

– Pra você? – Eu comecei a rir para ele. – Claro que não. – Puxei meu braço e continuei meu caminho, mas eu era bem mais fraca que isso e não resisti ao primeiro puxão que ele deu me abraçando.

– Já to sabendo viu... – Ele sussurrou. – Pegadora então? – Zombou com a minha cara.

Ele conseguia ser ridículo todas as vezes que estava perto de mim e eu obviamente, em todas ficava sem jeito. Acho que era porque no final riríamos do momento, das piadas e das palavras ditas. E por mais estranho que soe, eu tinha tesão pelo garoto que arrotava na minha cara. Alguém pode por favor cancelar o Mateus do planeta?

– Não fica com inveja não! – Tentei descontrair a situação, mandei um beijo e sumi antes que aquele diálogo não tivesse fim.

Subi o primeiro andar pelas escadas e me sentei no último degrau. Respirei fundo. Tem coisas que não entendemos porque acontecem, é apenas a ordem da vida, a lei que ela segue.

– Você tá bem, filha? – Minha mãe me questionou preocupada assim que eu entrei no apartamento. – Você tá pálida, aconteceu alguma coisa? – Ela encostou em meu rosto suspeitando de febre.

– Na-não.. – Eu gaguejei. – Acho que é fome. – FOME só se for fome de Mateus né? Por favor, cresça nas suas desculpas, essa esfarrapada de é “fome”, um dia você vai acordar gorda, obesa mórbida na cama de tanto usá-la e sua mãe atende-la. Corri para a janela do meu quarto, a qual dá diretamente para a parte da frente do prédio e ali eu podia manter meus olhos abertos para o que acontecia.

– Encontrei aquele seu amigo no elevador. – Ela puxou assunto enquanto preparava o jantar. – Como ele chama mesmo?... – Ela parou por poucos segundos e exclamou – Mateus! Isso mesmo. – Abriu um sorriso enorme.

Esse menino só podia ter mel para não sair da boca de minha mãe.

Foi quando eu vi pela janela André e Mateus descendo para a praia. Foi o suficiente para o meu desespero.

– Já volto! Tão me chamando lá embaixo – Maior mentira do Brasil acabava de ser contada.

– Você não estava com fome, garota? – Minha mãe me olhou séria.

– PASSOU! – Gritei enquanto corria para o elevador.

Enquanto o elevador descia fiquei me perguntando se realmente valia a pena todo esse esforço por causa de um pênis. Sério? Que novela sem fim. Vão ser 365 capítulos por causa de um homem, homem não, um garoto imaturo e não só um, mas dois. Eu nunca tinha feito esse esforço por causa de alguém, então não sabia ao certo quando parar e evitar quebrar a cara, só saberia realmente quando isso acontecesse e eu percebesse que tudo foi em vão. Aliás, não era muito o tempo que me separava de uma decepção.

Fiquei sentada em um lugar estratégico onde ambos teriam que passar para voltar para o prédio, ou seja, me veriam de qualquer forma. É claro que essa hora André devia estar compartilhando com o Mateus sobre nossos amassos secretos nas escadas. Eu esperava que o Mateus ao menos sentisse um pouco de inveja e vontade, mas conhecendo bem a cabeça oca dele, isso jamais aconteceria. De repente ouvi suas vozes enquanto voltavam sujos de areia. Fingi que não estava prestando atenção, abaixei a cabeça e fiquei conectada no meu mundo virtual esperando que um deles me abordasse de forma surpresa.

Você nem imagina o que aconteceu...


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