A Vida de Uma quase Cinderella escrita por Pri Reis


Capítulo 16
Oxitocina




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Depois de falhas tentativas e muita insistência, eu não me rendi.

– Preciso realmente ir. – Eu fui me afastando aos poucos. – Tínhamos combinado só 30 minutos, e bem... – Olhei assustada para o celular. – Já passa de 5:30h da manhã! – Chamei o elevador apressada e desesperada.

Impossível. 5 horas com ele? Tinha alguma coisa errada, era bem mais do que eu tinha imaginando ou até mesmo planejado. Eu precisava de um beliscão divino para ter consciência do que estava acontecendo e acho que mesmo assim não acreditaria, parece até coisa de menina boba-apaixonada, mas na verdade, é só a consequência de um pedido feito com fervor na 00h do ano novo.

Abri a porta do apartamento tentando não fazer barulho e evitando provocar os latidos do meu maltês bravinho. Sentei na cama exatamente 5:45h da manhã, não troquei de roupa, não tirei o rímel, não soltei o cabelo. Com o celular na mão, digitei as seguintes palavras para Natália: “Peguei o Mateus.” Provavelmente ela não acreditaria, porque só nos dias que estava sozinha na praia eu mandei essa mensagem para ela várias vezes a enganando, mas agora, agora era muito sério. Tinha acontecido e eu ainda não tinha caído na real. Eu só precisava descansar e acordar renovada. Eu temia o dia seguinte, como seria, o que aconteceria, o que falaríamos, como agiríamos, ou se nada disso faríamos. Talvez eu nem conseguisse dormir (e foi o que aconteceu). Eu tava exalando ocitocina por todas as partes do corpo. Meu Deus.

Fechei os olhos, pensamentos absurdos norteavam minha mente. Toda ingenuidade que eu tinha, se fora com aquele beijo. Toda a intimidade que nunca tivemos, cresceu naquele beijo. Toda a vontade que sentíamos um pelo outro, aumento expressivamente com aquele beijo. Era coisa de louco, agora fazia sentido o que era uma amizade verdadeira, sem pudor, uma amizade com suas próprias intimidades, necessidades, seus próprios toques, característica única e indefinida. Só tinha um porém: eu voltaria para a capital naquela noite, o que antes parecia uma solução favorável para meus problemas, se tornava um pesadelo para uma adolescente obcecada.

Eu queria poder tomar uma dose dele todas as noites. Eu tava viciada, completamente viciada.

"COMO ASSIM? O QUE? VAMOS POR PARTES"– Acordei com essa mensagem.


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