Evelynn foi correndo até o salão do baile, estava vazio, as mesas estavam bagunçadas e haviam algumas taças ainda cheias de champanhe nas mesas. Ela se sentou na mesa onde tinha estado anteriormente com Crowley. Lágrimas começaram a rolar de seu rosto, algo que depois se transformou num choro desesperado. “Porque? Porque?”, ela se perguntava. Porque ela sentia uma dor forte no peito como se tivesse perdido alguém muito importante para ela? Foi então que ela se deu conta. Se ela chorava assim tão desesperadamente era porque existia algum sentimento por ele dentro dela. Ela olhou para suas mãos com as luvas pretas do vestido. Estavam molhadas por ela ter enxugado os olhos com elas. Ela as tirou. Depois observou o vestido, que Crowley havia criado no próprio corpo dela. Como era lindo mesmo estando em um corpo não merecedor dele.

Evelynn se levantou, ela não queria mais pensar naquilo porque ela sabia que nunca mais veria Crowley e talvez nunca devia tê-lo visto. Ele não era o tipo de “cara” com quem ela devia se envolver, afinal, ela era humana. Ele nunca a notaria se não fosse pela entrevista e com certeza só estava tentando ser gentil, o que não era do feitio dele, por isso era estranho. Mas mesmo assim ela o rejeitara só porque estava nervosa. Ela se sentia uma completa idiota. Aquela festa era idiota, era tudo ridículo.

Ela foi ate o quartinho onde tinha guardado sua bolsa, com o vestido de Elle, a pegou e saiu, sem rumo. As ruas não estavam cheias, a maioria das pessoas deviam estar nas suas casas assistindo à festa pela TV, era um evento mundial, afinal. Um lugar alguns passos à frente chamou sua atenção. Era um barzinho. Ela entrou e parecia ser bem agradável, num instante ela percebeu que todos olhavam interessados para a única TV do lugar. O evento estava sendo transmitido e logo mais seria a premiação. Ela não se interessou, nem ninguém além da moça que servia as bebidas a olhou, apesar dela estar com um vestido longo de festa.

– Boa noite. – a moça morena de cabelos cacheados a recebeu.

–Oi. – ela respondeu sem paciência para cordialidades.

Evy se sentou no canto do balcão e jogou sua bolsa encima do mesmo. Ainda com os olhos e rosto meio molhados pelas lágrimas.

– Noite difícil não é mesmo? – a moça disse, já levando um copo até ela.

– Você nem imagina... – evy respondeu sem expressão.

– Você parece bem jovem para estar num bar uma hora dessas.

– Não se preocupe, eu sou de maior. Quer meus documentos?

– Não, tudo bem. - ela riu - Meu nome é Carol, e o seu?

– Evelynn.

– O que vai ser Evelynn?

Crowley não saia da cabeça dela. Aqueles olhos, a voz... Ela sentiu como se tivesse que parar de pensar nisso, afinal ele so devia ter brincado com ela. Era ridículo sentir algo por ele.

– Uma tequila. – ela pediu com firmeza, agora olhando no olhos da moça.

– Aqui está. – a moça disse após uns instantes, servindo-a.

Evy virou tudo de uma vez, arrependendo-se imediatamente depois, pois o gosto era extremamente horrível e descia queimando.

– Vodka. – ela pediu.

A moça a serviu, logo após ela pediu outra.

– Ei ei, vai com calma. – a moça disse tentando evitar que mais tarde ela tivesse um morto no bar dela. – Seja o que for que ele fez não pode ter sido tão ruim assim.

– Ele é um demônio! Demônio só fazem coisas ruins moça! Qualquer coisa que ele fez é pior do que o imaginado! – ela falou alto, já um pouco alterada.

A moça se surpreendeu e levou o que ela tinha pedido.

– Então você é... aquela garota? A famosa queridinha do demônio?

– Então é assim que vão me chamar? – ela disse e engoliu a próxima bebida – Amanhã esse será meu novo nome?

Ela ameaçou chorar e começou a querer rasgar o vestido.

– Me desculpe eu não... – a moça tentou acalmá-la. – Não faça isso! Escute, mesmo ele sendo uma pessoa horrível deve ter pelo menos algum pingo de decência nele pra ter te dado algo tão bonito assim. Não o estrague. Ele é lindo.

Evelynn parou imediatamente de tentar. Olhou fundo nos olhos dela.

– Eu quero mais seis. – disse secamente

A moça se espantou mas cansou de tentar fazê-la escutar.

Após alguns minutos bebendo uma atrás da outra, Evy já não estava sentindo o álcool, então tudo descia como água para ela.

Algumas pessoas começaram a nota-la, mas logo voltavam sua atenção para o evento da tv.

– Amanhã... – ela começou a dizer alto. – quando eu for trabalhar, eu vou ser despedida. Vou ter que procurar um jornal pra comprar a ***** da minha entrevista com aquele BABACA do Crowley.

Quando ela disse isso alguns olharam para ela e a reconheceram da TV, onde ela tinha aparecido com Crowley, no baile. Alguns olharam intrigados, outros ficaram meio apreensivos.

– EU NUNCA MAIS QUERO VER O CROWLEY!! – ela gritou para que todos ouvissem.

– Eei ele está na tv olhem!

– ONDE????? – Evy se levantou e correu desesperadamente para perto da tv

Carol esboçou um sorriso, por ela ter acabado de falar que não queria mais vê-lo. Ela empurrou algumas pessoas e subiu na mesa que ficava abaixo da televisão, deixando cair alguns copos. Ela colou o rosto na tela e as pessoas se afastaram para ela vê-lo, ou talvez só porque ela estava fedendo a rum.

– Aquele vagabundo... – ela disse enxergando tudo meio embaçado.

Mas ela pôde vê-lo, entrando na sala de premiações dos filmes, a última etapa do evento. Ele estava sentado no lugar reservado para ele e, ao seu lado, havia uma mulher muito bonita vestindo vermelho. Depois a câmera do evento mudou o foco.

– NÃO, NÃO! VOLTA PRA ELE! NWE INÚTIL! EU QUERO VER O CROWLEY! – ela gritou batendo na tv

– Não faça isso com a minha TV Evelynn! – Carol gritou do balcão.

Evy desceu com dificuldade, cambaleando um pouco por estar extremamente tonta.

– Aonde você vai? – Carol exclamou.

– Eu vou... atrás... daquele... cafajeste! – ela disse tirando os sapatos e largando-os em qualquer canto.

Ela correu até a porta, mas parou e voltou para pegar dinheiro na sua bolsa. Depois ela entregou tudo à Carol, até dinheiro a mais do que ela tinha consumido. E na TV ela pôde ouvir:

“ – Éh! Parece que o Crowley está de companhia nova! Esse homem pode ter tudo o que quer num estalar de dedos não é mesmo Erick?

– É sim Johnson, e parece que eles estão mesmo juntos!”

– NÃO POR MUITO TEMPO!!! – Evy gritou enquanto saía do bar e corria de volta ao evento.

Era longe algumas quadras e o vestido a atrapalhava a correr então ela tropeçou e caiu. E ficou. Onde ela caiu, uma calçada antes da entrada do evento, ela pegou imediatamente no sono.

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Evy dormiu por cerca de 5 minutos antes de acordar afobada e assustada.

– Crowley! – ela exclamou.

Depois se levantou e correu em direção aos seguranças que estavam na porta do evento.

– Por favor, eu preciso entrar, eu , sou acompanhante do Crowley!

– Não é não moça. O Sr. Crowley entrou faz uma meia hora e ele estava acompanhado de outra mulher.

– Não! Ela e´uma vagabunda qualquer. Sou que que gosto dele!

– Ela tá bêbada John. – disse um dos seguranças para o maior.

– Eu não to bêbada! Talvez um pouco mas nunca beberam pra esquecer os problemas não?!

– E o que é que a gente faz com ela? – disse o outro guarda.

– Sei la, vamo deixar ela aí ué.

– Prestem atenção em mim! EU preciso entrar!!!

– Desculpe moça, não podemos te deixar entrar. – disse o maior que parecia mais gentil.

– Mas que droga! CROWLEY APAREÇA!! – ela berrou.

Mas nada aconteceu.

– Acho que ele não pode te ouvir o baixinha. Ele ta com outra sacou? Se vc fosse acompanhante dele não estaria aqui fora e sim, lá dentro do lado dele tomando um champanhe e assistindo à premiação. – disse o outro que parecia mais chato.

–AAAAHHH! Se vcs não me deixarem entrar eu vou tirar a roupa e gritar que vocês estavam abusando de mim!!

– Ai meu pai do céu! Faz essa garota sair daqui John!

– Qual é cara, ela só deve ta chateada!

– 10...9... – Evy começou a contar.

– O que? Você ta do lado dela?

– 8...7...

– Mas que lado,? Só acho que a gente pode deixar ela entrar pra ela se resolver com o cara. – disse o grande John

– A gente não pode deixar entrar uma louca bêbada que vai bagunçar a festa! Cara! Você não ouviu o chefe?

– 6...5...

– Ouvi mas olha pra ela, não podemos deixa-la aqui fora, ta na cara que ele fez algo.

– É, John. Claro que fez. Trocou a baixinha sem graça pela gostosona que tá com ele. Até eu faria isso seu idiota!

– 4...3...

– O QUE FOI??! – gritaram os dois pra ela

Mas antes que Evy pudesse responder que iria começar a tirar a roupa para incriminá-los, as grandes portas de entrada se abriram e um casal aos amassos saiu lá de dentro. Os dois guardas olharam para trás e Evy viu ali sua oportunidade. Ela correu pelo meio dos dois e entrou. Os dois foram atrás dela mas ela sabia que havia um lugar onde eles não iriam procurar. O quartinho escondido onde O sr. Rudson havia prendido ela. E lá entrou.