Em mais uma noite de insônia, fui caminhar pelo castelo. Meus pés fizeram o caminho até a torre antes mesmo que eu me desse conta. Para minha surpresa ele estava lá, observava o céu, assim como muitas vezes eu fazia, completamente perdido em pensamentos. Desejei ir até ele, abraça-lo, beijá-lo e implorar-lhe que me fizesse sua.

Sempre calmo e gentil, nem parece que oculta uma fera dentro de si. Os fios prateados cobrem cada vez mais o seu cabelo castanho, o olhar ambarino tem um brilho que junto com seu sorriso aquece a minha alma.

Ele era apenas mais um professor, mas aos poucos comecei a vê-lo de maneira diferente, não sei precisar a partir de que momento houve a mudança, foi tão sutil que nem ao menos percebi quando isso ocorreu, tudo que sei é que ele habita os meus pensamentos, invade os meus sonhos, faz-me desejar algo que não deveria. Aos olhos dele sou só mais uma aluna e as coisas devem permanecer assim. Ele nunca deve saber que ocupa os meus pensamentos.

Minha razão falou mais alto e voltei a minha sala comunal. Uma sangue puro como eu não deve se misturar com uma criatura como ele.