Contos Vorazes - Árvore-forca escrita por GG


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tô com essa música na cabeça desde quarta, quando assisti A Esperança - Parte 1 e decidi escrever uma pequena oneshot, bem pequena mesmo, nem tem mil palavras, mas aqui está ela, espero que alguém goste dela. Boa leitura ♥



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Contos Vorazes

Árvore-Forca

"Você vem, você vem
Para a árvore
Onde eles enforcaram um homem que dizem matou três
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore-forca."

A jovem Clarke fitou quietamente o longo galho onde pendurava-se o corpo já sem vida de seu amado, os olhos inchados e vermelhos de tanto chorar, a aparência destruída pela dor e pela mágoa, não conseguia conter-se de maneira alguma, era totalmente inevitável, arrastou-se na direção dele e segurou na sua mão gélida, beijou-a nervosamente e se abraçou a ela, como se ele ainda estivesse vivo e sentindo seu gesto carinhoso.

"Eu vou me juntar a você, meu amor.", prometeu com um sorriso ansioso estampado no rosto, soltou a mão gelada como gelo do homem morto e arrancou os sapatos apertados dos pés, havia se vestido para o encontro mas quando chegara até árvore marcada encontrara ele morto ali, havia sido acusado de matar três homens.

"Você vem, você vem
Para a árvore
Onde o homem morto clamou para que seu amor fugisse
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore-forca."

Clarke sabia que se Tiberius, seu amado, pudesse falar, ele gritaria que a garota deveria salvar-se mas homens mortos não falavam, a garota abriu um sorriso fraco ao pensar naquilo, sua hora chegara e não havia maneira alguma de adiar tal coisa, não fazia sentido viver num mundo onde Tiberius não estava presente, ao seu lado.

A jovem de cabelos dourados jogou os sapatos no meio do mato e começou a escalar habilmente a árvore, se aproximando do galho do amado que jazia ao seu lado. Batizara aquela árvore de "Árvore-forca" por causa dos colares formados da própria árvore que possibilitavam o suicídio com grande facilidade, as lágrimas deslizavam sem parar pelo rosto de Clarke mas ela não conseguia deter-se, precisava pôr fim a sua dor.

Ela não era corajosa o suficiente para suportá-la durante todo o resto da vida, ela era apenas uma garotinha fraca.

E não precisava de relógio para saber que cada vez mais se aproximava da meia-noite, logo as doze badaladas soariam e ela nem mesmo seria capaz de escutá-las.

"Você vem, você vem
Para a árvore
Onde eu mandei você fugir para nós dois ficarmos livres
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore-forca."

"Eu sinto tanto, Tiberius, tanto....", ela chorou quando sentou-se num galho forte o suficiente para sustentar o seu corpo magro, os dedos macios percorriam delicadamente o rosto do homem morto, o homem que fora seu amado, Tiberius, seus olhos azuis nunca mais seriam vistos e admirados pela jovem moça, ele nunca mais esboçaria aquele sorriso angelical, nunca mais riria lindamente, tudo estava acabado a partir do momento em que ele perdeu a vida.

Mais uma vez o pensamento veio a sua mente, se Tiberius pudesse mandaria que ela fugisse dali, salvasse-se se possível mas ela era uma menina teimosa, nem se ele ordenasse agora ela o obedeceria, aconchegou-se ao seu lado antes de começar o trabalho de pôr o colar da morte e acariciou as mãos geladas do homem, chorando copiosamente ao seu lado.

Nada nem ninguém importava para Clarke naquele momento, apenas seu amor que fora brutalmente morto naquela noite, que os covardes fossem punidos.

"Você vem, você vem
Para a árvore
Usar um colar de corda, e ficar ao meu lado
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore-forca."

Logo a jovem já estava pronta, apertou a mão de Tiberius e deslizou para baixo, o colar envolvendo-o seu pescoço, desceu em queda livre, o corpo pendurado e os pés balançando, não durou muito. Morreu com as mãos entrelaçadas as de Tiberius, os dois corpos jazendo lado a lado.

E se Clarke pudesse escutar, ouviria as doze badaladas que anunciavam a chegada da meia-noite.


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Notas finais do capítulo

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