Diário dos Mistérios escrita por Panda Pop
Notas iniciais do capítulo
Desculpa a demora para postar!
Sinto algo gelado e fino tocar a parte superior da minha testa. Abro os olhos. Estou encostada na janela do carro. Me desencosto e tiro os fones de ouvido. Deixo minha visão focar melhor e olho através da janela. Estamos chegando perto de uma vila com casas estranhamente velhas. Olho para frente e vejo que a placa foi pichada e quase arrancada. Engulo em seco.
–Esta vila é estranha pai. - digo e me viro para ele.
–Eu sei. Ela é meio antiga. As pessoas daqui não saem nem recebem muitos visitantes. - ele diz e eu suspiro.
–Acho que não tem wi-fi. - apoio o queixo na mão e observo enquanto entramos na vila.
Algumas pessoas cerram os olhos, outras dão um passo para trás e cobrem a boca e outras simplesmente se trancam em casa.
–Uau. Essa gente é bem legal em. - digo e reviro os olhos - Parecem que tem medo da gente.
–Só estão surpresos. - ele responde - Como eu disse, eles não recebem visitantes.
Reviro os olhos novamente e depois olho para trás. Minha mãe e minha irmã estão adormecidas.
–Quanto tempo de viajem? - levanto uma sobrancelha.
–Hum... - ele coça o queixo - Cinco horas.
–Tudo isso?! - digo indignada
–Sim. - ele para o carro em frente a uma casa e olha para mim - Seja gentil e sorria para as pessoas.
–Ta. - resmungo e saio do carro.
Fecho a porta e ando dois passos para trás. E, como sempre, esbarro em alguém e caio.
–Você é cego por acaso? - grito e sinto uma mão me puxar pelo braço. Me apoio nela e levanto. Olho para frente para saber quem foi. E ele é lindo. Tem cabelo castanho claro, olhos azuis, pele bem branca, alto e é musculoso. Está usando um suéter azul, calça jeans e tênis preto.
–Não sou cego. - ele sorri - Meu nome é Thomas.
–Sou Hillary Benson. - respondo. Me viro e vou até a mala do carro. Papai e mamãe já estão entrando em casa. Peyge está nos braços de minha mãe enquanto papai leva duas malas para dentro da casa. Pego minhas duas malas e vejo que há outra.
–Posso pegar essa se quiser. - olho para trás e vejo Thomas sorrindo.
–Obrigado Thomas. - sorrio e vou até dentro da casa.
Minha primeira análise dela foi esta: velha.
–Nossa. - murmuro e subo as escadas que rangem um pouco. Entro em um quarto grande que presumo ser meu. Tem uma cama de casal, um guarda-roupa, uma bancada com uma cadeira, uma janela, um espelho e um abajur. - Que chique.
Escuto um baque atrás de mim e viro para trás. Thomas está ofegando, rio um pouco.
–Sua mala é pesada. - ele diz e arruma o cabelo.
–É que tem meu computador aí. - respondo. Olho para o quarto novamente depois me viro para ele - Todas as casas são assim?
–Não. - ele responde depois sorri - Nem todas tem janelas.
–Haha. - reviro os olhos. Vou até a janela e olho através dela. Vejo uma floresta e algumas crianças brincando de pega-pega perto dela, algumas mulheres correm para lá e agarram os filhos pelos pulsos e gritam com eles. Olho para a floresta novamente. - O que tem lá?
–Não sabemos. - ele responde - Só sabemos que há algo ruim naquela floresta.
–Hum. - respondo e mordo o lábio inferior. Suspiro e viro para Thomas - Por acaso aqui tem wi-fi?
–Somente na minha casa. Viemos para cá faz alguns anos, então decidimos pôr internet aqui.
–Posso ir até lá algum dia? - pergunto - Eu preciso de internet para viver.
–Claro. - ele ri.
–Bem, obrigado por me ajudar com a mala. - digo.
–De nada. - ele sorri - Posso te mostrar a cidade?
–Claro. - dou de ombros - Só vou colocar outra roupa. Aqui é quente.
–O.K. - ele sai do quarto e fecha a porta.
Abro minha mala de roupas e visto um short, uma blusinha azul escura e sandálias. Prendo o cabelo em um coque e desço as escadas.
Thomas e meu pai estão conversando. Meu pai está sorrindo.
–O que você fez para ele sorrir? - pergunto e toco o ombro de Thomas.
–Só estou dizendo como são as coisas por aqui. - Thomas olha para mim.
–A história da cidade é bem interessante Hill. - comenta papai. Ele levanta e vai até a cozinha.
–Ta né. - digo. Dou dois tampinhas em seu peito - Agora vamos lá, me mostre a cidade garoto.
–O.K. - ele segura minha mão e saímos da minha casa.
Quando saímos as pessoas ficam nos olhando por alguns segundos e depois voltam a fazer o que estavam fazendo.
–Fique perto de mim. - ele sussurra e me puxa para mais perto, ele passa o braço por cima do meu ombro. Levanto uma sobrancelha.
–Por que as pessoas estão olhando? - sussurro e ele para me fazendo parar também. Ele olha para mim.
–Nós não recebemos visitas a muito tempo Hill. Depois que eu cheguei ninguém mais entrou... ou saiu. Dizem que há uma profecia sobre uma garota mudar as coisas por aqui. - ele sorri - Eles acham que é você.
–Eu? Por que eu? - pergunto.
Ele se aproxima de mim e coloca a boca em meu ouvido.
–Eles esperaram por muito tempo. Não faça nada que possa estragar a crença deles. Não vai querer saber as consequências. - sussurra.
Continuamos a andar e ele começa a explicar as coisas da cidade, mas só consigo pensar na floresta. O que tem lá? Por que as pessoas tem tanto medo de lá? Que mistérios ela guarda? Tenho que descobrir.
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