Dln Darkness, Lies And Nobody Else escrita por Jibrille_chan


Capítulo 8
Capítulo 8




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Reita P.O.V.


Ter acordado e não ter deparado com Ruki e suas coisas foi como morrer. E renascer pra um mundo infinitamente melhor quando o encontrei ali, na porta, parecendo decidido a voltar. E aquela manhã me pareceu mais brilhante do que qualquer outro dia.


As coisas do pequeno não haviam voltado para o seu quarto improvisado, mas sim para o meu. Parecíamos um casal recém-casado. Mas eu ainda não tinha tocado no pequeno com mais... intimidade. Acho que por medo, de tudo o que ele havia passado. Mas mesmo assim continuávamos a fazer o quadro de casal feliz na semana que havia se seguido.


Estávamos os dois no sofá, eu encostado no braço, e ele com as cotas apoiadas no meu tórax, encaixado no espaço entre as minhas pernas. Meus braços estavam envolta dos seus, e nossas mãos entrelaçadas. Ruki ergueu um pouco mais a cabeça, demonstrando que ia falar, e eu o olhei, esperando.


- Ne Rei... Você ta com medo, não ta?


Não precisei perguntar sobre o que ele estava falando. Eu fiquei em silêncio, sem saber o que responder. O pequeno, ao não ter sua resposta, girou onde estava, deitando-se de bruços sobre mim, os olhos muito brilhantes.


- Você sabe que eu confio muito em você, não sabe Akira?


Fiquei sem o que responder, diante de uma afirmação daquele porte. Meus dedos deslizaram pelo seu rosto, fazendo ele se aproximar, puxando-o para um beijo mais profundo. Não demorou muito para que eu sentisse suas mãos deslizando pelo meu tórax, depois indo para debaixo da minha camisa. Sentei-me mais ereto, e ele me olhou, confuso.


- Quarto.


Ele sorriu, sendo puxado por mim até o quarto, roupas ficando pelo caminho.




- Reita? Reita!


Abri os olhos, me sentindo ser sacudido pelo pequeno.


- O Quê?


- Você não tem que ir pra loja hoje? É segunda-feira.


Franzi o cenho, tentando pensar. Sim, pela lógica eu deveria ir trabalhar. Mas... Ah, sim, agora me lembrava. Sorri para o pequeno, que parecia seriamente preocupado.


- Hoje não. Eu tenho folga.


- Ah... me desculpe, então. Te acordei à toa.


- Tudo bem. - puxei-o pra mim, voltando a fechar os olhos - Fico feliz que você se preocupe comigo, Ruki.


- Claro que sim. Mais do que você imagina.


 Abri meus olhos, acariciando seu rosto. Incrível como ele parecia uma pessoa completamente diferente de quando chegara aqui, calado, triste, vazio. Durante mais algumas horas ficamos ali, deitados na cama, trocando carícias inocentes, até Ruki resolver fazer café da manhã. Enrolei mais um pouco na cama, depois me vesti indo até a cozinha. Não pude resistir a visão que era Ruki concentrado no que fazia, indo até ele e enlaçando a sua cintura.


- Você fica tão lindo assim, concentrado...


- E você me deixa sem jeito falando assim...


Beijei seu pescoço, assistindo de perto a tudo o que ele fazia. Passamos o resto do dia assim, abraçados e jogados no sofá. A televisão ligada passando um programa qualquer, mas nem eu nem ele estávamos nos importando muito com a programação. Já passava das quatro horas da tarde quando a campainha tocou, e eu fui atender. E quem eu vi parado ali na porta fez meu sangue ferver.


- O senhor deseja alguma coisa?


O homem baixo e atarracado estreitou seus olhos na minha direção, depois lançou um olhar a Ruki, que estava paralisado no sofá, os olhos transbordando medo.


- Você tem algo que me pertence. - ele respondeu, ríspido.


Contei até dez para não arrebentar a cara redonda à minha frente.


- Me desculpe, mas eu não peguei nenhuma coisa que pertence ao senhor.


- Insolente! É meu filho! Devolva já!


Apoiei um braço no batente, impedindo que ele colocasse os pés na minha casa.


- Pode ser seu filho, mas não é sua propriedade. Vá em bora.


- Takanori! Pra casa! Agora!


Vi Ruki fechar os olhos, respirando fundo.


- Eu já estou na minha casa. E mesmo que mova céus e terras você não pode me tirar daqui. Eu já sou maior de idade.


- Claro que não!


- Ainda não. - Ele se levantou, vindo ao meu lado. - Mas eu completo dezoito anos daqui a três dias. E você não vai poder fazer nada quanto a isso. Vai perder seus "direitos" sobre mim.


O rosto do senhor Matsumoto coloriu-se num vermelho intenso, de pura raiva. E eu senti nojo daquele homem. Como alguém podia tratar o próprio filho assim, como se fosse uma coisa? Algo que ele podia usar e depois jogar fora, como se não tivesse valor algum. Ruki continuou.


- E acho melhor o senhor ir embora, ou teremos de chamar a polícia e acusá-lo de invasão de domicílio.


Contrariado e com o rosto mais vermelho que sinal de trânsito, aquele homem repugnante se foi, e eu fiquei olhando para me certificar de que ele iria entrar no elevador. Depois fechei a porta, abraçando Ruki, que termia um pouco.


- Estou muito orgulhoso de você, Ruki.


Mais senti do que vi seu sorriso.


- Isso me deixa feliz.


- E Ruki... por que você não me disse?


- Disse o que? - ele perguntou, me olhando visivelmente confuso.


- Que seu aniversário é daqui a três dias.


- Ah, isso! Desculpa, eu não achei que fosse importante. Se eu soubesse que era importante pra você, eu teria dito antes.


- Ruki, qualquer coisa sobre você é importante pra mim.


Ele me sorriu, parecendo encantado, mas ele mal sabia que quem estava encantado ali era eu. Encantado pela força que ele havia demonstrado para enfrentar seus medos, seu passado. E ficamos ali, abraçados, felizes por simplesmente ter a companhia um do outro. Tendo-o ali, eu tive certeza de que sim, valia a pena acreditar no futuro.




~ Fim ~ 


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Notas finais do capítulo

Acabooooooooooooou T-T

Cara, muito obrigada pra todo mundo que leu. Essa fic surgiu num momento meu de depressao, e eu non esperava um retorno tao bom assim..... o_o'

MUITO OBRIGADA MEEEEEEEESMO!!!