Dln Darkness, Lies And Nobody Else escrita por Jibrille_chan


Capítulo 6
Capítulo 6




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Reita P.O.V. [n/a: jura? 8D]


Havia pegado no sono com o pequeno nos braços, após levá-lo pra minha cama, completamente exausto mentalmente. Eu o ouvi atentamente, absorvendo toda a informação que ele me dava espontaneamente. Apesar de tudo, fiquei muito feliz ao ver que eu parecia ser digno de um voto de confiança, que mereci saber de sua história.


E que história. Não que eu pensasse que fosse algo alegre e banal, devido ao estado em que eu o havia encontrado, semanas antes. Mas também não pensei que as coisas eram como eram. Ele havia passado por tanta coisa, por tanta dor... e sempre sozinho. Mergulhado em sua própria escuridão, com o alento das ocasionais visitas de Aoi. Era triste pensar que alguém vivera naquelas condições. Era triste pensar que o meu pequeno havia passado por aquilo.


... E desde quando ele era o "meu" pequeno?


Abri os olhos, esperando-o ver ainda adormecido entre os meus braços, e tudo o que eu vi foi... um travesseiro felpudo. Levantei-me rapidamente, temeroso. Talvez não tivesse sido bom reviver certas lembranças. Talvez, ao se recordar delas, ele tenha sentido aquela sua tristeza e mágoa profundas, e... possa fazer qualquer besteira. Merda.


Saí do quarto, procurando qualquer vestígio do ruivo, e parei, ouvindo sons do banheiro. Eu não podia ter pego no sono, droga! Parei em frente à porta, mil pensamentos tenebrosos passando pela minha mente. Respirei fundo, escancarando a porta.


- Ruki, você...


Minha frase morreu no meio da garganta. Eu fiquei estático, não conseguia mover um único músculo. À minha frente, estático pelo susto, estava o pequeno, com apenas uma toalha presa à sua cintura, e outra secando os cabelos... loiros? Eu apenas o olhava, a boca entreaberta, incapaz de dizer qualquer coisa. Após alguns segundos, ele sorriu e continuou a secar os cabelos.


- Eu espero que não se importe, eu peguei a sua água oxigenada... ficou bom?


Engoli em seco, e respondi sem pensar.


- Perfeito.


Ele piscou, e nós dois enrubescemos. Não, eu não tive a intenção de dizer algo como aquilo. Mas era simplesmente impossível não olhá-lo daquele jeito, com os cabelos molhados e algumas gotas d\'água ainda percorrendo seu corpo... e não dizer que era perfeito. Virei-me, preparando pra sair do banheiro, e senti sua mão quente se fechando sobre meu braço. Olhei, questionando-o com o olhar, e ele sorriu, mais doce do que eu jamais havia visto.


- Obrigado, Reita.


Não pensei. Apenas segurei seu rosto com a minha outra mão, aproximando nossos rostos. Ele não pareceu recuar, e eu segui, roçando nossos lábios de leve, ainda temeroso. Depois de um tempo, senti seus lábios se partindo, numa permissão muda para que o beijo se aprofundasse.


Naquele instante em que nossas bocas teve um contato mais profundo e íntimo, senti que meu mundo se resumiu à Ruki. Que se fodesse qualquer outra coisa que não fosse relacionada à ele, à forma com que seus braços me envolviam e eu sentia seu corpo ainda úmido de encontro ao meu. Quando nosso fôlego acabou, me afastei minimamente para olhá-lo. E seus olhos pareciam mais brilhantes do que qualquer jóia. Sorri pra ele.


- Fazia algum tempo que eu queria fazer isso.


Ele sorriu de volta, seu rosto conseguindo ficar mais lindo. Deuses! Como alguém tivera a coragem de fazer algo de ruim à ele? Seus dedos acariciavam meu rosto como se ele quisesse decorar cada traço meu, e eu acabei por apoiar minha cabeça em seu ombro, sentindo o cheiro da sua pele recém banhada. Aspirei aquele odor, inebriado.


- Isso é bom...


Ele riu baixinho, aquele som me aquecendo por dentro. Suas carícias ficaram em meus cabelos, e, mesmo estando de pé, me senti relaxado como eu não me lembrava de ter me sentido. Sempre estivera ocupado; se não era tentando ser o filho perfeito, era apanhando quando não conseguia ou quando eu desistira, ou então tinha que trabalhar para me sustentar. E ali, nos braços da pessoa que eu conhecera mais profundamente há algumas horas, meu hóspede desconhecido das últimas semanas... me sentia relaxado, como se não houvesse mais nada de importante no mundo.


- Reita? Eu tenho que acabar de me secar, se não se importa...


- Ah, ta, claro. Ahn... eu preciso passar no mercado... quer ir comigo?


Ele abriu um sorriso imenso.


- Claro! Fico pronto num minuto.


E saiu apressado para o banheiro.




- Reita, é a terceira barra de chocolate que você quer comprar! Pelo amor de deus, uma é o suficiente, seu consumista!


- Ah... Quem é que queria comprar um aparelho de jantar inteiro?


Ele corou adoravelmente, e acabou por deixar as barras de chocolate no supermercado. Eu tinha sim meus impulsos consumistas... mas o pequeno ao meu lado com certeza superava. Parecia uma criança, e eu sentia sua felicidade. E aquilo era bom. Era ótimo ver seus sorriso espontâneos, vê-lo mais leve e bem mais solto. Enrolamos mais um pouco no mercado, passamos as compras e fomos indo à pé de volta para o apartamento, que ficava a alguns quarteirões dali.


- Eu não sou tão consumista assim, Reita!


- Claro que é! Aposto como você gastaria todo dinheiro que ganhasse apenas comprando besteiras!


- Não é bem...


Sua frase morreu no meio de sua garganta. Ele olhava para algum ponto do outro lado da rua, seus olhos expressando... medo. Um medo que eu nunca havia visto em seus olhos. Eu até ia brincar com ele, perguntar se ele havia visto algo pra comprar numa vitrine do outro lado da rua... mas seus olhos estavam assustando a mim. Segui seu olhar, e vi a figura de um homem, do outro lado da rua.


Era baixo, atarracado, as banhas sobrando pros lados. Havia um cigarro pendurado em sua boca, e ele examinava as vitrines ao seu lado. Eu não sabia quem era, mas pela reação de Ruki, podia deduzir quem era. Entrei na frente do pequeno, entrando em seu campo de visão.


- Ele te viu?


O pequeno negou com a cabeça, os olhos ainda arregalados de medo. Passei meu braços sobre seus ombros e fui o puxando até o caminho de volta, praticamente o escondendo do meu casaco. Foi aliviante abrir a porta do apartamento, e assim que chegamos, joguei as sacolas de qualquer jeito no chão, perto da porta e abracei Ruki.


Ele tremia. Seus olhos ainda continham aquele medo infinito, e seu rosto havia perdido a cor. Murmurava algo que eu precisei me esforçar para ouvir.


- Ele não pode me achar... ele não pode me achar... ou ele vai te machucar... eu sei que ele vai...


O abracei com mais força, plantando um beijo em sua testa, fazendo com que ele olhasse pra mim.


- Eu não vou deixar ele chegar perto de você, Ruki. Eu não vou deixar...


Ele se esticou, buscando meus lábios num desespero angustiante. Eu pretendia manter minha palavra. Aquele cretino que infelizmente Ruki tinha como pai jamais tocaria nele de novo. Eu não deixaria.


Continua...

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Notas finais do capítulo

só pra dizer que eu tô muito feliz MESMO com o retorno que essa fic tá tendo ^^ Obrigada!!!



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