30 de outubro de 2009, sexta-feira, Salão Comunal, mesa da Corvinal, 19:30 hs.

 

-Ainda acho que o baile vai ser em dezembro. – Sean insistiu. Ele, Sarah e Steve estavam discutindo sobre qual seria a possível data do baile tão comentado.

 

-Mas dezembro já é um mês muito agitado. – Sarah argumentou – Os professores e monitores tem que organizar a festa de formatura do sétimo ano, além de terem milhões de boletins pra entregar.

 

-Eu acho que vai ser no meio de novembro, em algum dia da semana, tipo segunda feira. – Steve disse, fazendo careta ao colocar um chiclete cabeça de abóbora na boca (N/A.: O chiclete existe e é bem ácido no começo – por isso a careta – mas é muito gostoso. ^^ P.S.: Autora meio besta por estar feliz de ter voltado a escrever, não reparem.). Todo o Salão Comunal estava coberto de doces, bugigangas e caixinhas surpresa, em homenagem ao Halloween, que seria no dia seguinte.

 

-Por que segunda feira? – Sarah perguntou, mordendo um dos bombons sangrentos. (N/A.: Bombons de chocolate recheados com cauda de morango.)

 

 -Porque ninguém desconfiaria. E Dumbledore gosta de surpreender. – Steve explicou.

 

-É, concordo. – Sean disse pegando uma bala Sabor-Surpresa. Assim que a pôs na boca, seus olhos arregalaram e ele cuspiu um jato de fogo pela boca, sem querer queimando as pontas do cabelo de Chang, que conversava com uma ruiva ao seu lado.

 

-Pit, seu imbecil! – Chang gritou, saindo correndo atrás dele Salão Comunal afora, deixando Sarah e Steve rindo abertamente, e um Malfoy se controlando para não rir da mesa da Sonserina.

 

-Boa noite à todos. – Dumbledore surgiu do nada, em frente à coruja de bronze. – Espero que estejam aproveitando a noite. – Ele disse, sorrindo e recebendo exclamações animadas dos alunos. – Tenho um comunicado importante à fazer. – Todos se calaram, curiosos. – Eu havia prometido que avisaria um dia antes a data do bai... – Antes que ele terminasse de falar o Salão estourou em gritos agudos de meninas empolgadas e meninos agitados do primeiro ano. – PORÉM... – Dumbledore interrompeu, fazendo todos prestarem atenção nele – Acho que um dia de antecedência no aviso é irrelevante e desnecessário. Portanto, considerem esse aviso: o baile será hoje, daqui a uma hora, no Salão de Dança. – Gritos assustados das meninas encheram o Salão – Todos são muito bem vindos. – Ele disse, olhando simpaticamente para os meninos do 1º e 2º anos, que na maioria das vezes, ficavam de fora nas festas – Gostaria de lembrá-los que esse é um baile em homenagem ao Torneio das Quatro Casas, portanto os participantes devem introduzir a valsa principal. Os participantes do Torneio devem se encontrar com a professora Minerva na enfermaria. – Todos comentavam animados, até mesmo os sonserinos, que não são muito fãs de bailes da escola. – Bom, agora vamos ao que interessa, aos pares. – Dumbledore disse, sorrindo ao ver os olhos de todos brilharem em expectativa. Sarah olhou para Draco instintivamente, e se deparou com dois olhos cinzentos a observando, desviou o olhar, ruborizada. Draco continuou a olhando, e sem perceber sorriu de canto ao ver que ela tinha ruborizado com seu olhar.

 

-Como eu disse, os pares serão escolhidos aleatoriamente. Protestos estão fora de cogitação. – Ele disse, fazendo um gesto com a mão, conjurando centenas de fadinhas com as cores das Casas, que voaram em busca do destinatário. Nesse momento Chang e Sean voltaram, Sean se sentou no exato momento que uma fadinha dourada parou à sua frente.

 

-Que isso?! – Ele perguntou, sem entender.

 

-Hahaha, é a fadinha que vai determinar seu par para o baile. – Sarah disse, vendo que uma fadinha verde havia parado em frente a Steve, que a cutucou, fazendo-a transformar em um pedaço de pergaminho enrolado.

 

-Jane Carmell. – Sean leu, atraindo a atenção de Sarah e Steve. – Quem será? – Ele disse, olhando para a mesa da Lufa-Lufa. O papel se retransformou em fada e saiu voando até uma garota loira da Lufa-Lufa. Deu a volta nela, soltando um pó iluminado, e sumiu. A fadinha azul da mão da menina fez o caminho contrário, dando a volta em Sean. Eles se olharam, ela sorrindo timidamente. – Se me dão licença, acho que vou alí conversar com meu par. – Ele disse, arrumando o cabelo e se dirigindo até a mesa da Lufa-Lufa.

 

-Tô ferrado. – Steve disse, simplesmente. Sarah acompanhou com o olhar a fadinha verde dele seguir rumo até a mesa da Sonserina, e dar a volta em ninguém mais ninguém menos que Pansy Parkinson, que lançou um olhar assassino para Steve. Sarah ria da cena quando uma fadinha verde parou à sua frente.

 

Será? – Ela pensou, tocando na fada e sem querer torcendo mentalmente para que o nome escrito fosse Draco Malfoy.

 

“Vince Stackhouse” – Ela leu, mas nenhum nome lhe veio à mente. O pergaminho se transformou em fada de novo, e saiu voando até a mesa da Sonserina, para dar a volta em um menino sentado justamente ao lado de Draco, que viu a fada de Vince ir rondar Sarah com ódio no olhar. Sarah o reconheceu assim que bateu o olho. Vince era rebatedor da Sonserina desde que entrou na escola, metido e que conquistava todas que queria com seus olhos e cabelos negros, seus um metro e oitenta e nove de altura e seu corpo bem definido pelo quadribol. Sarah o reconheceu não pela sua fama, mas por Draco ter comentado que dividia o dormitório com ele, Crabb e Goyle antes da conexão. Stackhouse sorriu e piscou para Sarah, que desviou os olhos. Draco estava com os punhos cerrados para não lhe sentar um murro na cara.

 

-Hahaha, essa vai dar no que comentar. – Steve disse, olhando para a mesa dos professores, que também tinham sido submetido à escolha alheia de pares.

 

-O quê? – Sarah perguntou, olhando também.

 

-Olha só os pares. – Steve disse, rindo ainda mais.

 

A fadinha de McGonnagal rondou o professor Smith, fazendo Sarah rir, imaginando a cara de inveja do fã-clube do professor quando vissem Minerva McGonnagal dançando com ele. Os outros professores já estavam conversando com seus pares. Uma fadinha colorida alcançou a professora Trelawney, e logo em seguida deu a volta em Dumbledore.

 

-Hahaha, Trelawney e Dumbledore. Alguém vai ter que tirar fotos disso! – Steve disse, rindo.

 

-Olha só, a fadinha do Snape. – Sarah disse, vendo uma fada branca parar em frente à Snape ao mesmo tempo que uma verde parou em frente à Nariguda, digo, à Amber Cast.

 

-Hahahahaha. - Sarah riu por antecedência, só de imaginar a cara de ambos.

 

As fadinhas deram a volta um no outro, fazendo-os se olhar espantados, um ao lado do outro. Um flash foi desparado por alguém na mesa da Grifinória.

 

-Hahaha, ainda bem que alguém gravou essa cena! – Sarah disse, rindo com Steve. Na mesa da Sonserina Draco também ria, disfarçadamente.

 

-É melhor se apressarem, o tempo está passando. – Dumbledore disse, fazendo com que uma multidão de garotas desesperadas saísse correndo do Salão, que em poucos segundos ficou vazio. Sarah esperou a multidão se esvair e caminhou tranquilamente até seu quarto.

 

-Então você vai com o Stackhouse? – Draco perguntou fingindo indiferença, deitado na cama de Sarah, como de costume.

 

-É, aparentemente vou ter que ir. – Sarah respondeu desanimada, fechando a porta do quarto e abrindo o armário. – E você, com quem vai? Com que vadia vai? – Ela pensou. Se sentia estranha, realmente queria ir com Draco ao baile.

 

-Você não acreditaria se eu contasse. – Ele disse, rindo. – Com a Garota Infernal (N/A: já viram o filme?).

 

-Chang?! – Sarah perguntou, sentindo uma pontada de ciúmes no peito.

 

-A própria. – Draco disse, desanimado em pensar que não iria com Sarah. – Acho que não vou. – Ele disse, observando Sarah pegar um roupão no armário.

 

-Não vai? – Ela perguntou, meio triste. – Mas... Esse baile é em homenagem ao Torneio...

 

-Tá bom, tá bom, eu só vou porque caso contrário você morreria de saudade. – Ele disse sorrindo de um jeito bem Malfoy.

 

-Rá rá. – Sarah ironizou, mas no fundo queria mesmo que ele fosse.

 

-Posso tomar banho primeiro? Eu demoro menos.

 

-Pode. – Sarah assentiu, deitando na cama assim que Draco saiu. – Mas antes me conta uma coisa...

 

-O quê? – Ele perguntou pegando as roupas que usaria no armário.

 

-Por que diabos você só deita na minha cama? – Ela perguntou rindo.

 

Porque tem o seu cheiro nela. – Ele pensou.

 

-Pra não desarrumar a minha, é óbvio. – Ele disse como se não fosse nada demais, e entrou no banho.

 

...

(15 minutos depois...)

 

-Liberado. – Draco disse, saindo de lá com a calça social preta e a toalha no ombro, carregando as outras roupas numa mão e secando os cabelos com outra. Sarah largou o livro que lia e ficou hipnotizada por um tempo, perdida na visão que tinha à sua frente. – Sarah, eu sei que sou gostoso, mas você vai se atrasar. – Ele disse, rindo do olhar fixo de Sarah em si.

 

-Ahn? Atrasar? – Sarah despertou. – Hey! Eu nem tava olhando! – Ela protestou corada, ao ver o olhar “eu sei que sou lindo” que Draco a estava lançando.

 

-Uhum. – Ele grunhiu, tossindo logo em seguida. – Eu finjo que acredito. – Ele disse, vestindo a camisa social branca. Sarah entrou no banho.

 

...

(Meia hora depois...)

 

-Aleluia! – Draco disse, tentando colocar a gravata verde escura no lugar.

 

-Demorei? – Sarah perguntou se olhando no espelho ao lado do que Draco estava, secando os cabelos.

 

-Nãão, que isso. – Ele ironizou. – Droga de gravata! – Ele apelou, vendo que estava sendo enforcado pela gravata.

 

-Hahaha, porque não usa um feitiço pra dar o nó? – Sarah sugeriu, enquanto pegava um vestido todo embrulhado em plástico dentro do armário.

 

-Vestido bonito. – Draco elogiou, com a voz fraca pelo enforcamento.

 

-Hahaha, vem cá. – Sarah se aproximou dele, afrouxando o nó. – Melhor? – Ela peguntou, rindo da cara de alívio de Draco.

 

-Valeu.

 

-Então, por que não usa um feitiço?

 

-Não conheço nenhum. – Ele disse, voltando a batalhar com a gravata.

 

-Nunca usou uma gravata não?! – Sarah perguntou, rindo. O uniforme deles tinha uma gravata.

 

-Já notou que a gravata do meu uniforme tá sente frouxa? É que aquele nó o Goyle deu pra mim no começo do ano. – Ele disse, fazendo Sarah rir.

 

-Tá bom, vem cá, deixa eu acabar com esse sofrimento. – Ela o puxou para perto dela pela gravata, dando o nó em um segundo ou dois. – Pronto. – Ela disse, ajeitando a gola da camisa dele, que a observava distraído. – Agora vai indo que eu tenho que me arrumar. – Ela disse, entregando o terno a Draco e praticamente o arrastando pra fora do quarto.

 

-Hey! Isso é injusto, você estava no quarto quando eu troquei de roupa! – Ele protestou, enquanto era despejado.

 

-Rá rá. Boa tentativa. – Sarah disse rindo e fechando a porta.

 

...

(Mais ou menos meia hora depois...)

 

-Cadê essas meninas?! – Uma McGonnagal estressada corria de um lado pra outro na enfermaria, onde Ron, Stuart, Shelly Wonder, Pansy, Sean e Draco estavam sentados nas macas, esperando pela tal primeira valsa que teriam que dançar, todos os participantes do Torneio. Nesse momento Goyle entrou na enfermaria carregando uma pilha de bombons sangrentos.

 

-Senhor Goyle, o que está fazendo aqui? – McGonnagal perguntou, sem entender.

 

-Sou par da Granger. – Ele disse, com a boca cheia de bombons. Ron revirou os olhos.

 

Granger e Goyle?! Hahaha, essa vai ficar pra história! – Draco pensou, escorado na parede com as mãos no bolso, rindo do desespero das meninas que tentavam arrumar o cabelo e retocar a maquiagem nos pequenos espelhos do banheiro da enfermaria.

 

-Pode entrar então. – McGonnagal o empurrou pra dentro. – E você meu bem? – Ela perguntou, olhando para uma garotinha de cabelos castanhos presos num coque.

 

-E-eu sou par do Stuart. – Ela disse tímida, entrando na enfermaria e sorrindo para Stuart, que logo foi conversar com ela, ambos sentados numa das macas do fundo.

 

Toc toc toc!

 

-Entre! – McGonnagal disse distraída, ajeitando os próprios cabelos usando uma bandeja de espelho.

 

-Com licença. – Jane Carmell entrou sendo seguida por Steve.

 

-São pares de quem? – McGonnagal perguntou, segurando um grampo entre os dentes.

 

-Sean Pit. – Jane respondeu, caminhando até Sean.

 

-P-Pansy Parkinson. – Steve disse, suando frio só de imaginar como aturaria Pansy durante o baile todo. E principalmente, como sairia vivo dele.

 

-E eu sou par da Wonder. – Um grifinório alto, de cabelos castanhos cacheados e óculos entrou na enfermaria logo em seguida, indo conversar com Shelly. Draco o reconheceu do time de quadribol da Grifinória.

 

Toc toc toc!

 

-Sai da frente! – Chang entrou na enfermaria, empurrando Goyle que estava escorado na porta e se dirigindo até Draco com um sorriso provocante. Ele retribuiu virando a cara.

 

-Certo, quem é que falta agora? – Ela perguntou, olhando para os participantes presentes.

 

-A Adams e o par dela. – Shelly disse.

 

-E o meu par. – Ron completou.

 

-Ok então, todos vão indo até a passagem para as escadas, Hermione, mostre-os onde fica, e Goyle, pelo amor de Merlin, largue esses bombons! – Ela disse, enquanto todos saíam da enfermaria apressados. – Weasley, assim que todos os que faltam estiverem aqui, vá até a sala 13, no fim do corredor, e entre na passagem. – Minerva o instruiu e saiu, fechando a porta atrás de si.

 

Toc toc toc!

 

-Entra. – Ron disse, relaxando na cadeira em que estava, colocando os braços atrás da cabeça.

 

-Cadê os outros? – Sarah perguntou, se sentindo tímida na maca mais próxima.

 

-Wow! Você tá bonita. – Ron elogiou Sarah.

 

-Obrigada. – Ela disse sorrindo.

 

-Só faltam nossos pares, os outros estão nos esperando em outra sala. – Ele explicou.

 

-Olá? – Lunna abriu a porta, entrando na enfermaria com um vestido azul escuro com algumas luzinhas brilhantes em sua extensão. – Olá Ron, Sarah. – Ela cumprimentou.

 

-Olha a frente! – Vince entrou trombando em Lunna. – E aí gata? – Ele disse sorrindo pra Sarah e bagunçando os cabelos – já bagunçados o suficiente – com as mãos.

 

-Oi. – Sarah respondeu seca.

 

-Então, vamos? – Ron sugeriu, se levantando.

 

-Vamos. – Lunna disse. Os quatro seguiram até a sala que McGonnagal indicou.

 

-Onde vamos? – Sarah perguntou, vendo que estavam numa sala de adivinhação, cercada de panos, artefatos místicos e bolas de cristal sobre as mesas.

 

-Ela disse que tínhamos que entrar em uma passagem. – Ele disse, afastando alguns panos pra ver se encontrava alguma porta.

 

-Cara, meu cabelo tá bom? – Vince perguntou à Lunna, que olhava atentamente uma das bolas de cristal.

 

-Relativamente comum. – Ela respondeu, o deixando com cara de dúvida.

 

-Já tentaram aquele espelho? – Sarah perguntou, vendo um imenso espelho do outro lado da sala. Ron chegou perto dele e o tocou, vendo que seu dedo atravessava o espelho.

 

-Acho que você achou. – Lunna disse sorrindo para Sarah.

 

-Melhor andar depressa, McGonnagal vai nos fritar. – Ron disse, passando pelo espelho. Lunna, Sarah e Vince o seguiram, indo parar numa saleta escura , iluminada apenas pela varinha de McGonnagal, que tentava organizar os pares em fila.

 

-Quietos, por favor! – Ela disse, os colocando em fila. – Garotos deem o braço para as meninas! Vocês que chegaram entrem na fila! – Ela disse.

 

Sarah tentou ver Draco, mas ele estava bem à frente na fila.

 

-É isso! Vamos entrar agora! – McGonnagal disse, dando o braço ao professor Smith, que entrou na saleta no exato momento em que ela foi pra frente da fila. As cortinas prateadas se abriram, revelando uma imensa escadaria que dava para o Salão de Dança, todo decorado em tons de gelo e neve, com pequenos casais de bruxinhos das quatro cores dançando e soltando pó luminoso sobre as cabeças dos alunos. Uma música de introdução começou a tocar, e os participantes que desciam a escada se organizavam em filas, meninas à direita e meninos à esquerda, olhando para os participantes que ainda estavam descendo.

 

Draco desceu e foi para seu lugar na fila, e assim que olhou para Sarah sentiu seu coração parar. Ela estava... Linda. O vestido azul marinho tomara que caia lhe caía perfeitamente, enfeitado com algumas contas prateadas em sua extensão, que reluziam tanto quanto seus olhos cor de chocolate amargo. Seus cabelos estavam com o leve anelado mais definido, e uma mecha presa de lado por uma presilha em forma de águia, prateada. Ela estava usando uma maquiagem suave, quase imperceptível, ao contrário de mais de metade das meninas do Salão. Descia as escadas sorrindo pra ele tão abertamente quanto nunca tinha sorrido.

 

Sarah sentiu o coração parar assim que ele olhou pra ela. Ele estava lindo, perfeito em seu terno preto e cabelo levemente desarrumado, despropositalmente. Por um momento, sentiu o coração parar de bater, e percebeu assustada uma verdade que seu inconsciente já sabia há muito tempo, mas que ela negava à si mesma por ser mais teimosa que uma porta: ela amava Draco Malfoy.

 

Não! Não pode ser! – Ela pensou, sentindo um calor confortável se espalhar pelo peito. – E-eu não posso amar ele! Ele é um Malfoy! – Ela tentava se convercer, inutilmente. – E ele me acha uma Adams idiota. – Pensou, terminando de descer as escadas. A valsa começou. Sarah não estava muito concentrada aos movimentos, dançava mecanicamente, olhando para Draco sempre que podia, como que para confirmar que não estava louca.

 

Eh, Sarah. Você tá perdida. Apaixonada por um Malfoy. – Ela pensou, rindo da situação.

 

As próximas valsas passaram despercebidas para Draco, que não havia prestado atenção em nenhuma palavra do que Chang estava tagarelando, só tinha uma leve noção que era algo sobre o cabelo ou o vestido dela. Ou as duas coisas, tanto faz. Sua mente traçava um plano importantíssimo enquanto ele pbservava Sarah despistadamente. De uma coisa ele tinha certeza: Sarah era a garota da escada com quem ele sempre sonhou, e nunca deixaria de ser.

...

(Quarenta minutos depois...)

 

Assim que a última valsa tocou, os alunos deram uma pausa de cinco minutos antes da dança da troca de casais. Sarah corria os olhos por todo o Salão, tentando encontrar Draco.

 

-Procurando ele? – Lunna perguntou, surgindo ao lado de Sarah com um copo de ponche de abóbora.

 

-Ah, oi Lunna! – Sarah a cuprimentou, acordando de seus devaneios.

 

-Sabe, eu acho que vocês formam um belo casal. – Ela disse, olhando para o vazio.

 

-D-de quem está falando?

 

-Do Malfoy, seu namorado.

 

-Ah, é. Meu namorado. – Sarah sorriu pensando em como ela queria que o namoro fosse real num momento desse. – Está aproveitando o baile? – Sarah perguntou, abrindo uma Coca-Cola.

 

-Sim, sim. O Ron dança muito bem, tirando os pisões no pé. – Ela disse naturalmente, fazendo Sarah rir. – E você?

 

-O Stackhouse dança bem sim. – Sarah disse, se escondendo atrás de Lunna quando Stackhouse passou à frente delas.

 

-Está se escondendo do quê? – Lunna perguntou.

 

-Nargolés. Alí na frente tem um monte deles. – Sarah desconversou. – Tenho que ir. – Ela disse, se enfiando em meio à multidão ao ver que Vince tinha ido perguntar sobre ela à Lunna.

 

-Atenção todos! Vai começar a dança da troca de casais. – Dumbledore disse. Todos se reorganizaram com os novos pares, e os bruxinhos acima de suas cabeças fizeram o mesmo. Sarah ainda procurava por Draco em meio à multidão, enquanto todos se arranjavam com seus pares. Se espantou ao ver Steve, Sean, Mathew, o par de Shelly, e um outro corvinal no palco, tocando. Sean e Steve acenaram pra ela, antes de começarem a tocar Trouble, do Coldplay. Alguém puxou o braço de Sarah, a enlaçando pela cintura e começando a dançar.

 

-Achou. – Draco disse sorrindo, olhando profundamente para os olhos de Sarah.

 

-Oi. – Ela o cumprimentou, enquanto dançavam.

 

-Aproveitando o baile? – Ele perguntou, com um sorriso meio irônico.

 

-Se eu ouvir o Stackhouse falando mais uma vez sobre o cabelo dele vou enlouquecer. – Ela disse, rindo. – E você?

 

-Bom, agora estou. – Ele respondeu. Sarah não sabia se deveria interpretar aquilo como uma indireta.

 

-Ah, como eu queria não ter que voltar a dançar com ele mais tarde. – Ela disse, suspirando.

 

-Hum... Quer fazer uma coisa muito louca? – Draco sugeriu, sussurrando.

 

-O quê? – Ela perguntou, e um sorriso bem Adams se espalhou pelo seu rosto involuntariamente.

 

-Hahaha, vou encarar isso como um sim. – Ele disse, olhando para os lados como se conferindo se eles estavam ou não sendo ouvidos. – Eu posso nos tirar daqui sem que ninguém nos veja. – Ele disse, com os olhos faiscando de ansiedade.

 

-Como? – Ela perguntou, tentando imaginar como eles sairiam sem ser notados em meio à multidão.

 

-Sarah, já te contei que meus poderes evoluíam? – Ele perguntou a abraçando mais pela cintura.

 

-O que foi aquilo?! – Gina perguntou, dançando com Harry.

 

-Aquilo o quê? – Harry perguntou distraído, estava mais interessado em observar Gina.

 

-Eu podia jurar que tinha visto o Draco e a Sarah alí dançando agora mesmo! – Ela disse, olhando para um ponto vazio do Salão.

 

-Não tem ninguém alí. – Harry disse.

 

-Mas eles estavam alí agora mesmo! Eu sou capaz de jurar que vi!

 

-E pra onde eles foram?! – Harry perguntou, levemente curioso.

 

-Não sei, eles simplesmente ficaram... Invisíveis! – Ela disse, com os olhos arregalados.

 

-Aham... Claro. – Ele disse, fingindo ter se convecido.

 

-Acredita em mim, não é?

 

-Claro, acredito sim. – Ele disse, sorrindo. – Agora vamos dançar.

 

Continua...