Aprendendo a Amar escrita por Agridoce


Capítulo 32
Amar é um Verbo


Notas iniciais do capítulo

Quaseeeee fez um mês. mas voltei uns dias antes de completar, rsrsrs
Mais uma vez, muito obrigada pelos comentários. Fico encantada, fico
extasiada, fico quase sem saber o que dizer. Please, aqueles que ainda não comentaram,
façam esta escritora feliz e deixem um olá, quero conhecer todos. E vocês, que sempre me mandam suas palavras de apoio, e o melhor, os sentimentos de vocês, meu muito obrigada!♥ ♥ ♥
beijinho e preparem o coração porque aprender a amar dói... ainda mais quando não se foi amado (olha o spoiler, Agridoce!)
bora ler!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/566314/chapter/32

Já fazia uma hora que Rodrigo estava acordado. Estava esperando o horário comercial para ligar pro trabalho.

— Alô, Clarissa? Bom dia!

— Oi, loiro! Ligando pra dizer que vai chegar atrasado?

— Não, justamente o contrário... fala pro Daniel que eu não vou puder ir? Depois eu converso com ele, tenho horas sobrando... Penso que não vai ter problemas.

— Sim, claro que eu aviso. Mas aconteceu alguma coisa?

— Não, está tudo bem. Outra hora a gente conversa, pode ser?

— É alguma coisa com o Lucas, não é? – a guria sabia que o amigo não era de faltar. E também estava por dentro do que andava acontecendo entre ele e Luke. Tentava ajudar o loiro quando podia, mas sentia que ele não contava tudo.

— É... eu preciso ficar com ele hoje.

Clarissa pensou questioná-lo mais um pouco, mas resolveu que não o faria. Havia dado a maior força para que o amigo ficasse com o moreno, e ainda lhe dava. Mas por outro lado, às vezes, pensava se havia feito certo, Rodrigo por vezes andava triste por conta desta relação.

— Ok, você quem sabe... mas qualquer coisa, me ligue. Tá?

Rodrigo sorriu, enquanto olhava em direção ao quarto. Estranhamente Lucas não havia acordado na madrugada, quando chegou, e ainda continuava dormindo, mesmo após o loiro ter levantado. Logo ele que, ao mínimo gesto seu sempre acordava.

— Claro que eu ligo. É muito bom saber que posso contar contigo... – o loiro tentou, mas não conseguiu deixar de ser um pouco nostálgico.

— Está tudo bem mesmo? – A guria sentia que não.

— Sim. Assim que der eu entro em contato.  Até mais, e obrigada, Clá. Tchau.

Após desligar o telefone, Rodrigo voltou para o quarto, com a costumeira xícara de café na mão, sentando em uma cadeira onde pudesse ficar observando Lucas. Já tinha conferido se ele estava com febre, mas não parecia ser este o motivo da sonolência. Ele provavelmente tomou uma dose maior de remédios pra dormir, e pelo jeito, dessa vez, eles tinha adiantado.

***

Lucas abriu os olhos, automaticamente tateando a cama, em busca do celular. Dez horas da manhã. Faz tempo que não dormia tanto assim, pensou, enquanto bagunçava um pouco os cabelos, tentando tirar o sono que ainda o assolava. Na noite passada tinha tomado uma dose a mais pra esquecer o dia anterior, e sua briga com o namorado. Mas pelo jeito isto era se enganar, porque o sentimento de perda que sentiu ao ver Lucas e Roberto o assolou novamente.  Quando chegou em casa na noite passada, seu peito doía de uma forma alarmante. A certeza de que era questão de tempo para que o loiro fosse embora mal o deixava respirar. Tentou se acalmar após um banho, mas não adiantou. Acabou tomando os remédios e indo dormir. Não queria pensar sobre isto, não queria ter que ver Rodrigo dizer que não queria mais estar com ele, ou que tinha alguém melhor pra estar perto. Tinha certeza, perderia o namorado. Se não fosse para outra pessoa, seria para a vida, como aconteceu com todos que ele teve. Isto fez com que lágrimas rolassem. Lembranças e sentimentos antigos voltavam como se fosse ontem. Portas batendo, discussões, ele sem saber o que fazer, sem ter ninguém que o tapasse à noite, que conversassem consigo. Isto fez um soluço soar pelo quarto, fazendo o loiro, que havia saído da peça apenas para ir até a cozinha, voltar correndo.

— Lucas? Ei, amor o que aconteceu?

No mesmo momento, surpreso, pois não tinha percebido que não estava sozinho, o moreno levantou e foi até o banheiro do quarto. Estava cansado de chorar na frente do loiro.

— Lucas? Vem aqui, vamos conversar...

— Não, Rodrigo, eu quero ficar sozinho. Por favor!

E entrando no banheiro, o moreno sentou e chorou, suas lágrimas não paravam de cair, enquanto ouvia o loiro lhe falar palavras de carinho. Automaticamente lembrou de uma cena similar, quando chegou na casa dos avós, calado, quase estático, sem saber como agir para que não o odiassem. Demorou muito tempo para que ele desenvolvesse a relação que tinha com os dois, tudo porque seus pais não o amavam. Nunca o amaram. Ele tinha sido um fardo na vida dos pais, que ao morrerem, passaram este castigo para os dois idosos, que não tiveram escolha e ficaram com ele. Maldito dia que ele insistiu nessa relação com Rodrigo. Ele não merecia ser mais um que teria que aguentá-lo na vida. Era pra ter evitado. Essa dor que sentia era culpa sua, somente sua.

— Vai embora! Por favor, eu não quero me sentir assim, eu não quero passar por tudo isto de novo. Desculpa por ter te envolvido, vai embora, Rodrigo. Me deixa...

E as lembranças vinham, com mais força ainda, junto com os sentimentos ruins que assolavam o moreno naquele dia.

Era mais uma manhã. Sua babá não iria naquele dia, Lucas lembrava de ter escutado a mãe falar, aos gritos, para seu pai que não poderia ficar com ele novamente. O pai de Lucas dizia que não tinha o que fazer, que ele falou que era melhor tê-lo deixado em alguma escola integral, por mais que ainda fosse pequeno. Assim, não teriam que se preocupar agora com horários de alimentação e também de todas as necessidades que uma criança exigia. O menino ia para a escola, mas durante um turno apenas, isto era muito pouco para que eles se organizassem.

— Quem mandou você brigar com a sua mãe? Eu disse, teus pais aceitariam ficar com ele a vida inteira se você não fosse orgulhosa. – era o pai de Lucas gritando.

— Orgulhosa, eu? Você não tem noção de quantas coisas eu deixei de fazer por causa do Lucas. Eu falei que não era pra gente ter seguido com essa gestação...

De repente Luke, com seis anos, não conseguiu se manter escondido, tendo feito um barulho, que fez os pais pararem de discutir.

— Oi Lucas... já vou lá esquentar teu leite, ok? Espera a gente na cozinha.

O menino foi, triste, e esperou os pais, que continuavam discutindo, como se ele não fosse capaz de escutar. Lucas amava os pais, eles eram as únicas pessoas que ele tinha na vida. Mesmo quando eles se atrasavam para buscá-lo. Ou não compareciam nas festas da escola, ou não estavam presentes em seu aniversário. Ele os amava ainda assim. Lembrava de ver a mamãe falando ao telefone com sua mãe, mas ela nunca mostrou nenhuma foto, nem deixou que ele conversasse com ela também. Portanto, eles tinham apenas um ao outro. Ou era o que ele pensava.

Lucas lembra que seu leite acabou não sendo feito, e na hora do almoço, após dar qualquer coisa para o filho comer, os pais entraram no carro, para levá-lo a escola, o que deixou o menino feliz, por isto nunca ter acontecido. Mas Lucas percebeu que malas estavam sendo colocadas também.

— A gente vai viajar?

— Não, Lucas. Eu e seu pai. Uma oportunidade ótima de emprego, quem sabe a gente não vai morar numa cidade mais legal que essa, hein?

Lucas não respondeu, apenas continuou observando a mãe, que ao chegar na escola, lhe deu um beijo, que seria o último, dizendo que em breve se veriam e a babá viria buscá-lo.

E estas foram as últimas palavras que os pais, lhe dirigiram. Após isto lembrava apenas da babá arrumando suas coisas e dois senhores, uma mulher e um homem, virem o buscar. A mulher era muito parecida com sua mãe, que agora, como disseram a ele, tinha virado estrelinha no céu, junto com seu pai. Eram seus avós, que ao longo dos anos, tentaram recuperar o tempo perdido longe do neto, que apesar disto, sempre se sentiu um intruso na vida deles, apesar do amor que sentia receber.

 

Fazia uns 20 minutos e Luke ainda não tinha saído do banheiro. Rodrigo pensou em voltar a bater na porta, mas achou melhor esperar. Estava assustado, e pela primeira vez chorava de fato, desde que começou a se relacionar com o moreno. Era como se ele sentisse tudo que Luke passava. A chamada conexão que tanto dizem, quando se está apaixonado. Sua vontade era poder tirar toda a dor que sentia vindo dele, e passar pra si, para que pudessem resolver as coisas juntos. Era tão injusto sofrer por tanto sentimentos sozinho, tão injusto... tinha medo que o namorado não fosse aguentar, por isto, não pensou em momento algum ir embora, por mais que ficasse chateado e pensasse que, talvez, ele precisasse de um tempo.

— Rodrigo, por favor... eu preciso ficar sozinho. – Lucas apareceu na sala, com o rosto vermelho e a voz ainda embargada após um tempo.

O loiro, ao vê-lo, não sabia o que fazer, nem o que dizer. Era muito difícil, mesmo. Pensava que gostaria de ser mais velho para poder ajudá-lo. Ele não sabia o que fazer, nem o que dizer. Logo ele que sempre encontrou nas palavras a forma de se comunicar com o outro, e de assegurar que tudo estaria bem.

Lucas andou até a cozinha e tomou um pouco de água, após tomar um remédio, já que estava com muita dor de cabeça, culpa das lembranças que decidiram aparecer de forma tão presente, depois de tantos anos.

— Lucas, por favor, não me afasta mais do que tu já andas fazendo.

Luke sentou no banco alto, que ficava perto do balcão, e as palavras que seus pais pronunciaram voltaram para sua cabeça, ao mesmo tempo que os momentos felizes ao lado dos avós faziam seu coração aquecer. Qual lado será que Rodrigo estava? Será que poderia confiar? Será que a relação deles fazia bem ao mais novo, ou era um fardo...

— Você não era pra estar no trabalho?

— Sim, era. Mas decidi ficar aqui, contigo. Eu vim pra cá ontem, de madrugada. Tu nem percebeu que eu dormi contigo?

— Não... – os remédios fizeram efeito mesmo pelo jeito. Respirando fundo ele falou algo que deixou o loiro paralisado ao ouvir – Rodrigo... melhor a gente terminar.

— O QUÊ?? Lucas, o que tu estás falando?

— Eu não faço bem pra ti... olha agora, ao invés de você estar trabalhando, fazendo aquilo que gosta, está aqui, vendo mais uma vez eu fazer papel de idiota. Eu não quero isto pra ti, não quero que... – ele não completou, mas ele não queria que ocorresse a mesma coisa que aconteceu com o pais.

Parecendo estar os escutando, o Universo no mesmo tempo mandou uma chuva, daquelas fraquinhas, mas muito correntes. O barulho nos vidros na janela denunciava que tão cedo o clima não iria se firmar.

Rodrigo não acreditava no que tinha escutado. Seus olhos começaram a arder ao perceber que o moreno falava sério.

— Lucas, tu não me amas? É isso? Pode falar, eu estou te sufocando estando sempre por aqui, eu não estou sabendo lidar com um namoro, eu te decepcionei? Me fala, eu posso mudar, desculpa ter vindo aqui ontem, quando tu falou que queria ficar sozinho...

O loiro imaginava que talvez Marcus tenha falado para o amigo sobre a ligação, e Lucas ficou bravo.

A dor que sentia na voz do loiro fez mais lágrimas caírem dos olhos negros.

— Como você pode pensar isto? Rodrigo, você é perfeito...

— Mas então! Porquê tu queres que eu vá embora? Me diz, tens outra pessoa?

Lucas quase abriu um sorriso irônico, ao pensar em como o mais novo podia estar pensando nisto. Mas parou no exato momento que percebeu o que acontecia. Aquilo que o loiro, e o mais velho também acharam que seria improvável. Rodrigo sentou-se e começou a chorar no sofá. Seus soluços ecoavam pela casa, demonstrando que ele sentia uma dor profunda. Ele se encolhia, querendo aplacar toda a dor que sentia. Ele não entendia, não queria se afastar de Luke, o que ele tinha feito de errado?

Lucas não sabia também o que fazer, nunca tinha visto o loiro desse jeito. Ele não era pra estar assim, estava lhe dando a chance de se afastar, de deixar o peso que era pra trás, de encontrar alguém que o fizesse realmente feliz, uma pessoa como Roberto, ou Maiara, tão jovens quanto ele. Tão sem preocupações quanto ele. Alguém que um dia ele veria, teria valido a pena. Não teria sido um peso em sua vida.

Não conseguindo se conter, o moreno se aproximou. Queria mais do que nunca abrigar o loiro em seus braços, e mostrar a ele que não era nada disso. Claro que ele não tinha ninguém, e nunca mais teria, seu coração era dele, somente dele. Mas não podiam ficar juntos. Não era justo com o mais novo. Ele merecia alguém melhor. Era tão novo...

— Rodrigo, claro que não! Sou eu, eu sou um problema... eu não consigo viver pensando que a qualquer momento você pode me deixar. – a cena de Roberto ontem não saia de sua cabeça. E Lucas percebeu que ele estava, mais uma vez, agindo do jeito que Rodrigo tinha pedido que não o fizesse. Não estava confiando neles.

Rodrigo continuou a chorar, até levantar e começar a pegar suas coisas. Estava chateado. Pelo jeito, tudo que tinham vivido não tinha sido nada para o moreno. Pelo jeito seu amor não era o suficiente, assim como ele já imaginava, pelo fato do moreno não se abrir com ele.

— Deixa que eu te levo em casa, com essa chuva...

— Não precisa. Segundo tu mesmo deixou claro, eu não tenho espaço na tua vida.

— Rodrigo, para com isso – o coração do moreno doía – Por favor, eu vou ficar preocupado, deixa eu te levar pra casa.

— Qual a lógica, Lucas? Amanhã eu vou acordar sozinho, assim como eu sempre estive aqui nessa cidade. É melhor eu já ir me acostumando. – O coração de Rodrigo doía ao dizer estas palavras. Mas ele estava tão inseguro. Por mais que Marcus tivesse dito que era pra ele continuar amando o loiro, ele não se sentia mais capaz. Talvez Luke precisasse de alguém mais resolvido, não um guri tímido, do interior, como ele.

— Desculpa, eu...

— Tudo bem, Luke. – ouvir o mais novo chamá-lo pelo apelido fez o coração de Lucas pular mais ainda. Não iria aguentar... – Na verdade eu já esperava por isto. Eu sempre me perguntei se eu era a pessoa certa pra ti. E agora eu acho que essa é a prova que não sou... – As lágrimas continuavam a descer. “Droga, por quê dói tanto?”.

Lucas não conseguiria falar nada. Apenas voltou para o quarto, enquanto ouvia a porta se fechando atrás de si, tão igual quanto o barulho que a porta fez quando seus pais se foram, pra nunca mais voltar. Estava de fato sozinho novamente.

Rodrigo, ao bater a porta, pegou o celular e fez a única coisa que poderia fazer no momento.

— Alô, sou eu Marcus... – sua voz tremia, mas tentava respirar fundo – A gente terminou... – Como podia doer tanto? Ele continuava a se perguntar – Tu podes vir ficar com o Luke? Eu não consegui, eu tentei, mas não consegui. Ele não confia em mim.

— Rodrigo – o mais velho sentia o choro na voz do outro – Calma, me conta o que aconteceu, como você está?

— Por favor, me promete que vai vir até aqui?

— Tá, eu vou pegar o primeiro voo que puder. Mas você vai ficar bem?

— Obrigado... Vou sim. Eu só preciso saber que ele está bem... estou com medo que ele faça alguma loucura.

— Não se preocupa, o Lucas é sensato. Ele não faria algo assim. Mas... Rodrigo?

— Hum... – as lágrimas voltavam ao seu rosto.

— Ele te ama. Muito! Lucas apenas foi muito machucado, mas ele ama você, por favor, acredita nisso e sinta esse amor. Tenho certeza que em breve vocês estarão juntos novamente.

— Não sei não, ele...

— Por favor, confia em mim então. Eu sei que ele está diferente desde que te conheceu. Ele só está com medo.

— Mas medo de que? Eu faço de tudo para que...

— Rodrigo, ele vai te falar sobre isso. E pelo jeito, muito antes do que eu imaginei, já que percebeu o que representas a ele, por isso acabou o namoro.

— Mas eu não entendo...

— Ele fez a mesma coisa comigo, um dia disse que era melhor que a gente acabasse nossa amizade, acredita? Ainda bem que ele bebeu depois e acabou me contando os motivos disto, o que me fez decidir que nem se ele pedisse eu me afastaria.

Rodrigo sentia a amizade de Marcus e o carinho que ele sentia pelo namorado. Seu coração acabou aquiescendo.

— Eu era pra ter deixado ele beber pelo jeito... – disse sorrindo um pouco.

— Pois é, ele me disse sobre isto. Só você mesmo pra fazer com que ele abandone este velho hábito. Isto é a prova de que ele te ama. Continua acreditando nisto, Ok?

— Tu promete? – Rodrigo, mais uma vez, se permitiu ser o garoto que era, mostrando sua insegurança quanto ao amor que o mais velho sentia por ele.

— Sim. Prometo. Aquele cabeça dura te ama. E vai voltar rastejando pra você Quando eu chegar te aviso, pode ser?

— Estarei aguardando, e mais uma vez, obrigado por cuidar dele.

— Eu tentei e fiz isto ao longo destes anos. Mas agora eu sei que é você que vai conseguir fazer com que ele fique melhor. Basta ele aceitar e não ter medo disto... Mas até mais, e se cuide. Tenho certeza que Lucas piraria se algo de ruim acontecer contigo. Pode parecer egoísta de minha parte pedir e falar isto, mas é que...

— Tudo bem, eu sei como ele é. – O loiro se permitiu sorrir um pouquinho, apesar das lágrimas ainda correrem, já sentia saudade do moreno. – Eu vou estar em casa, qualquer coisa.

— Então está bem, até mais.

Rodrigo encarou a chuva em frente ao prédio até decidir criar coragem e pegar um táxi. Passaria o dia na cama, pensando no moreno, e torcendo para que ele em breve ficasse bem, mesmo que sem ele por perto. Amava Lucas com todo seu coração e de forma alguma aquela foi a última conversa deles. Confiaria em Marcus e no amor que ele disse que Lucas sente. E lembraria de cada momento lindo que passaram, e do quanto se sentia seguro em seus braços, e do quanto podia perceber que fazia igualmente bem ao moreno. Seu coração doía agora com as palavras trocadas entre eles. Talvez tivesse exagerado um pouco, mas não conseguiu pensar no que fazer ao vê-lo tão fragilizado.E o sentimento de que não era aquilo que Lucas precisava surgiu. Mas agora pensando com mais clareza, ele sentia que tinham a conexão, e isto não era possível negar. Esperaria Marcus mandar notícias, ou ao menos deixaria que Lucas tivesse um tempo pra pensar. Nestas horas sentiu uma enorme falta da mãe, e pensar que Luke não tinha para quem correr deixou seu coração mais apertado ainda. Mas só restava esperar.

Ao desligar o telefone, Marcus na hora marcou lugar no próximo voo. Ele não era tão rico quanto Lucas, que apesar de viver uma vida simples, como professor, havia herdado muito dinheiro dos pais, que ele nunca tocou um centavo. O pouco que adquiriu foi da herança deixada pelos avós a ele. Esperava encontrar o amigo em breve, e convencer ele a voltar com Rodrigo, que como percebeu, o amava incondicionalmente, pois sabia o quanto era difícil ultrapassar o coração do moreno. Arrumando uma bolsa com apenas alguns itens saiu de casa sorrindo, pensando que em breve seria padrinho de algum casamento.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ai que dorzinha....
beijos e boa semana,
Agridoce