Aprendendo a Amar escrita por Agridoce


Capítulo 30
Encontros... ou desencontros?


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!
Mais um capítulo sendo postado! Faltou pouco para completar um mês, mas consegui vir antes, viu? Até que sou boa pessoa... rsrsrs
Eu não poderia falar de outra coisa que não a recomendação linda, maravilhosa, cheirosa, colorida e muito amor que a Sheilocka fez. Sério, de verdade, eu NUNCA pensei que alguém poderia recomendar a fic. E tê-la recomendada, sendo apontado as características que eu preso muito quando escrevo que é o tempo que as coisas acontecem e o amor puro e simples entre os personagens me deixou toda boba e muito feliz! Sério, eu li não sei quantas vezes. ♥ MUITO OBRIGADA!
E claro, também não posso deixar de falar dos comentários lindos do capítulo passado. Eu amei todinhos. Gosto muito quando vocês desenvolvem aquilo que sentiram ao ler o capítulo. isto é muito importante. Assim como, a torcida que fazem. Eu também fico aqui deste lado torcendo muito para que tudo dê certo. Eu escrevo, mas quem dita as regras são os personagens. Me sinto também muito ansiosa e no aguardo de cada novo capítulo, pra saber principalmente se vocês, como eu, curtiram ou não. Por isto, aguardo novamente os comentários de todxs vocês que já bem me alegrando ao comentar. E aqueles que ainda não apareceram, apareçam! Novas opiniões são sempre muito bem vindas. Elogios, críticas, colocações, tudo super válido, viu?
beijos e uma ótima semana pra todos nós!



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Assim que os familiares da mãe de Rodrigo chegaram, Lucas percebeu no mesmo momento que não seria tão fácil assim lidar com eles. Em meio a pequenas conversas entre os convidados, pode perceber que, até mesmo por nunca terem saído daquele pequeno lugar, eles possuíam preconceitos muito primitivos. A todo o momento piadinhas em relação a sexualidade, credo, cor e outros conceitos que permeiam a vida dos seres humanos eram feitas. Luke percebia o desconforto do namorado, assim como de seus pais, mas sempre respondia de longe com um sorriso, pois entendia os motivos deles pensarem assim. Porém, uma coisa era certa, estava ao máximo não tentando demonstrar sobre sua relação com o loiro. Isto poderia gerar uma cena entre o mais novo e os parentes, e era tudo que não gostaria.

— Mas tu sabe – começava um dos irmãos da mãe de Rô que estava ali junto com a esposa e duas filhas – que eu não entendo vocês da cidade. Complicam demais. Eu sempre disse pra Marisa, deixa esse guri trabalhando aqui nas terras com o pai, casar e ter filhos pra continuar a família. Mas não, ela sempre deu ouvidos aos sonhos de Rodrigo.

Lucas sorria, pensando em como eram quase ingênuas as colocações sem medidas que o outro abordava.

— Pois é, mas o Rodrigo, pelo que conta, ainda ajuda bastante o pai dele aqui com as questões da fazenda. Além do mais, ele é um ótimo aluno, o jornalismo estaria perdendo caso ele tivesse lhe dado ouvidos... – Lucas acabou não se contendo na resposta, bebendo um pouco do vinho que tomava.

— Eu ainda acho que aqui é o lugar dele. Esses guris ficam muito moles quando vão pra cidade, se é que tu me entendes... – Sim, Lucas entendeu bem o que ele quis dizer.

— Não sei do que estás falando. Aliás, eu nasci e cresci na cidade, e posso assegurar, há pessoas de todos os tipos por lá.

— Sim, o Rodrigo nos disse quando te apresentou – era a esposa do tio que parecia ter um pouco mais de “semancol”, apesar de também fazer comentários duvidosos, como o seguinte, aliás – Falando nisto, que novidade isto, professores virarem amigos tão próximos de alunos.  Na minha época o respeito era conquistado na distância!

Lucas deu mais um de seus sorrisos, que cada vez que o fazia as primas de Rodrigo suspiravam. O loiro sabia o quanto o moreno estava se segurando, pois, Lucas era determinado e defendia seus ideais como ninguém. Mesmo quando está triste ou frágil, encontra forças pra colocar em prática aquilo que faz um bom jornalista, ser voz da humanidade. E os comentários que os tios faziam eram desumanos. Preconceitos era algo que Luke não tolerava. Pelo jeito estava na hora te intervir.

— Deve ser porque eu sou tão bom aluno, tia. Pode ter certeza, se fosse outro o Lucas não iria, pode ter certeza, não é professor?

— Claro... – respondeu o moreno, sorrindo de canto. O namorado veio lhe salvar.

— Sim, meu querido... a tia acredita nisso. Mas que é estranho...

— Filho, vamos à mesa? Lucas, venha também. A Marisa já está servindo a janta. – Carlos estava por demais irritado com os cunhados. Nunca tolerou muito a família da esposa, ainda mais quando estavam querendo destratar seu filho, em sua casa. Como sempre fizeram.

— Claro pai. A gente já vai.

Rodrigo deixou que os parentes fossem em direção à sala de jantar, enquanto segurava a manga da camisa do namorado, para que ficassem os dois para trás.

— Vamos lá, Rodrigo. Teu pai está nos chamando. Não quero ser motivo de mais um mexerico. – Lucas disse ironicamente.

— Shiiuu, vem aqui – Rodrigo puxou Luke para um abraço. Achava engraçado como mesmo o outro parecendo ser mais forte que ele não conseguia lhe negar nem mesmo um abraço. – Está tudo bem?

Lucas apertou o mais novo bem forte, mas brevemente, pois, não queria que fossem pegos. Depositando um beijo estalado no pescoço do outro se soltou.

— Rodrigo, acho melhor não fazer isto... Não quero que eles fiquem contra você... – o moreno não se importava nem um pouco com o que pensariam dele. Era Rodrigo que queria proteger.

— Amor... – com isto o loiro já o fazia derreter – Eu já disse que não me importo nem um pouco com o que eles vão pensar de mim. Estou na casa de meus pais, que nos aceitam da forma que somos. Aliás, percebeu que meu pai interviu pra te tirar da presença invasiva do meu tio? Viu como ele gosta de ti assim como a mãe...

— Duvido... ele deve ter ficado com medo de que eu desce algum escândalo. Acho que era visível, menos para teus tios, que eu já não aguentava mais.

— Pois eu acho que não foi o caso. Mas ok, isto é outro assunto. Agora vamos lá antes que eles realmente inventem coisas que não existem sobre o nosso sumiço. – falou o loiro virando-se em direção a sala de jantar.

— Tipo o que, posso saber? – Luke não resistia a tranquilidade que o loiro transmitia e acabou o trazendo para seus braços novamente.

— Sei lá... eles são insanos. Aliás, percebi os olhares de minhas primas. Eu não te disse? Aposto que até o fim da noite uma delas vai te convidar pra ir num trailer que tem aqui perto, que é tipo o point para os jovens.

— Aé? Parece bem interessante... será que eu aceito?

Rodrigo ergueu as sobrancelhas. Quando iniciava uma provocação destas esquecia que Lucas, se estivesse descontraído como estava, era mil vezes mais sagaz que ele.

— Se tu quiser...

O moreno neste momento deu uma risada muito alta, como poucas vezes o loiro presenciou. Isto o fez sorrir junto com ele, com os olhos radiante.

— Desculpa, amor. Eu tive que rir. Por que você acha que eu iria querer sair com aquelas duas? Aliás, elas parecem te odiar, o que as faz uma das piores pessoas do universo. – Luke, observador, percebeu que as primas não conversaram em nenhum momento com o loiro, o que seria o esperado pelo parentesco e a idade próxima.

— Elas acham que eu me sinto mais inteligente que elas...

— O que com certeza deve ser verdade – E mais descontraído ainda Lucas agarrou o loiro, não resistindo com as caretas que ele fazia ao provavelmente lembrar da relação que teve durante estes anos com as primas.

— Ei! Vocês dois, a comida vai esfriar! – Marisa se fez de brava, mas acontece que percebendo a ausência do filho e Lucas resolveu vir ver o que acontecia. Acabou ouvindo até mesmo a risada do mais velho, assim como quem estava na sala de jantar. Acabou sorrindo junto.

— Desculpa, dona Marisa... a culpa foi minha.

Automaticamente, ao ouvir isto, a loira olhou para o filho, que revirava os olhos com o que Lucas tinha dito. O moreno amava tanto Rodrigo que tomou a culpa, se é que ela existia, apenas para que a mãe do outro não brigasse com ele.

— Lucas, está tudo bem! Eu estava brincando, viu? – E se aproximando, uniu as mãos dos dois, que haviam se separado quando ouviram Marisa chegar. – E me desculpa pelo meu irmão. Fazer o que, família não se escolhe.

— Tudo bem, eles foram super simpáticos comigo. Está tudo bem.

Marisa mais uma vez sorriu para o filho, como quem diz “como ele é adorável!”, recebendo um sorriso como confirmação.

— Eu sei que eles não estão sendo, mas vamos lá, que logo eles irão embora. Espero apenas que não te dê indigestão, porque eles não param nem mesmo na hora de comer. – E com isso, foi andando, seguida pelos dois.

***

O jantar até que transcorreu bem. Ao menos no que poderia ser possível. Quando chegaram à mesa, Rodrigo percebeu que os espaços vagos eram seu lugar, ao lado do pai, que sentava na ponta da mesa e um entre as primas, com certeza deixado por elas para Lucas.  Olhou nos olhos da mãe com um meio sorriso, pensando no quanto seus parentes só poderiam ser sem noção, mesmo!

— Rafa, querida. Tu poderias ir para perto da tua irmã? Assim Lucas senta ao lado do Rodrigo, tudo bem?

Rafaela era a mais velha das irmãs. Ela não suportava Rodrigo, pois, mesmo ele sendo um pouco que mais novo que ela, já tinha conquistado muitas coisas. Diferente dela e da irmã.

— Mas por que, tia? Já estou bem confortável aqui, não quero trocar de lugar. Paty, me passa mais um pouco desses bolinhos? Tia, a senhora está cada vez melhor na cozinha! – A verdade é que ela sabia dos boatos que rondavam a família desde sempre. Mas não imaginava que o primo iria namorar um cara como aquele, tão masculino, forte... sonho para qualquer mulher. Não mesmo! Achou ser coisa de sua cabeça, influenciada pelos comentários de seu pai.

Ela falava com a irmã Patrícia como se não houvesse escutado o que a tia estava querendo dizer. Marisa olhou para o filho, que já dizia para Lucas sentar perto delas, e estava indo para seu lugar quando Carlos, que parecia alheio ao que estava acontecendo se pronunciou.

— Filho, ocupa aqui meu lugar e o Lucas o seu. Deixa que eu sento entre estas duas beldades. Não é sempre que tenho companhias tão agradáveis, quando possível é bom aproveitar.

Rodrigo ficou um tempo tentando assimilar o que o pai dizia, enquanto Marisa sorria e Lucas ficava sem reação alguma. O moreno acabou acordando do transe quando sentiu Rodrigo segurando seu braço, o conduzindo para o que seria seu lugar.

— Não entendi por quê a troca, Carlos – mais uma vez o tio de Rodrigo resolveu se manifestar – Lucas não compartilha de sua mesma satisfação, será? – Falou olhando para os olhos do moreno e de Rodrigo.

            Antes que o filho falasse alguma coisa, pois Carlos sabia que Lucas, sempre tão reservado e preocupado com o que poderiam pensar, não responderia, resolveu interceder.

— E se este for o caso, algum problema? – e sem deixar espaço para complemento, já logo completou – É a primeira vez que recebemos o rapaz aqui em casa. Sinto que ele ficará melhor ao lado do Rodrigo, com quem tem assunto pra conversar, já que somos todos uns não diplomados aqui nessa mesa!! – Carlos falou gargalhando, sendo acompanhado por Marisa, que estava surpresa com o que o marido estava fazendo pelo genro, ao mesmo tempo em que estava muito feliz.

— Nada disso, Seu Carlos... – Lucas resolveu sair do silêncio que estava – Vocês têm histórias que nestes anos de vida não tenho e acho que nem terei por viver na cidade desde sempre. – Lucas tentava se recompor, pois sentia a tensão. E percebia também o que Carlos estava fazendo, e se sentia emocionado.

— Isso eu tenho certeza também, meu rapaz... – respondeu João, irmão de Marisa, que após um cutuque da esposa por debaixo da mesa, resolveu parar com a provocação.

— Mas então, vamos voltar a comer? Lucas, pode se servir à vontade, viu? Não precisa ficar com vergonha.

— Obrigada, dona Marisa. A comida parece ótima! – Mas após uns minutos Rodrigo percebeu que apesar deste comentário Lucas não havia comido mais do que uma pequena porção do jantar. Ele estava nervoso, mesmo parecendo que o assunto sobre os lugares estivesse sido esquecido.

Unindo sua mão a dele por baixo da mesa, e percebendo que os outros estavam empolgados falando sobre uma festividade ocorrida na cidade, a qual o loiro não estivera presente, resolveu tentar deixá-lo, como sempre, mais calmo.

— Mais um pouco eu vou fazer aviãozinho pra você comer direito. Vai, prova mais alguma coisa, hum?

— Eu... não estou com fome – e olhando os outros, percebendo que pareciam não estar percebendo o que ocorria, olhou nos olhos do namorado – será que fica feio eu não comer mais nada? Talvez tua mãe fique chateada, acho que vou provar aquele bolinho...

— Luke, para com isso! – o loiro foi firme, mas ainda falava em um tom baixo – Estou falando pela tua saúde. No almoço foi a mesma coisa. Sabes que precisas estar bem alimentado, hum? – e percebendo que o outro ficou mais nervoso ainda, pois, por mais que estivessem a um tempo junto, o moreno ainda não estava acostumado ao carinho de alguém com algo tão banal, quanto sua alimentação, segurou mais forte ainda a mãe dele.

Marisa, que estava bem perto, a frente de Lucas, e ao lado do filho, resolveu intervir. Sabia que eles não brigariam, aliás, entendia o lado do filho. Mas ali não era hora para que conversassem sobre algo tão intimo. Ainda mais com as sobrinhas, mesmo que de longe, tentando acompanhar o que acontecia.  

— Pois eu acho que está na hora da sobremesa! Lucas, tu gosta de pudim? Espero que sim, porque dizem que o meu é maravilhoso!

O moreno, após destravar a batalha de olhares que estava com Rodrigo deu um sorriso para a sogra, feliz por entender, mais uma vez, que um dos pais de Rô estavam os protegendo.

— Claro... quem não gosta de pudim?

— Então vamos à sala, deixem as coisas aqui que depois arrumamos!

E assim, a noite continuou. Marisa adorava doce, portanto, havia muitos deles por ali. Ao contrário do que aconteceu antes do jantar, Rodrigo não deixou Lucas sozinho um minuto sequer. Sempre que percebia algum dos tios abordarem algum assunto inconveniente, ou fazer perguntas sem sentindo, estava ali, ao seu lado, para responder. Não que duvidasse da capacidade dele em o fazer, mas tanto Rodrigo quanto seus pais sabiam que o moreno acharia que fazer isto seria um desrespeito a eles, quando na verdade seria mesmo um favor.

Até que a hora da despedida chegou, finalmente!

— Estava tudo muito bom, Marisa! Temos que nos ver mais seguido, hein? Apenas porque somos a parte pobre da família não significa que não merecemos um contato.

Marisa achava o jeito do irmão até que engraçado, mas percebendo suas tentativas durante toda a noite em deixar Lucas, e até mesmo Rodrigo, desconfortável, a fizeram não sorrir com o que ele chamaria de “brincadeirinhas”.

— Primo – era Rafa novamente – a gente vai dar uma passada no trailer. Não quer ir com a gente? Parece que o pessoal que era da escola vai estar todo lá hoje à noite.

— Não... estou cansado. E depois, vim pra ir no aniversário da minha mãe. – Rodrigo era um amor, mas também sabia esnobar quando queria.

— Ah, tu que sabe – respondeu ela prontamente, como se tivesse feito o convite apenas para que pudesse seguir com seu plano, o que foi visível em sua próxima pergunta.

— Mas e tu, Lucas? Percebi que diferente do Rô tu bebes também... vamos lá, acho que não deve ser como as festas que tu está acostumado, mas é bem divertido. Sempre tem um jeito diferente de se divertir...

O loiro ficou sem reação, enquanto olhava para Lucas, que olhava firme nos olhos da prima do namorado. Ele estava acostumado a ter que se desviar de convites como este, feito por mulheres. Achava até divertido, mas por se tratar da prima do Rodrigo, que estava fazendo isto apenas para provocá-lo em sua casa, não resistiu na resposta que deu.

— Desculpa... Rafaela, né? Tudo que eu preciso neste fim de semana eu tenho aqui comigo. Ao meu lado. – disse isto olhando firme nos olhos do loiro, que sorria retribuindo, enquanto tio, tia e primas ficavam de boca aberta com o disparate. Que audácia fazerem isto na frente deles todos!

— É o que eu estou pensando...? – Patrícia, que era mais quieta que a irmã, se pronunciou. Não acreditava no que via.

— Shiuu... vamos embora, filhas. A família do pai de vocês não parece lugar apropriado pra duas jovens como vocês, vamos!

O barulho da porta batendo, após um João sendo puxado pela esposa e filhas foi o som ouvido durante os segundos passados. O primeiro a falar foi Carlos, que sorria, indo pegar mais um doce.

— Será que nos livramos da presença deles por mais alguns anos? Desculpa, querida, é seu irmão, mas esta noite me fez lembrar o motivo de termos ficado tanto tempo sem falar com eles.

— Gente, desculpa... eu não queria ter sido tão direto. Quer dizer...

            – Meu querido, está tudo bem. Mesmo! Eu já tinha conversado com o Rodrigo e concordo com ele, vocês não precisam ficar se apresentando por aí. Ainda mais para quem não tem nada o que ver com suas vidas. Está tudo certo. – marisa como sempre, complacente.

            – A cara deles saindo daqui vai ficar eternamente em minha cabeça. Vai render risadas por um bom tempo. – Carlos se divertia com tudo aquilo. E pensando que talvez o moreno temesse mais a ele do que Marisa resolveu falar direto com ele.

— Estou muito feliz que tu esteve conosco esta noite, Lucas. Eu que peço desculpas pelas brincadeiras e palavras sem sentido durante à noite, proferidas por aqueles quatro. Acho que tu resposta foi certa! Rafaela mais um pouco teria se jogado pra cima de ti.

— Obrigada, pai! – O loiro não cansava de amar aqueles dois – Aliás, o que foi aquele momento do jantar? Eu juro, quase fui puxar os cabelos da Rafaela, como ela fazia comigo quando pequeno.

— Rodrigo! – Marisa exclamou, mas sorria feito criança. Sabia que as palavras de Carlos deixariam Lucas ainda mais confortável. Agradecia a Deus pelo aniversário, havia sido um dos mais felizes de sua vida, apesar dos ocorridos.

***

Quando Lucas abriu os olhos na manhã seguinte, percebeu que Rodrigo parecia nem ter se mexido durante a noite. Ele estava sentado, ao seu lado, lhe zelando o sono. Percebia que ele havia saído dali apenas pelas roupas, e seus cabelos, que estavam molhados do banho.

— Bom dia! Dormiu bem? Minha mãe já está fazendo café pra gente.

Lucas sentou-se na cama, enquanto tentava despertar por completo. Rodrigo achava tão fofo a forma que ele agia ao acordar sonolento. Parecia um menino.

— Já é pela manhã? Eu não acordei em momento algum esta madrugada... Rodrigo, tu dormiu aqui comigo? A gente combinou que...

— Lucas, quando é que tu vais aprender a me desejar bom dia assim que acordar, sem me encher de perguntas, hum? – primeiro brincou Rodrigo, mas resolveu respondê-lo – Eu não dormi aqui. Esperei tu pegares no sono e sai. E voltei assim que amanheceu pra te ver acordar.

O moreno ficou mais calmo, mas ainda com o coração disparado. Mas isto sabia, era porque ver o loiro assim de pertinho, pela manhã, sempre o fazia ficar muito nervoso, como um adolescente. Antes que todos os pensamentos do mundo invadissem a cabeça do moreno, Rodrigo o puxou para um beijo, fazendo carinho em seus cabelos, transmitindo, como sempre e mais uma vez seu amor.

— Bom dia... – Lucas finalmente respondeu. – Obrigada por ficar aqui comigo até eu dormir. Estava com medo de sonhar e acabar acordado teus pais na noite.

— Mas eu acho que a fazenda te faz muito bem, viu. Teu sonho foi tranquilo, como eu nunca vi. Estou até achando que nem precisas mais da minha companhia durante a noite pra dormir bem. Acho que vou voltar a habitar meu apartamento novamente, porque nas últimas semanas mal fui em casa!

Rodrigo dizia isto querendo provocar, mais uma vez, em Lucas alguma reação. Sabia que ele não deixaria que isto acontecesse. Nem ele queria, gostava e precisava estar com ele durante seus dias também.

— Pois eu acho que eu estar aqui, no lugar onde é tua casa, e não tendo tido pesadelos, é a prova de que é você e sua existência que me fazem melhorar. Portanto, nada disso, viu? Te quero do meu lado, como sempre. Por favor...

Rodrigo sorria e seu coração batia acelerado, ao sentir o coração disparar um pouco mais ao ser apertado pelo moreno, que apesar das palavras parecia, realmente, pensar que o loiro faria isto mesmo.

—Hum... será que foi isto? Pode ser mesmo... Sendo assim, acho que vou ter que continuar com minhas visitas esporádicas lá em casa, enquanto me aproveito do teu big apartamento, que é mais pertinho de tudo. E do meu motorista particular, é claro. Né? Acho que estou virando um aproveitador, por culpa tua!

— Claro que não... eu amo e vivo, por você – Lucas disse aliviado, quando percebeu que era de fato uma brincadeira. Rodrigo ao sentir a intensidade das palavras se lembrou de fato quem era Lucas, o intenso. Isto o deixou mais feliz ainda, pois, sentia que aos poucos ele estava conseguindo ser o que era.

  Com isto, o café da manhã ocorreu super bem, assim como o almoço, que teve como cardápio o que havia sobrado da janta anterior. Claro, foi inevitável as risadas ao lembrarem das cenas acontecidas. Até mesmo Lucas fez piadas com o ocorrido, demonstrando que de fato estava bem melhor.

 Mais tarde, os dois foram rumo à cidade, pois, não era bom viajar à noite, apesar de ser perto. Despediram-se dos pais de Rodrigo com a promessa de se verem em breve. O loiro não poderia estar mais feliz, e sentia que isto acontecia com Lucas também, que durante o caminho apontou várias coisas sobre sua casa, demonstrando o quanto era observador e perspicaz de fato. Mais um caminho havia sido traçado na vida daqueles dois, e tudo indicava, à felicidade.


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Notas finais do capítulo

Alguém tem primas como a Rafa e a Paty? Ninguém merece, né? rsrsrs
Espero que tenham gostado!
Até o próximo capítulo!
Agridoce♥