A Origem do Trono - A Seleção escrita por Alice Zahyr


Capítulo 6
Bem-vindo à Cidade Sem Nome


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeey! UAU, GENTE! Mais duas leitoras, meu Deus, que amor, que lindo, ai meu coração. Selecionada e Mariana, obrigada por estarem acompanhando e comentando, vocês merecem uma pizza gigante com muito queijo, ai ai.



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Natalie Parker tirou o sobretudo e se esparramou em sua cama. Há sete dias, fora embora daquela jaula luxuosa e voltara para casa. Bem, se é que aquilo pode ser chamado de casa. Ela viu as notícias pela televisão e lamentou o fato de que Clarkson fosse tão inocente.

Ela se levantou e abriu a porta do quarto, onde havia um laboratório de animais peçonhentos que criava. Natalie conseguia manter os animais encarcerados num viveiro especial, com ar condicionado e alguns ratos que vinham pelo próprio cano do esgoto. Apesar de ser algo exótico, ninguém sabia de seu laboratório. Nem mesmo Tevon.

Era madrugada, e nevava do lado de fora. As coníferas altas e verdes margeavam toda a avenida velha e abandonada da cidade - uma cidade velha e abandonada, destruída por uma guerra civil tão antiga quanto ela podia se lembrar. Natalie possuía uma mansão no centro do país, no que era a antiga ilha de Manhattan, mas ela não morava realmente lá. Sua verdadeira casa era aquela onde estava, um sobrado aos pedaços numa cidade destruída. Mas ela não era a única ali. O Sul vinha sendo povoado aos poucos por pessoas que acreditavam que mereciam um destino melhor. E mereciam, realmente. Desde que os Estados Unidos se transformaram em Illéa, mexicanos foram caçados e massacrados pelos governos. Até mesmo Kaius, o "bom e generoso" rei, o ícone da realeza benéfica, caçou esse povo, mesmo que inconscientemente. Então, cansados de fugir e viver às sombras, os descendentes do México começaram a se unir na região Sul de Illéa, o único lugar onde as autoridades não iam, pois a destruição fora tanta que achavam nem haver vida ali e, se houvesse, extinguiria-se com o tempo. Junto a esses, os fugitivos da miséria causada pelo sistema de castas - alguns illeanos que ficavam sabendo do tal "movimento" e fugiam para o Sul. Já havia mais de 500 habitantes naquela região, que passou a ser chamada de Cidade Sem Nome, uma recordação do motivo por que lutavam: uma identidade. Queriam viver, ser reconhecidos. Viverem uma vida que, por puro preconceito, e talvez por outros motivos, fora tirada deles.

– Natalie? - uma pessoa entrou em seu quarto. Ela resmungou, frustrada, e trancou novamente o laboratório. O cheiro não era exatamente suportável ou fácil de se esconder.

– Já disse para bater antes de entrar - ela bronqueou ao ver que era a mesma figura de sempre. - Tevon.

Ele sorriu ao vê-la e fechou a porta, se aproximando e colocando as mãos em seus quadris. Natalie virou o rosto e afastou-o. Ele cruzou os braços. E que braços.

– Não me venha com essas poses de gostosão, Tevon. Eu não estou exatamente de bom humor - ela disse, espiando o lado de fora pela persiana.

– Eu senti sua falta. Isso é crime pra você? - ele perguntou, se aproximando outra vez. Por trás, colocou as mãos em suas costas, descendo à cintura, e respirou suavemente em seu pescoço. - Não suportei te ver com aquele projeto de rei medíocre.

Natalie riu e se virou. Ele beijou seu pescoço. Tevon era incrivelmente belo, como se tivesse saído de uma revista antiga de moda. Era alto e musculoso, tinhas olhos azuis e cabelos escuros, um pedaço de mau caminho. Um péssimo caminho.

– Você não era tão ousado quando chegou aqui - ela disse, parando suas mãos e encarando-o, séria.

Ah, sim, a história deles. É um caso complicado.

Tevon fugiu de casa aos dezoito anos e foi parar no Sul, meio perdido, mas com uma coisa em mente: se vingaria do irmão. Faria a rejeição valer a pena. Foi quando encontrou Natalie Parker. Ela era apenas uns quatro anos mais velha, mas viu nele uma ótima chance de virar o jogo a seu favor. No entanto, a coisa ficou mais séria e eles se "enrolaram". Tevon nunca foi burro, e ela entendeu que não poderia mais manipulá-lo. Desde então, eles têm liderado o grupo de pessoas que se mudam para lá. Juntos, sem mentiras, sem segredos. Bem, é o que cada um acha que o outro faz.

– Você não era tão fácil quando eu te conheci - Tevon riu, então beijou-a. - Senti mesmo sua falta - ele falou entre os beijos.

– Eu também senti sua falta - ela sussurrou em seu ouvido.

***

A noite chegou rapidamente à Cidade Sem Nome, fazendo a neve branca contrastar delicadamente com as cinzas escuras que cobriam as calçadas. Tevon ainda não sabia da morte de Lorena e Kaius, mas Natalie estava contando as horas para que ele finalmente surtasse.

Afinal, Tevon era o príncipe legítimo. Sangue real, sangue azul. Ele era apenas um rebelde, mas ainda pertencia a um mundo do qual nunca realmente sairia. E porque Natalie sabia disso, ela se sentia na responsabilidade de tomar as rédeas da situação. Não poderia deixar que todos os esforços fossem destruídos porque um príncipe revoltado decidiu que os pais eram mais importantes do que os novos irmãos.

Deitados na cama de Natalie, os dois viam as horas passar enquanto conversavam sobre o que fariam com aquele grupo de pessoas.

– Você está mesmo determinado a abdicar tudo por essa causa? Não é sequer algo que te envolva, Tevon - ela disse.

– Mas é algo que envolve as pessoas que eu amo, Nat. E eu sempre acreditei que a causa das pessoas que você ama são suas causas, também.

Ela mal conseguia acreditar que ele estava dizendo aquilo.

– Precisamos de um nome, então. É o primeiro passo para nos consolidarmos.

Tevon sentou-se e passou as mãos nos cabelos.

– Eu tenho um nome perfeito. Considerando que muitos de nós agem por dinheiro...

– Diga - ela pediu.

Tevon fitou os olhos na neve que caía do lado de fora.

– Mercenários.


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Notas finais do capítulo

AUHEAUHEUAHA. Só pra avisar aqui que sou menina reta, nada de cenas de secsu entre Tevon e Natalie e.e KKKKK', gente, to passando mal, me ajudem. Tô empolgada. Comentem, por favorzinho, e LEITORES FANTASMAS, SEI QUE VOCÊS TÃO AÍ, APAREÇAM AMORZINHOS, quem sabe dou uma pizza gigante pra vocês também??? Gente, QUEM recusa PIZZA? Mds. Ai ai.

Alice



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