Double face escrita por Nymeria Martell


Capítulo 26
Cap. 25: Avião


Notas iniciais do capítulo

"Percebo agora o bipe e os saquinhos que usam para emergências. Vou até Mandy e junto tentamos fechar a porta… mas não há nenhuma porta. E já é tarde de mais…
O avião vai cair."



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Lipe

Olho para a garota estranha… ela é bonitinha... Mas realmente não acho que bata bem da cabeça. Tínhamos saído do bunker de Tae de manhã cedo. Passemos a noite lá para ele ajeitar minha aparência e nos ajudar em nossa nova missão. Isso é tão legal! Parece coisa de filme.

Rick havia me contado que a garota estranha, cujo nome era Amanda, era minha namorada… e minha assassina também. É realmente estranho pensar que esse não é meu corpo original. Não estou lá 100% igual ao que eu era… Estou alguns centímetros mais baixo e um tanto mais magro. Você deve estar se perguntando se eu tenho partes genitais e esse tipo de coisa… por mais loco que pareça… eu to sim. Mas tão um pouco diferentes… Não peça mais coisas… é constrangedor!

Meus cabelos estão com espessura diferente também… meu olho tá mais verde. Eu estou simplesmente fodástico. O legal é que posso fazer perguntas ao google em minha mente! Mandy nunca tinha dito realmente como era… por falar nela… Parece que ela fez outra mudançazinha em si mesma. Ela cortou o cabelo… ele está repicado e vai até o ombro. Ela também os deixou mais escuros. Seus olhos estão mais acastanhados e mudou um pouco as feições… acho que Tae tem algo a ver com isso. Suas unhas estão pretas e ela está vestida de um modo meio Rock, meio emo… tanto faz… mas ela tá linda… talvez mais tarde eu descreva melhor.

Já eu… to com roupas normais… não sei da onde elas saíram. Afinal todos nós estamos com roupas diferentes. Luli está ainda ruiva. Ela está sentada perto de Amanda. Que do lado desta está Raquel e depois Helen e Rick. Eu e Mandy estamos em frente deles… estamos num aeroporto. Vamos para a Europa… acho. Amanda e Raquel não estão acorrentadas… mas estão detidas com algum calmante.

Não sabemos muita coisa do que tem por vir. Só que temos que ir até algum lugar… pegar alguém e enfrentar uma deusa… talvez eles saibam mais do que eu. Estou me acostumando com tudo isso. Afinal não é fácil morrer e voltar a viver no corpo de um androide.

Vamos voltar ao assunto da Mandy. Ela parece querer ser o mais diferente da Amanda o possível. Sendo que ela foi criada com as memorias dela. Outro fato muito confuso. Como duas pessoas que tem as mesmas lembranças e a mesma personalidade podem ser tão diferentes? Não. Elas não têm as mesmas lembranças. Aconteceu algo com a Amanda… Lipe me disse que ela sofreu muito. E a Mandy que é um androide da Amanda teve uma vida mais pacifica.

De qualquer modo… Acho que devo investir na Mandy. Ela é bonita… é como eu… tem as memorias da minha ex. Que eu não lembro. Pra você ter noção… a maluca começou até a cantar uma musiquinha infantil… mostrou-me um pingente de coração… eu realmente não tenho nenhuma lembrança dela. Ela pedia desculpas… etc. etc. E Mandy vendo a cena… sorria… Sério. Acho que ela gosta de mim.

Ouvimos o chamado para nosso voo. Ninguém pareceu perceber que tinha algo estranho rolando com nossa turma. Ainda bem né.

Eu e Mandy tomamos a dianteira. Decido dar o primeiro passo e pego na sua mão… Eu sei que é inocente e infantil… mas por isso que é tão bonito.

Vejo pelo canto do olho que Mandy sorriu. Mas parece que Amanda não gostou nada… bem, nem ligo.

Embarquemos… sento com Mandy, Luli senta com Amanda, Helen com Raquel e Rick com uma velha estranha.

Inicialmente o voo foi calmo. Aconteceram poucas coisas interessantes… Eu e Mandy ficávamos se encarando e dando sorrisinhos com rubor. É acho que mudei um pouquinho. Lipe derrubou alguma bebida da velha do seu lado. Coitada. Ela o xingou e aconteceu meio que um vuco-vuco… mas depois passou. Amanda atirou seu tênis na cabeça da Mandy… Felizmente Mandy nem ligou. E Luli discutiu com Amanda. Raquel e Helen dormiram quase a viajem toda…

Agora vamos a parte que lhes interessará.

Eu estava admirando a paisagem pela janela. A aeromoça estava passando para ver se queríamos alguma coisa. Eu ia virar para ver… mas foi quando Mandy ia me chamar. Em outras palavras. Minha boca roçou na dela. Foi ali que aconteceu… se beijamos. Como Amanda estava na poltrona ao lado – depois de Luli – Ela viu. Amanda levantou – Luli estava dormindo e nem percebeu – Ela pegou Mandy e arrastou-a para frente. Levantei rapidamente para impedir. Mas Raquel – Que estava na poltrona logo atrás e acordada no momento – se lançou sobre mim. Agarrando-me. Com o barulho. Helen, Rick e Luli – que estavam dormindo – acordaram. Mas já era tarde de mais. As duas tinham sumido na primeira classe. Helen conseguiu tirar Raquel de mim. Quando cheguei na primeira classe vi as duas brigando. Mandy não estava usando nenhuma tecnologia – E nem a super força – por isso perdia feio. Amanda consegue abrir a porta. Um vento contrário surge… Sugando tudo. Fecho a porta que vai para a segunda classe, poupando-os. As pessoas começam a voar porta afora… Mandy se segura firme, também consigo… Mas esqueci de um detalhe importante. Eu e Mandy não somos seres humanos comuns… não precisamos de oxigênio da mesma maneira que eles precisam. Amanda faz uma expressão pasma e se desliga… talvez fosse a temperatura… ou até a falta de ar. Ela acaba voando porta afora… junto com tudo o que há ali. Só restando eu e Mandy.

Percebo agora o bipe e os saquinhos que usam para emergências. Vou até Mandy e junto tentamos fechar a porta… mas não há nenhuma porta. E já é tarde de mais…

O avião vai cair.

Luli

Não sei o que fazer… Rick está tentando tranquilizar Helen… Raquel sumiu de uma hora pra outra. Estou preocupada com Mandy, Amanda e Lipe… eles ficaram presos na primeira classe. Acho que o avião vai cair… ou está caindo.

Não demora muito para que minhas suspeitas se confirmam. A aeromoça, desesperada, começa a distribuir paraquedas… mas não tem o suficiente.

− Primeiramente as crianças… − Ela implora… pois todos tentam arrancar de suas mãos. Ela acaba desistindo e pega um e sai correndo. Paro-a no caminho. Pedindo se não tem na segunda classe.

− Tinha… mas tudo está devastado lá. Aconteceu algum dano no avião. E veio de lá.

− é possível que tenham abrido a porta? – Pergunto.

− Sim, mas… É meio improvável. Ela não é fácil de abrir… não seria qualquer um que conseguiria… − Ela puxa o braço – Agora da Licença.

Deixo a ir. Ela dá um grito dizendo que vai abrir a porta. Mas, ainda bem, ela espera um pouco para nos ajeitarmos. Percebo que não tenho nenhum paraquedas.

Mas nesse exato instante Rick chega com um na mão.

− Vista isso Luli… − Percebo que Helen e ele não têm.

− Mas e vocês?

− Helen e eu decidimos que seria melhor você sobreviver… vamos tentar outra coisa… somos mais velhos e se nada funcionar… gostaríamos de morrer juntos.

Ele não aceita mais nenhum argumento e começa a me vestir. Quando ele termina de por o paraquedas e me fala como usa-lo a aeromoça abre a porta e tudo vira um borrão. Até que me vejo caindo… com o avião logo acima de mim.

Nesse momento sinto o desespero… da queda, da perda, da preocupação, e acima de tudo… de morrer. Mas não bastava isso. Ela apareceu.

Sim, a tal deusa… E sabe o que mais?

Ela me mostrou o inferno...


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Notas finais do capítulo

Próximo cap.:"O homem para de lamentar. Acho que ele notou. Mas em vez de vir me ajudar… ele grita e sai correndo. Será que meu estado está tão ruim? Ou talvez ele visse outra coisa… As duas hipóteses são péssimas."



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