Double face escrita por Nymeria Martell


Capítulo 20
Cap. 20: Sem palavras


Notas iniciais do capítulo

"Um silêncio mortal cai sobre nós. Dizendo isso ela concluiu que haveria risco de algum de nós morrermos."



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Lipe

Depois de estarmos recuperados, seguimos caminho. Thais vem conosco. Caminhamos em silencio em direção à construção. Quando cheguemos numa área aberta decidimos ir com mais cautela. Paramos sob uma arvore enorme… a certa distancia do local.

− Precisamos de um plano. – diz Thais – Não podemos simplesmente entrar lá. Nem sequer sabemos onde ela possa estar.

Mandy, que estava escorada ao tronco da arvore nos encara sorrindo.

− Eu tenho uma ideia… − Ela se vira para olhar para a construção bizarra. Fazemos o mesmo. – Estão vendo a cúpula? – Ela aponta com o dedo. Assentimos. – Eu poderia cortar o vidro, assim fazendo a gente se infiltrar.

− Mas os guardas vão perceber. – Thais se pronuncia – E deve ter mais que simples guardas para proteger o local. Pode haver bestas… armadilhas… alarme, e…

− Okay! Já entendemos aonde quer chegar… − diz Raquel com um quê apavorado ­– Não podemos ser assim, tão suicidas. Tem que ter outro modo Mandy.

− Eu não acabei de explicar. – ela olha para as duas com cara de deboche. – Alguém terá que distrai-los. Podemos causar uma pequena explosão quando estivermos lá dentro… assim todos poderemos entrar.

Ninguém discordou dessa vez… mas em seus rostos estava evidente que não iam muito com a cara do plano.

− Eu vou distrai-los. – Diz Rick.

− Eu faço a explosão. – Diz Raquel.

− Então… − Começa Mandy – Eu, Lipe e Raquel entramos; Helen e Rick podem distrai-los; Thais… você pode cuidar da nossa fuga. Quanto aos alarmes… Acho que posso dar um jeito. Alguma duvida?

− E se houver bestas? – Pergunta Thais – Posso dar conta de uns macacos… mais se tiver algo maior e mais selvagem…

− Fuja.

Um silêncio mortal cai sobre nós. Dizendo isso ela concluiu que haveria risco de algum de nós morrermos. Rick e Helen saem de mãos dadas… sem esperar pela ordem. Thais nos dá um até logo e vai à direção contraria.

Mandy, eu e Rachel nos dirigimos para trás de uma árvore mais próxima da construção. Ficamos observando nossos companheiros.

Thais logo sai de nosso campo de visão, Helen e Rick estão escondidos, conversando. Após alguns minutos Helen se afasta. Ela entra na mata densa e não leva muito tempo até que se ouve um estrondo e vários guardas sai na direção que ela foi, Rick também vai, mas mantém certa distancia.

Outro barulho. Como arvores caindo.

Mais guardas se afastam… então Mandy decide agir. Corremos para a construção, apesar de haver ainda guardas… nenhum está prestando atenção em nós.

Agachemo-nos atrás de um arbusto. Mandy abre o punho, literalmente, e dele sai uma corda de aço. Ela se prende no topo do domo, Mandy é puxada no mesmo instante. Depois vemos a corda de aço ser jogada, para que pudéssemos subir. Raquel vai primeiro, ajudo-a. Logo depois subo. Um guarda, finalmente, repara em nós. Mas Mandy o atinge com alguma coisa e ele desmaia. Os companheiros logo o socorrem.

Já em cima do prédio, Mandy corta o vidro com u7ma unha de vidro… não sei da onde surgiu. Não… não é vidro… deve ser diamante!

− Caralho. – sussurro.

− Shiu! – Raquel me repreende, apesar de estar de boca aberta também.

Mandy remove o vidro pra cima, grudando-o na palma de sua outra mão. Ela ponha o circulo de vidro, aponta para Raquel e depois para o buraco. Raquel nega com a cabeça, arregalando os olhos. Ofereço-me para ir e ela dá de ombros.

Deve ter uma queda de cinco metros, ou mais, até o chão. Mandy me da sua mão. Seguro-a e ponho as pernas pelo buraco, sinto um liquido escorrer de minha barriga logo que a passo. Sangue… Largo meu corpo e fico pendurado pela mão dela. Que força incrível! Ela sinaliza com a cabeça em direção ao segurança. Depois me atira em cima dele.

Não preciso fazer nada, Só o fato de ele amortecer minha queda, já o deixou inconsciente.

Depois elimino os outros do recinto. Só havia três.

Raquel desce logo em seguida… Mandy salta e cai em pé – ao contrario de Raquel que caiu feio aqui.

Mancando ela vai em direção a uma porta qualquer. Fazendo sinal de positivo.

Mandy aponta para si e depois para a porta a direita. Aceno pra ela e vou em direção da porta principal. A do meio.

Abro-a lentamente. Não há ninguém no corredor enorme. Sigo sem abrir nenhuma porta. Por onde deveria começar? Não deve ser uma simples porta. Tenho que achar algo parecido com uma prisão, ou um laboratório.

Depois de virar três curvas do corredor. Deparo-me com uma posta dupla de ferro. Espio pela janelinha. Uma prisão! La dentro há celas… mas nenhum guarda… estranho.

Abro a porta pesada. Vou caminhando verificando todas as celas. Nada. No final vejo outra porta, de vidro. Abro a para me deparar com uma espécie de cadeia branca. É igual a anterior… a não ser pelo fato de que essa é muito mais limpa e que há pessoas ali.

Na primeira cela há um velho. Na cela da frente, uma criança de uns sete anos.

Continuo caminhando… sem ver nenhum guarda… Só há desconhecidos nas celas. De varias idades e aparências. Ninguém estava inconsciente ou gravemente ferido. Por um momento pensei em voltar… Mas me deparo com uma ruivinha em uma cela. Ela me parece familiar.

Aproximo-me de sua cela. Chamo sua atenção… inicialmente ela não olha. Está abraçando os joelhos com a cabeça apoiada neles. Seus cabelos vermelhos caem sobre suas pernas. Percebo que ela está vestida de uma maneira simples. Calça jeans, camiseta branca e um all star. Quando decido falar, chamando-a de garota – nada de “hey” −, ela olha pra mim. Com uma expressão de reconhecimento, esperança e choque.

Não posso julga-la… afinal também fiquei em choque. Seus olhos azuis me olhavam com tristeza. Lagrimas escoriam de seu rosto. Milhares de coisas passaram pela minha cabeça. Varias que eu gostaria de dizer, de perguntar, de gritar. Meus joelhos cedem e eu caio, agarro as grades, uma lagrima escore de meu rosto… e só digo uma palavra… em forma de um sussurro desesperado… um nome… o nome dela.

− Luli…


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Notas finais do capítulo

Próximo cap.:" Ninguém responde. Sinto-me desolada. Talvez se eu vir a Amanda pule no pescoço dela. Eu sei que no fundo ela não tem culpa alguma… Mas alguém deve ser culpado."



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