Capítulo 7 – Medo.

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“Por favor, faça a dor passar.”

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Yuki ainda sentida seus braços e suas costas arderem com a pele queimada, se perguntava o porquê de não dar ouvidos a mãe e passar tanto tempo no sol brincando com os primos, agora sentia todas as consequências.

Nem mesmo aquele hidratante geladinho que sua mãe passara estava resolvendo o ardor.

Eles haviam voltado nesse mesmo dia do feriado em família, carregava de lembrança consigo o nariz descascando e a pele avermelhada, mas ele havia gostado de passar um tempo lá, era divertido ter pessoas da sua idade para poder brincar.

Ele não tinha muitos amiguinhos na escola.

Já era tarde da noite e o sono não vinha até ele, sabia que ficar acordado até tarde contando histórias de terror com seus primos era má ideia, agora além de acostumar dormir na madrugada também ficava imaginando que cada sombra de seu quarto era uma presença maligna.

Estava considerando ir até o quarto de sua mãe e seu pai para dormir com eles. Ok, Uchihas não sentem medo, seu medonho tio Madara havia ensinado isso pra ele, mas ninguém saberia dessa recaída, somente os três. Então não tinha problema não é mesmo?!

Tio Madara nunca descobriria.

Certo, ele iria fazer isso. Pegou o dinossauro verde – seu eterno escudeiro – e foi até o quarto de seus pais, a porta estava entreaberta e não havia ninguém, já estava ficando preocupado, onde estavam?

A cama estava arrumada como se ninguém tivesse se deitado ali, a luz do banheiro estava apagada e aquelas portas duplas onde sua mãe gostava de se perder estavam trancadas. Com uma correria ele descia as escadas, não ligando para as costas e os braços que ardiam.

A sala estava intacta, mas de lá dava para ouvir seu pai e sua mãe, eles pareciam gritar um com o outro. Com passos rápidos ele alcançava a cozinha, de onde as vozes vinham.

– Mamãe?

Sua mãe estava sentada, tinha o rosto vermelho e chorava muito, seu pai estava em pé, com as mãos na cabeça e ofegava como se estivesse acabado de correr uma maratona. Uma cadeira estava no chão, assim como um copo quebrado.

– O que está fazendo acordado? Não venha até aqui, pode se machucar com os cacos de vidro.

A mulher limpou as lágrimas como pôde, levantou-se e passou direto por seu pai. O pegou pela mão e o levou escada acima, chegando a seu quarto ela o colocou para dormir, o cobriu e colocou alguns ursinhos em sua volta.

– O que está acontecendo? Porque está chorando? Porque o papai está bravo?

– Ás vezes quando os adultos precisam conversar sobre coisas importantes eles acabam se machucando.

– É por isso que esta chorando? Tá com dor? Precisa de remédio? Você faz os machucados sararem.

– Nem todos, filho. – Ela lhe deu um beijo na testa, apagou a luz e saiu fechando a porta.

O seu medo das sombras, ou do tio Madara era tão insignificante agora que ele apenas fechou os olhos e pediu para que os machucados do papai e da mamãe sarassem logo.