Happiness escrita por Lady Thekilla


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

etoooo, não tá betada já que não tenho beta...
quer quiser se candidatar sinta-se a vontade para fazê-lo por mp... qualquer erro que eu talvez tenha deixado passar me avisem por favor por mp...

tuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo me pertence tuuuuuuuuuuuuudo, ok?



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Seus dedos tocaram levemente a janela solta do ônibus, como se através dela pudesse absorver tudo a sua volta, toda a decadência, todos os sabores e essência presentes no andar trôpego do bêbado, o mendigo, o viciado da esquina e as pichações presentes naqueles prédios esquecidos, mas ainda sim não conseguiria igualar tudo aquilo à decadência de sua alma. Ela era apenas a figurante que se distanciava silenciosamente do núcleo principal, o qual sempre beirava, composto apenas da escória daquela cidade. Estava saindo de cena.

A despedida de sua, insignificante, participação começara cedo, em frente ao numero 402 de um prédio aparentemente abandonado, mas que ainda possuía seus proprietários e moradores. A pintura descascada não se destacava naquela paisagem desgastada. As escadas rangiam a cada passo, as lâmpadas balançavam perigosamente em seus lustres a cada vento que invadia a construção através de suas janelas quebradas. Ela então parou ofegante em frente a porta precariamente pintada. Fechou as mãos suadas na saia do vestido, que lhe conferia um ar infantil, por lembrar os que ela vestia quando pequena, quando sorrir não significava um esforço extremo. Suas mãos, tremulas, soltaram a saia e  se dirigiram à maçaneta abrindo-a delicadamente  e adentrando o imóvel.

Os passos por mais silenciosos que parecessem ainda ecoavam pelo apartamento que ela entrara segundos atrás, a porta estava destrancada. Numa esperança de adiar sua partida fora atrás de Roberto, inicialmente iria dizer-lhe adeus, se despedir, mas em seu coração torcia para que ele a envolvesse em seus braços suados e a colocasse entre seu peito nu e enquanto ela se entorpecia com aquele cheiro de cerveja e cigarros. ele  então lhe diria para ficar, sussurraria em seu ouvido com a voz grave e desesperada para que não partisse ou sua vida perderia o sentido e ao solta-la ele penetraria aqueles olhos negros marejados nos belos orbes azuis dela. Sem poder resistir, lhe diria que sim, entre prantos,não partiria mais, ele então tomaria seus lábios temperados com suas lagrimas deixando-a experimentar mais uma vez aquele gosto viciante de alcoól misturado com  fumo barato  que tinha sua boca.

Seis passos, fora a distancia percorrida da sala até a porta do quarto, passos sorrateiros que foram minguando sua esperança com a medida que avançava. Ela levantou a mão hesitante, a sombra de um sorriso surgiu em seus lábios rosados desaparecendo logo em seguida. Ela passou a mão nervosamente na franja que terminava rente aos seus olhos enquanto o restante do cabelo loiro acinzentado caíra paralelamente a seu rosto quando ela pendeu sua cabeça para baixo contraindo levemente os lábios. Seus dedos percorreram seu rosto angelical decorado por graciosas sardas antes de colocar os cabelos novamente atrás da orelha.

Soltou um suspiro e empurrou levemente a porta que parecia escorada abrindo uma pequena fresta de onde escaparam alguns sons ofegantes acompanhados de uma voz feminina. Uma lagrima percorrera solitária seu rosto antes de cair em frente à porta, virou-se imediatamente fazendo seus logos cabelos dançarem com o movimento acompanhado das lagrimas que se seguiram. Seus passos se direcionaram para a saída, não tão silenciosos ou cuidadosos como antes, mas como protagonistas de uma corrida desesperada contra a verdade.

Uma lagrima, a primeira, a única evidencia de que estivera lá, embora ele jamais desconfiasse se, talvez, tivesse escutado a corrida desesperada para fora de seu apartamento ele no Máximo se dirigiria para a porta do quarto onde ao pisar na pequena gota olharia para cima procurando algum sinal de infiltração naquele velho prédio.

Seus olhos vermelhos se despediam da cidade, ainda na rodoviária pensou em desistir em correr para os braços de Roberto dizer que não se importava se ele não a amava ou ligava pra ela, ou se ela era um simples objeto, tudo que ela queria era estar ao seu lado por que só assim aquela paixão devastadora que apertava seu coração e dilacerava sua alma se acalmaria somente ao seu lado ela conseguia sorrir sem esforço nenhum mesmo que isso não significasse nada para ele, ao menos para ela era tudo, tudo o que  importava e lhe dava razão para respirar, comer, dormir, viver, tudo o que queria era estar ao seu lado e envelhecer assim, ficar ao seu lado era simplesmente um êxtase, seu coração e sua alma o pertenciam para quebrar pisar humilhar, rasgar isso não importava pois não lhe pertenciam mais... pertenciam a ele e somente ele. mas ainda sim comprara a passagem. Estava indo embora.

Seus olhos vermelhos mostraram determinação, fazendo-a se levantar e pedir o motorista para parar, infelizmente nunca fora forte o bastante e ela sabia disso. Seus pés desceram determinados os degraus do ônibus descendo no acostamento. Respirou fundo e abriu um sorriso antes de correr. Seu vestido esvoaçava na direção contraria e seus cabelos dançavam suavemente enquanto o sol banhava aquela pele pálida enquanto suas pernas se dobravam com incrível agilidade e seu sorriso aumentava junto com a intensidade de sua respiração. Seu coração palpitava e lágrimas ameaçavam cair sendo imediatamente limpadas pelas ágeis mãos.

Suas pernas doíam ao parar em frente aquela construção deplorável, mas ainda sim insistiu em continuar subindo os degraus rapidamente parando novamente em frente ao 402 mas dessa vez  esticou a mão para a abrir a porta de maneira quase urgente e entrou no apartamento.

Lá estava ele... Vestido com uma calça jeans surrada e aberta, acendia um cigarro mas parou ao vê-la suada com a franja e  alguns fios pregados no rosto onde um sorriso era mostrado sem pestanejar.

-Venha aqui – Falou num tom calmo e baixo ao tirar o cigarro da boca. Ela correu em sua direção e o abraçou fechando os olhos e sentido o seu perfume. – Veio correndo? – ele sorriu, havia achado graça da situação, ela realmente era esquisita e dócil não importava quantas vezes ele a machucava, ela sempre voltava para mais com aquele sorriso contagiante, e o abraçava e então quase suplicava para que ele a usasse e a  jogasse fora novamente, para chorar noites seguidas antes de retornar, mas ele não se importava com isso, afinal, quando se importou? Era um insensível e gostava disso.

- sim – fora tudo o que conseguira dizer embora quisesse dizer muito mais, mas isso não importava realmente.

- Vamos? – perguntou desmanchando o abraço e finalmente acendendo o cigarro.

-Claro. - sorriu, estava ao seu lado novamente 


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Notas finais do capítulo

é digno de reviews?
POR DEUS, deixem reviews!!!! T________T