Cores escrita por Dreamy
– Não o chame assim. - adverte Solange - É o filho de Donato.
– O filho que só deu desgosto a Donato.
Dalila, Bernardo e Solange se sentiram constrangidos. Solange serviu o almoço, e todos gostaram. Depois veio a sobremesa, também muito elogiada. Aí, veio a conversa:
– E então, Bernardo? - perguntou Solange - Você e a Dalila estão namorando faz quanto tempo?
– Namorando?! - gritou William
– Sim, papai, NAMORANDO! - provocou Dalila - Por que?
Bernardo sussurrou no ouvido de Dalila que era melhor ir com Lucas embora, pois aquele momento estava sendo um pouco constrangedor. Dalila insistiu, mas o jovem pintor não estava a fim de ouvir os desaforos de William.
Quando saíram, Bernardo e Lucas foram beber água de coco em um quiosque. O menino perguntou ao pintor:
– Pai, por quê aquele homem te tratou daquela forma? E por quê não fez nada.
– Fiquei triste, meu filho. Mas é necessário respeitar os mais velhos. E além do mais, eu não seria louco de estragar o aniversário de Dalila. Não seria mesmo...
***
Emerson estava na cela, lendo uma revista velha e secretamente fumando. O guarda chegou e disse asperamente.
– Detento, visita.
– Mas eu nunca recebo visitas.
– Pois hoje recebeu. Venha logo, porra!
Era Yolanda. Estava sedutora, com um vestido vermelho, nada vulgar mas bem sensual, batom rosa e botas pretas.
– Gatão, foi parar atrás das grades? Não diga!
– Digo sim. Tenho apenas uns meses de pena, estou aqui por desacato a autoridade. Nem advogado tenho.
– E aquele seu amigo, o Bernardo?
– Amigo da onça, só se for.
– É, gostoso, não posso fazer nada por você.
– Quem disse que não? Você é podre de rica. Me tira dessa espelunca!
– Nem vem, Emerson. Acha que eu vou te livrar dessa? Quando eu tinha dezoito anos, quem me deixou ali, brotando na prisão? Foi você! Vim aqui para ter a sorte de ver você se FERRAR.
Secretamente, Yolanda cuspiu no rosto de Emerson, que a sufocou. Os guardas tentaram segurá-lo, mas ele continuou, até Yolanda o chutou e ele se conteve.
– Você está bem, moça?
– Sim. - disfarçou
– Foi ela que começou cuspindo em mim. - defendeu-se Emerson
– Mentira. Eu nunca iria cuspir nele, policial.
– Já pra solitária, ordinário. - disse o guarda.
– Você vai se arrepender, filha da mãe!
Yolanda sorriu e sumiu sem deixar rastros.
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