– Acabado?

Dalila não respondeu, apenas chorou um pouco e procurou com o braço os lábios de Bernardo. Derau um beijo profundo, longo e com vários suspiros:

– Vai, Bernardo. É melhor, preciso dormir.

Bernardo não falou nada, apenas foi. Bateu a porta forte, e Solange estranhou.

– Filha, o que houve?

– Terminamos. - suspirou

***

Bernardo não aguentou e deu um choro sem fim, achando que Dalila poderia ter sido mais compreensiva.

– Eu deveria ter insistido mais, poderia ter feita algo. Mas eu perdi a Dalila. EU PERDI A DALILA!

***

Isadora preparava sua vingança contra Yolanda. Aos minutos que passavam maior era sua vontade de destruir a sobrinha:

– Ela vai pagar. Vai sentir na pele o seu próprio veneno! Ou eu não me chamo Isadora. - olhou para a janela e ficou mais enfurecida - O Timóteo, a minha dignidade, TUDO! Ela tirou o meu eu.

***

Yolanda foi na rua, tomar um vento, até que encontrou Bernardo:

– Bernardo?

– Oi, Yolanda?

– Isso, esqueceu, sua ex-namorada. Agora você namora a Dalila!

– Ex!

– Hummm... Deve ser horrível terminar um namoro tão lindo, terminei o meu há pouco tempo.

– Então você me entende?

– Muito. Quer tomar um café?

– Não sei se é uma boa ideia!

– Como não? Faço um ótimo. Venha comigo.

***

Rosângela foi tocar piano. Começou a lembrar-se do passado, das lembranças juvenis, e de uma paixão homossexual que viveu. O nome dela era Inês, uma jovem insana e rebelde.

"- Inês, essa roupa está bacana?

– Tudo em você é sutil e bacana. - riu

– Seus cabelos são tão perfeitos. Tão magníficos.

– São os seus olhos, que por sinal são lindos.

As duas se abraçaram carinhosamente."

– Eu devia ter escutado a Inês naquele verão. Devíamos ter fugido juntas para a Bélgica, onde ela deve estar há uns vinte e cinco anos.

– Você o quê, Rosângela? - questionou Donato - Não diga que ainda fala daquela "sapatão" da Inês?!

– Que preconceito horrível. Pois ela me tratava muito melhor, com muito mais carinho, que você, que é um grosseirão, que eu me casei por pena. Porque a sua namorada na época, a Odete, não quis saber de você. Eu te aturo há anos, há malditos e infelizes anos, que só não são piores por causa do Bernardo.

Donato deu um tapa no rosto de Rosângela, que revidou e o empurrou no chão:

– Você pode até dar uma de machão pra cima de mim, Donato, mas você está ficando velho, e eu dou conta de você e muito bem!

– Como dava da Inês? Se eu não me engano, você era o homem da relação!

– Não exisitia homem da relação. Éramos duas jovens lindas e românticas que se amavam muito, mas do que muitos casais heterossexuais por aí. Tipo eu e você.

A campainha tocou. Era uma carta. Rosângela leu:

"Cara Rosângela,

Eu não me esqueci nada dos dias que vivemos, mais lindos do que nunca. Eu havia mandado antes algumas cartas mas você não as respondeu. Minha esposa Sabrina morreu há sete meses e minha carreira de atriz não decolou muito. Enfim, o que fazer na Bélgica sozinha? Estou indo para o Brasil te ver. Sei que é casada com o Donato, mas vamos pelo menos criar um laço fraterno, vamos ser amigas! Como éramos antes de eu lhe pedir em namoro.

Carinhosamente,

Inês Barbosa Toledo"

Rosângela olhou para Donato, abanou a carta e disse, sorrindo:

– Não foi mera coincidência, foi intuição minha.

Isso o deixou bastante confuso.

***

Yolanda e Bernardo beberam café:

– Yolanda, que delícia.

– Que isso, seu paladar é bom.

Yolanda tentava deixar Bernardo mais à vontade, mas fracassava. Abriu a janela e depos passou a mão levemente em usa camisa, procurando seus peitos. Ele se mantinha firme, até que ela alisou suas pernas, e depois acariciou suas mãos. Em seguida, brincou com seus lábios.

– Yolanda, não se precipite. Nunca dei expectativa que algo aconteceria aqui.

– Você precisa superar a Dalila, eu estou aqui para isso.

Yolanda e Bernardo se beijaram, loucamente, e instante após instante, tirando as peças de roupa. Os amantes foram para a cama. Yolanda pegou forte as costas de Bernardo, onde deram mais beijos.