Hazel POV´s

– Eu esperava que fosse uma boa aprendiz de magia, mas parece que você me traiu... – disse Hécate

– Eu salvei sua filha! – falei

– Foi você? – perguntou Amber – Mãe, não ouse fazer nada contra ela!

– Você só retirou-lhe a maldição. Ela não morreria por conviver com aquilo. Meus filhos são forte os bastante!

A deusa me atacou. Por conta do meu cansaço, ferimentos, e pela adversária ser Hécate, sabia que não teria nem mesmo por que tentar. Frank se pôs à frente, mas não foi necessário, pois Hécate caiu. Amber estava ferida também, mas isso não a impediu de lutar contra a mãe. Vi uma bola cintilante surgir na mão de Amber, e então ela jogou na mãe. Hécate fez algo parecido, então as esferas de magia colidiram e explodiram.

– Acha mesmo que seu poder é páreo para mim? Pois não é. – disse a deusa - Você é só mais uma de minhas proles, e eu... Eu ainda sou a deusa da magia. Vai usar magia contra mim?

– Você não é minha mãe. Você não merece ser chamada de mãe. Todos os meus problemas são culpa sua! – gritou Amber – Você não vai encostar um dedo se quer em Hazel.

Percy e Jason fizeram uma tempestade e a atacaram. Leo não deixou por menos, brincando com fogo. Frank... Bem, ficou na minha frente, pronto para qualquer coisa, em forma de elefante. Hazel, você precisa se levantar e lutar! Falei a mim mesma. Vamos, você consegue! Mas eu não conseguia. Minhas pernas fraquejavam, e eu não sabia o que fazer. Festus grunhiu e então se juntou a Frank. Héfia fez o mesmo, e então, perdi minha visão de Hécate. Me esgueirei por entre as asas de Festus e olhei de um ponto em que eu achava que ela não me via. Por sorte, ela tinham mais com que se preocupar. Eu sabia que estava sendo covarde, mas também sabia que era o alvo principal. Esferas de magia acertaram Annabeth, comprovando que ela não hesitaria em mata-los. Tentei levantar, mas minhas pernas fraquejaram, e caí. Tentai novamente, desta vez apoiando-me nas asas de Festus. Segundos depois me soltei, e quando eu começava a me sentir melhor, Festus me derrubou com a asa. Tenho certeza que não foi de proposito, mas machucou ainda mais. Hazel, você passou pelo Tártaro, matou a serva de Hécate, ajudou matar Peribéia, curou a maldição de Amber... Você pode fazer mais isso... Finalmente, respirei fundo e levantei, mas era tarde demais. Vi uma luz forte acontecendo, e então...... BOOOOOOOM! Uma enorme explosão. Tínhamos chegado até ali, passado por tudo que passamos, para então morrermos assim? Se Hécate queria minha morte, seria comigo que ela trataria do assunto. Meus amigos não tinham que pagar por isso! Senti a explosão me queimar, mas não era fogo. Nem mesmo era quente. Simplesmente era magia. Controlar a névoa funcionaria com Hécate? Contando que foi ela quem me ensinou, conclui que não.

– Lutem seus covardes! Se querem acobertar a filha de Plutão, deixo ela para o final...

Quando Hécate disse isso, meu corpo gelou e a fúria me dominou. Nada durável, pois Festus atirou fogo em uma esfera de magia e então uma explosão muito maior que a anterior. Fui jogada para trás, e cai no chão, com a pele queimando, pois eu sentia o fogo crescendo ao meu redor. Eu não tinha força para levantar, para abrir os olhos, ou mesmo respirar... Tudo que eu queria era sair desse lugar, e poder abraçar Frank. Frank! O graveto! Demorei a me lembrar da condicional vida de Frank, que poderia estar queimando nesse minuto. Me forcei a abrir os olhos, mas então alguém tocou meu ombro, e gritei.

– Acho que isso deve ficar com você! – disse annie, me entregando o pedaço de madeira – Desculpa se te assustei!

– Vamos ter que agir logo, antes que todos morram – disse Percy – Vou tentar apagar o fogo... Hazel, tente iludir Hécate com a névoa! Pode não funcionar, mas teremos de tentar...

– Mas eu nem mesmo sei onde ela está! – falei

– Então teremos que trabalhar às cegas... –disse annie

Amber POV´s

Eu estava queimando. Estava morrendo. Por alguns instantes, vi todas as vezes em que a maldição me atacou, desde a primeira até a ultima vez... Minha sensação era de estarem acontecendo novamente. A falta de ar, seguida por dores violentas, o sangue subindo aos ouvidos, o coração sendo pressionado, diminuindo os batimentos, os sussurros no ouvido, dizendo “sofra, assim como eu sofri”... Os olhos queimando e girando, a cena do assassinato se passando... Todas as cenas horríveis... Percy... Até que mais nenhum batimento cardíaco acontecia, e todo o pesadelo real acabava. Abri meus olhos, suando, assustada, e vi o fogo dominando na área. Eu não via ninguém, nem mesmo Hécate, somente os ouvia. Frank gritava por Hazel, mas ela não respondia. Estaria morta? Ou simplesmente não queria dar sinais para a deusa de onde estava? Vi uma sombra através de uma parede de fogo, e percebi que caminhava em minha direção. Me levantei o mais rápido que pude e comecei a preparar uma esfera de magia, mas então, percebi que era pequeno demais para ser minha mãe.

– Ei, se acalme – disse Leo – Não vi sua mãe. Talvez não esteja mais aqui! – sugeriu ele, mas então, provando o contrario, ela apareceu por entre o fogo

– Ora, ora... Tentativa de fogo contra magia... Pare de tentar, filho de Hefesto. Eu os deixarei em paz depois que me entregarem a filha de Plutão! – disse ela

– Haha, já conhecemos essa paz que vocês monstros tanto falam – disse ele

– Como ousa me chamar de monstro – gritou Hécate – Sou uma deusa! Você sentirá a minha fúria seu...

Então uma enorme onda de água surgiu do nada, e vinha extinguindo o fogo. Encima dela, Percy se mantinha, com o olhar focado e expressão determinada. Hécate olhava boquiaberta para ele, e percebi que era minha chance. Ataquei-a, e assim, ela caiu, urrando de dor e raiva. Eu sabia que se continuasse, minha morte seria mais importante que a de Hazel, mas eu havia aprendido muito com Percy nesses últimos dias, e percebi o quão importante seus amigos eram. Ataquei novamente, e novamente, e mais uma vez, mas então perdi minhas forças. A onda baixou quando Percy tinha acabado de extinguir todo o fogo. Hazel se concentrava para controlar a névoa e Annabeth... Névoa? Névoa, claro! Usei todas minhas forças para derrubar Hazel com magia. Algo forte, mas não doloroso, que a faria dormir por alguns minutos. Percy me olhou horrorizado, mas eu não tinha tempo para explicar. Me concentrei, e então mentalizei tudo. Andei na direção de Hécate, então ela levantou, e lá estava Hazel na frente dela. Era algo mortal, mas eu o faria mesmo assim. A deusa atacou a filha de Plutão, com uma magia estrondosamente forte. A dor me consumia por conta do ataque, então Hazel caiu no chão.

– Isso é o que você merece por me desafiar! – gritou a deusa

– Amber – gritou Percy, então correu até mim

– Amber? – se perguntou a deusa – Mas... Mas... Essa é Hazel Levesque – deixei a concentração de lado, desfazendo o efeito de névoa – Amber!

– Você atacou sua própria filha – gritou Annabeth – Contente? Por que não vai embora? – ela gritava, com lágrimas nos olhos – Vá!

– Está tudo bem com você? – perguntou Percy, assustado. Não consegui responder – Amber, por favor – ele chacoalhava minha cabeça – Não feche os olhos! Por favor, resista!

– Ei, tudo bem – me forcei a dar um sorriso – Só me prometa que sempre vai fazer Annabeth a garota mais feliz do mundo – com lágrimas nos olhos, ele assentiu

Percy olhou nos meus olhos, como se pudesse sentir meu esforço para ficar com ele só mais alguns segundos. Annabeth continuava gritando, os outros acobertavam Hazel, e Percy... Percy ficava comigo. Lágrimas corriam por meus olhos. Eu estava morrendo, e sabia que não havia nada que pudesse mudar isso. Eu mal sentia meu corpo, e não conseguia mais mexer as pernas, e logo, os braços. Percy me segurou pelo pescoço e pela cintura, então, delicadamente, sua boca tocou a minha, com aqueles lábios perfeitos, que eu tanto desejava sentir mais uma vez.

Percy POV´s

Amber correspondeu os primeiros dois segundos do beijo, então, parou. Assim como a boca dela, meu coração fez o mesmo. Interrompi o beijo, e vi a garota em meus braços, com os olhos entreabertos, o corpo mole... Eu a deitei no chão, e só então percebi o quanto chorava. Ao menos eu fizera seus últimos segundos saírem da realidade terrível que enfrentávamos. Passei minha mão por seu rosto, e fechei seus olhos. Hécate estava um tanto distante, mas olhava apreensiva para a situação. Sua expressão denunciava o medo e o arrependimento, e ao mesmo tempo, uma confusão, como se quisesse fugir. Olhei para ela, mas não a culpei, simplesmente chorei mais um pouco.

– Percy – chamou Annabeth. A principio, imaginei que estivesse brava, mas então percebi o medo em sua voz – Ahn...

– Ah... Acho que deu minha hora – disse Hécate, já recuperada do remorso

O portal começava a se mexer. Bob saiu, e meu coração quase parou novamente. Antes que eu pudesse correr até ele para abraça-lo, vi o meu pior pesadelo ali. Dei minha mão a annie, como se todas as lembranças passassem por nós dois...

– Tártaro!